segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Cavaleiro do Reino Petrolífero (13). Reino Jingola, algures no Golfo da Guiné



«Tudo é uma simples exibição e uma abominável hipocrisia, de todos os partidos, em todas as épocas, com todos os governos; quando estão fora, lutam por entrar; quando dentro, lutam por não ser postos fora...» In Daniel Defoe (1660-1731)

Ainda existem reinos que por vontade própria regressam, vivem, revivem, convivem voluntariosos na política da Idade Média.

CAPÍTULO IX
ARQUITECTURA

«No conjunto, a realidade é que a maior parte das terras agrícolas do país é utilizada como reserva de valor, por grandes proprietários que preferem imobilizar grandes áreas e esperar que se valorizem por efeito de investimentos públicos e privados de terceiros, do que desenvolver actividades produtivas. Esta situação é em geral mal disfarçada pelo que se tem chamado pudicamente de "pecuária extensiva".»
In Reforma Agrária: Dados Básicos. Ladislau Dowbor http://www.dowbor.org/

Epok barafustava-se, falava, monologava: Iletrados, incultos é o que são. Não conseguem fazer nada que se aproveite. Mas estão sempre a reivindicar. Dizemos para trabalharem, respondem que não há trabalho. Nos vice-reinos há muito trabalho. Dizem que não há condições. Se calhar querem um palácio com piscina como condições.
Epok travou o monólogo, porque lhe veio mesmo de propósito à lembrança um documento que o marquês dos Analfabetos lhe enviara referente a um estudo feito por futuras arquitectas. O marquês alertara-lhe:
- Epok! Vê isto… estamos a formar analfabetos. Este reino está desgraçado, é obra de analfabetos.
Abanaram as cabeças desgostosamente. O texto dizia o seguinte:
(Caro leitor, este texto é verídico. Ilustra bem como vai o nosso ensino.)

INTRODUÇÃO
«A partir de 1975, de semana a semana, dia a dia, a capital Luanda vai e nascer, de modo avassalador, o número de utentes das suas, hoje, devassadas corroídas infras – estruturas. Montadas para servir pouco mais de 400 mil pessoas. Hoje positivamente a rebentar pelas custaras, a cidade de Luanda é vitima de todas as erosões possíveis.
Quando começarem a manifestarem – se, na pele da grande cidade Africana, as primeiras feridas preocupantes. Já passaram, pois muitos anos, os quais Luanda não cessou de e nascer e de receber gente, gente, mais gente, sempre mais gente. Um fenómeno visceral de guerra. Depois das eleições de 1992, nova onda de Deslocados, Refugiados, Mutilados homens e mulheres, com as suas crianças, Camponesas, Operários, funcionários, Militares tresmalhados do Norte, Centro e Sul do País. 

DESENVOLVIMENTO
Urbanização é o acto ou efeito do terror urbano ou citadino, isto é de transformar em cidades. A palavra « Urbanização » designa especificamente da área que ocupam, quem no seu número, quer na quantidade de pessoas que consagram.
Luanda é uma cidade apesar de tudo, estóica, lutadora, perseverante. As suas infras – estruturas estripadas, são ainda as mesmas de 1974 quando a cidade acolhia cerca de 400 mil almas. As mesmas! E os novos musseques, nas imediatas periferias são, agora, de betão! Construções ao Deus Dora, numa impressionante sequência de sofreguidões improvisas e clandestinidades com clandestinidade humana. Há edifícios de apartamentos cuja infra – estrutura comporta, na totalidade, fossas sépticas! Edifícios com uma média de 7 apartamentos por cada andar. Os rebentamentos em canalizações agudizam, no quotidiano de Luanda, o problema da rede de esgotos, talvez o mais sério de todas.
A deterioração dos edifícios comercias e residências do centro de Luanda e não só, rapidamente invadida por gentes dos musseques periféricos até mesmo de outros pontos do país. Aos poucos, este cenário altera – se porém, edifícios como o velho Hotel e outras estão irreconhecíveis. Outros imóveis, entretanto, conheceram cuidados de manutenção ou foram beneficiados.
Luanda-SUL
Luanda vai crescer para sul, com os nossos bairros, mais casas para habitação. A empresa provincial de projectos em conjunto com uma multinacional, será o embrião de uma empresa mista ( dotada de regime especial aduaneira fiscal e cambial  ) que deverá acompanhar outras iniciativas da “Revitalização” urbana de Luanda.
No entanto a nova urbanização “Luanda Sul” uma inovação se desenha na construção das casas sociais vão participar ( mão de obra ) as culturas utentes das novas urbanizações. Muitos jovens poderão iniciar – se deste modo os operários ou artifícios no ramo da construção civil.
No que toca as “casas e económicas” com base no programa distribuímos o talhão entregamos. Projecto e o usufrutuário passa imediatamente à construção da casa.
Por onde se estende essa nova urbanização?»
Estende – se para sul da cidade Luanda. O programa este dividido em 3 partes, 3 segmentos onde novos bairros serão implantados:
1. É a plataforma que sai do Bom Jesus o bairro de Viana e vai por Benfica, até a zona do Golf. Será a vertente das casas de renda alta. Para gente com recursos. Venderão os terrenos, ai! em direito de superfície.
Varre – se qualquer possibilidade de especulação imobiliária…
(E Epok enraiveceu-se com a interminável senda analfabéticahá estudantes do quarto ano de medicina que não sabem definir o que é a SIDA.)
De forma absoluta. Com o dinheiro que irão arrecadar ( na venda dos direitos de superfície ) criarão imfras – estruturas nessa vertente ( casas de renda alta ) e também nas zonas destinadas aos Bairros sociais. Respectivamente na zona frontal ao Golf na vertente Camama e na zona de Viana 2.    

