quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Presos políticos em Angola nas grades da corrupção


As algemas são o impulso desta nação
As torturas das mulheres na manifestação
É assim que se resolvem os problemas
Das algemas

Presos políticos são a solução
Da trágica situação
A ocasião faz o ladrão
Nesta abençoada por Deus corrupção

Vamos intensificar a agricultura
É, a corrupção é que é fartura
Como, se ela nada se intensificou
Nunca nela se trabalhou

Que será dos trabalhadores da Sonangol
Perderão os empregos, o lugar ao sol
Ficarão viúvas as fartas amantes
Acabaram-se as moedas sonantes

Mas mesmo assim o balanço é positivo
Apesar de tudo ser negativo
Dirigir um país é como jogar
Os presos políticos na prisão abandonar

E sobre isto nada mais há a acrescentar
Excepto que isto está a piorar
O grande timoneiro está a nos sufocar
Tanta promessa que não dá para comentar

A epidemia da fome está a alastrar
Não temos ninguém para nos comandar
Para da morte nos salvar
Muito mal isto vai acabar

Não sabemos onde vamos parar
Sabemos sim, já se ouve o crepitar
Os presos políticos são o bode expiatório
Não dá mais para aguentar este velório

Os ratos o navio estão a abandonar
Só os criminosos vão continuar
A criminalidade está a aumentar
Vai ser confusão sem parar

Continuam sem contabilidade organizada
E a que existe está aldrabada
Como viver nesta fantochada
Da corrupção generalizada

Presos políticos apenas por opinião
Porque não há noção da realidade
Sobe o preço do pão não é crime não
Não parece, está em guerra esta cidade










segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O REI DO PETRÓLEO (06)



RCE - República dos Comités de Especialidade, algures no Golfo da Guiné.

