terça-feira, 8 de maio de 2012

A DEMOCRACIA DAS BARRAS DE FERRO



Todos os governos genuinamente democráticos têm o direito de se defenderem das manifestações legítimas. Apenas divergem nos recursos de repressão para a exterminação dos manifestantes. Uns utilizam exércitos, canhões, tanques de guerra, helicópteros e caças-bombardeiros de combate, mísseis, artilharia pesada, cães, jactos de água, balas de borracha, enfim, é o vale-tudo, e o salve-se quem puder. Mas há outros governos, bem inteligentes por sinal, que utilizam métodos mais refinados, de acordo com os sãos princípios democráticos, e que dão uma lição de exercício democrático: as barras de ferro. São instrumentos muito fáceis de obter, de custo quase zero e de efeitos desastrosos, pois os manifestantes ficam imobilizados, e alguns escapam da morte por sorte. É de louvar este caminho da consolidação da nossa jovem democracia. E com este método original, vários países seguem-nos a peugada e já reforçaram as suas democracias com exércitos de barras de ferro, o que fez disparar a corrida ao ferro nos mercados internacionais, modestamente ainda, mas já se nota o fôlego. Eis a tabela:
Cotação de metais preciosos
Ouro 1.661.90
Prata 31.30
Barras de ferro 3.83
Qual é a diferença entre o golpe de estado na Guiné-Bissau e outros Estados? É que na Guiné-Bissau há golpe de estado de vez em quando, e nos outros Estado há golpes de estado todos os dias.
Amigo leitor, e que tal esta outra definição de Estado? “Gangster State” ou Estado Gangster/mafioso – em português – é um conceito usado nos estudos de segurança para descrever Estados que ao invés de garantirem a segurança e bem-estar aos cidadãos, constituem ameaça. Bem que Moçambique assenta no conceito do “Gangster State”, ou não fossem as torturas da FIR, a corrupção na administração pública, as torturas e execuções sumárias de reclusos e detidos, marcas deste país. Mas parece que, para além de estado “Gangster” a que já se assemelha, Moçambique está agora também às mãos deste governo a se especializar como “Estado Burlão”. In Borges Nhamirre. Canalmoz
Diz-me como te manifestas, e dir-te-ei com que barras de ferro te espancarei.
E existem pobres porque existem ricos, acabando com os ricos deixa de haver pobreza.
Que interessa ter um parlamento
que interessa ter uma Constituição
que interessa ter um palácio presidencial
que interessa ter partidos políticos
que interessa ter instituições democráticas
onde simples manifestações de crítica
reprimem-se com barras de ferro
Que interessa tudo isto
se não existe democracia
ainda não chegou a hora
de lutar pela instauração da democracia?
Atenção senhores passageiros! Finalmente atingimos o nosso destino, dentro de pouco tempo aterraremos na Síria. A descida será muito turbulenta, por isso protejam as vossas cabeças. Em caso de ferimentos não há hospitais que vos valham.
Decididamente assim não dá. Então, o mwangolé serve-se de qualquer pretexto para partir as paredes da sua casa, para demonstrar com isso que tem dinheiro, que é rico. Não, não, isto não é ocasional, é constante, é loucura. Em complemento, atira com o maior à-vontade o lixo dos andares dos prédios onde vive para a rua, isto ainda é uma grande aberração sem solução. Isto inclui todas as camadas sociais, um hábito social. Falta o cenário cada vez mais apavorante: o barulho da música que faz estremecer as paredes dos edifícios, eles adoram incomodar, sentem-se felizes porque o álcool e outras drogas comandam-lhes as vidas. Viver com o mwangolé também não está nada fácil, está mesmo muito complicado. Com esta identidade cultural não admira nada que qualquer estrangeiro lhes dê a volta. O mwangolé está mesmo em fim de carreira? Um caso perdido, sem solução?
E sobretudo tenham muito cuidado com os democratas, é que por este andar acabam por ultrapassar os ratos em número. Ou será que já os ultrapassaram? Bom, nunca me lembrei que a democracia fosse uma pandemia.
Que seria do nosso super desenvolvimento económico sem a barulheira infernal das sirenes das escoltas, que mal o sol nasce rasgam caminho nas ruas há muito intransitáveis pelo trânsito corrupto, e que libertam da opressão dos gabinetes os nossos governantes, ávidos pelo cumprimento rotineiro das suas extenuantes e complicadíssimas tarefas.
Hodiernamente uma grande nação, como no caso de Angola, edifica-se com desempregados?
Para cada estrangeiro o seu emprego, para cada angolano o seu desemprego.
E a multidão de bajuladores ria-se e confessava-se interiormente: «Enquanto o petróleo der, nos couber, é só bajular. Depois, quando a nossa desgraça chegar, é mais que certo, pois a dinâmica da vida diz-nos que as coisas estão sempre a mudar… para pior, então aderimos à oposição, confessando que os nossos corações sempre estiveram com a democracia e os nossos mais ousados democratas. Afinal o mundo é dos espertos, eheheheh!»
O melhor método de acabar com a pobreza é aniquilar os pobres.
Há um ou outro deputado que fazem muitas citações em algumas línguas nacionais, assim como também fazem muitas citações de artigos de vários decretos-lei. Para além disto o que é que os ilustres deputados têm para nos aborrecer?
A democracia foi a mais bela coisa que o ser humano inventou, e a pior coisa que também inventou foi os democratas.
A EDEL diz que no tempo do calor tem muitos cortes porque o consumo aumenta. Mas, no tempo do frio também tem muitos cortes. Será porque o consumo diminui?
O doutor Filomeno Fortes do programa nacional de combate à malária disse, que neste momento necessitamos de nove milhões de mosquiteiros para combater a malária. E nos momentos anteriores - quase quarenta anos - não era necessário? Era, é, deixar morrer? Campanha eleitoral de brincar com a morte?
Que adianta elaborar decretos-lei e outras intenções com as mesmas pessoas quase há quarenta anos no poder? Isso significa que as nossas vidas já não têm valor? Podem brincar assim com o nosso futuro impunemente?
Com o crescente fim das escolas – pelos vistos não sobrará nenhuma - oferecidas ou vendidas para nelas se construírem sedes de bancos, imaginem, e outras corruptibilidades, o santo Poder pretende acabar com o ensino e a educação e formar analfabetos, para que no seu reino não haja ninguém com pretensões ao trono, a não ser a linhagem principesca? Mas, onde se formam incultos saem selvagens diplomados. Não será isto muito perigoso, pois há o risco sempre presente dos selvagens ficarem incontroláveis? 













Sem comentários:

Enviar um comentário