Mas Marli pensa,
vê por cima do mar das árvores que ondulam como ele, o verde encantador da
esperança. As ramagens agitam-se e mostram-nos o mar verde que também existe,
nos inunda os sentidos. Olhar para esses esplendorosos movimentos inunda-nos do
prazer da liberdade. Sim, sem as folhas verdes é-nos impossível viver. As
folhas verdes são o nosso espraiar das ondas do mar. A Natureza é o verde, o
resto é escuridão! Creio que é como a lenda dos jasmins de Shumayla Tanveer, o
jasmim de Allah.
Um dia, estava Allah no Jardim do
Paraíso quando decidiu reforçar a sua contemplação sobre a Terra e os seus
habitantes. E particularmente um local despertou-lhe a atenção, e focou
intensamente o seu olhar sobre o Paquistão. E viu Allah que na sua obra divina
apenas lhe faltava um pormenor. E aprofundou mais o seu olhar sobre figuras humanas
que caminhavam cheias de graciosidade, de constantes sorrisos que realçavam as
suas silhuetas primaveris. E Allah decidiu recompensar, embelezar, eternizar a
beleza das mulheres do Paquistão. E Allah encheu-se de ternura e de felicidade
e uma lágrima caiu-lhe de um olho, e logo a terra a recolheu e logo nela um
jasmim nasceu. E em seguida Allah ordenou aos ventos que espalhassem as
sementes do Jasmim e que em cada continente, em cada país nascessem jasmins de
acordo com o clima neles consagrado.
E assim, hoje, florescem muitos jasmins:
dos poetas, da noite, do dia, do luar, dos namorados, amarelos, azuis,
brilhantes, da Itália, das Arábias, de Veneza, do rio, etc.
E Marli sente-se possuída por todas as
correntes do Universo, que tal como um mar desagua nas profundezas do coração,
e o amolecem, o rejuvenescem. Que mais nos resta sem o sentimento do amor? A
nossa liberdade consiste em não aceitarmos os mitos que nos impõem, porque a
História Universal até agora é a mentira da verdade. Mesmo que destruam o
planeta – estás-lhes na consanguinidade – dois seres resistirão, um jovem e uma
jovem que possuídos pelo amor, outra vez a terra povoarão, e nela outra vez se repetirão.
Esta é a incessante história do pesadelo humano.
Já te vou escrever principescas
palavras. Se eu dominasse o tempo seria imensamente feliz, porque
poderia escrever eternamente e mostrar os interiores das nossas, da tua alma. A
tua beleza convida ao sonho, à meditação, à escravidão do amor. Só o amor e a
beleza são eternos, o restante é passageiro, como um viajante que acaba de
chegar e já vai abalar.
E Marli antecipa-se no tempo, pois sem a
beleza de uma mulher que será dele?
- Quando a beleza de uma mulher se
liberta, tudo o que a rodeia desperta.
E as ternas mãos da mãe aconchegam no
seu regaço a criança recém-nascida que de lábios ávidos suga no seio inchado a
seiva do amor. E a criança mexe as mãos, acaricia o seio acolhedor, pois nele
reside o amor. O contacto humano é a expressão sublime do amor. O bebé
encostado nos seios da sua mãe adormece depois de saciado. E nada mais de
divino existe!
- Eis o despertar das trevas que
alugaram o nosso coração para nele residirem, permanecerem senhorios das nossas
almas. Já a noite aperta e de nós não quer sair. Dos sorrisos vencedores já poucos
restam. As noites antes profundas estão agora muito superficiais. As águas dos
rios despertam do derradeiro suspiro do amor.
E o amor está tão árido como uma ponte
sob um rio seco, apenas com lágrimas de pó. Mas o verde dos bambus que te
rodeiam aproximam-se, querem enlaçar-te, de vegetal amor, amar-te.
Temos que construir fábricas de sonhos
para que a nossa mente fique leve e se eleve. Paire sobre os cumes das mais
altas montanhas e de lá não saia. Mas que voe e nas suas paredes inscreva:
amor, perdi-te, encontrei-te, despertei e continuo a ver os milhões de famintos
de mãos ao alto mendigando uma esmola de amor e ninguém lhes olha, apenas
vagueiam como o vento que passa.