Sob a palavra de ordem, entreguemos a RCE aos chineses, no palácio, o Rei do Petróleo recebe a azáfama diária de todos os momentos, da fidalguia, dos outros nobres e do que lhes resta dos dividendos do petróleo, que a cada mês se vê desaparecer de vês. As coisas vão desaparecendo das prateleiras dos estabelecimentos comerciais porque quem depende do petróleo aniquila a população à fome, e rejubila pela sua constitucional erradicação. O comité de especialidade dos bajuladores está sempre alerta na actividade desperta da pátria dos seus vendedores. Com uma simples graxa conseguem num minuto o que o trabalho honesto de uma vida o sábio não consegue.
E os chineses avançavam, tudo tomavam. Os arredores da cidade já eles somavam, multiplicavam. Na RCE só um homem tinha ideias – aos outros, a nenhum isso não era permitido porque logo corria o risco de ser abatido - para diversificar a economia que estava no colapso e não havia dinheiro para nada, também ninguém conseguia, não sabia explicar o motivo porque tal acontecia. Mas porque é que de repente uma montanha de dólares superior ao cume do monte Evereste desaparece assim da noite para o dia? Ninguém sabia! O Rei do Petróleo com a sua política, batia palmas e alinhavava que, da maneira que isto está, creio, dizia, que se pretendia o regresso rápido da escravatura, aliás o nosso martirizado povo já está na formatura.
Convém salientar que há malucos que fingem ser pessoas normais, assim como há demónios que se disfarçam de pessoas.
E assim a milenar tragédia humana permanece na valorização da perseguição dos que têm valor, dos que têm ideias válidas, valorosas para que as sociedades avancem. Na RCE, diariamente, a todo o momento perseguem-se e enviam-se para as inúmeras fogueiras os Giordanos Brunos que ousam afirmar que as riquezas da RCE estão nos cofres de uma família da desgraça.
O exército dos desempregados fortalece-se com assíduos aderentes de todas as frentes. Por exemplo: Na sempre salutar e exemplar NCR há muitos despedimentos, às moscas estão os comerciais estabelecimentos. O mais importante é destruir e do poder dele não sair. Porque é sempre melhor acreditar que nele se pode muito demorar, quando na verdade nele se vai atolar, imolar, incendiar, atrozmente acabar.
E no palácio sempre a cada dia mais fortificado, o chefe da Polícia visitou, orientou os comandos da corporação para que fiquem em estado de prontidão combativa porque a qualquer momento a população salta para as ruas e nelas exercerá o seu há muitas dezenas de anos, o seu recusado direito de cidadania.
Há muitas armas em poder da população e aqui reside o receio dela vir para a rua em peso, porque a cidade será regada de sangue, tudo ficará vermelho, que Deus nos livre de tal coisa. Mas parece bem que não, porque o poder o deseja, o almeja na sua final rendição.
É um dia de cacimbo das noites gélidas e muito húmidas, onde os deportados para o ar livre dos inventados zangos caiem como moscas sem uma manta quentinha que os abrigue, especialmente os mais pequeninos, os tais pioneiros continuadores da gloriosa revolução marxista-leninista, agora atulhada pela chinesa imposição comunista, do dar à criança tudo o que ele merece, a morte. O frio das noites e do romper das manhãs estremece os corpos, agita-os, enregela-os no cárcere cadavérico da opressão, no cemitério nacional da exclusão social. No nevoeiro deste cacimbo se anuncia a revolução da propícia ocasião. Os oprimidos e injustiçados serão glorificados.
É necessário e urgente que nos libertemos da angústia permanente do morrer pela fome, pelas balas, pelas torturas ou abandonados numa prisão sem culpa formada.
Até a um advogado lhe fizeram a cassação da sua carteira profissional por motivos políticos. Já nem opiniões podemos formar porque corremos o risco do triunvirato nos eliminar.
Esta democracia é como uma víbora venenosa que está sempre pronta para nos desferir a sua mordedura mortal.
E no nevoeiro dos zangos dos guetos prostrados reina a miséria dos abandonados, o poder do nevoeiro é cerrado, quem ainda vive será pelo navio negreiro fuzilado.
No palácio do Rei do Petróleo o regozijo é intenso, já virou moda, pois tudo o que acontece, por mais insignificante que seja é motivo de festejo. E o Rei do Petróleo celebra mais um dos discursos do seu louvor, porque não havendo quem o faça ele fá-lo como o anúncio do poder de Deus, aliás ele já o suplanta e até já orientou que escrevam, imprimam e distribuam a sua bíblia intitulada: DEUS SÓ HÁ UM, EU E MAIS NENHUM! Claro que na Igreja e nas igrejas o êxito estava de antemão assegurado, pois o poder do dinheiro e das armas é a mais forte religião e contra ela, eles, não há oposição.
- Caros camaradas, caros membros desta grande empresa anónima que é a RCE, caros bajuladores, caros generais que me garantem o poder absoluto, patriotas em geral: uma das cláusulas dos acordos secretíssimos do apoio chinês é a extinção por todos os meios desses jovens do tal movimento revolucionário. Os primeiros passos já foram dados, os desgraçados jazem já na prisão de Calomboloca do fim do mundo. Outra exigência dos biliões de dólares do governo chinês prende-se com a extinção da oposição. Com o degredo da acusação do golpe de estado sobre esse processo dos quinze, brevemente só lhes restarão ossadas, creio que nem isso, pois os seus corpos desaparecerão misteriosamente para que não se crie a romaria dos mártires, e a tal parva da oposição política parlamentar e extraparlamentar também será decepada, também em Calomboloca encarcerada e pelos jacarés festejada. E assim, caros camaradas e companheiros de luta se encerrará mais um capítulo da nossa gloriosa e revolucionária luta. Viva o comunismo chinês e a sua fortaleza fortemente implantada na RCE!
Um general sempre de ar marcial como convém, ar grave, denso como uma forte tempestade, um vulcão, um ciclone, uma forte trovoada, arremessou o seu aríete:
- Mestre do Petróleo, salvador da pátria permanentemente ameaçada pelos golpistas do 27 de Maio, arquitecto da paz e da guerra duradoiras, do bem-estar e felicidade das nossas famílias e do nosso povo… e que faremos do tal da oposição… esse Chamauva?
- Bom… esse é a coisa mais parva que aconteceu em quarenta anos da RCE, o homem é tão pobre, tão insignificante de imaginação. Bom… deixem-no nos americanos se queixar que nós continuaremos com os nossos amigos chineses a avançar, os opositores a liquidar. Bom… com tão insignificante oposição que mais perece cães de guarda e como tal apenas ladram, construiremos outro Reich, um império empresarial. Ai de quem nos ouse criticar, enfrentar, pois os nossos exércitos não são de brincar, são para atirar a matar.
O alcoolismo, o melhor amigo do homem, venceu e convenceu. A bola está sempre do seu lado nesta cidade, nesta nação. Pouco falta para lhe chamar república alcoólica. De tal modo que é assustador o volume de alcoólicos. E todos unidos no álcool pereceremos.
O lixo invadia a cidade, mas no palácio ninguém disso se apercebia, porque se sentia que o lixo é a habitual, a cómoda boa companhia. E que brevemente engoliria nas suas goelas o palácio não escaparia.
E um sistema de câmaras de vigilância será montado para ver onde há lixo e logo a sua posterior recolha.
Oficialmente a RCE parece que entrou em pé de guerra contra os seus cidadãos porque a guarda presidencial do Rei do Petróleo circula nas ruas com capacetes de guerra.

O terror está fortemente implantado, parece uma filial do Estado Islâmico, porque permite a qualquer um militante fardado do partido, ou não, da RCE disparar a matar sobre quem bem lhe apetecer. Matar pessoas já é um desporto tão vulgar que os corpos ficam por aí estendidos até que alguém se lembre de os apanhar e um enterro condigno lhes proporcionar. Recebem o mesmo tratamento do lixo o que é de louvar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O REI DO PETRÓLEO (05)



RCE - República dos Comités de Especialidade, algures no Golfo da Guiné.

