quinta-feira, 22 de setembro de 2016

EMPRESÁRIOS OU CORSÁRIOS?



República das torturas, das milícias e das demolições

Diário da cidade dos leilões de escravos


Este é um governo das apostas, porque aposta em tudo. Mas como é mau apostador perde sempre.
O bom empresário é aquele que consegue fugir sistematicamente ao fisco, que no lugar de lucros apresenta prejuízos, ou apresenta um lucro irrisório para ludibriar o fisco, sócios ou accionistas. Sobe os preços a bel-prazer, faz grandes negócios com o poder, despede anarquicamente trabalhadores, seduz empregadas as quais se não forem para a cama com ele não serão admitidas. Um bom empresário tem que ser necessariamente corrupto. Um bom empresário é aquele que enriquece facilmente sem trabalhar. Um bom empresário é aquele que vive exclusivamente de importações, no seu grupo empresarial a palavra exportação não existe. Um óptimo empresário é aquele que diz para quem o quiser ouvir que para alavancar a economia basta diversificá-la. Isto é, investir forte na agricultura, a chave da saída de qualquer crise.
Uma ouvinte apelou na Rádio Despertar para não deitarem os restos de comida no lixo. Para guardarem para ela e os seus filhos comerem. Citando Fidel Castro “ frequentemente falamos muito dos direitos humanos, mas nosso objectivo deveria falar muito sobre os direitos da humanidade. Porque algumas pessoas têm de andar descalçadas, para que outras possam andar em automóveis de luxo? Porque algumas pessoas têm de viver trinta anos, para que outras pessoas possam viver setenta anos? Porque algumas pessoas têm de ser tão miseravelmente pobres, para que outras pessoas possam ser excessivamente ricas? Eu falo em nome das crianças do mundo que não têm um pedaço de pão.” Resta-me acrescentar o seguinte: o espectro da fome generaliza-se, urge que os detentores do poder o larguem, dele desapareçam para sempre antes que todos morramos à fome. Basta! É demais!
Sinceramente, estou muito cansado. Parem com isso da oposição que continuamente nos bombardeia que, o Mpla é isto, que o Mpla é aquilo, aqueloutro. Mudem de música, despertem a imaginação para outras formas de luta. Se não se desmontar a corrupção, tudo será em vão, é o colapso, será que ainda existe nação? Bem vejo que não.
Todos a destruir Angola e ninguém a construir.
É muito bonito ter na nossa casa democracia, mas fora dela, nas outras casas, apoiam-se ditaduras.
Quando no tempo do calor que já nos acena, nem dinheiro se tem para beber uma cerveja, significa que esta trampa desabou de vez. Nada mais há aqui a fazer.
Nunca vi um patriotismo tão corrupto.
Estamos como que numa ilha cercados de pelotões de fuzilamento por todos os lados.
Se continuarmos a viver debaixo daqueles que nos premiaram de miséria, eles sem dúvida que dar-nos-ão a sorte grande da fome.
Enquanto não se acabar com a miséria e a fome, de nada adianta o envolvimento em outras actividades. Não faz sentido porque a miséria e a fome paralisam o país. Actualmente pelo que se vê, se sugere que a Igreja, igrejas e militares dirigem Angola.
Angola que funciona apenas com um cérebro, do qual amiúde se diz que ele é imprescindível, porque em Angola houve uma epidemia, um vírus das forças do mal que danificou os cérebros, e só um para nos atormentar escapou, ficou imune porque era muito especial. Milhões de cérebros ficaram idiotas e apenas um considerado inteligente que sozinho governa e tudo depende dele. E Angola considera-se muito feliz por ter milhões de cérebros danificados que são escravos de um cérebro e de milhares de estrangeiros que felizes os escravizam.
Com milhões de cérebros profanados fácil é governar porque com cérebros burros não há oposição, tudo corre de feição.


