domingo, 31 de março de 2013

O EMPRESÁRIO LUSO-ANGOLANO (01)





Introdução

É jurisprudência exclusivamente angolana: Os seres humanos reproduzem-se para roubarem. Roubam-se, especulam-se. O que roubar e mais corromper, esse é o chefe, o eleito, o exemplo a seguir. Aqui está a melhor receita e a melhor lição, de como nascem as células terroristas serviçais do neoliberalismo.
A Igreja, campeã mundial da extorsão religiosa vive a agonia dos momentos finais da exaustão. Até cónegos se corrompem, e num rodopio arrastam as pobres ovelhas para a aliança da ditadura, ou ditaduras finais: de rastos imploram à meia dúzia dos senhores dos campos petrolíferos que lhes cedam apenas um poço de petróleo, e com isso venderem… revenderem, porque há muito já estão vendidos. Dantes, as egrégias receitas abundavam mas agora escasseiam cada vez mais, porque as ditaduras tremem, borram-se, entregam-se na decadência, no aluírem-se como um colossal vendaval que tudo leva à sua passagem, mas que depois nada resta de mais ditatorial.
Angola é o paraíso mundial mais elementar para qualquer estrangeiro se encher de dinheiro num ápice. E conseguem-no facilmente porque a estrutura governamental funciona com a corrupção da comissão. Quer dizer, o aventureiro chega, paga a sua parte da corrupção, tem o caminho aberto para qualquer negócio. E a negociata principal é escravizar a população com o apoio velado ou não da governação.
Isto é fácil de verificar, porque estrangeiros que aqui tem empresas (?) facturam à vontade, e até com uma mais-valia de… não pagarem salários. E quando o sem futuro reclama ou se manifesta, o que é absolutamente reprimido, apesar de uma constituição jurar que se pode manifestar, o patrão estrangeiro queixa-se na polícia e de imediato vem o apoio com o lançamento de obuses, e a morte dos escravos.
E por isso mesmo, a miséria fica insustentável, mortal. E o poder sempre a ameaçar que quem se manifestar, vai apanhar. O povo não tem outra alternativa: quanta mais repressão mais revolução.
Angola não é dos angolanos, é dos agora campos lavrados do etanol, também da Sonangol.
A Sonangol comprou Angola e os angolanos, e vende os empregos aos estrangeiros. E por isso mesmo deve alterar a sua designação para: República do petróleo da Sonangol.
Isto não é viver, é no petróleo perecer, ainda como numa república de sovietes.
E depois de mais de trinta anos no poder, por mais que o mesmo grupo eleitoral que ganha sempre as eleições com maioria absoluta, faça promessas que nunca cumpre, também para quê, se ninguém acredita neles, e todos sonham no dia em que a paz finalmente chegue e que as aventuras das lutas de libertação não mais se repetirão.
É a ditadura do mais trintão poder, eis que mais três ditaduras se acomodam para também nos infernizarem: um cónego, o deus dele, e a Igreja só dele.
Até onde chegámos: estamos de tal modo tão protegidos, que até o simples acto de pensar que podemos adoecer, nos faz doentes. Porque a protecção que temos é a miséria, e ela não nos dispensa cuidados médicos.
Vivemos à mercê do qualquer um é empresário. Esta é a narração de um deles.

CAPÍTULO I
A AVENTURA

Exceptuando os sortudos das lotarias e doutras ludologias:
Por detrás de todas as grandes fortunas, está sempre um crime. Balzac 1799-1850.