Que lamento… os quadrúpedes destruíram os bípedes… ficaram feras em festim que infestam o reino com festas numa invasão de predestinados, doutores e poetas institucionalizados. Poetas, todos com o dom que Deus lhes deu. Doutores evidenciados anunciam-se: «A montante e a jusante do sistema desestruturado, ainda sem condições psicológicas objectivas e subjectivas, de efeitos endógenos e exógenos, porque as estruturas não confinam, foram-se, estão debalde abaladas. É o binómio da aderência positiva e do saneamento básico do meio… do lixo que invade as ruas e que não se recolhe porque a perseguição e a tortura na prisão dos jovens inofensivos é o mais importante.».
E o auditório em uníssono aplaude a sapiência do grão-mestre mandatado pelo Rei do Petróleo. «Com o analfabetismo a oitenta, noventa por cento, os doutores e poetas excedem as esquinas. Nestas se acotovelam, atropelam-se, e nãoMuro das Lamentações. Donde repentinamente veio tal avalanche de avatares? Ninguém sabe, mas desconfia-se que é devido às alterações climáticas, ao calor abrasador que faz ferver os cérebros. E se instituiu a novel classe social do doutor general-poeta, doutor novo-rico, poeta novo-rico. É a abertura da marcha do desenvolvimento económico e social. É mais fácil ser superficial, porque aprofundar exige muito trabalhar.»
O estatuto de doutor e poeta permite-lhes reuniões, debates, conferências, seminários, assembleias, tertúlias, e agenda nacional de consenso, onde no fim os participantes descobrem estupefactos que não há concerto de ideias. Há unanimidade em que as questões económicas e sociais de um país decidem-se com intermináveis palermices partidárias. Entretanto, desconhece-se quem está disposto a trabalhar. Um participante desiludido questionou: «A democracia é a aspiração do voto em dias melhores que nunca surgem. É o eterno voto do permanecer sempre na mesma. As tradições orais foram-se, perdemos a nossa identidade cultural. O desenvolvimento económico e social é sustentado pelos doutores e poetas dos planos quinquenais. O melhor desenvolvimento económico é matar o povo à fome. E a militância poética glorifica os feitos do Rei do Petróleo. «Ah! poesia da terra oca, vazia, sem conteúdo mas terrivelmente real da orgia das chacinas.»
E o poeta militante, milita, afia as goelas, palavreia:
Os meus punhais anoitecem na destruição sistemática/ Do que resta, foi, era, não mais será/ Punhais ferrugentos das águas impuras/ Corroídos, perdidos nos quilombos. Corruptos, corrompidos! / Ao libertarmo-nos do colonialismo tínhamos o desejo do regresso/Aos nossos gloriosos eternos quilombos. Estamos imensamente felizes/ Todos mandamos, somos chefes, somos a anarquia/ Somos livres na nossa feitiçaria, na nossa monarquia/ E quem é que manda? Os donos do petróleo e diamantes!/ Ser patriota é passar fome, e nunca venceremos a guerra/ Porque é atrozmente difícil. Fácil é carregar no gatilho/ Sem bibliotecas públicas e com milhões de gatilhos/ Pereceremos vencidos, vendidos, rendidos à fome.

