Proíbe-se
a actividade da advocacia
A
quem não presta vassalagem
Se
não concordar com a aristocracia
Não
beneficiará da gatunagem
Legalizam-se
falsos vistos de trabalho
E
falsos vistos de nacionalidade
Este
Estado está muito bandalho
Este
Estado tem visto de caducidade
Este
Estado está em decomposição
Errante
pelas chamas consumido
Nas
labaredas do Estado corrupção
Há
muitos anos no Além desaparecido
Os
desalojamentos forçados
Altamente,
brutalmente policiados
Erguem-se
condomínios fechados
E
os donos da terra ruados
Petróleo
é vida
Água
e luz não
Nesta
Angola destruída
Não
politiques, senão…
E
por cima da nossa sepultura
A
Empresa Angola factura
Com
muita, muita fartura
Com
os escravos desta ditadura
Próximo
ouvem-se estrondos
Festejos
de fogo-de-artifício
Da
riqueza dos hediondos
Lhes
aguarda o precipício
Esta
democracia é só para estrangeiros
Um
barril de petróleo é muito valioso
Afinal
um país faz-se com biscateiros
E
de tudo o que é corrupto e contagioso
Isto
não é Angola é um condomínio!
Não!
Jamais será para o povo servir
Tudo
o que é Angola é nosso domínio
E
o povo - o povo? - é para destruir
Outra
vez o caos dos apagões
Na
negociata dos geradores
Luanda
é ancoradouro de ladrões
E
a felicidade dos usurpadores
A
luz e a água da caótica nova vida
Da
marcha da miséria acelerada
Há
quase meio século se invalida
E
o único diálogo é a cacetada
Sem comentários:
Enviar um comentário