«De repente, gigantes da finança americana sucumbiram ou estão à venda na bacia das almas, caracterizando risco concreto de um efeito dominó em que a queda de uma instituição vai arrastando outras, algo até pouco tempo impensável para a maioria da população mundial. Na origem de tudo, uma euforia no mercado imobiliário americano, com a concessão dos chamados créditos ninja – no income, no job, no assets (financiamentos a pessoas sem renda, sem trabalho, sem patrimônio), por parte de duas megainstituições financeiras, Fannie Mae e Freddie Mac». In Ubirajara Loureiro. Jornal do Brasil Online


Um sábado de calor horrível na cidade de Lisboa. Como contabilista recuperei o dia para fazer mais um fecho de contas. Como este trabalho exige muita concentração, e estando só no meu escritório, ninguém me faria desviar a atenção. Assim, o trabalho ser-me-ia gratamente produtivo.
Acomodei-me por volta das nove horas. A primeira coisa que fiz foi ligar o ar-condicionado. Depois liguei o computador. Esperei que a máquina acabasse de instalar o sistema operativo. O ambiente vitoriou-me com uma temperatura agradável para trabalhar. O meu cérebro sentiu-o e pareceu-me ordenar que já estava apto para a missão a que me propus. O suor na testa deixou de me incomodar.
Peguei em algumas pastas e vasculhei-as à procura dos documentos que necessitava para prosseguir o meu trabalho. O tempo avançava mas não me dava conta de tal, estava como que em estado de hibernação. Entretanto, um documento que analiso chama-me a atenção em particular. Dizia que o total da despesa com caracoletas…
Caracoletas?! Meditei durante uns momentos, caracoletas?! Havia muito tempo que não comia disto. Olhei para o relógio. Catorze horas?! Senti um enorme desejo de comer estes moluscos gastrópodes.
Não era necessário ir muito longe para os encontrar. Desliguei tudo e pus-me na alheta.
Vasculhava numa esplanada a procura de uma mesa livre para a ocupar. Acto contínuo ouço uma voz conhecida vinda do interior do café. Entrei para confirmar se era de facto a pessoa que imaginava. Os nossos olhares cruzaram-se. Era ele. Levantou-se e gritou-me:
- Meu amigo vem, senta-te aqui!
Vieram os cumprimentos da praxe seguidos de um forte abraço. E os habituais dizeres nestas coisas:
- Vieira, há muito tempo que não te via.
- É pá, as caracoletas estão óptimas! Vou mandar vir mais uma dose!
- O curioso é que vim aqui precisamente para isso. Como tem passado o meu amigo luso-angolano?
- Luso-angolano não, luso em Portugal e angolano em Angola!
- Duplo de nacionalidade, ou triplo? De certeza que também tens o passaporte alemão.
- Sim, sou um cidadão do mundo.
Viera, era meu cliente. Prestava-lhe alguns serviços ocasionais. Acho que era agradável trocar impressões com ele, porque era muito culto. Tinha um senão… só pagava os serviços com o envio de um ultimato. Fazia questão de furtar-se sempre aos seus compromissos. Era de estatura média, forte e de barriga um tanto ou quanto inchada de passar grande parte do tempo sentado no computador. Andava sempre com o cabelo curto. Tinha cerca de quarenta e cinco anos. Usava óculos que lhe faziam parecer um pouco mais velho. Rosto cheio, arredondado, e maçãs salientes. Conforme dizia, era economista e que obteve o doutoramento na Alemanha, na altura RFA, República Federal Alemã. Falava fluentemente Inglês e Alemão. Ao mínimo diálogo, revelava-se temperamental. O interlocutor quase não tinha o direito de exprimir a sua opinião. Gabava-se sempre de ganhar muito dinheiro.