Dos poderes da magia, eis que surge o último trovador profissional da tradição oral: «Bantus, à procura do Graal, da perdida tradição oral! Canto a trova dos deserdados das fortunas, desesperançados da riqueza aviltados. Nos poderes exteriorizados. Poder, são os povos a sofrer. O poder da miséria é histórico. Morrer, padecer à fome é um acto heróico. São tantos os soldados conhecidos. A vida da miséria é revivida. Nos tostões parcos da despedida. O poder de Kalunga é incomensurável. nos lembramos Dele quando a miséria bate brutalmente no coração. Que antes era ferro ferrugento, e que repentinamente se purifica. E a lepra subsiste. Símbolo da miséria é andar de mão estendida, com o filho às costas, a chorar, a desesperar. Por entre carros desumanizados, sem conseguir mendigar. Os passos encurtam-se, está a acabar a luz solar. O chão de dormir endurece a noite sem luar. Fome é desfalecer, desarrumar a esperança sem forças para lutar. É triste morrer , abandonado em qualquer lugar. A fome não tem moradas, mas os seus caminhos estão localizados. Os ignaros sacralizam-nos, presenteiam-nos os caminhos da fome. Sem estrada, ponte, rua, sem nada. Os abarrotados protegem-se oprimindo os miseráveis. Os miseráveis bebem água inquinada, os abarrotados água engarrafada. O calendário da vida está prenhe de dias injustiçados
Faz uma pausa, retoma a memória: «Fora de questão: não é o menino das chuvadas, é o homem. É isso! E num país de sol ardente um carro aportado, abortado sem ar condicionado. As pessoas estão sempre a morrer e a nascer, a chorar e a cantar. Uns vão mais cedo, outros mais tarde. Mas todos vão. Idiotas com uma bandeira e um hino! A questão é: sem um tostão. Isto não é uma nação, é o fundamentalismo da escravidão. Uma agenda sem consenso, sem referendo da fome
Recupera o fôlego, remata: «Ó Bantus! Há crescimento económico no PETRÓLEO E DIAMANTES! Nós, o povo, estamos na escuridão e na sede, no reino do morrer à fome. Vejam o que fizeram às nossas mulheres! Negra é como mosca! Enxota-se, pisa-se, esmagasse, elimina-se, mata-se. O lixo é mais valioso. Este é o reino em que o mais essencial é o aniquilar o outro por todos os meios possíveis
A Pax Angolana chegava e as estradas se esburacavam. Os conquistados, parados, observavam e comentavam: «vamos ver o que estes chineses nos trazem». Depois: «Ah… trazem-nos subdesenvolvimento
Agora, na moda do falatório do desenvolvimento sustentado das conferências não auto-sustentadas, temos estradas com buracos, buracões, crateras, cavernas, abismos. Acreditamos que são perfurações petrolíferas e escavações diamantíferas. Que ultraje! ultrapassam os incontáveis doutores e poetas doutra tempestade que surge, outra grande epidemia, estamos certos
Vias, antes primárias, secundárias, agora na era terciária, quaternária, por culpa da chuva que nos deixa atrasar. É bom sempre ter desculpas para continuar com tão mal governar.
tantos anos que as chuvas foram previstas, revistas, anunciadas, proclamadas, trovejadas, ciclonadas. É mais fácil para quem finge democraticamente governar, esperar a destruição e culpar a chuvada, e depois remeter a responsabilidade para o auxílio internacional. Se não vier apoio é porque os Britânicos e Americanos estão apostados no derrube do sempre mesmo governo vitalício e pela batota democraticamente reeleito. 
Alguns escravos de intelecto apurado, bombardeiros habituais, criticam a sua exterioridade pedante. Os outros ouvem-nos e prosseguem-nos. Falarfalar é preciso. Das palavras até surgir a acção outro milénio de palavreado é esperado. E os escravos rejubilam-se porque falaram, repetiram-se muito comnão é! Não é!?
Todos a com os arcos, as flechas e as tangas da ancestralidade, ressorrindo na imposição do retorno comunista. E os arautos da descolonização libertadora copiam manuais médicos, e estrelam dos seus palácios que andar a , é bom, eficaz para a saúde. E chega-se ao local do trabalho cansado, ensonado, com grande apetência para sonecar. É a dádiva do remetente comunismo. E as multidões passeantes cantam como se enchessem escunas na busca do tesouro perdido: «Ió-hó-hó, e uma garrafa de aguardente!» 
Enquanto sem jindungo, muitos frutos da nação desbaratam os contentores do lixo nos prédios moribundos, mas independentes. O Vladimiro, maluco itinerante ergue o seu punho. Apenas conserva na memória os gritos intencionais do ensino três vezes ultrajante: «Pelo poder popular! Pelo poder popular! Pelo poder popular
Deste ensino que o elevou à loucura.
Passeiam-se os novos-ricos insensíveis, que vivem neste novo mundo petrolífero Hummer, desafiam, incumprem as leis, porque ainda não justificaram a origem das suas riquezas
Ao longe escuta-se o ruído da chuva estridente da padiola do desenvolvimento insustentável, dos subdesenvolvidos contaminados pela cólera.

Com fornecimentos de energia eléctrica e água medidos em onças, um aviltado sonda as vagas da repressão do novo navio negreiro a estibordo e a bombordo. Temeroso, brumoso, inseguro, mas mesmo assim grita:  «A FOME… CONTINUA! A MISÉRIA… É CERTA!» Tantos alienados, por causa das estradas das chacinas desoladas.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

DIÁRIO DE UM PRESO POLÍTICO (01)


 Sedrick de Carvalho, um dos dezasseis presos políticos de Angola.

INTRODUÇÃO

“A violência aparece onde o poder está em risco, mas deixada a seu próprio curso, conduz à desaparição do poder.”
(Hannah Arendt, 1906-1975)

Quando um país é uma empresa privada
A população vive desempregada
Os presos políticos são abundantes
Porque muitas são as vozes discordantes

Onde o poder da corrupção se espalha
Tudo vive na grandeza da bandalha
O poder auto eleito é ilimitado legitimado
E mais um preso político é algemado

Onde há fraca oposição há férrea ditadura.
Pelo andar das ditaduras, este mundo será uma prisão de presos políticos.
Um regime altamente corrupto corrompe a comunidade internacional e qualquer voz que o denuncie é acusada de tentativa de golpe de estado. E qualquer pretexto serve para encher as prisões de presos políticos.

