terça-feira, 14 de março de 2017

OPOSIÇÃO, A GRANDE FARSA




República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 2 A.A.A. Após o Apocalipse dos Angolanos.

De um cidadão devidamente identificado: “Como em Agosto o Mpla vai perder as eleições, vai sair do poder, depois vai governar o inferno, que é o devido lugar que lhe compete. Vá, votem mais na miséria e na fome.”
Parecia que não, as falsas promessas, mas a energia elétrica voltou, regressou mais uma vez do e para o caos.
Está tudo falido. Receio que na altura das eleições angola esteja de rastos.
“O Mpla diz que tem milhões de militantes, a Unita tem biliões.” Deputado, Catchiungo, da Unita.
Para a retaguarda é o caminho. Receberam mandato para governar o inferno, e por engano vieram parar, apagar Angola. Deus enganou-se porque considerou Angola como o inferno, o que na realidade é, e ficou assim. E ainda dizem que a falta de energia elétrica se deve ao calor. Qual calor qual quê! É mas é aos cérebros deles que há muito tempo estão congelados. Votem! Votem no partido da energia elétrica.
A culpa não é da oposição, é dos opositores que fazem discursos cheios de flores.
Quando a oposição é fraca, os tubarões fazem festim.
Da Unita: se votarem na Unita o vosso sofrimento acabará, e a felicidade virá. O vencimento mínimo nacional será o equivalente em kwanzas de quinhentos dólares.
“Porquê aqueles de nós que mais querem viver, morrem. E os que merecem morrer, continuam vivendo?” (Do filme, The Expendables 2, 2012, título em português, Os Mercenários 2)
Ano de 1520 em Tyrol, Áustria, época de Martinho Lutero. Seus 95 seguidores circulavam entre o povo de toda a província. Infelizmente, poucos sabiam ler na época. A educação era um privilégio da elite. Após a invenção da imprensa, a sede de conhecimento começou a abarcar uma porção maior da população. E a Igreja católica reprimiu rapidamente este movimento. A tarefa dos carrascos era executar as decisões da justiça. Eles eram chamados “Intocáveis”, e deviam viver além dos muros da cidade. Na época, como agora, uma aliança fundamentalista entre políticos e religiosos abriu espaço para uma época de trevas. (In filme The Headsman, O Carrasco, 2005)
Depois de uma breve troca de impressões com um vizinho, o qual só o conhecia de bom-dia, boa-tarde, boa-noite, e depois de nos despedirmos, outro vizinho que ouviu a conversa segreda-me: “Cuidado que esse é do Mpla!”
Ah! Ah! Ah! Creio que se houvesse um concurso de anedotas, esta seria a melhor do ano: Manuel Fernandes, da Casa-Ce, disse que pensa fazer manifestações contra a partidarização da Tpa, da Rna e do Jornal de Angola. Grande piada, já ganhou o concurso. Ah! Ah! Ah!
Não se faz manifestação contra a corrupção, a miséria, a fome, agredir selvaticamente mulheres indefesas com filhos nas costas, onde muitas vezes não escapam da morte, e ninguém, ou quase, se importando com isso. Desemprego, partir casas para abocanhar terras com violência e mortes, espoliar terrenos que é uma constante diária como se outra colonização estivesse em curso.
Fica bonito falar na rádio, dizer sempre o mesmo frasear até ficar impossível, até chegar ao ponto de lhes fugir porque na oposição dos farsantes estes ficam insuportáveis. Sim, porque são políticos de feiras de vaidades, daqueles que ostentam, que se apresentam como puros intransigentes, acérrimos defensores do povo abandonado, e também da justiça, da liberdade, da democracia. Mas que depois na ribalta mostram o que são, hipócritas. Fazem com que se perca a confiança obrigando ao distanciamento porque não servem para confiar. Da minha parte não