Ele acompanhava-se de uma pessoa que eu não conhecia. Vieira apercebe-se disso, apresenta-ma e recebo um leve inclinar de cabeça. É um seu amigo alto, muito forte. De cabelo branco a rondar os cinquenta anos. As suas mãos são largas, imensas, quase um mastodonte. Perante o meu olhar investigativo, Vieira elucida-me:
- Também é economista, director dos Caminhos de Luanda, em Angola.
O seu rosto é sisudo, ou como se costuma dizer, mal-encarado. Perguntei:
- Vieira, como vão as coisas em Angola?
- De mal a pior.
- Pelo que sei para ti não. Tens casa em Lisboa, apartamento no Algarve, casas em Angola…
- E também na Namíbia... a propósito, no próximo fim-de-semana vamos para o Algarve. Vamos apreciar aquelas boazonas nuas.
- Com os bens que tens ainda me dizes que Angola vai de mal a pior?
- Vou-te mostrar uma coisa.
Retirou de uma pasta o que parecia ser uma revista. Entrega-ma para ler. Era um bissemanário angolano em formato tablóide. Noticiava de uma empresa que forneceu equipamentos ao Ministério da Defesa de Angola, por dois milhões de dólares e facturou o dobro do valor. Vieira acrescenta:
- Toda a gente rouba. Porque é que nós não devemos fazer o mesmo? Isto é a África Negra, eles nunca mais aprendem… não conseguem avançar.
Vieira começa a aquecer:
- Torna-se difícil entender como os americanos e outros países ocidentais, campeões da democracia e dos direitos humanos no mundo, exploram o petróleo, enriquecem à sua custa, mantém boas relações com os governos produtores, e os seus povos vivem na mais estrema pobreza. Não podemos, de maneira nenhuma, chamar a estes países democratas.
Faz uma pausa e exclama:
- É pá, isto está mesmo bom!
E continua quase a berrar:
- Devido a isso há muito deixei de acreditar na democracia! Temos que inventar algo melhor! Devia proibir-se a actividade das companhias petrolíferas nos países que não exercem a verdadeira democracia, mas isso não é possível, porque os seus lucros diminuiriam abissalmente! No fundo tratam-se de relações entre países avançados, e países atrasados como sempre foi e será!
Pretendo intervir mas ele não deixa:
- Convém portanto não deixar que os países atrasados avancem. Mantê-los continuamente na ignorância, para os explorar eternamente. Depois quando os recursos se extinguirem enviam-se umas sobras alimentares, à maneira de ajuda… dinheiro proveniente das receitas petrolíferas. Quando um verdadeiro democrata surge para defender o seu povo da miséria, rotulam-no de comunista, e inimigo do Ocidente. Os seus serviços secretos não tardam em eliminá-lo.
Faço um esforço para dar a minha opinião, mas em vão. Ele não deixa e continua:
- Para desestabilizar a sua economia basta obter um valioso empréstimo, para comprar os dólares em circulação, então o seu valor aumenta. Depois vendem-se, paga-se o empréstimo e ainda se obtém um bom lucro. Outro bom negócio consiste em promover uma guerra. Os contendores precisam de armas, estas são fornecidas facilmente... a crédito. Por mais que tentem sair da miséria não conseguem. Há sempre alguém à espreita para que tal não aconteça.
Tento mais um esforço mas em vão:
- Vieira deixa-me falar.
- Olha, deixa-me dizer-te que quando os fundamentalistas islâmicos ou comunistas ganham as eleições, elas não são aceites! Vê como é que as democracias funcionam!
Imagem: Lisboa, Martim Moniz. www.skyscrapercity.com