Não me lembro de quem me disse que a humanidade caminhava a passos firmes e seguros para a democracia.
Mas é com profunda preocupação e tristeza que verifico a todo o momento o ressurgir das feras adormecidas que despertam das trevas e disfarçadas de seres humanos vão tomando de assalto o poder e com as suas garras impõem-nos regimes sanguinolentos. A asfixia dos regimes democráticos segue o seu curso, porque tudo já é composto de absinto.
A democracia oscila e é exactamente isso que os regimes ditatoriais, vampíricos, executam. O assalto comunista ortodoxo ao poder revigora-se perante o silêncio e o sorriso sarcástico de quem se julga seguro dentro das suas fronteiras. De um lado o assalto totalitarista, do outro, o assalto das hordas radicais islamistas. O Ocidente adormecido que - ninguém sabe quando definitivamente despertará – desperta de vez em quando, e o comunismo ortodoxo martela nas nossas cabeças que só com ele nos libertaremos da miséria e da escravidão, quando é exactamente o contrário, pois nele a população serve-o como escrava, caindo moribunda no chão amontoado de cadáveres. Os islamistas da ferocidade radical também se servem da estratégia do terror estalinista para atingirem o poder. O Ocidente mantêm-se na eterna espera de que estas duas forças com o tempo se aniquilem, desapareçam como um vírus sazonal. Foi assim com Hitler e não resultou. As muralhas do Ocidente abrem brechas que se alargam dia após dia, porque não é possível combater nenhum invasor com um exército de hipocrisia.

E a minha nação vê-se engolida: de um lado o monstro do comunismo e do outro o monstro islamista. E a África não sobreviverá, um monstro  após outro a devorará, a afogará nas chamas da fome.
Continuo profundamente abalado com o saque da Europa dos quinhentos anos, e da continuação de outros quinhentos. A Europa branca segue hipocritamente no saque do Continente Negro. Nem o mínimo sentimento tem pelos bebés, pelas crianças que a todo o momento são vitimadas por balas e por catanas importadas. As meninas e mulheres são usadas como caça fácil da prostituição infantil, juvenil e adulta. E a Igreja e as igrejas reinauguram a sua inquisição e quem protestar e não quiser rezar será para queimar. A Igreja e as igrejas são os veículos preferidos das ditaduras africanas. Porque quem mata por elas será para sempre abençoado no jardim do paraíso das mil delícias esperado. Onde há ditadura a Igreja e as suas irmãs vivem numa ilha paradisíaca abençoada pelo diabo. Pois, onde corre sangue, mais cedo ou mais tarde tudo será queimado, o crucifixo será desmontado, pois quando a Igreja e os seus anjos demoníacos apoiam a morte indiscriminada dos seus fiéis alegando que foi Deus quem o ordenou, estamos na presença das duas ditaduras mais ferozes do Universo: a ditadura de Deus e a dos ditadores terrenos, os seus legítimos representantes na Terra.
Nos primórdios da humanidade, a Igreja disse que os africanos não eram pessoas, e por isso mandou-os queimar para que ficassem negros, da cor do demónio. E ainda hoje isso continua. Negro é o demónio, branco é o Deus. Em troca de umas míseras alvíssaras, a Igreja apoia a prisão, a perseguição e a tortura dos presos políticos

A Igreja é a desgraça das nações, a benfeitora dos conflitos, porque obriga os seus crentes a seguirem fielmente a escravidão do chicote dos governos ditatoriais, enquanto os seus sacerdotes se enchem do absinto do petróleo. Enchiam-se, porque o dinheiro do petróleo acabou, a Igreja se esfumou. Essa Igreja do Deus ditador que afirma que todo o ditador é por ela eleito, pois enquanto o petróleo dá, colhe-se o seu maná. E quando o petróleo não der, abraçaremos outro ditador que nos convier. Igreja com democracia é pura hipocrisia, é demonologia
E na África negra a mensagem que se pretende passar é que os negros são incapazes de governar, são alguém que não se pode confiar. E por isso mesmo, negro é para escravizar, para chicotear, para queimar, para chacinar. E os estrangeiros apoiam fortemente a ideia que já se decretou: vamos chacinar os negros para que tenhamos carta-branca para espoliarmos Angola. Para que cada um fique com o seu latifúndio.
Todos os dias o terror recebe homens e crianças-bomba, e o Ocidente alega que não os pode combater, pois que se movem como lobos solitários. Ora, tudo tem uma origem e as ditaduras são a colmeia dos grupos de abelhas suicidas, porque a Europa ao fechar-se, ao apoiar as ditaduras africanas, ou quaisquer outras, alimenta as ditaduras mundanas.
Os presos políticos são a solução adequada para impor a cruzada contra a democracia. Perante a hesitação da democracia, todos os dias são maus dias.
Se a Europa não acabar com as ditaduras ao redor do mundo, elas acabarão com a Europa. Aguardar por um mundo onde a única solução é ver cadáveres de seres humanos empilhados por todo o lado, como outra solução final, isso é dizer que a história universal é um livro de mortos. Um conto onde desde as nossas origens nos matamos uns aos outros.
Os estrangeiros estão felicíssimos porque podem saquear à vontade, porque quem denunciar a roubalheira é acusado de tentativa de golpe de estado, e como tal de imediato detido sem acusação formada, sem julgamento e encarcerado na prisão dos presos políticos.