terça-feira, 20 de setembro de 2016

NAUFRAGANDO NA DEMOCRACIA



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

Creio que o alvo principal da lei de imprensa é para silenciar, retirar de cena e exclusivamente encerrar a Rádio Despertar, Rafael Marques de Morais, William Tonet, Carlos Rosado de Carvalho, o Club K e mais alguns que procuram igualá-los. Pretende-se acabar com o jornalismo em Angola, o qual creio que até agora nunca existiu, voltar ao tempo do uma só voz, em definitivo do tudo se resolve a tiro. Creio que por trás disto esteja a imposição chinesa do silenciar as suas actividades para que possa saquear e eliminar o que lhe apetecer e bem convier. Dá a entender que Angola vai outra vez ficar isolada do resto do mundo, assim uma espécie de cidade proibida, sempre sob a bênção da Igreja e das igrejas que para se manterem, facilmente se vendem ao demónio. Entretanto a miséria e a fome alargam vastos horizontes. A Igreja e as igrejas esclarecem que isso é a vontade de Deus. E que ninguém pode criticar os governantes que foram eleitos por Deus. Isto é pecado e Deus dá o merecido castigo. Deus não tem dó nem piedade dos críticos do regime. Angola está à disposição de Deus e dos militares. A queda do preço do petróleo é um castigo de Deus porque os muangolés abandonaram a Igreja e as igrejas, e como agora na miséria e na fome estão a abarrotar, talvez o Senhor se compadeça e faça subir o preço do petróleo. Mas para isso acontecer têm que pagar elevadas multas, isto é, os dízimos, para que os sacerdotes levem vida folgada, faustosa, porque Deus encoraja, gosta muito dessas coisas.
Quem será hoje vítima da pena de morte? Quem será hoje fuzilado? Quantas crianças serão premiadas com uma bala na cabeça? Este é o único direito que lhes resta. Vivemos sempre no receio que os nossos filhos sejam abatidos como animais ferozes. A instabilidade é de tal monta como se vivêssemos dependentes de feras sanguinárias.
E a intolerância política não é só do Mpla, porque opinei de modo desfavorável no Facebook a dois partidos da oposição e fui contemplado com o partido político da exclusão. Deixaram de aparecer no meu sítio, deixaram de comentar ou gostar. Claro que proximamente serão retirados da minha lista de amizades. Esta democracia é uma coroa de espinhos. Está tudo tão incipiente que nada garante poder olhar em frente. Onde se olha e vive para trás nunca haverá paz. Angola e a África negra continuam no mar de lama, que no tempo confundem-se com dois poderes, o poder civil e o poder militar, o que leva a que não se saiba quem dirige, e daqui surge as ordens superiores. Creio que quem dirige Angola é o partido dos demolidores. Até comandantes da polícia se envolvem na usurpação de terrenos. O caos é total e não há salvação para tal. Apenas funciona a pena capital. A situação não está nada boa, está muito má. Angola já não faz parte do mundo dos vivos. Angola é mais uma fábrica da fome no continente da fome. E os fazedores de guerra aguardam ansiosos pelo seu retorno, porque isso faz-lhes desabar volumosas comissões. E pelos nefastos desenvolvimentos, faz acreditar que Angola só vive da lei do tiro. A miséria e fome galopam e os assaltantes vão no seu encalço. E no ministério da fome e da miséria o balanço é sempre satisfatório, pior dizendo, o saldo é sempre positivo, porque as receitas da miséria e da fome são astronómicas porque são as mercadorias que mais se vendem. Um exemplo que deve ser seguido por todos os países. Na economia moderna chegou-se à conclusão que a chave do desenvolvimento económico e social é a produção em grande escala da miséria e da fome. E onde a Igreja e as igrejas (Ii) se intrometem não haverá, não poderá haver eleições livres e justas, tal intromissão faz lembrar a Idade Média. Onde Ii estão só se vende corrupção, maldição, destruição e diabolização. Ii são o principal inimigo da oposição porque o partido de Deus é partido único, logo antidemocrático. A principal força da fraude eleitoral chama-se Ii. Se a oposição “eliminar” estas duas forças políticas, a Ii, a oposição vencerá folgadamente as eleições. Não olvidem o que a Igreja fez no Ruanda!