apoio mais hitleres. Angola sai de um abismo e vai-se afogar noutro que não se sabe quando dele sairá. Creio que não é a oposição que é farsante, os opositores é que o são. E o número dos descontentes com a oposição de fingir aumenta porque os opositores já não dão para escutar, pois se sabe que são falsos, defensores do povo não são, apenas se preocupam com interesses pessoais, pois ser político é uma coisa bonita, uma vaidade pessoal. Ainda não estão preparados para serem políticos, talvez na próxima reencarnação o consigam, mas isso é duvidoso. Basta de tanta falsidade! Basta de bifaciais, de irresponsáveis! Basta de tanta vigarice, de confundir democracia com diabolismo. Ó forças do mal apartai-vos, não esmaguem Angola, não a entreguem aos abutres. Bem lá no fundo comem todos na mesma panela da ignomínia. Dizer que o governo é corrupto, que é incompetente, que é criminoso, etc., e disso não passar, se manifestar, estão-nos a enganar, a fazer o tempo passar, a miséria e a fome a nos matar e nem um dedo levantar para nos safar. Vão mas é passear, jacarés pastar! O partido da miséria e da fome ganha sempre as eleições.
Entretanto, como enxames de moscas, os assaltos sucedem-se a ritmo vertiginoso, como moscas que não nos deixam um segundo em paz. Desta desestabilização social, deste conflito, desta guerra, os políticos de meia-tigela pouco ou nada falam.
Há a sensação de que a Casa está como se não tivesse direção, parece uma voz dissonante. A voz não se faz ouvir, parece amputada.
Quem é que disse que não há povos atrasados e considerados inferiores? Então, quem passa fome as cabeças não funcionam. Quem vive na Idade da Pedra cataloga-se como então? Quem se educou no analfabetismo é o quê então? O alcoolismo, o fanatismo e a feitiçaria são o guião desta população que é formada, pode-se dizer, por duas classes, uma alcoólica e outra seguidora do fanatismo. E quem vive sob a tutela do fanatismo religioso está desgraçado porque apesar de ter olhos não vê, apesar de ter ouvidos não ouve.
Se Angola tivesse contabilidade organizada, decerto não estaria como está. Bom, de certo modo os corruptos são como os vampiros, chupam-nos tudo, e quanto mais desorganização melhor.
Pode-se dizer que a partir das vinte, vinte e uma, vinte e duas horas, Luanda é uma cidade fantasma.
No mês de Fevereiro de 2017, aqui na buala, ficámos dezassete horas sem energia elétrica.
Trânsito entre Luanda e Caxito e vice-versa ficou interrompido devido à visita que o vice-presidente, Manuel Vicente, fez ao Caxito. Denúncia de um enfermeiro: podem vir fazer uma reportagem no Hospital Américo Boa Vida, não há material para curativos e não há medicamentos. (Rádio Ecclesia, Revista da Manhã, 03/03/17)
A última moda em Luanda: “ se não reclamares não te vamos atender.”
Aqueles chineses que fazem os trabalhos descartáveis e que depois lhes chamam aldrabões, não são eles os culpados, não são eles os aldrabões, mas sim quem os contrata. Estes sim são os grandes aldrabões. Mas, por exemplo, sabendo eu que um canalizador é charlatão, vou contratá-lo? Claro que não!
Depois da destruição das famílias, olha-se para a má recordação das fotografias e delas a sorrirem ternamente abraçados, apaixonados. Isto é que é diabólica hipocrisia.
Novas tecnologias dos assaltantes mostram homens-aranhas filmados algures em Luanda a escalarem um prédio para o assaltarem.
“O colono não saiu de Angola. O colono ainda continua em Angola. O colono de Angola agora chama-se Mpla.” “Um país sem cultura é um país sem alma.” (Sdiangane Mbimbi, na Rádio Despertar, Angola e o Mundo em Sete Dias. 05/03/17)