Chegou o saque chinês!

“Se os homens são puros, as leis são desnecessárias; se os homens são corruptos, as leis são inúteis.”
(Thomas Jefferosn)


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O PARAÍSO PERDIDO A OCIDENTE (17)



O comboio chegou. Embarcámos, e o Dário disse-me que iria procurar um compartimento com aquecimento. Aguardei, ele veio apressado e disse que tínhamos que ser muito rápidos porque só alguns compartimentos tinham aquecimento, e a viagem seria muito longa. Segui-o, e ocupámos os nossos lugares. O compartimento era muito acolhedor, muito quente. Nem apetecia mais sair só de pensar no frio que lá fora fazia. Mas depois algo aconteceu. No compartimento começou a fazer frio. Devia ser uma avaria. Depois começou outra vez a aquecer. Passado pouco tempo acabou de vez. A partir daqui frio por companhia. Recordo-me quando parámos na estação da Pampilhosa, era gelo por todo o lado. Os carris estavam possuídos de branco. Era a primeira vez que assistia a tal acontecimento real. Em alguns locais alcançava altura de mais de vinte centímetros junto à linha do comboio. A viagem prosseguiu. Como a bordo o frio se mantinha, conclui que desligaram o aquecimento com más intenções. Que outra explicação havia? Pois que ninguém informava nada sobre mais esta desgraça. Acho que era para nos habituarmos a viver nas mais horríveis condições. Não é com isso que as ditaduras sentem enorme prazer?!

Parecia uma eternidade o tempo que passou quando voltei ao Café do Frederico. Muitos jovens que o frequentavam embarcaram no barco sem destino da tropa. A palavra de ordem era: vão para o ultramar e mantenham, defendam o segredo de Fátima e da Igreja. Sem o Quitério e o Mota não via nenhum interesse em permanecer no Café do Frederico. Só ocasionalmente lá ia. Passava a maior parte do tempo em casa, em silêncio, a pensar o que seria do meu futuro.
O meu pai chamou-me e disse-me que iríamos passar o dia na praia de Carcavelos, e que depois de um banho almoçaríamos em casa de um casal amigo na mesma localidade, o dono da casa era colega dele na TAP. Exercia as funções de oficial de tráfego. O meu pai tranquilizou-me dizendo que eram muito amigos. O almoço foi abundante, do tipo, o meu filho vai algures para o ultramar e como não sei se ele voltará, aproveito para me despedir dele para sempre, convicto de que jamais o verei. Terminámos com lagosta… coisa que há muito já não me lembrava. Quem comia lagosta era considerado muito rico. Depois fiquei intrigado quando fui convidado a beber uísque. Não era muito apreciador de bebidas fortes e era a primeira vez que bebia tal bebida. Despejei um pouco no meu copo e bebi como se fosse água. Não senti nenhum efeito, o que me levou a concluir que afinal de contas esta bebida não era tão desagradável como diziam. E bebi mais e mais. Depois dei-me conta que já estava a falar de mais.

Depois dos agradecimentos e da despedida, o meu pai e o seu colega na rua miravam o carro do anfitrião. Também decidi dar a minha opinião. Disse que era um carro moderno. A porta do lado do passageiro estava aberta, enquanto eles continuavam a conversar decidi fechá-la. Fi-lo com tal força que o vidro se partiu. Depois das desculpas necessárias e promessas de pagar as despesas, foi-me dito que não era necessário. Até hoje nunca consegui encontrar explicação para tal acto. Penso que foi devido ao uísque. No regresso a casa os efeitos dos vapores da bebida já se vertiam, batiam fortemente na minha cabeça. O mal-estar era evidente. Fui para a casa de banho e vomitei. Durante algumas horas, com lamentos e alguns gritos à mistura, deitei-me no chão e ali fiquei até que a bebedeira acabasse. Ainda ouvia a minha mãe perguntar ao meu pai, por entre críticas, que ele não deveria ter-me feito uma coisa destas. E que eu não estava nada bem. No outro dia já estava como novo.

À noite durante o jantar, a minha mãe fez-me companhia. Estávamos sós. O resto da família andava algures por aí. Pergunta-me:
- Ainda continuas a escrever à Belita?
A pergunta apanhou-me desprevenido. Fiquei nervoso. Quis explodir em palavras, mas contive-me.
- Sim mãe, de vez em quando.
De facto a correspondência era escassa, porque me tinha tornado apático.
- Cuidado meu filho. Essa gente é muito perigosa. Ela já arranjou outro. Um do Tramagal que tem algumas propriedades e deve ser por isso. Não ligues mais a essa gente. São pessoas que não te interessam. Só te vão fazer mal. Ela veio aqui e levou todas as cartas que te escreveu. 