Mas também o grande problema é o elevadíssimo índice de analfabetismo, e com isso a degradação, a não solução do que quer que seja. O analfabetismo não resolve nada, só complica, corrói como os ratos. E isto convém à Igreja e às igrejas porque ficam no seu ambiente natura, ideal. Quantas mais igrejas mais miséria.
Há padres que andam por aí nas ruas a pregar o evangelho com música de fundo tão ferozmente elevada e aos gritos que mais parece festas de bêbados e de drogados. Desceram tão baixo que até fazem de Deus outra colossal lixeira, daquelas que engolem ruas. É só lixo.
O PARTIDO MARXISTA-LENINISTA DA VANGUARDA DA CLASSE OPERÁRIA E CAMPONESA
Do modo que o sistema está montado, os partidos políticos da oposição, a Assembleia Legislativa, a democracia, o OGE, etc., tudo isso é para fingir que existe democracia parlamentar, mas na realidade não existe, é tudo, incluindo as instituições, de fingir, fazendo com que os partidos políticos da oposição e demais órgãos democráticos não existam. Existem apenas no papel para ludibriar a comunidade nacional e internacional.
Assim, com ou sem a presença da oposição no parlamento, não faz diferença nenhuma porque a oposição está lá para enfeitar. Portanto, a oposição faz figura de urso. Assim, o cenário eleitoral que se avizinha é a esmagadora vitória do Mpla, com o fortalecimento dos mesmos de sempre. O parlamento voltará, votará no circo e a pachorrenta oposição continuará como os palhaços de ocasião na mais estrita mansidão.                                                                                                                           
Já não existe credibilidade, há super impopularidade. Vi-me a meditar que o VII congresso do Mpla tem cerca de três mil pessoas para sustentar, convidados, etc. Se multiplicarmos os custos de cada pessoa vezes quatro dias, despesas de deslocações e estadias que envolvem alimentação, etc, pagamento das passagens aéreas, empresas de prestação de serviços etc., aos altos preços que não param de subir, da pior maneira que a vida está, isso dá um custo astronómico. E medito ainda que a miséria e a fome que se atravessam em larga escala, o desemprego, o sobreviver numa autêntica selva, isto não está nada bom, está muito péssimo, e é assim em todo o país. Tanta ostentação de luxo e riqueza sob o olhar silencioso de tanta pobreza. Então… há crise para quem?! Claro, só para nós para eles não. A TPD, televisão do partido no poder, transmite dia e noite em directo as imagens do VII congresso. Quando olho para as imagens sinto-me teleguiado para a Coreia do Norte, porque estranhamente, ou coincidente, em tudo a ela nos queremos assemelhar. Quer dizer, prossegue a opulência da classe dirigente e a população retrocede indigente, sempre debaixo da cor vermelha para nos infundir terror.
Não parece, mas esta crise é como um incêndio de grandes proporções.
Insisto, quantas mais igrejas mais miséria.
A vitória da fome, ou, nunca tão poucos destruíram tanto e tantos.
O crime da crise é só para nós.
Parafraseando José Afonso (1929-1987). Angola de miséria plena, a fome é quem mais ordena, nas masmorras das tuas cidades.
E nas ruínas deste castelo, vejo-me forçado por fantasmas políticos, rodeado. Sem credível oposição os fantasmas vencerão.