quinta-feira, 28 de março de 2013

12 a 26 de Março de 2013. Diário da cidade dos leilões de escravos




12 de Março
Duas horas e trinta e oito minutos da manhã. Acordo e oiço doze tiros de pistola, parece, ali para a zona do Largo Primeiro de Maio. Há intensa vozearia humana, seguem-se mais doze tiros de pistola. A mesma vozearia prossegue. Mais outra vez uma dúzia, ou mais de tiros de pistola. Depois os tiros acabaram, e as vozes paulatinamente também.
13 de Março
Alexandra Semeão, acaba de dizer na LAC – Luanda Antena Comercial, em Elas e o Mundo, que quem importa jornalistas estrangeiros são os patriotas.
12.43 horas. Mais um apagão.
14 de Março
Sem um milhão de casas, sem um milhão de nada, mas com um milhão de apagões.
A luz chegou às 00.10 horas.
15 de Março
Ana Amorim no Facebook. Tou farta. Pago luz à Edel sem a ter, gasto combustível pago caução dos "bidons", manutenção em casa, nas lojas e viva a vida.
Água não tenho desde 2006, e uma conta absurda.... porra que esta merda cansa mesmo. A chuva transformou Viana em lama água e porcaria.
Para onde vão os impostos que pagamos? taxa de circulação mais irt etc etc ...?
Cansei. Ah! E a merda da dstv quando chove perde o sinal, unitel nada, movicel nem pensar. Havemos de voltar? Não! Já voltámos.
Mais um infindável apagão às 10.14. A energia eléctrica foi restabelecida às 21.14 horas.
16 de Março
Outro apagão às 11.36, a luz voltou às 13.12 horas.
17 de Março
Nenhum governante tem o direito de impor a miséria às populações, e por isso mesmo elas têm o direito legítimo de se manifestarem. Governantes que usam e abusam do mentir descaradamente que em Angola não existe corrupção, pois basta analisar uma conta bancária de um qualquer governante e lá está a prova mais do que suficiente, porque os constantes apagões, o emblema nacional, é o mais sórdido que se pode oferecer a uma população, e como ninguém consegue opor-se com verticalidade e frontalidade aos que recebem por direito hereditário todas as riquezas, e como se não bastasse, as terras e as praias, conversa, conversa e mais conversa, sem energia eléctrica a miséria é um facto consumado, pelo que nada mais há a exigir ou a reclamar. Manos e manas, isto acabou, ponto final!
18 de Março
O escravo durante a sua curta vida repete incessantemente: melhores dias virão.
Angola não é um país, é um campo de exploração de petróleo.
Angola, a República da Idade da Pedra.
Angola é uma colónia de matérias-primas para abastecimento dos países escravocratas. No dia em que os angolanos e outros africanos aprenderem a saírem às ruas para manifestarem o seu desagrado e para reivindicarem os seus legítimos direitos, então sim, serão finalmente livres, independentes e democráticos.
No caso da energia eléctrica, quando um governo é incapaz do seu abastecimento, a saída ideal é a sua resignação e a convocação de eleições não fraudulentas.
A função deste regime é arrasar Luanda e arredores. Continua aterrador o grau de destruição que emana dos seus tentáculos. Provocar apagões constantes a fingir que temos energia eléctrica que afinal é esotérica, e para obrigar à compra de geradores, para que fiquemos mais uma cidade chinesa irrespirável, a transbordar de morte. A produção petrolífera incrementa-se, nada-se num mar de petróleo de dólares. A economia e a riqueza deles aumentam, a nossa miséria é de tal grandeza que não se vê o fim. Não há Poder para governar mas apenas para nos pilhar. Eis o sombrio panorama anunciado: Ontem o Mali, hoje a República Centro Africana, e a seguir?
19 de Março
Denúncia de uma fonte devidamente identificada. Três chineses estão nas traseiras da Pomobel, na rua Rei Katyavala, próximo do Zé Pirão, Luanda, a estudarem qual é a melhor, isto é, a pior maneira de destruírem tudo o que se encontra por aqui, ao serem encarregues?, da continuação do desabamento do prédio do general Ledi de construção ilegal, clandestina. Evidentemente que os chineses só querem é facturar, e se esta merda desabar, é que vai mesmo desabar, eles já receberam o deles. De lembrar que o Hotel Katyavala do general está penhorado, e as obras embargadas. Mas como ele só obedece ao comandante-em-chefe…