Respirei fundo e explodi em silêncio. De repente senti uma enorme vontade de ir imediatamente até ao Tramagal e desfazê-la em pedaços. Concluí sem entender, e com a ajuda dos traumas da tropa, vi que é difícil conviver e confiar nas pessoas. Nunca imaginei que a Belita me fizesse uma coisa destas. Custa-me a entender como as pessoas mudam assim de repente. A partir daqui a minha tristeza aumentou ainda mais. Amava-a de verdade. As mulheres são hábeis em dar-nos a volta. Por fim a minha mãe acrescentou que a minha tia estava muito aborrecida com isso. E que a Belita mais tarde se arrependeria. Decidi esquecer o episódio. Pensei com mágoa que afinal a Belita não passava de uma vulgar prostituta. Não é assim que se troca de pessoa de um momento para o outro.

A minha mãe levantou-se da mesa e foi à cozinha. Trouxe um prato com uvas pretas grandes e carnosas. Ela sabia que eu gostava muito destas uvas. Enquanto me deliciava a comer bago após bago, ela lembrou-se de algo:
- Estas uvas lembram-me quando era nova.
- Porquê mãe?
- Nós íamos em ranchos trabalhar na apanha das uvas. Depois descansávamos e algumas faziam uma coisa que me deixava arrepiada.
- Que coisa mãe?
- Levantavam uma delas no ar.
- Mãe… estás a brincar comigo. Não acredito nisso.
- É verdade meu filho. Não sei como elas faziam isso.
- Mãe, isso chama-se levitação. Mas como é que elas conseguiam?
- Diziam umas palavras e ela ficava parada no ar.
- Que palavras eram essas mãe?
- Não me lembro. Ainda hoje sinto medo quando penso nisso.
Dentro de alguns dias estaria na estação ferroviária de Santa Apolónia para mais uma longa viagem. O comboio levar-me-ia até à cidade do Porto para tirar a especialidade.



segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O REI DO PETRÓLEO (04)



RCE - República dos Comités de Especialidade, algures no Golfo da Guiné.