quinta-feira, 15 de setembro de 2016

EM POLVOROSA



Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Num dos zangos de Viana, parece que no zango 3, o menino de catorze anos de idade vinha da escola, andava na oitava classe. Chegou a casa e viu-a arrasada, casas arrasadas às centenas sem aviso prévio com toda a desgraça de abusos inimagináveis dos que nos governam, foi a correr chamar a mãe para a avisar do que se estava a passar. Mas pelo caminho encontrou militares que disparavam a matar. Balas atingiram-no a matar e a sua mãe não conseguiu avisar. Neste horrendo neocolonialismo do havemos de voltar, já não há esperança é só a morte chorar. O que se passa com as demolições nos zangos é a mensagem clara de que o poder marcial está nas mãos dos militares, – manu militari - e como tal pretende-se enviar o terror, o óbito à oposição e à inocente população tal como o general Augusto Pinochet fez no Chile em 1973, quando derrubou através de um golpe militar o presidente eleito Salvador Allende (1908-1973). Matar! Matar! Matar! É a lei militar. Um governo de militares e para militares. E mais uma desgraçada que ficou com a casa arrasada, gritava a sua dor “mas agora estamos a matar-nos uns aos outros, a matar-nos entre nós angolanos” o que parece anunciar o trágico fim da raça.
Porra! Até parece que estou noutra dimensão do tempo.
Minimercado Pomobel na rua Rei Katyavala em Luanda. Uma cabeça de alho pequena… 270 kwanzas. Reacção de uma cliente que não comprou “isto é mesmo um apocalipse.”
O governo para este descalabro não tem solução e a oposição também não.
Quem se está a enriquecer com a crise são os quimbandeiros. As casas deles estão sempre cheias. E o que está a dar são as mulheres que lhes pedem para que façam um feitiço para conseguirem um homem rico.
As igrejas da religião da destruição: Há por aí uma ou mais igrejas que proíbem as esposas de fazerem relações sexuais com os seus maridos porque é uma coisa suja. Creio que extinguindo as igrejas e enviando-as para o inferno donde nunca deviam ter saído, muitos problemas ficam resolvidos, um deles, a corrupção, pois sem ela as igrejas não sobrevivem. Na corrupção as igrejas são como piranhas.
Então, num país onde uma das suas actividades principais é roubar, é todos a roubar, outra coisa não se pode esperar. É o pouco que falta para que navios e outros meios de transporte cheguem com comida do PAM-Programa Alimentar Mundial, e as populações de mãos estendidas no mendigar. Sem comandante, o navio Angola continua no rumo incerto da governação. Está a ir contra os escolhos. E deste naufragar não se sabe quem se vai salvar.
Manos e manas! Preparem-se que pouco falta para que os lobos nos declarem guerra generalizada. Pelo incremento do cortejo de mortes, creio que os lobos estão a reduzir a população, e nós sem oposição. Eles não precisam de eleitores, pois as próximas eleições estão mais que no papo.
“Naquela altura, Mihaela Webba, deputada pela bancada parlamentar da UNITA e constitucionalista, usando a sua página no Facebook, postou uma nota desencorajando os mentores e interessados em participarem na manifestação, tendo inclusive destacado que os militantes do partido que representa estavam orientados a não aparecerem no largo da Independência – local marcado para os protestos.
Na ocasião escrevi um artigo intitulado “O delírio da deputada Mihaela Webba”, publicado pelo Club-K, onde repudiava a ideia segundo a qual os indivíduos apenas podiam exercer o direito de manifestação, plasmado no artigo 47º da Constituição da República de Angola (CRA), mediante autorização dos chefes dos partidos onde militam.” (In Sedrick de Carvalho, preso político, no Folha 8)
O BFA-Banco de Fomento de Angola lidera a máfia do comércio ilegal de dólares no Lobito. (Rádio Despertar)
A sangue frio: General Wala a caminho do TPI ?-Tribunal Penal Internacional.
Um coronel da PCU- posto de comando avançado, - Angola parece dominada por uma república de postos avançados de guerra permanente - como órgão sob tutela do PR de Angola, José Eduardo dos Santos, disse que foi a UNITA que disparou a sangue frio um tiro na cabeça do jovem de catorze anos, Rufino Marciano António, no zango 2 em Viana, arredores de Luanda, que teve a infelicidade de nascer em Angola, como milhões de outros angolanos aos quais lhes esperam o mesmo destino se continuarem presos nas algemas das igrejas demoníacas e dos seus bélicos altares de sangue, porque as igrejas lavam a imagem dos morticínios e da corrupção. Em mais uma carga de forças militares que não sabem fazer mais nada além de arrasar casas, perante uma crise de miséria e de fome institucionalizadas, e de destruir milhares de famílias angolanas ao mais perfeito estilo estalinista, claro que ninguém acredita na versão do coronel, que erroneamente continua nos métodos ultrapassados dos defensores das conquistas revolucionárias do poder popular. Manos e manas!, cuidemo-nos porque os lobos em Angola parece que tomaram o poder através de um golpe de estado palaciano. É que já são demasiados crimes de genocídio impunes. Além do crime de matar o povo à fome, este e os outros genocídios sem dúvida alguma que os seus actores serão julgados por crimes contra a humanidade.
“Vive-se em Angola um tempo perigoso. A larga maioria da população enfrenta a cada dia a difícil tarefa da sobrevivência, ao mesmo tempo que a cleptocracia reinante continua a exibir a sua riqueza roubada nas páginas das revistas cor-de-rosa que ela mesma imprime, como quem produz espelhos mágicos: “Espelho, espelho meu…” ( In José Eduardo Agualusa, na Rede Angola, sobre o assassinato do jovem Rufino.)
"Nem no tempo da guerra se via isto, queremos Justiça", desabafava Ana Maria, uma das moradoras do bairro Walale, no Zango II, enquanto assistia às cerimónias fúnebres de Rufino Marciano António. "Aqui não havia armas. E um menino de 14 anos com duas armas era um Rambo", ironiza o avô, logo secundado pelo tio de Rufino, que também critica a versão das FAA, que surgiu ao fim de cinco dias. (In Novo Jornal)