20 de Março
Que o caso de Chipre, Portugal, Grécia, Espanha etc, nos sirva de exemplo: enquanto as quadrilhas democráticas teimarem no Poder, não deixem dinheiro depositado nos bancos porque ficarão sem ele.
21 de Março
02.30 horas da manhã. Estou a dormir na varanda. Acordo com a chuva a bater-me. Fujo-lhe, depois encosto-me na porta a observar a intempérie. Em seguida vem forte ventania que obriga as árvores a vergarem-se em risco de desabamento. Tudo o que é telhados de chapas de zinco vibra fortemente, algumas voam. Depois cai chuva diluviana, assustadora. E de repente o pensamento voa-me ao encontro dos deportados do bairro Mayombe/Cacuaco em Luanda, e de todos os outros campos de concentração de Angola. As chapas voaram-lhes ficando à mercê do céu, na nudez da miséria. Às crianças, imagino-lhes os choros do sofrimento, as mais vulneráveis da corrupção vigente, o petróleo nunca lá lhes chegará, porque foi-lhes desviado, espoliado pela religião dos senhores dos escravos.
22 de Março
A energia eléctrica faleceu às 14.57, e ressuscitou às 16.17 horas. Às 20.27 disse-nos adeus e renasceu às 21.46 horas.
Cerca das 23.00 horas, depois de um mais ou menos violento vendaval a Net foi-se. Creio que o vento derrubou a antena, outra vez, da Angola Telecom.
23 de Março
A Net apareceu por volta das 15.00 horas. Cerca das 20.30 a Net lá se foi mais uma vez.
24 de Março
A luz foi-se, onde é que eu já li isto?, às 01.10, e sorriu-nos ás 02.08 horas. Tornou a fugir às 07.01, cansou-se e voltou para o nosso seio às 07.43 horas. Sumiu às 08.01 e por artes mágicas luziu-nos às 08.26 horas. Fugiu-nos às 10.28 e regressou ao lar às 11.51 horas.
25 de Março
07.39, tem lugar mais um apagão.
26 de Março
E a luz reencontrou o caminho de casa e nela reentrou às 11.43 horas. Voou às 15.54.
O uso de geradores tem que ser proibido, e obrigar ao uso da energia solar, mas não, por aqui se vê a malvadez deste regime.
Um país apagado é um país de cegos.
Onze anos de paz, ou de guerra contra as suas populações?
Os apagões do nosso dia-a-dia provam a fraude governamental. Há fraude generalizada sim senhor!
E brevemente Luanda ficará uma cidade do mato.
Mas os tipos são mesmo terríveis, senão vejamos: então gastam o tempo nas rádios e nas televisões - coisa que não ligo já há vários anos, porque não estou interessado em tirar cursos de idiotice e acefalia – a promoverem vários projectos disto e daquilo. Por exemplo: O tal projecto do agente rural da ministra do Comércio, Rosa Pacavira, da intermediação entre os produtores agrícolas para o escoamento dos seus produtos, nunca irá adiante. Nada irá adiante neste país enquanto não existir energia eléctrica.
Estive na Net no sítio da EDEL e não vi nada sobre o actual colapso - mais um, nunca acabam – sobre a desgraça da energia eléctrica que desgraça Luanda.
Onze anos de paz prenhes de rendimentos petrolíferos, de centralidades, de palácios, de milionários e bilionários donos do Estado, e pasme-se, donos das nossas vidas. E nós sem petróleo para os nossos candeeiros, ou para as velas de cera de fabrico chinês que acabam céleres, como tudo o que é contrafacção, nesta RAA – República Africana dos Apagões. Não será muito mais proveitoso entregar a energia eléctrica de Luanda à sua congénere portuguesa? Paspalhos! Sem energia eléctrica nada funciona! O meio mais eficaz da destruição de um país e das suas populações, é o corte no abastecimento de energia eléctrica, para depois entregarem definitivamente Angola e os seus escravos ao desbarato estrangeiro. Ao menos que haja a honestidade de afirmarem publicamente que são incapazes - já há muito que o provaram - de nos fornecer energia eléctrica, para ficarmos descansados e não mais pensar nessa coisa da luz e apagões. Uma cidade capital em onze anos de paz a funcionar dia e noite com geradores? Ah!ah!ah!