O sonho é voar, sempre mais alto, para o
amor conquistar, abençoar. Oh! Quantos sonhos produzidos pairam nas velas nos
navios desfraldadas, de proas livres, rasgando o mar, ao encontro do amar.
Viver o incondicional é desamarrar, o
amor libertar É o ficar no sensibilizar. Quantos escravos do amor anseiam dele
se libertar, porque as suas amadas há muito se encontram na vaga das brumas do
enclausurar, no castelo medieval a aguardar, antes que o vampiro as vá sugar.
Ah! quem nos liberta deste amor vampiresco?
Sentada no altar do destino,
prosperamente ajoelhada, contemplando o esplendor, relvada, num salmo
ajoelhada.
E Deus enviou-nos um presente que caiu
nos nossos corações, uma deusa para que despertemos do torpor, e a adoremos,
pois ela reencarnou o amor. Só a beleza é terna, eterna.
Ó árvore preparada para seres derrubada,
no martírio esperada, desesperada, da Terra deserdada. Até o sol das tuas
pétalas rejuvenescedor te espoliam. Mas eis que um amor inesperado te abraça,
te salva da desgraça, da mata humana o aniquilar, do desmatar.
Próximo escuto o dedilhar do delicioso
alaúde, tal como a tua voz que penetra profundo nos corações e os incendeia, as
almas desperta, presenteia. E de repente uma suave brisa surge, depois é forte.
Porque me inauguraste uma floresta de esperança, na tua voz verde de bonança. E
resta-me sempre deste deleite a lembrança, da tua perseverança.
Na Terra também tem Olimpo, uma deusa
desceu nela, e a melodiou, de jasmins adornou, um celestial jardim plantou. E
as crianças no jardim dançam sem fim. E as memórias nunca mais se apagaram,
para sempre ficaram, cantaram sem igual no teu Olimpo, Taj Mahal.
Da imensidão do mar nasce o longínquo
olhar. Que parece azular ao contemplar. Gaivotas a voar sulcam o céu do mar,
para te cativar. Parece que tens o olhar perdido, ferido, na Natureza, de tudo
o que te é querido. O mar atrai-nos, magnetiza-nos, viemos do mar e a ele vamos
voltar, apaixonados, presos no teu jasmináceo olhar.
A verdade no teu rosto ilumina a vida,
acarinha. Um sonho acaba outro começa nas pedras deixadas das civilizações
extintas, abandonadas. E quando o amor se apagar outro encontrar, trocar. O
amor não está definido, como a Atlântida, perdido.
O pisar, o acariciar da areia da praia
do mar acciona a nossa memória adormecida, por milénios, por séculos hibernada,
e de repente ao fundo começa a avistar-se Ulisses, os argonautas, o seu cão e
Penélope agachada, na areia aconchegada, à espera que Ulisses abrace a sua
amada, extasiada, exaltada.
Oh meu Deus! Quase que desmaiei perante
tão avultada beleza que idealizei. Eis o formoso Big-Bang que originou o universo.
Tão cativante, tão refrescante, tão emocionante. Finalmente, já sei: a tua
beleza criou, originou o Universo, e nele feliz ando à deriva. Abre-me ao menos
a porta de um universo paralelo, para nele entrar e muito me demorar.
E no meu Pégaso voar
para te abraçar
sob as ondas do teu mar
e te segredar que o meu desejo
é me enamorar
Os sonhos voam à velocidade da luz do
amor, mas quando se realizam tudo é beleza, esplendor.
Canto uma trova ao amor que passa,
perdi-lhe o rasto, onde anda ele, que se arrasta na desgraça.
Os sonhos são o nosso melhor amigo, sem
eles é impossível realizar o amar. No altar da Natureza inspiras, fazes vibrar
a força, o viver que respiras.
A escrever o sonho de uma noite
tropical, de negro vestida, imparcial. Próximo, algumas folhas caídas tentam
recuperar o verde original, suspirando para a deusa mística no caderno
ondulado, emocionado, no cabelo ondulado.