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

ADEUS ANGOLA


República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse de Angola

Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas, para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem. Apocalipse 11, 12 6
Domingo, 31 de Julho de 2016. Seguranças bancários acabam de informar que muita gente está a vir de Viana levantar dinheiro nos bancos de Luanda. Em Viana os bancos estão sem dinheiro, há bichas e não se consegue levantá-lo, e em Luanda também está assim. Na segunda e terça-feira a situação mantinha-se sob a célebre alegação do “estamos sem sistema.” Mas depois já havia dinheiro.
Oposição que muito se lamenta, a opressão não enfrenta.
Antoninus (Cómodo 161-192). Como a maioria dos governantes débeis, temia ser assassinado, e pensava que quem mais provavelmente conspiraria contra ele eram os senadores. Isto supôs o fim do largo período em que os senadores actuaram em cooperação com os imperadores. Novamente se impôs um reinado do terror, no qual a informação sobre una palavra descuidada ou a repentina suspeita irracional bastavam para dar lugar ao exílio ou à execução. (Historia universal de Asimov. Isaac Asimov: El Imperio Romano)
Angola, o paraíso do saque da IURD - igreja universal do reino de Deus, e de todas as outras confrarias do mal. Milhões de dólares são transportados de carro para a África do Sul e depois transportados no avião particular do bispo Edir Macedo para Portugal e Brasil. Tudo em Angola se compõe de saque.
Angola é o fala muito e não se faz nada. Decididamente, Angola é um caso perdido. Sem cérebros nada há a fazer. Totalmente dependente do exterior, sem oposição, também nada há a fazer. Angola diverte-se com a fome. Angola vive na hipocrisia e na maldade. Basta ver a falta de farinha que faz disparar o preço do pão, e totalmente dependente dos estrangeiros, continua a colónia do saque, não havendo o mínimo interesse em criar alternativas. Os oradores da oposição – muito fraca – repetem-se nos discursos como se fossem uma só pessoa. A oposição é mesmo para fazer oposição, não é para fazer submissão. Como alternativa Angola tem muitas igrejas, e povo muito religioso é povo muito burro. Todos em Angola vivem da corrupção directa ou indirectamente. O deserto de cérebros faz Angola inviável. Não dá para perder tempo. Deus, corrupção, medíocre oposição, destruíram Angola. Passem bem! Não alinho, não contem comigo a adorar falsidades. Entretanto, a fome e as igrejas avançam endémicas. Angola chegou ao fim, acabou. O Apocalipse de Angola está em festa. Angola fabrica iletrados, nunca se produziu tanto analfabetismo como nos dias de hoje. Juventude analfabeta é um exército de famintos, de assaltantes e de bandidagem. Angola, o império da fome. Angola será na totalidade propriedade saqueada, rapinada pela corrupção. Angola será, é governada pelo faz de conta. Angola, mais um país de projecto falhado. Angola não dá para confiar, só dá para desconfiar. Angola, mais um país africano de povo mendigo a estender as mãos à caridade internacional, que de tão cansada, saturada, exausta, de um continente moribundo pela fome, já não liga, deixa andar. A fome é pois a solução final. O mais grave disso tudo é que ninguém tem soluções para salvar Angola do apocalipse. Ó oposição não enganes, não engulas a população. Esta oposição está dominada pelo tubarão. Esta oposição tem que mudar de perfume. A única coisa que funciona é a morte fácil. A justiça funciona só por mãos próprias. Angola já não é um país, é um descalabro, um apocalipse.
