segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Cavaleiro Mwangolé e Lady Marli na demanda do Santo Graal (19)



Olho para aqueles momentos como se fossem os últimos, e ouço os suaves acordes viajados de um piano, como se uma tarde muito tempestuosa me perseguisse. Parece que não sabemos, ou fingimos, que tudo o que nos cerca também rejubila de tristeza, que pouco ou nada já resta dos nossos sentimentos? Meu Deus! Como estamos tão confinados! Porque na nossa juventude esperamos, e confiamos, sempre que alguém nos liberte e outra vez nos escravize? Porque não nos libertamos? Porque confiar no amor é fácil, difícil é dele nos libertarmos.
Como é salutar ouvir o murmúrio do serpentear da água de um regato, doce, triste, como o deslizar dos dedos nas teclas de um piano da Liberdade perdida, espoliada. É a sonoridade da fortaleza da Liberdade e do amor que nos movem para a ternura dos anos perdidos. Como é difícil e pesado acreditar em alguém, pois a hipocrisia é o hino e a bandeira de tanta falsidade democrática. Há monstruosidades humanas que sob o disfarce de campeões da democracia e dos direitos humanos, são a negação do amor, e da espécie humana.
Tudo consome energia, a Liberdade também, apenas aguarda pela nossa decisão, para que desperte do sono artificial. Como se existissem bancos de amor, e neles nos fosse permitido abrir uma conta bancária em nome do Amor.


Os cidadãos são o que o Governo é.

Há mais do que um desprezo total pela vida humana protagonizado por este Poder. Evidentemente que os espera o mesmo fim, o julgamento pelos crimes doentiamente cometidos, que são tantos, a começar pelo relato de Ermelinda Freitas do Lubango, no Facebook, da agonia do gás tóxico dos geradores, ela teve que fugir para não morrer intoxicada. Os dos milhares, milhões de deslocados de há uns anos atrás que vivem nos retalhos das tendas, neste momento abandonados à chuva dos Lordes. Até na mendicidade espoliados, pois os gatunos sempre em estado de prontidão combativa, assaltam-nos. E os Tchavolas, no Lubango, na rua, porque os imperialistas tsins pressionaram: ou fazem como nós queremos, ou não há empréstimos. Os tsins querem o ferro, o caminho-de-ferro reabilitado, as riquezas de Angola, às quais os Lordes cúmplices fecham os olhos quando as bagagens bem inchadas zarpam nos portos e aeroportos.
E não temos onde nos queixarmos, porque a lei é feita para proteger os Lordes das tendas. Qualquer queixa apresentada não tem fundamento, porque os Lordes, os senhores do petróleo extravasam, e ameaçam que não têm problemas porque se pode matar quem quiser. Os milhões de dólares abafam qualquer acto de projecção internacional.
E tantas outras diatribes e mortes à espera de julgamento.
Á selvajaria instalada não lhe basta facturar, também têm de matar.
Então, governar é repressão, é repudiar, é afastar o outro, como nos bons velhos tempos das SS nazis nos campos de concentração. Ainda não se deram conta, que neste momento vivemos exactamente como os judeus nos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial?

Quando é que se decidem a parar com a nossa matança?!

Vejamos o solene ultimato de Hillary Clinton transcrito do angola24horas: «Washington - A secretária de Estados dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse nesta segunda-feira que a prisão do presidente em exercício da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, envia um alerta para os ditadores de outros países de que eles não podem ignorar os resultados de eleições livres e justas. E disse que haverá consequências se eles se agarrarem ao poder. "Essa transição envia um forte sinal aos ditadores e tiranos da região e no mundo: eles não devem desconsiderar a voz do seu próprio povo nas eleições livres e justas e haverá consequências para os que se agarrem ao poder".

E o vento democrático ainda não nos libertou.

Isto ainda acontece, permanece, porque aceitamos conviver, sem o demover, no lirismo democrático. As aves voam, não porque têm asas, mas porque aprendem a voar. Aos jornalistas ofereceram-lhes umas asas com graves deficiências de fabrico que lhes obstaculizam a liberdade de voar. Já aprenderam o voo, mas há poderes que os prendem no solo.
Esta etapa jornalística revela-nos que a democracia (?) ainda é a ditadura do proletariado, nesta ilha cercada pelas mandíbulas de tubarões por todos os lados. É a democracia dos esquartejados das mandíbulas.
Em Jingola, a corrupção é de tão baixo nível, selvagem, abjecta, que até há juízes que praticam assédio sexual sobre miseráveis vítimas indefesas. E o mais grave, o mais inquietante, é a condenação à prisão de todos os que denunciam estes sobreviventes da ditadura proletária da injustiça.

A História é o conflito permanente entre senhores e os seus escravos que lutam pela sua libertação.