Para o cume do banquete do amor só há um
caminho. Muitos aventureiros tentam até hoje descobri-lo, mas perdem-se nos
seus labirintos. Que seria do amor sem labirintos? E tudo começa e acaba no
amor, como numa batalha em que ele sai sempre vencedor.
Escuto o som das folhas verdes caídas no
mar que te aconchega. E imagino-me com um alaúde, dedilho-o e canto o suave
arrastar das folhas como um pequeno barco cheio de beija-flores: estás
prisioneira do castelo sem amor. Lá está o castelão vilão, mas que assombração,
prepara-se para te enjaular numa gélida e húmida masmorra. O meu amor desperta
do imenso torpor e renasce-lhe o ardor. Irrompo pela ponte levadiça, o meu
cavalo parece alado, a minha espada já se está a desembainhar, cavalgo - mais
pareço voar - pelas escadas e o vilão não tem coragem de me enfrentar, e chego,
liberto-te das fortes correntes da infâmia apenas com uma espadeirada.
Abraço-te, abraçamo-nos e de olhos nos olhos penetramos nos nossos universos,
como um oceano de jasmins, e confessamos na capela do nosso amor: «Oh! minha
amada amargurada, estás libertada, do cativeiro desamarrada.» «Oh! Meu amado de
coragem incontida, no meu interior agradecida, de corpo e alma desmedida,
toma-me definida, a ti me entrego, nítida.»
O senhor dos sonhos está sempre presente
num coração ausente. O meu alaúde está no coração, da coloração da minha amada,
sempre dedilhada. o meu deleite é olhar, amar. Juro e jurarei que dessa prisão
de jasmins jamais te libertarei.
Os jasmins aguardam a tua essência, a
tua presença, já eram assim à nascença.
O teu encanto magnetiza a paisagem,
oferece-lhe uma verde mensagem. Esse teu caminhar no remoinhar do equilíbrio
vegetal, desperta a natureza e ela já não sentirá como antes porque te
guardará, a tua imagem segredará, cantará.
Esse paradisíaco sentimento que nos
liberta do sofrimento, vive em ti sem lamento. Onde te moves acertas o que está
errado e há risos de crianças em todo o lado, porque elas depositam em ti as
suas esperanças. Para quê procurar o paraíso se ele está sempre presente dentro
de nós. Tanto tempo perdido, vivido na desilusão, em vão. Para quê lutar contra
o amor se é uma batalha perdida? E todos os caminhos conduzem ao seu santuário.
Sim amor é o Deus que procuramos, mas apenas fugazmente o encontramos. E quando
convencidos de que o conquistamos, já ele está noutro local, pois o amor é um
instante, itinerante.
A chuva cai para acariciar o corpo
sedento de amar. E ao cair o amor faz fluir. Ao fundo, a vegetação observa o
silêncio da tua meditação, e os montes em elevação. A chuva desperta no amor a
descoberta.
A pureza da inspiração da beleza é como
o desabrochar dos campos do Paquistão inundados de jasmins. Um doce sorriso que
transforma o agradável olhar de uma deusa paquistanesa. Que viva para sempre
essa heroína beleza. Sem a beleza de uma mulher nós seriamos apenas pobres
mortais. E existimos porque a sua beleza abre os caminhos do amor. E é por isso
que a beleza de uma mulher está acima, vive para além do Universo do amor.
Os anos de um aniversário demoram apenas
um ano. Vêm à superfície ano após ano, na sequência delirante do olhar para o
espelho e ele parecer velho, quando na verdade somos nós que não acreditamos,
não aceitamos essa imagem de bruxa enfeitiçada.
Mas o exímio escritor que nos presenteia
com a sua obra imortal será lembrado, festejado todos os dias, para sempre. E
aí já não existirão anos, mas momentos – de todos os momentos - de reflexão de
alguém que está sempre presente no nosso pensamento.