Senghor e Nelson Mandela, os únicos cérebros que até agora a África produziu. Com o analfabetismo vigente, e como não se investe na educação, vem a desolação, a miséria, a fome, a bênção da religião e da corrupção. Angola é um exército de famintos que facilmente conduz a mais uma fábrica de terroristas.
E como na Assembleia Nacional os jornalistas são proibidos de entrar, noticiar, é fácil presumir que a AN seja mais um comité de especialidade. Ah, Angola e África, o continente do abismo. Onde está a oposição?! Desapareceu, ninguém a consegue encontrar. Está a se perfumar, para mau cheiro exalar. Angola encharcada em álcool. Povo alcoólico é povo náufrago. Adeus Angola!
A Igreja ao longo da sua história de destruições, destruiu tudo para que ninguém soubesse que ela copiou tudo de outros povos. Aniquilava tudo para não deixar rastos para ficar sozinha na sua doutrina, quando tudo o que faz é cópias de outros povos, de outras culturas.
Ó vós que nos matais à fome e mantendes um silêncio hipócrita.
Em Capenda Camulemba, na Lunda Norte, o primeiro secretário do Mpla escapou da morte por apedrejamento dos seus militantes. Ele estava a organizar um comício de apoio à reeleição de José Eduardo dos Santos para presidente do Mpla. Mas os militantes disseram-lhe que já apoiaram o Mpla, e que agora já não porque não queremos mais ser enganados. A Polícia chegou com poucos efectivos, era muita gente, os polícias fugiram com medo da população. (Rádio Despertar)
A mana Antónia saiu de noite aí pelas vinte horas para comprar batata-doce no mercado Tunga Ngo, no bairro do Caputo em Luanda. Pouco depois de lá chegar, aparece um carro da Polícia. Polícias dele saem e começam a correr com as vendedoras para lhes apanharem os bens, “eles passam fome, é por isso que nos vêm aqui roubar-nos a comida.” Lamentou uma vendedora. Nesse mercado e noutros as manas vendem até à meia-noite à luz de candeeiro, na correria para fugir dos polícias uma mana tropeçou num buraco e partiu uma perna. Mas mesmo assim os polícias voltam à carga com cassetetes nos corpos das desgraçadas vítimas do apocalipse governativo, e a mana da perna partida voltou a parti-la noutro local, quer dizer, partiu a perna duas vezes. De repente as esfomeadas fazem um contra-ataque onde até fogareiros voaram para cima dos polícias. Era já uma multidão que queria linchar os polícias que dali fugiram vencidos e convencidos, abandonando a viatura no terreno como despojo de guerra. Entretanto, na correria frangos e outras carnes caíram no esgoto, as manas lavaram tudo muito bem e voltaram para o negócio. 
Já tive família, um dia ela desapareceu e nunca mais a vi. Enquanto governos destruírem famílias jamais haverá paz.
O grande apocalipse da fome avançava para o palácio presidencial como nunca antes nada igual se viu, mas era muito natural.
Pela melhor oferta, vende-se Angola por motivo de falência.
Os agentes do mal já andam por aí a espalhar nos crédulos cidadãos que “a crise já vai ser superada.”