Imagem: autor desconhecido.

domingo, 24 de março de 2013

O Cavaleiro Mwangolé e Lady Marli na Demanda do Santo Graal (37)




O amor é uma fortaleza que nos salvaguarda das tempestades humanas.
Em qualquer actividade da nossa vida o tempo está sempre presente. No amor não, o tempo pára, como se não existisse. O amor é o tempo.
Um sorriso de amor é a coisa mais maravilhosa que nos pode acontecer. Sorri sempre amorosamente que o amor te contemplará.

Tão retrógrados que são, que estão, até perderam a noção do tempo, ainda deambulam nos cemitérios marxistas-leninistas com o retempero do socialismo democrático. Tão doentes que estão. E não há ninguém que os carregue para a clínica da ditadura do centralismo democrático?
Perdemos a amizade da Natureza

Prometeram-nos que as cidades seriam um oásis onde viveríamos eternamente felizes. Ora, acreditar em quem nos promete o paraíso da vida, o Céu na Terra, fortalece a ingenuidade, e conduz inevitavelmente os imbecis e canalhas ao poder. 

Há sempre um prazer imenso quando os especuladores imobiliários, apoiados pelo poder, claro, destroem as árvores que purificam o nosso oxigénio, a manutenção dos nossos pulmões e prolongam a vida dos nossos corações. Para estas situações defendo a criação de milícias populares armadas para defenderem a Natureza do seu principal predador: os especuladores imobiliários que se escudam nos falsos democratas, na falsa democracia.

SAII, Sociedade Angolana de Irresponsabilidades Ilimitadas, uma empresa altamente especializada em distúrbios com vasta experiência no mercado angolano. Tem brutos quadros que exercem a prática de demonstrações diárias de pancadarias, torturas e mortes. Também executam outras pancadarias e prisões ao domicílio. Programa para o dia de hoje e seguintes: é a mesma coisa, não há gosto por inovações, assim teremos vinolentas manifestações e perseguições de repúdio às manifestações democráticas, a todos os que denunciem ou lutem contra o regresso forçado à vida das cavernas. Serão servidos pela batuta do nosso PCA – Presidente do Conselho de Administração, de uma repressão sem limites conforme o preceituado na Lei e demais acessórios nas tábuas jurídicas do nosso desregulamentador, que originarão outras manifestações e violentos tumultos que levarão Angola ao descontrolo e a nossa empresa à falência.

Angola caminha no rumo certo da hecatombe social ilimitada. O Poder alimenta a chama do chauvinismo e não poderá ilibar-se das suas trágicas consequências.
Em Benguela, o cidadão chinês que assassinou um jovem kinguila depois de lhe roubar vinte mil dólares, está em julgamento, mas daqui a poucos dias será libertado por falta de tradutor.

Reitero que o Regime segue os trilhos do diabolismo, prepara carne para abutres?
Quando estive no Porto (Portugal) tive que colocar uma moeda de um euro para utilizar a casa de banho, é por isso que aqui no hospital também se paga. In Constantina Machado, do Hospital Américo Boavida, Luanda, na Rádio Ecclesia.

Minhas senhoras e meus senhores: a corrupção faz desemprego, miséria, daqui abre-se a venda ambulante, informal, de sobrevivência por todo o lado.
Vamos ao que interessa:
Trabalhadores da Constrói, EP, estão há quase três anos sem salários.
Se Luanda é Angola o resto o que será?!
Deputados da paz e da esferovite, doutorados pela universidade da bajulação, continuam na sua corrida desenfreada elogiando desmedidamente o seu glorioso patrono. Nota-se casuisticamente que os mordomos ambicionam o lugar, ocupar a mansão do seu amo e senhor?
Em Luanda, cidade da esferovite fantasma, o tempo dos cacimbados acabou, a seguir segue-se o temporal, parece que vai chover buereré, e então veremos um estendal de esferovite que as águas arrastarão e desaguarão onde?
Parafraseando Luís de Camões: e espalharemos catedrais por toda a parte, porque o nosso intelecto só nos permite tal arte.