Tudo é passageiro, mas a beleza é
eterna. Como velas acesas numa noite tempestuosa, que como um farol nos
orienta, nos ilumina os segredos da beleza. E as ondas do mar batem fortemente
na base do farol, enquanto o seu raio de luz se entende no horizonte marítimo
do amor, e desvenda o seu esplendor. Há quem lhes chame tempestades de amor.
Que seria do amor sem o calor da chuva que nos abraça, terna, eterna.
E nunca o encontrarás porque o destino
de um amor é o destino de todos os amores.
O navio superlotado de jasmins percorre,
desliza pelo sabor das cristas ondeadas do mar do dissabor do amor. A proa não
avança, parece fixa, sem movimento, mas a espuma e algumas folhas ainda verdes que
se deitam na romaria da maresia, seguem, perseguem no rumo da estátua lá ao
fundo da ilha perdida, que continua assim interminavelmente ferida a aguardar
que o amor lhe solte os laços e as rendas, lhe descubra a lingerie. Que outra
Excalibur a penetre e dela renasça a pura, a deusa Guinevere. Então já não será
uma ilha qualquer, será um jasmim malmequer.
Uma trança das tuas tranças caía, fluía
como uma liana da milenar árvore que os seus famosos troncos estendia – a
liberdade de voar de liana em liana - oferecia ao viajante que com a sua sombra
o rejuvenescia. E o sol já no seu intenso premeditado percorrer, primeiro com
raios de prata, depois abriu-se de denso raiar alaranjado. E lá estavas de
rosto incandescente, de olhar perscrutavas quase ausente, as margens da
discórdia já no fim da tarde do sol que dardejava triunfante o último luzido
dos tons dourados, a despedida dos amores desperdiçados, nas alcovas
ultrajados. Oh! Como são tão intensos, efémeros e aprazíveis os refúgios do
amor.
O mar escuda a silhueta da fortaleza do
teu adorado perfil, que iluminado pelo abençoado desejo dos ensaios das ondas
triangulares, azuis transparentes que emolduram a pintura do lago do teu
fecundo olhar. Um quadro impressionista de sol pintado, de mar dourado e de cabelo
azulado, encaracolado, na paisagem de Penélope fundeado.
É como um curso de anatomia das
borboletas. Elas não voam, apenas agitam as frágeis asas, tal e qual como se
agita o amor. Borboletas são sonhos de crianças que agitam os delicados braços
e voam. O voo das borboletas é o sonho da criança feito realidade. Sem
borboletas as crianças não existiriam, porque elas são o invento mais cândido
que o universo infantil já realizou. Sonhar, é o voo da borboleta que a criança
quer apanhar, abraçar. Voar, é o sonho de uma criança a se realizar. As
borboletas não voam, sonham.
Borboleta, voa, voa, passeia de flor em
flor e extrai-lhe o perfume do amor. As borboletas quando poisam nas flores
deixam-lhes uma mensagem: poisamos, acariciamos as vossas finas texturas com as
nossas mais íntimas ternuras. Viajar de flor em flor é expandir o amor.
Uma gargalhada é a expressão sublime da
liberdade do ser humano. E quando uma beleza a proclama, é o avivar da Natureza
que a chama.
Não é o amor que foge de nós - pelo
contrário - nós é que fugimos dele. Mas há sempre um new look à sua espera.
Primeiro adormecido, depois desperto. Oh! como são insondáveis os mistérios do
amor e da beleza de uma mulher.
Como uma deusa sentada na fragilidade do
paraíso. Como num farol a vigiar a insegurança do mar da vida. Só a maravilhosa
beleza de uma mulher segura, ilumina, guia as intempéries da vida. Oh! como
desejaria ser naufrago e dar à aconchegante praia desse farol repleto de
beleza.
Viver sozinha, creio que é a extrema
felicidade que o ser humano pode alcançar. Afinal, mesmo com companhia
sentimo-nos imensamente sós.
Um olhar profundo desvenda o mundo. E um
sorriso espraia-se no verde da vegetação. E o sonho move-se numa mão.
A estátua do amor contempla-nos do
templo sereno. Tempestades assolam-na continuamente, mas ela mantém-se
estática, majestosa, segura, firme, na fortaleza do amor. E a água bate,
agita-se fortemente nos escolhos, e depois como que por milagre, acaricia-a e
tudo fica manso, recolhido como numa oração. Amar é seduzir a estátua do amor.