sábado, 3 de setembro de 2016

DEIXAR O CIRCO PEGAR FOGO



República das torturas, das milícias e das demolições

Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse de Angola

A fome é quem mais ordena.
Era muito evidente que Angola chegasse ao ponto final da carreira da sua existência como país, porque um conjunto de vozes falava e escrevia sobre isso, mas como por aqui a tudo se faz ouvidos de mercador, é muito natural que este circo pegasse fogo. Mas a tal extremo que se chegou, que vigora, está inacreditável. E os culpados da situação é a incompetência da governação e da oposição. Isto está uma grande macacada. Antes era uma república das bananas, depois foi premiada como república da ginguba, agora, e finalmente, república da fome. O que se vê no sistema bancário sugere que a sua queda está iminente, num Estado megalómano outra coisa não seria de esperar. Continua impressionante o modelo de gestão que mais parece uma trapalhada comunista, que o enxame humano do politburo tem tudo e a população não tem nada, nem sequer direito tem ao vulgar estatuto de cidadania. Os mesmos de sempre que falharam no tiro ao alvo, são os mesmos que fizeram a crise do Angola vai parar, continuam a governar, a paralisar, sabendo nós de antemão que com o remédio de fórmula corrupta a doença vai piorar. A situação já está descontrolada porque na fome a população vive como ovelhas tresmalhadas facilmente presas dos lobos famintos. No terreno as forças policiais e fiscais para se safarem, perseguem nas ruas quem venda alguma coisa no terror quotidiano, e os condutores das viaturas são perseguidos pela extorsão monetária, senão a miséria e a fome tomam conta dos seus lares. A mana Antónia estava com a sua ginguba e batata-doce assadas para vender, chegaram os fiscais e queriam carregar-lhe com tudo. Ela disse-lhes que estava ali para ver se conseguia arranjar dinheiro para pagar a transfusão de sangue efectuada na sua filha. Então, um fiscal pediu-lhe, “dá só duas batatas-doces.” Isto foi a meio da tarde, porque a meio da manhã queriam levar preso o jovem da cantina alegando que alguns produtos estavam com o prazo expirado. Então a mana Antónia e mais a mana Mónica foram em auxílio do jovem e disseram aos fiscais para o deixarem em paz, porque ele faz quilapi nos vizinhos. E assim o deixaram, sem antes lhe surripiarem alguma coisa, como é da praxis, claro. É que a fome tende a generalizar-se porque já há famílias que viviam bem e também já padecem dos efeitos do alimentar-se mal. A fome já se apresenta como uma doença crónica. Angola vai parar, parece que já parou. Sem dinheiro, Angola está em poder do coveiro. Angola é uma mentira permanente, um consumado facto decadente. A fome é a muito boa conselheira da destruição. Por quanto mais tempo os famintos aguentarão, por quanto mais tempo sobreviverão às garras das feras inimigas da nação? É lícito por tempo indeterminado submeter a população ao martírio da fome sem que haja consequências gravosas? O que se houve mais falar é o roubo de telemóveis. Num prédio vizinho já colocaram um segurança porque os assaltos são demais. Sim! Os bandidos já estão nos prédios, as hordas de famintos invadem o asfalto da cidade na luta sem quartel onde já ninguém se salva na mendicidade. Sem cérebros não há soluções, há paspalhões, e quanto mais fazem, mais as nossas vidas desfazem. Bom, isto está uma grande macacada daquelas. Está tudo muito confuso, onde os muangolés já se confundem com animais selvagens. Angola acabou, o que lhe resta é para o saque final, habitual. Nada funciona, tudo se desmorona. Quando a miséria e a fome se extremam aparece uma