E a quem interessar se informa que aqui todos os tipos de crimes são permitidos.

sexta-feira, 10 de março de 2017

ENGOLIR SAPOS, COBRAS E LAGARTOS



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 2 A.A.A. Após o Apocalipse dos Angolanos.

O exílio da oposição é o marasmo, como se fosse trapaça política, engolir mais sapos porque se passou para o plano B, engolir cobras e lagartos.
Não votem na morte!
Um mais velho que há muitos anos não via, só de vez em quando lhe acenava ao longe, encontrámo-nos na rua, parámos, abraçámo-nos e sai conversa interminável. A dado momento confidenciou-me que se as coisas continuarem assim, piorarem, com o M a castigar com miséria e fome os seus que lhe apoiaram e apoiam, (?) desta vez a guerra não será como antes contra a Fnla e a Unita, a guerra será Mpla contra Mpla.
A Fnla e o BD vão para a extinção? Ou não?
No Francisco do chourição, os polícias lhe apanharam outra vez ali no poiso do empreendedorismo dele. Carregaram com ele e com os seus chourições e mortadelas, convidaram-no (?) a subir para a viatura policial, andaram e um pouco mais à frente pararam, exigiram-lhe três mil kwanzas, o desgraçado só tinha mil, conseguiu que lhe emprestassem os outros dois num amigo também vendedor de rua, e safou-se, isto é, danou-se mais uma vez como se estivesse num país desconhecido.
Sonhei com um albergue de crianças onde a todas lhes faltava um braço. Como olhava fixamente para uma delas, a criança explicou-me com gestos que ficou sem o braço devido a brincadeiras violentas de torcer os braços até partir. E que isso aconteceu também às outras crianças.
A grande descoberta de um muangolé: mulher angolana não dá nada, é só para satisfazer apetites sexuais.
Para o partido no poder perder apoiantes é irrelevante, mas para a oposição perdê-los fica como erros irreparáveis.
Não vou conseguir pescar porque só consegui a cana de pesca, anzóis não há, é um sonho, pelo que tudo o que o governo e oposição prometem, é mais um fracasso, um corpo sem cabeça.
Esse Deus que deixa morrer milhões de crianças, pois são inocentes, “deixai vir a mim as crianças”, ceifadas pela fome e de outros crimes, esse Deus é um demónio.
Uma das coisas mais anedóticas que vi na minha vida, foi e é, políticos invocarem o nome de Deus. É arrepiante porque não lhes sai do coração, sai-lhes da boca como o veneno das serpentes.
Esta cidade está infestada de criminosos impunes, como é o caso do fumo do gerador mesmo a chegar ao largo do Zé Pirão para quem vem da baixa. Está num terraço de um primeiro andar, mas aquilo é um recorde de fumo, outra das maravilhas de Angola.
Miséria moral e social, por e dispor da vida como se fosse um jogo da morte. Diretora da cadeia feminina de Viana ordenou a uma reclusa que abortasse de uma gravidez de dois meses. (In programa IN, Rádio Despertar, 24/02/17.
Abandonando o espírito de solidariedade e prevalecendo a hipocrisia, com isto não é possível oposição. Fica um bando de cantores de vozes distorcidas, como cordas de violas desafinadas. Um jogo de futebol sem árbitro, uma grande pândega. 
Isto não está difícil, os corruptos é que fizeram isto difícil, e no fim ficará impossível. Fome e mais fome, mas para eles sempre fácil porque o que resta do dinheiro está em poder deles.
Que mãe é esta que gasta o dinheiro na cerveja com a amiga, e manda os seus filhos ainda crianças para a escola com pão e água. Mãe não é certamente, é mais uma demente.
E todos os literatos do petróleo serão esquecidos.
E o que se tornou anormal… é normal.
Basta ficar um bocado a observar quem passa na rua, e é com cada cena de miséria de partir o coração. É o anunciar da solução final da grande fome que se avizinha.
Onde eu me vim meter… nas garras do demónio.
Para aqueles e aquelas que merecem o inferno, não se preocupem que ele depressa chegará, e o abraço da morte lhes dará.
O fim à vista? Parece que sim, senão vejamos: armazéns que faturam sessenta milhões de kwanzas, depositam-nos no banco, como não há divisas vão ao banco levantá-los para comprarem mercadorias locais e safarem o negócio, mas o banco apenas lhes deixa levantar dois milhões de kwanzas. Uma embaixada está em vias de enviar as divisas dos seus trabalhadores para a Namíbia, porque os bancos não estão confiáveis. Segundo a Rádio Despertar, em Cabinda os trabalhadores vão ficar sem os salários do mês de Março para apoio da campanha eleitoral do M.
Na Rádio Ecclesia, as doenças no hospital dos Cajueiros: em primeiro lugar está a malária. Em segundo, as doenças respiratórias e em terceiro lugar os traumatismos devido a acidentes de viação e agressões físicas. 
Mas, o que fazer de um país devastado por alcoólicos e alcoólicas? Nada! Absolutamente nada?!
Creio, ou receio estar fortemente convicto, que os bajuladores aniquilaram Angola e os angolanos.
Manos e manas! Isto não tem nada para pensar, porque sem divisas não há importações. Sem importações não há kwanzas. E sem kwanzas é o colapso, e no colapso é a fome. Não há organização, só existe depauperação. A economia está no exilio. Angola está no exilio, tudo e todos no exilio. A orquestra da gestão desafinada no seu percurso itinerante dá o concerto de finados. Pode-se afirmar sem receio de errar, parafraseando Winston Churchill (1874-1965) que “nunca tão poucos idiotas governaram milhões de idiotas.” Eis a lição que falta nos anais da boa gestão: gerir um país é torturar a sua população.
Manos e manas, o colapso económico saúda-vos!
Miséria e fome é a palavra de ordem.
Na VOA, sobre a sobreposição de poderes de Bornito de Sousa, ministro da Administração Interna: “Parece que vamos ter cinquenta minutos difíceis de comunicação com Angola, estamos com dificuldades em ligar.” (João Santa Rita no Angola Fala Só.) Um ouvinte: “Um cão não pode levar dois ossos porque um cai.”
Entretanto, na manifestação de sexta-feira 24/02/17, dos jovens que exigiam a demissão de Bornito de Sousa, no largo Primeiro de Maio em Luanda, alguns foram mordidos por cães. Viram-se muito aflitos na procura de vacinas contra a raiva, porque estão difíceis de encontrar.
Amantes da paz e da liberdade? Não! Amantes da miséria e da fome, sim!
A economia está nos cuidados intensivos, de prognóstico médico muito reservado. Gravemente doente, sem melhoras, não se vai salvar.
Abandonados neste mar impiedoso, num barco desgovernado atraído para as rochas pontiagudas da margem adversa, o barco se desfará nas rochas e os náufragos não resistirão, totalmente indefesos sucumbirão. É esta a sorte que espera os povos que confiaram os seus destinos a uma governação que se dizia de libertação. Angola é um mar de escolhos, que rapidamente se transforma num areal de parentesco dantesco. Quem nos libertou ainda não o fez, a nossa esperança desfez.
Já a fome se exacerba, mas isso pouco ou nenhuma importância tem, porque verdade seja dita, isso não interessa a ninguém.