No palácio, a festa dos biliões de dólares chineses não acabava, há alguns meses que durava. Festejos como estes duram intermináveis meses, e ninguém no seu perfeito juízo – desconhece-se quem o tinha – estava disposto a encerrá-la. Biliões de dólares não é todos os dias que se conseguem, e a classe dominante, sempre a mesma até que já pareciam fantasmas, prometia eleições mas perante uma oposição de lesmas o Rei do Petróleo fazia o que queria e bem entendia, porque nenhum partido político com assento parlamentar numa assembleia nacional que só tinha esse nome, onde o ridículo se impunha e a oposição muito anedota se queixava nos órgãos ditos de soberania, mesmo sabendo de antemão que isso não resultaria, continuava, chorava sem nada digno de louvor, como pobres peixes na boca do tubarão que os engolia sem dó nem piedade… e os pobres de espírito da oposição continuavam, nadavam a lengalenga do sem solução, a queixarem-se aos estrangeiros em vão. Quer dizer, a RCE arde e para apagar o fogo pede-se auxílio aos bombeiros internacionais. E o Rei do Petróleo sorria e na sua falsa complacência para si dizia: «Mas que manada de parvalhões que tanto me fazem rir. Ó, como adoro este circo onde imensos palhaços não lhe faltam. Um dia destes vou contratá-los para um espectáculo de grande envergadura no meu palácio. Confesso que me sinto abismado por não ter nenhum líder da oposição que me possa enfrentar. E onde os presbíteros se rendem sob as minhas ordens, estou mandatado a fazer muitas desordens porque só a Deus devo contas tal e qual como por Ele fui eleito. Não sou das coisas terrenas, tenho o poder divino de chacinar e esse poder Deus mo concedeu.»
Os acontecimentos sucediam-se até chegarem ao horripilante ponto da mortandade vulgar. A morte sucedia-se inexorável como se constasse num artigo da constituição. A RCE ia para os precipícios da matança africana sob o esgar da máscara da morte da Igreja que os abençoava, pois, depois da matança vem a cruz levantada ao céu sob o ajoelhar dos crentes da religião da escravidão. Onde há excesso de religião há destruição da nação. É inconcebível que as instituições da Igreja funcionem como um partido político de um país. Sim, o Vaticano é um país com um único partido, a Igreja.
A RCE tornou-se no grande escoadouro da miséria internacional. Exércitos de moribundos económicos chegavam, como o rastejante exército português de miseráveis que declaravam que vinham ajudar os seus homólogos da RCE. Dono de uma extraordinária visão empresarial, Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro português, ordenou o envio de milhares de portugueses para o Vietname da RCE. Os pobres coitados não sabiam que a qualquer momento a morte os aguardava na insegurança do dia-a-dia, pois onde há muita miséria, há muita fome, e quando estas duas coisas se combinam as nossas vidas não têm nenhum valor.
Tudo se desmoronava, nada restava. Era arrepiante ver os escombros do terramoto político e social da extinta sociedade onde os valores se perderam, se abandonaram, ao esterco da vida se entregaram. Esta gente adoptou a lei da palhaçada do: já vou aí, depois falamos, daqui a pouco falamos, ou, amanhã passo aí sem falta, significando que não conseguiram sair da escravidão colonial portuguesa e muito menos serão capazes de saírem da escravidão chinesa ou de qualquer outra. Como ninguém sabe o que é um compromisso, e claro, não está em condições de o honrar, então não adianta pensar no projecto Nação, porque está definitivamente encalhado. A RCE não é diferente dos outros países africanos, é em tudo semelhante.
E os agentes secretos do Rei do Petróleo lavam as mentes dos que saíram de uma escravatura e entram noutra: «Antes fomos colonizados pelos portugueses, agora pelos chineses. Vamos ver se a colonização chinesa é melhor que a portuguesa.»
E que não devemos depender do dólar. Pois não, se não os há, claro que deles não se dependerá. E aqueles economistas pobres coitados que defendiam que graças á divina clarividência do eterno grande líder – apesar de os países de todo o mundo serem afectados pela crise – na RCE nunca, jamais, porque era um Estado governado por um deus e um povo muito especial. Agora já declaram solenemente que a crise afinal está aqui, e que daqui não quer sair. E que se não fossem os chineses, ai que seria de nós!
Da RCE nada há a fazer, a não ser vê-la desaparecer.
Os vizinhos dizem para termos cuidado com o que falamos, porque andam muitos nas ruas a escutar o que dizemos para depois entrarmos na lista dos alvos a abater.
As demolições dos casebres continuam para criar estaleiros para o milhão de chineses que aí vêm. Mas, a trapalhada é os saques, pois carregam bens dos desalojados, como geradores, arcas de congelação e outros bens.
Entretanto o Banco Mundial alertava que a RCE não tinha dinheiro para pagar as suas dívidas.
Os colonos chineses chegavam e um exército de escravos os aguardavam, saudavam, pois, com uma população e oposição que são como cães que ladram, logo não mordem. Alguma gente nascida na colonização portuguesa resignada, com a maior naturalidade da fatalidade estampada nos rostos dizia que já estavam habituadas a isso, e que se os chineses reinauguravam a colonização, preparavam os corpos para os novos/velhos chicotes, pois a vida de africano é para escravizar, neocolonizar. Mas a juventude não ia nessa conversa, pois não nasceu sob as ordens coloniais, e como tal o poder do Rei do Petróleo não lhes resistiria.
Em todo o lado a revolta fervilhava e uma insurreição geral se preparava, escutava. Quando a fome aperta, nos estômagos acende-se o rastilho da revolta, pois a fome não se combate com balas e exércitos presidenciais ou nacionais. Quando isto acontece, e na RCE acontecia, já era lugar-comum, aos poucos ouvia-se a música do número dos descontentes que davam os primeiros passos de gigantes para acabar com o sofrimento, com a humilhação, com a fome, com a escravidão. Para fechar para sempre os portões dos condomínios dos que têm tudo e dos que nada têm.
Governar sob a desgraça do petróleo é a população matar.
A população vivia como que preparada para o outro matadouro asiático que à força despontava. Nunca com tanta facilidade se conseguiu abocanhar, espoliar a terra dos autóctones entregue de bandeja a invasores chineses que decerto empregarão as mesmas tácticas que os franceses usaram na Argélia colonial.
Que Estado, que país, que nação é esta que entrega as terras, as instituições e as suas populações a gente que nunca esteve na RCE? Não é normal, é a mais terrível monstruosidade praticada por quem não tem escrúpulos pelas leis do Direito, pela sua advocacia e pela morte definitiva da Constituição. E viver com estas coisas é salvar-se da outra constituição instituída, a dos demónios infernais.
As leis nascem e logo morrem, porque aqueles que as criam não as cumprem. Então, governar é o tudo adiar, às hienas e abutres nos entregar, devorar.
A noite chega, e com ela o silêncio do nada mais há em que acreditar e em quem confiar. Há tantos e tantos anos que a parca oposição se deixa manietar, e sem chefes para nos comandar, o Rei do Petróleo está à-vontade para a RCE hipotecar.
Onde estão os homens honestos e as mulheres libertadoras desta terra? Jazem algures por aí na terra que muito brevemente os chineses as suas ossadas desenterrarão, e logo como heróis se levantarão e esta terra LIBERTARÃO!
Os analfabetos dominam, dominam-nos!

Imagem: autor desconhecido