igreja em cada esquina, como ciganos a nos lerem a sina. Tal como depois da queda do império romano, a Igreja apresentava, cantava o advento do apocalipse. Sim, vem sempre com a história do apocalipse para arrebanhar os desesperados e sugar-lhes o que resta das suas vidas. Onde há povo burro, a religião e as ditaduras são o bicho-papão. Isto já não tem solução, pois sem pão é vulcão, os parasitas nacionais e estrangeiros aguardam a ocasião para a chegada do furacão. Sem dinheiro, excepto para a comunidade da corrupção, os pilares bancários gemem na agonia da cidade de Luanda, como na destruição pelos romanos das cidades de Cartago e de Palmira. As incansáveis testemunhas de Jeová perseguem de casa em casa os apalermados cidadãos a anunciarem-lhes que o fim de Angola está próximo tal como rezam as sagradas escrituras. Que o Senhor está a chegar para o ajuste final de contas. Os inventores de Deus e dos deuses, de pastores mal fabricados com a bíblia numa mão e na outra um cofre, ameaçam que se não contribuírem com os dízimos não se salvarão do abençoado apocalipse. A religião e a corrupção destruíram esta nação. Igreja e corrupção, a perfeita união. Não há dinheiro, pois alguns ficaram com ele e estão podres de ricos, daí facilmente se explica a miséria e a fome que não se sabe quando acabará. Talvez daqui a vinte anos? Nunca? Quantos estarão vivos para festejar… alguns, sempre os mesmos.
No dia 19 de Julho de 2016, junto da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na rua Rei Katyavala, em Luanda, foi visto um europeu, dizem que é um português mas até agora tal não se confirmou, à procura de comida nos caixotes do lixo. A vizinhança ficou estupefacta porque nunca assistiu a tal coisa, e lamentaram, sentiram muita pena do europeu.
O avô mantinha relações sexuais com a neta de doze anos, foi descoberto e levado preso para a esquadra. Fazia muita confusão com os polícias, e dizia-lhes que isso era uma coisa natural, carnal, porque é sangue da minha carne, posso fazer isso com ela. E de repente surgiu uma luz forte e o avô desapareceu. Procuraram a neta em casa dela mas também desapareceu.
A Igreja é o pilar das ditaduras.
Um povo educado pela Igreja é obediente, submisso, supersticioso, faminto, mas acima de tudo escravo de Deus, a mais hedionda invenção dos clérigos. Mas sobretudo pelo temor a essa monstruosidade divina. Ficar ao dispor, ao sabor de uma ditadura. E a Igreja é a ditadura de Deus. E por isso mesmo a igreja adora ditaduras. Portanto as ovelhas do povo de Deus são o holocausto das ditaduras. E a Igreja, campeã universal da hipocrisia, diz que o povo está feliz. A ditadura de Deus e dos homens juntam-se e abençoam-nos com a extrema miséria, fome. Sem eles seriámos muito felizes. Quando a quadrilha de Deus e dos homens se unem, há quem lhe chame democracia. Há que os apagar da face da Terra e da História.
23 de Julho 16 A.A.A, ano do apocalipse de Angola. Um bebé de poucos meses é arrastado pela sua mãe para a festa num cestinho embrulhado em roupa branca. Na festa, que consistia em meia dúzia de pessoas num terraço estarem sentadas a ouvir música selvagem, sito é, com o som o mais barulhento possível. O bebé passa quase encostado às colunas de som. Vejam, eu a cem metros de distância não suporto o barulho, imaginem o pobre bebé, mais um que veio ao mundo para nele vegetar. Mas estavam lá cerca de meia dúzia de outras crianças abandonadas à destruição precoce dos seus ainda não imunes corpos. Mergulhados no Apocalipse de Angola, creio que as pessoas fazem festas porque sabem que brevemente vão morrer. Então, enquanto há tempo despedem-se da vida.