quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O petróleo alguns enriquece e por isso o povo desaparece




Proíbe-se a actividade da advocacia
A quem não presta vassalagem
Se não concordar com a aristocracia
Não beneficiará da gatunagem

Legalizam-se falsos vistos de trabalho
E falsos vistos de nacionalidade
Este Estado está muito bandalho
Este Estado tem visto de caducidade

Este Estado está em decomposição
Errante pelas chamas consumido
Nas labaredas do Estado corrupção
Há muitos anos no Além desaparecido

Os desalojamentos forçados
Altamente, brutalmente policiados
Erguem-se condomínios fechados
E os donos da terra ruados

Petróleo é vida
Água e luz não
Nesta Angola destruída
Não politiques, senão…

E por cima da nossa sepultura
A Empresa Angola factura
Com muita, muita fartura
Com os escravos desta ditadura

Próximo ouvem-se estrondos
Festejos de fogo-de-artifício
Da riqueza dos hediondos
Lhes aguarda o precipício

Esta democracia é só para estrangeiros
Um barril de petróleo é muito valioso
Afinal um país faz-se com biscateiros
E de tudo o que é corrupto e contagioso

Isto não é Angola é um condomínio!
Não! Jamais será para o povo servir
Tudo o que é Angola é nosso domínio
E o povo - o povo? - é para destruir

Outra vez o caos dos apagões
Na negociata dos geradores
Luanda é ancoradouro de ladrões
E a felicidade dos usurpadores

A luz e a água da caótica nova vida
Da marcha da miséria acelerada
Há quase meio século se invalida
E o único diálogo é a cacetada




















Sem comentários:

Enviar um comentário