O LIXO
Tudo não passa de uma grande lixeira. Uma lixeira de palavras prometendo acabar com o lixo numa cidade cheia de lixo. Foram precisos muitos anos para finalmente compreender e passar a respeitar o lixo. É tudo uma lixeira numa cidade que já foi tida como a pérola da África. Pelo menos é o que dizem algumas pessoas.
O lixo reina em Luanda, a Capital do lixo.
Dever – se – á criar um contexto apropriado para que se atinja a vitória: criar – se condições para que as pessoas se citam motivadas a desencher a capital e como consequência produzir – se menos lixo, reformar – se a rede dos esgotos para que depois das chuvas não haja águas acumuladas. Arranjar – se formas de diminuir o excesso de areia que transformam – se em lama sempre que chove.
Também envolver – se mais as Comunas e os Municípios de Luanda nesta tarefa? Uma tarefa pesada quando divide por muitos torna – se leve, quando estes muitos têm meios e o conhecimento de como fazem a tarefa o resultado só pode ser bom.
Nos mercados tem chovido, para além das pequenas varri delas feitas pelas vendedoras, campanhas de limpeza, com vista a conterem – se as monumentais quantidades de lixo existentes dentro e arredores dos mercados. Cada vendedor é que tem de limpar o seu sitio todos as manhas, antes de montar as barracas na sua área de trabalho.
As quantidades de lixo aumentam, as vendedoras continuam sem saber aonde depositar a imundice que produzem, principalmente as proprietárias de barracas de comidas e bebidas ( latas e garrafas ).
Para que haja uma nova urbanização é necessário que  haja uma analise baseada na simbiótico ( conjunto de ideias e emoções – representações – utilizadas na comunicação entre os seres e na exposição de ideias.
Os aviões saídos de vários países pausam no aeroporto “ 4 de Fevereiro”, em Luanda, despejam constantemente médias e pequenos comerciantes em busca de negócios rápidos.
Em Luanda, hoje praticamente, pode comercializar-se um pouco de tudo, de muitíssimas coisas. E como a necessidade, em qualquer parte, aguça o engenho, não há “negócios” que em Luanda não se façam. Mesmo assim, o tradicional comércio geral, com pequenas lojas, outrora espalhados pela cidade, está longe de um progresso em força. Lojas de vestuários algumas, sim. De porta aberta no coração de Luanda. Abundam, isso sim, as panelazitas. E os pequenos restaurantes. Como quem que seja, há uma grande distância ética entre as que fogem negócio a pensar, também, no que é importante a nutrição e a saúde das pessoas, e os que simplesmente chegam a Luanda dispostas a sacudir a “arvore das patacas” da nova era. Sem claro estar, olharem a meios. Deste aspecto Luanda é um verdadeiro lodaçal. 

CONCLUSÃO
«Luanda – Sul é um programa de desenvolvimento urbanístico que visa descongestionar o caso Urano da Província. Programa de novos bairros residências.
Luanda está hoje prensada por uma grande rede de musseques de balão: não houve, nestes anos todos. A passibilidade de acompanhar de uma forma a construção de moradias. O resultado é este: musseques de betão! Quando, noutras partes do mundo são Bairros de lata – chaparias, entabuados e outros matérias, facilmente remov´veis. Mas, se dizermos as contas, concluiremos que a construção clandestina, em betão, fica tão onerosa como se a obra surgisse em terrenos urbanizados a rigor. Com o programa Luanda – Sul vamos, pois, começar a fazer as casas de uma forma ordenada. Vamos meter na ordem a construção, isto é fundamental numa metrópole com 3 milhões de almas.
Ih! Ih! Ih! Que grandes mussequeiras. Ah! Não tenho nada que ver com isto. São assuntos do rei. Ele prefere estes futuros quadros à sua volta. Afinal para bem reinar, é necessário que ninguém tenha acesso à informação. Isso é perigoso. Abrem os olhos depois é o fim. Desdenhou Epok.


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