segunda-feira, 14 de maio de 2012

À procura do nosso muro das lamentações, uma mais-valia



O preço a pagar pela tua não participação na política, é seres governado por quem é inferior. Platão (C.428-347 A.C.)
Por enquanto, conseguir chegar ao fim do dia sem ser assaltado, e vivo, é um milagre.
E brevemente o nosso Muro das Lamentações será um facto. Pouco mais falta para a sua inauguração. Assim, os dirigentes da nossa oposição política e população em geral, terão lá o local ideal para as suas lamentações. Só que este nosso Muro das Lamentações não é uma vez por ano não, mas todos os dias, porque as nossas lamentações são demais. E creio que assim o nosso futuro será um ganho adquirido, uma mais-valia.
Se eu viver sempre e declarar, mesmo que tenha vastos conhecimentos, que sou um aprendiz de tudo e de todas as coisas que me contemplam ou não, nunca terei coragem para espoliar, ou abandonar o meu irmão à sua sorte, ou hipocritamente declarar-lhe constantemente que sou seu amigo.
A jovem angolana, pouco mais de vinte anos, já está há alguns dias em Cuba. Em conversa com um companheiro cubano afirma-lhe categórica: «Que pena, vocês em Cuba são muito pobres.» O companheiro contrapõe-lhe convicto: «Não, nós em Cuba temos água, luz, educação e saúde gratuitos, quem tem isto não é pobre, é rico. Muito pobres são vocês que não tem nada destas coisas.» A nossa jovem sentiu-se muito envergonhada
Quando um Poder é dos mais corruptos do mundo, todos os corruptos do mundo nele se instalam.
Quando é que os revolucionários acabam com esta revolução? É que, estes revolucionários há quase quarenta anos que tomaram o poder sem serem eleitos pelo povo, e continuam com a revolução indefinidamente? É que são duas coisas que já não dão para ver e muito menos ouvir: a revolução e sempre os mesmos revolucionários.
Como é que os mwangolés sobrevivem no desemprego? Assaltando e roubando estrangeiros, que rende mais, porque os mwangolés já não têm nada para roubar?
O trabalho dignifica o homem (rico), e escraviza o homem pobre.
Quadrilhas organizadas andam a vender terrenos que não lhes pertencem.
Este exemplo é mais que suficiente: nos últimos dias venda de iogurtes de frutas com prazo de validade expirado. Logo de manhã, uma mamã correu com o seu filho de três anos para o hospital. Dois dias depois comprou chouriço num minimercado e também estava fora do prazo. Eram produtos de origem portuguesa.
E depois dos apagões da água, da energia eléctrica, agora a Angola-Telecom também entrou no campeonato dos apagões? 19 Abril, Durão Barroso chegou e a Internet se apagou. (Por motivos de segurança, só pode).
22 Abril, cerca das 05.00 horas até às 21.00 horas. 25 Abril, aí pelas 04.00 horas até às 14.00 horas. Sobre este apagão recebemos a seguinte mensagem: “A maka na Angola-Telecom, o link foi-se abaixo”. O funcionamento anda intermitente, de acordo com a actual conjuntura
05 de Abril. Alguns jovens gatunos, não se conseguiu saber quantos, assaltavam a casa de um polícia. Tiveram azar, foram descobertos no momento crucial, com a boca na botija, assim está melhor, conforme o dicionários dos nossos jornalistas, conseguiram fugir, afinal vida de gatuno é fugir, mas um não, ai!ai!ai!. Agarraram-no, claro, pois se ele não conseguiu fugir, amararam-no, e como castigo cortaram-lhe as duas orelhas e depois entregaram-no às autoridades competentes, isto é, a nossa Polícia.
E do repasto do crime nasce, se funda, e se afunda uma pátria.
Hoje, 04 de Abril, a meio da manhã, no S. Paulo, imediações da Rádio Ecclesia, as kinguilas foram todas, não escapou nenhuma, limpas dos dólares e outros dinheiros. Uma jovem que assistiu ao infausto acontecimento, correu, correu, a avisar a sua tia que kinguila noutra zona, para evitarem de negociar dinheiro nas ruas. A coisa está mesmo má, é que os não contemplados no OGP - Orçamento Geral do Petróleo, andam armados e dispostos a matar.
Em boa verdade, as medidas de extrema austeridade na economia para estancar a crise económica, revelam-se próprias de aprendizes, de idiotas económicos e políticos que nos conduzem para uma convulsão mundial sem solução à vista. E lá se foi a democracia, essa coisa de uns quantos parvalhões fingirem que são democratas. Mas, ninguém é capaz de os pôr a andar a pontapé?
Também em Luanda, hoje, 30 de Abril, cerca das 09.00 horas da manhã, junto à loja de vendas da Unitel, vizinha da delegação provincial do ministério da Juventude e Desportos, uma kinguila ficou sem trinta e sete mil dólares. Ela desmaiou. Os meliantes surgiram armados, dispararam alguns tiros de intimidação, com o habitual recado aos seguranças: «Não se metam, senão!»
Já não existe país, apenas uma: República do Estendal de Tendas.
Já viram a nova cidade do Zango? Nesta nova centralidade há casas/tendas à venda a preços acessíveis, de saldo, uma pechincha, uma verdadeira miséria. E não é necessário o mwangolé levantar-se às quatro da manhã. Está tudo bem organizado, não são necessárias bichas.
Esperemos que o nosso Politburo tenha o bom senso de não nos encaminhar, encomendar para uma solução à Kadafi/Assad. É que acredito, com a violência inaudita a que estamos habituados, se essa via nos for imposta, meu Deus, é que nem os sapatos se aproveitam. É que estamos, vivemos numa sociedade que em violência não se compara com os últimos conflitos a que assistimos. Que o nosso Politburo evite ao máximo esta decisão, porque é tanto o ódio acumulado nos nossos corações que ele transbordará e nada nem ninguém o segurará.
Alguém me consegue explicar porque é que em Luanda existem muitas obras paradas/abandonadas? Negociatas dos corruptos? E porque é que ninguém dá uma explicação aos munícipes? Porque a ditadura democrática ainda não acabou?
E esta, de Jesse Lufendo no Facebook, em 24 de Agosto?
É muito triste, todos os dias faço BENGUELA LOBITO, vejo como muitos angolanos trabalham em péssimas condições nas obras do CFB e, se reparar bem nota-se mesmo que não passam dos 17, 18 a 21 anos na sua maioria, já o ano passado um cidadão do Kwanza-Sul desistiu porque estava a trabalhar na mesma província e, quando deu conta já estava no Cubal doente. Os Chineses obrigam a trabalhar com e quando estava em estado grave lhe depositaram no hospital municipal do Cubal, onde veio a descobrir que é seropositivo. Triste.
Imagem: CHARGE: NEWTON SILVA - http://newtonsilva.com/









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