quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O bestial sonho colonial





Vêm para Angola em bandos
Para o reerguer colonial
Os empresários dos contrabandos
De Angola e Portugal bifacial

Deus te salve Angola
Isto está cheio de escumalha
O teu povo vive da esmola
No corre-corre da metralha

Em Angola já não há família
Nem amigos, só inimigos
Sempre em sono de vigília
Adormecem os mendigos

E quando a oposição hibernada
Do seu sono profundo despertar
Mas que coisa mais danificada
Será que nos vai comunicar?

A hipocrisia avança imparável
Nos acordos da cooperação
Oh! Esta escravidão é admirável
Vale tudo, é a neocolonização

Agora chamam-lhe de marciano
Eis que outra vez se canta o fado
Não, não, já não é angolano
Jaz nas modernas galés algemado

Empresas tugas em Angola?
Ou acampamentos de ciganos?
Fazem dos angolanos uma gaiola
Oh! Como estes tugas são insanos

A agonia, a desgraça de Portugal
Exporta-se com fúria para a colónia
Atiçando as chamas do seu fogo letal
Dos tugas sem norte presos na insónia

Os algozes ordenaram aos lusitanos
Escravizem-nos, chicote nos angolanos
Conforme a pauta dos direitos desumanos
Pilhar para a Metrópole, mais alguns anos

Angola vende-se aos corruptos
E a quem a quiser comprar
Nos hospitais vive-se de lutos
E o povo dela não vai beneficiar

As ruas têm que levar limpeza
Porque a estrangeirada desgosta
Em Portugal não há pobreza
E Angola é uma humana bosta

E dos destroços de África
Os estrangeiros ganham o pão
Da sua milenar fábrica
Onde da corrupção nasce a revolução









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