Os desejos incontidos ferem o nosso
coração, deixam marcas de ocasião. O amor tem várias portas sempre abertas, e
nele fácil é penetrar. Todos os caminhos conduzem ao amor de uma mulher, mas as
portas não estão abertas para quem quer. Sem amor o Universo mover-se-ia?
A sedução é a arte da magnetização. E
deixar-se levar nessa correnteza é o mais sublime da Natureza. Parafraseando
Lavoisier, (1743-1794): No amor nada se perde, tudo se origina, tudo se
conquista, tudo se rejuvenesce.
É com a leveza da beatitude que o meu
pensamento voa e encontra a minha amada amiga Carmen dos Santos, e nela
deposita o mais querido e desejado sentimento da verdade, essa pureza
esquecida, abandonada, mas sempre nos nossos corações recordada.
E tudo reside no amor
da mulher a essência
sem este alvor
está ameaçada a nossa existência.
Numa das minhas deambulações pelo
desconhecido, neste caso numa densa floresta, deparei-me com uma extraordinária
clareira. Nela, como que por magia surgiu uma casa de madeira que parecia uma
ilha no mar nascida do nada. Acerquei-me e ouvi com estupefacção um rumor muito
estranho, como nunca escutado. De repente a casa começou a tremer por todo o
lado, pensei que se desfaria, mas não, apesar de muito velha os alicerces
estavam potentes, em bom estado de conservação. E uma voz profunda, como que
saída das entranhas da terra gritou: «LIBERTA-ME!» E quase a tremer consegui
responder: «Libertar-te como?» E a voz agora quase sem forças, desanimada,
suplica-me: «Diz a palavra mais utilizada pelos seres humanos!» Meditei durante
algumas horas e nada. Caramba! Mas qual é a palavra mais utilizada pelos seres
humanos? Petróleo? Ouro? Matar? Guerra? Roubar? Corrupção? E a casa parecia ler
os meus pensamentos porque à medida que pensava numa palavra ela reduzia-se,
desaparecia. A casa diminuía de tal modo que pouco lhe faltava para chegar a um
grão de areia. E de repente uma palavra saiu-me instintivamente da boca. E
gritei-a possante como ela merece: AMOR!!! E a casa num ápice voltou ao normal,
toda a estrutura se abriu de par em par. E uma transformação repentina, divina
aconteceu: Viam-se vários animais que conviviam, creio que se namoravam. A
Clareira desapareceu. Ouviu-se o assobiar do vento, nuvens de chuva
anunciavam-se. A chuva desabou com força e o seu hino a floresta cantou. Depois
de libertado, o milagre do poder do amor surgiu com todo o seu esplendor.
Aprisionar o amor é algemar-mos o coração. É crime de lesa Natureza.
Tudo se move e nós não o sentimos,
porque fingimos que existimos? Anestesiados pela fábrica do amor, inventados,
caminhamos sem sentido, às toneladas para o consultório médico universal, e
depois de uma rápida consulta, pois o médico tem muitos, muitos pacientes -
esta humanidade, civilização, só tem pacientes, doentes resignados a viver à
espera da morte. E lá vem a receita médica: Quem mais sofre com tudo isto é o
meu coração.
Tu não és uma mulher, és um monumento à
mulher.
Vi-te a correr para as ondas do mar e
nelas voar. Depois foste para o abismo num mergulho sem regresso - assim o
querias, pensei - corri como um louco perseguindo-te, mas já era demasiado
tarde. Consegui ver-te no fundo. Estavas tão feliz, perguntei-te: Carmen, vem
para a superfície!» Não, aqui neste mundo tão profundo sinto-me tão feliz que
não quero mais regressar a essa superfície.» Carmen, não te vás!!! E nunca mais
te vi. É por isso que a partir desse momento o mar iniciou um cântico, uma nova
religião que prega o amor marítimo.
Um sorriso de mulher é a coisa mais
tentadora da Criação.
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