sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O cavaleiro Mwangolé e Lady Marli na demanda do Santo Graal (02)


Para manter a ilusão de paz e prosperidade, Isabel (I de Inglaterra, 1533-1603,) passou a confiar cada vez mais em espiões e propaganda. Wikipédia

Têm um hino, uma bandeira
e um rei há muito residente
que nos mente

Há homens que destroem lares, mas um só homem destrói uma nação na mais completa impunidade, e obriga a população, apenas por capricho pessoal, à condição de mártir, pavoneia-se e deleita-se com a sua morte. Quem assim retrocede não tem nada de humano. É um dos mais destruidores demónios, o dragão do apocalipse.
Era perfeitamente natural, material, a inscrição junto aos portões de entrada do reino Jingola: Aviso! Reservado o direito de admissão. Jingola é para uso exclusivo de estrangeiros. Fica expressamente vedado o acesso a Jingolanos. N.B. Até as praias privatizaram.
Como estão vastos os campos da morte de Jingola e arredores. Este neocolonialismo é um desmesurado campo. O Senhor que nele comanda não se cansa de lhe ordenar a matança. Vastos campos de petróleo de caudais cadavéricos. Não, isto não é um reino, é uma associação de bactérias.

Depois da entrada triunfal pelos portões de aço, na realidade Jingola é um palácio de propriedade pessoal ornamentado por inúmeros seguranças, o rei ordenou que em cada estabelecimento público ou privado se implantassem seguranças porque o povo Tchavola há quase quarenta anos que andava descontrolado, e com uma oposição incipiente é certo, mas já com uma certa unidade, materialidade democrática, já ousava manifestar-se porque um ousado Péricles, (495 - 429 a.C.) precisamente de nome Péricles Numa, fazia e prometia que a tosca embarcação do imbróglio da governação se estatelaria no chão. Afinal, o que um povo deseja é de quem bem o comande, de resto está-se marimbando. Só protesta quando lhes partem as casas, e para cúmulo ainda lhes roubem o pão. A chefia não se impõe, nasce naturalmente. Já era ponto assente que Jingola era apenas uma vulgar mercadoria de vendas a retalho. Via-se facilmente pela impune invasão de estrangeiros nas terras jingolanas, e como se não bastasse o rei Alepeme que nasceu, cresceu, viveu e ainda vive no seu eterno palácio do poder, em troca de benesses dos seus amigos estrangeiros, acaba de incrementar, reforçar, a desgraça económica mundial, acenando aos invasores que podem tomar conta do reino Jingola como se de seu se tratasse. E claro, eles há muito que ansiavam, estavam à espera do convite/ordem de Alepeme, e de repente como uma onda de refugiados, ei-los em debandada rumo a Jingola.

E o que se temia, aconteceu: há muito que se assinalava o descontentamento, ou melhor dito, o desgosto pelos políticos que conduziam os inúmeros países do mapa-mundo à hecatombe, ao descalabro económico. Tudo começou, aliás como sempre, pelos banqueiros dos bancos, que no tempo dos Templários era uma instituição que funcionava impecavelmente e honestamente, mas os corruptos quando vêem um negócio fácil, assaltam o poder e claro, protegem-se e mais os banqueiros, formam uma família, em que os políticos e eles andam sempre de mãos dadas. E até conseguiram ludibriar os povos instituindo a reinvenção da democracia. É evidente que quando os corruptos chegam ao poder tudo é para derreter. E os povos cansados de tanta corrupção e vigarice congénitas, pois que os do Poder prometem sempre que sanearão a economia com medidas paliativas que na verdade servem apenas para ganharem tempo, oh!, como o poder os faz entontecer, a miséria avassala-se sobre as populações sem soluções à vista enquanto os da mediocracia dividem entre si os tesouros acumulados. E os agora miseráveis mundiais decidiram, já não confiam, não querem nada com políticos, decidiram de uma vez por todas acabar, livrarem-se deles. Primeiro foram os banqueiros dos bancos, ninguém quer nada com eles, o dinheiro que lá entra parece não mais sair, uma roubalheira global. Depois da queda dos bancos sobreveio a queda dos políticos. Começou a perseguição, a caça ao político, numa autêntica Inquisição Popular. Os políticos escondiam-se como podiam, muitos utilizaram os estratagemas dos esconderijos de Sadam Hussein e Kadhafi, mas as turbas sempre vigilantes desencantavam-nos facilmente e linchavam-nos imediatamente. Até crianças que apontavam com um dedo para qualquer lugar era indicativo de que havia algum político disfarçado de homem honesto, e lá iam os pobres infelizes para as fogueiras da Inquisição Popular. Assim uma espécie do episódio das Bruxas de Salém. E os políticos acabaram, nunca mais se ouviu falar deles, exterminaram-nos, desapareceram da face da Terra.
Entretanto, a Rádio da Verdade Jingola, o Jornal do Povo Jingola, e a TVR – Televisão Privada do Rei, de uso costumeiro, noticiavam que as forças leais aos políticos tinham a situação sob controlo e que milhares de populares tinham sido massacrados pelas forças da ordem e de defesa da legalidade democrática.
É neste ambiente que o nosso cavaleiro Mwangolé e a sua companheira inseparável, a bela Lady Marli, fazem a sua aparição triunfal no reino Jingola, sem séquito nupcial, na demanda do Santo Graal.
(continua)

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