E o Jornal do Povo Jingola, o nosso Diário do Povo, órgão oficial do marxismo-leninismo jingola, agora com profundos laivos tsins, na lavagem das imagens das manifestações, onde há milhares e milhares de manifestantes, que estavam lá escassos quarenta manifestantes… não estava, não esteve lá ninguém. Mas uma coisa é certa, não noticiada: os Lordes novos-ricos corruptos e o comboio palaciano da gatunagem do nosso erário público, esses, não se fizeram presentes, como habitualmente.
A luta agora é entre corruptos e honestos… entre ditadores e democratas. Nesta luta não há lugar para os nossos Gbagbos. Facilmente se adivinha quem será o próximo ditador a descer do pódio das ditaduras.
Esta governança é da matança. É o governo da exterminação nacional.
Estes nossos políticos da quarentena permanente, de quase quarenta anos no poder, perdem o tempo a nos aldrabar, sempre que tudo vai melhorar. Trabalhar?! Nunca mais!
Maratonas, o pior exemplo da destruição de uma nação.
Ó vós que estrebuchais: quanta mais repressão, mais revolução.

Na capital Jingola, o normal no anormal, o lícito no ilícito da ditadura bancária. Porque tudo se compõe de ditaduras. Não existe uma, mas várias, qualquer detentor do, ou ligado aos Lordes, é um ditador potencial. Imaginem as toneladas de ditadores. Então, lá vem a mensagem corriqueira do genuíno terrorismo bancário: «Não temos sistema»
Não é por acaso que ele é ditador. E o dicionário permanece inalterável, excepto, quando na hora do encostar à parede imploram: «Rendo-me, quero discutir as condições.» Só que os tempos mudaram, estão sempre a mudar. Sem dúvida que as condições climáticas fazem disto o melhor exemplo. Mas os ditadores nunca mudam, permanecem como as ossadas abandonadas, que antes eram lutadores pela democracia, e agora férreos lutadores pela ditadura. Não há forças que se lhes oponham.
A minha preocupação consiste no seguinte: o Regime incrementa a repressão assustadoramente, estrebucha. Catapulta-nos o terror como modelo de se manter eterno, porque já não é governo, não é país, é um consórcio empresarial. E como cresce a oposição a essa família unipessoal que ameaça com os seus tentáculos mortais, há que eliminar por todos os meios a quem a ela se opuser. Aqui nasce uma questão: a oposição será obrigada a lançar-se na criação da luta clandestina, outra vez, a sério, de libertação nacional, porque a Pátria está seriamente ameaçada, danificada de alta traição. E em consonância nascerão células, milícias de autodefesa. E então renascerá a célebre ordem para matar tudo o que se mover, como na Argélia sob domínio do colonialismo francês, e não conseguiram. A última palavra cabe sempre ao povo decidir, e quando ele decide é como um maremoto. Não há forças que se lhe oponham.

O cancro económico, social e eleitoral.
Em Jingola, não é um partido que está no poder. É um cancro com metástases avançadas, que se disseminam pelos nossos vasos sanguíneos e nos destroem as células, nos matam.
Urge atacar este cancro com todas as armas médicas ao nosso alcance. É necessário que os pacientes se submetam a exames médicos, e se combatam com a farmacologia da liberdade ainda inexistente. 
Antes que este cancro nos devore fatalmente, e todos pereçamos sem remissão. Não podemos, não devemos permitir que nos exterminem. Este cancro é também muito hábil, especialista comprovado na fraude das células e cédulas eleitorais. Pelo que, os nossos organismos humanos devem permanecer de atalaia, vinte e quatro sobre vinte e quatro horas.
Todo o cuidado é pouco. Este cancro é muito perigoso porque já provou quanto baste, a destruição executada por alguns países, deixando-os exangues.
É que, é com os biliões de dólares surripiados do petróleo para usufruto pessoal, que ordenam nas nossas vidas, não para vivermos, mas para sofrermos, para morrermos.
E há mais de trinta anos que erguem paredes e logo a seguir as derrubam. Donde lhes vêm o dinheiro? Creio que não é difícil de responder. Vem dos canais secretos petrolíferos da República da Sonangol.


Nos poços da morte petrolífera
lá vai o povo Jingola votar
nos poços da morte do petróleo
e dos seus cadáveres se fabricam
os  lubrificantes, o óleo
que lubrifica as correias de transmissão
da fraude eleitoral, corrupta contabilizada
nas urnas lá estarão as milícias das barras
da catástrofe anunciada

O petróleo já não é do povo
é de um estranho Poder
que tudo faz para nos escravizar
morrer
este falsário e demoníaco poder
foi o povo que o fez erguer
do mesmo modo que também
o vai derrubar, remover, bater


E as árvores ainda estremecem na recordação da emoção dos momentos dos poemas dos nosso beijos, que as reverdecem de desejos. É por isso que as árvores também são ciumentas. Um beijo nunca é tardio, porque no amor não existe tempo. E de uma das minhas vidas me lembro sempre, a de estares sempre presente, amando.

1 comentário:

  1. Um beijo nunca é tardio, porque no amor não existe tempo. E de uma das minhas vidas me lembro sempre, a de estares sempre presente, amando. Belissimos versos e mensagem querido, repletos de verdades infelizmente, como bem disse é um "
    O cancro económico, social e eleitoral." Obrigada.Boa noite e ótima semana!

    ResponderEliminar