Dez horas da manhã do dia 16 de Agosto. Na embaixada de Portugal em Luanda, a bicha é impressionante, faz lembrar aqueles filmes de guerra onde toda a gente procura por todos os meios dela fugir. É a muita desorganização, e disto nasce a corrupção, porque onde as bichas se instauram há sempre alguém que com elas enriquece.
Porque é que a oposição e a sociedade civil não criam um jornal semanário para contrapor a hegemonia do partido Minoritário?
Quem foge aos debates é porque não tem ideias.
Quem se deixa ultrapassar pela História, nomeadamente a repetição durante muitos e muitos anos das mesmas palavras em que ninguém acredita, acaba como o Minoritário, o partido dos desesperados, que será irremediavelmente esmagado pelo histórico cilindro.
O Minoritário não necessita de andar na caça aos votos porque já os caçou, prendeu, apreendeu todos?

Denúncia de um familiar: Estava naquela pequena ilha no Futungo, próxima das instalações dos trabalhadores do Gomes e Irmão. Fazia lá a minha vida de pesca. A Isabel dos Santos chegou, correu comigo pela troca de dois barcos a motor para eu me safar. Afinal ela só me deu um, e mesmo assim ainda me obriga a transportar os seus trabalhadores, pagando-me com um recipiente de combustível desses de vinte litros. Eu não aceitei. Para me safar, agora vendo pinchos de porco e cerveja. Mas mesmo assim também já lá andam para correrem com a gente. Eles perseguem-nos, o povo, por todo o lado. Naquela área e limítrofes vamos todos para a rua, para eles fazerem da praia com a nossa miséria a sua vida de luxuoso turismo privado.

Quando recordamos as nossas vidas passadas, verificamos angustiados que aqueles que partiram precocemente para o eterno, foi porque não os amámos convincentemente. Confundimos egoísmo com amor.

E quem não tem ideias, resta-lhe o único argumento, que é espancar os opositores políticos com selvajaria que não baste, incluindo os seus dirigentes, aliás como é a característica principal do Minoritário.
Lembro, ou alerto aos órgãos de informação, que quem não informa esconde a verdade, só noticia mentiras atrás de mentiras, isto não é incitação ao ódio e à violência?
Quando um povo tem o seu destino amarrado é incapaz de decidir o seu futuro, então qualquer aventureiro surge e lhe promete um futuro feliz, uma nova vida, um coração moribundo de esclerose, uma paz sem pombas, um mar de espinhos, uma vida de fraudes, um quotidiano de corrupção, o martírio da escravidão.
E por todos e todos os lados só se houve o bombardeio musical do barulho poluidor mata pessoas e crianças precocemente das maratonas do Minoritário, incluindo o serrar ferros e o do partir paredes dia e noite da propaganda eleitoral das sucursais chinesas. E ainda há quem fique escandalizado e desesperadamente chore: «Mas tudo o que acontece, o culpado é o Minoritário?»
É como uma máquina de escrever e um computador. É que por aqui ainda há alguma gente que usa a máquina de escrever, e é por isso que ninguém lhes gosta.
Vou tentar estabelecer um paralelismo sobre a actual fraude do vulcão eleitoral.
Imaginem uma empresa onde um empregado rouba, por exemplo, um dólar. Ele vê que ninguém ligou ao roubo. Em seguida rouba dois dólares e novamente vê que ninguém liga. De seguida rouba cinco depois dez, cinquenta mil dólares, e ele pensa: «Mas que cambada de burros, eh!eh!, estes gajos são fáceis de dominar, só falam, falam, mas que grandes otários.» E finalmente roubou tudo, porque viu que ninguém se lhe opunha.

A luta pelo amor nunca é em vão. Sê sempre perseverante, e o amor em ti despertará. Por isso, não percas tempo com coisas fúteis. Dedica-te, entrega-te à escravidão do amor.