Todos os governos genuinamente democráticos têm o direito de se defenderem
das manifestações legítimas. Apenas divergem nos recursos de repressão para a
exterminação dos manifestantes. Uns utilizam exércitos, canhões, tanques de
guerra, helicópteros e caças-bombardeiros de combate, mísseis, artilharia
pesada, cães, jactos de água, balas de borracha, enfim, é o vale-tudo, e o
salve-se quem puder. Mas há outros governos, bem inteligentes por sinal, que
utilizam métodos mais refinados, de acordo com os sãos princípios democráticos,
e que dão uma lição de exercício democrático: as barras de ferro. São
instrumentos muito fáceis de obter, de custo quase zero e de efeitos
desastrosos, pois os manifestantes ficam imobilizados, e alguns escapam da
morte por sorte. É de louvar este caminho da consolidação da nossa jovem
democracia. E com este método original, vários países seguem-nos a peugada e já
reforçaram as suas democracias com exércitos de barras de ferro, o que fez
disparar a corrida ao ferro nos mercados internacionais, modestamente ainda,
mas já se nota o fôlego. Eis a tabela:
Cotação de metais preciosos
Ouro
1.661.90
Prata
31.30
Barras
de ferro 3.83
Qual é a diferença entre o golpe de estado na Guiné-Bissau e outros
Estados? É que na Guiné-Bissau há golpe de estado de vez em quando, e nos
outros Estado há golpes de estado todos os dias.
Amigo leitor, e que tal esta outra definição de Estado? “Gangster State” ou
Estado Gangster/mafioso – em português – é um conceito usado nos estudos de
segurança para descrever Estados que ao invés de garantirem a segurança e
bem-estar aos cidadãos, constituem ameaça. Bem que Moçambique
assenta no conceito do “Gangster State”, ou não fossem as torturas da FIR, a
corrupção na administração pública, as torturas e execuções sumárias de
reclusos e detidos, marcas deste país. Mas parece que, para além de estado
“Gangster” a que já se assemelha, Moçambique está agora também às mãos deste
governo a se especializar como “Estado Burlão”. In Borges Nhamirre. Canalmoz
Diz-me
como te manifestas, e dir-te-ei com que barras de ferro te espancarei.
E
existem pobres porque existem ricos, acabando com os ricos deixa de haver
pobreza.
Que interessa ter um parlamento
que
interessa ter uma Constituição
que
interessa ter um palácio presidencial
que
interessa ter partidos políticos
que
interessa ter instituições democráticas
onde
simples manifestações de crítica
reprimem-se
com barras de ferro
Que
interessa tudo isto
se
não existe democracia
ainda
não chegou a hora
de
lutar pela instauração da democracia?
Atenção
senhores passageiros! Finalmente atingimos o nosso destino, dentro de pouco
tempo aterraremos na Síria. A descida será muito turbulenta, por isso protejam
as vossas cabeças. Em caso de ferimentos não há hospitais que vos valham.
Decididamente
assim não dá. Então, o mwangolé serve-se de qualquer pretexto para partir as
paredes da sua casa, para demonstrar com isso que tem dinheiro, que é rico.
Não, não, isto não é ocasional, é constante, é loucura. Em
complemento, atira com o maior à-vontade o lixo dos andares dos prédios onde
vive para a rua, isto ainda é uma grande aberração sem solução. Isto inclui
todas as camadas sociais, um hábito social. Falta o cenário cada vez mais
apavorante: o barulho da música que faz estremecer as paredes dos edifícios,
eles adoram incomodar, sentem-se felizes porque o álcool e outras drogas
comandam-lhes as vidas. Viver com o mwangolé também não está nada
fácil, está mesmo muito complicado. Com esta identidade cultural não admira
nada que qualquer estrangeiro lhes dê a volta. O mwangolé está mesmo em fim de
carreira? Um caso perdido, sem solução?
E
sobretudo tenham muito cuidado com os democratas, é que por este andar acabam
por ultrapassar os ratos em número. Ou será que já os ultrapassaram? Bom, nunca
me lembrei que a democracia fosse uma pandemia.
Que
seria do nosso super desenvolvimento económico sem a barulheira infernal das
sirenes das escoltas, que mal o sol nasce rasgam caminho nas ruas há muito
intransitáveis pelo trânsito corrupto, e que libertam da opressão dos gabinetes
os nossos governantes, ávidos pelo cumprimento rotineiro das suas extenuantes e
complicadíssimas tarefas.
Hodiernamente
uma grande nação, como no caso de Angola, edifica-se com desempregados?
Para
cada estrangeiro o seu emprego, para cada angolano o seu desemprego.
E
a multidão de bajuladores ria-se e confessava-se interiormente: «Enquanto o
petróleo der, nos couber, é só bajular. Depois, quando a nossa
desgraça chegar, é mais que certo, pois a dinâmica da vida diz-nos que as
coisas estão sempre a mudar… para pior, então aderimos à oposição, confessando
que os nossos corações sempre estiveram com a democracia e os nossos mais
ousados democratas. Afinal o mundo é dos espertos, eheheheh!»
O
melhor método de acabar com a pobreza é aniquilar os pobres.
Há um ou outro deputado que fazem muitas citações em algumas línguas
nacionais, assim como também fazem muitas citações de artigos de vários
decretos-lei. Para além disto o que é que os ilustres deputados têm para nos aborrecer?
A democracia foi a mais bela coisa que o ser humano inventou, e a pior
coisa que também inventou foi os democratas.
A EDEL diz que no tempo do calor tem muitos cortes porque o consumo
aumenta. Mas,
no tempo do frio também tem muitos cortes. Será porque o consumo diminui?
O doutor Filomeno Fortes do programa nacional de combate à malária disse,
que neste momento necessitamos de nove milhões de mosquiteiros para combater a
malária. E
nos momentos anteriores - quase quarenta anos - não era necessário? Era, é,
deixar morrer? Campanha eleitoral de brincar com a morte?
Que adianta elaborar decretos-lei e outras intenções com as mesmas pessoas
quase há quarenta anos no poder? Isso significa que as nossas vidas já não têm
valor? Podem brincar assim com o nosso futuro impunemente?
Com o crescente fim das escolas – pelos vistos não sobrará nenhuma -
oferecidas ou vendidas para nelas se construírem sedes de bancos, imaginem, e
outras corruptibilidades, o santo Poder pretende acabar com o ensino e a
educação e formar analfabetos, para que no seu reino não haja ninguém com
pretensões ao trono, a não ser a linhagem principesca? Mas, onde se formam
incultos saem selvagens diplomados. Não será isto muito perigoso, pois há o
risco sempre presente dos selvagens ficarem incontroláveis?
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