sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Frases de Aimé Césaire (1913-2008)



Quem não me compreenda não compreenderá o rugido do tigre.

Assassinei a Deus com minha preguiça minhas palavras meus gestos e meus cantos obscenos.

A poesia nasce com o excesso, a desmesura, com a busca perseguida pelo vedado.


Não me enterro num particularismo estreito. Mas tampouco quero perder-me num universalismo descarnado. Há duas maneiras de perder-se: por segregação amuralhada no particular ou por dissolução no “universal”. Minha concepção do universal é a de um universal depositário de todo o particular, depositário de todos os particulares, profundeza e coexistência de todos os particulares.

África já não é, pelo diamante do infortúnio, um negro coração que se estria; nossa África é uma mão fora do guante do púgil, uma mão direita com a palma até adiante e os dedos muito juntos; é uma mão tumefacta, uma-ferida-mão aberta, estendida, brancas, morenas, amarelas, a todas as mãos, a todas as mãos feridas do mundo.

E sobretudo corpo meu e também alma minha, ficar de cruzar os braços na atitude estéril do espectador, porque a vida não é um espectáculo, porque um mar de dores não é um proscénio, porque um homem que grita não é um urso que baila…

Sou o que canta com a voz algemada no suspiro dos elementos. É doce ser nada mais que um pedaço de madeira, uma cortiça, uma gotita de águas torrenciais do começo e do fim. É doce abandonar-se no coração destroçado das coisas.

Se os negros não fossem um povo, digamos, de vencidos, um povo de desventurados, um povo humilhado, etc.; se, se invertesse a História e se fizesse deles um povo de vencedores não existiria a negritude. Eu não defenderia a negritude, me pareceria insuportável.

Nós, homens de cor, neste preciso momento da evolução histórica, tomados pela possessão, na nossa consciência, de todo o campo de nossa singularidade e estamos prontos para assumir em todos os planos e em todos os domínios as responsabilidades que se derivam desta tomada de consciência.

Fazei de mim o executor destas altas obras que chegou o tempo de lutar como um homem valente mas fazendo-o, coração meu, livra-me de todo o ódio, não façais de mim esse homem de ódio para quem só tenho ódio.

Ao morrer o amanhecer… move-te, diz-lhe, focinho de polícia, focinho de vaca, move-te, detesto os lacaios da ordem, às abelhas da esperança.

Fonte: apanhado na Net
Imagem: http://saintheron.com/featured/black-history-month-musings-aime-cesaire/


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O HINO DAS CRIANÇAS DO ZANGO DE VIANA


A fome vence as crianças de Angola
Porque é isto que se lhes deve dar
Porque elas merecem
Toda a desgraça para as crianças
E em constante desengonço
Se diz que as crianças
Têm futuro

Sim, se até nos caixotes do lixo
Procuram qualquer coisa
Para comer
Portanto nada mais há
Para esclarecer

E com tal país que só aposta
Nas derrotas
Vitórias ninguém sabe
O que isso é
A única aposta que se lhes
Concede como solução
É a benzida corrupção

A pátria da criança angolana
É a rua
Da fome
Da miséria
Estado que abandona crianças
Abandona tudo

Criança só tem nevoeiro
Primeiro
Nem tem palheiro
Criança é matéria-prima
Da morte que não se importa
Se exporta
Nunca se esgota

Eis o seu hino

“Angola avante revolução
Pelo arroz com feijão

Levantemos nossas tropas
Com chapada
Pela glória dos povos africanos
Mas temos combatentes angolanos

Liberdade dos povos europeus
Sabório de revolução
Pelo arroz com feijão

Batata frita
Massa com frango
Vou comer com uma boa gasosa”



quarta-feira, 26 de outubro de 2016

RÉPLICA AO DISCURSO SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO



Os desempregados estão
De plantão
Os corruptos roubam-lhes o pão
E dizem que é assim na nação

Os desempregados o que farão
Para se libertarem da corrupção
Maltratados sob a imposição
Do poder da escuridão

Morte à população
Ordenou o patrão
Há muito na solidão
No palácio da exterminação

Os políticos da oposição
Falam, vociferam em vão
O poder os afugentarão
Cão que ladra não é salvação

A Igreja desfia o seu sermão
Despeitada pelo corte do quinhão
Já não consta da lista do filão
A santa pedofilia beatificarão

Faminta a criança estende a mão
E o corrupto: sai daqui, senão!
A Polícia arrasta-a para a prisão
E no navio dos escravos a soldarão

O preço do petróleo subirá
Mas como, se descerá
Por completo a nação falirá
E tudo isto se espatifará

O poder as eleições ganhará
A corrupção vencerá
A repressão não descansará
Angola juncada de cadáveres estará

Se já se sabe quem é o vencedor
Então para que serve o eleitor?
Para engrandecer o seu senhor
È outro Cristo nosso salvador

Greve a oposição não consegue fazer
Após as eleições tudo se vai resolver
Uma vida maravilhosa vamos ter
E que até os cegos vão ver

Angola está condenada
Dela não se espera mais nada
As empresas estão em debandada
Sem cérebros é uma palhaçada














terça-feira, 25 de outubro de 2016

O ESTADO SATÂNICO DE LUANDA



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

Diplomacia é a arte de exterminar povos.
O jovem Francisco, com vinte e tal anos, vende chourição para se safar do que o petróleo já, nem nunca, lhe pode dar. Na companhia de outro jovem também empreendedor do chourição, estavam em plena aula laboral quando como uma rajada de vento ciclónico, polícias lhes caíram em cima. Fizeram-nos embarcar no seu carro dizendo-lhes que iam para a esquadra do Nzinga, ali para os lados do Largo Primeiro de Maio, para lhes fazerem o registo, - não, não é registo eleitoral - dos seus pertences. Assim uma espécie de auto de apreensão. Revistaram-nos de cima abaixo, ao Francisco apreenderam-lhe o chourição, o telemóvel e treze mil kwanzas. Ao seu amigo não deu para ver porque ele vendo o polícia sem porrete nem arma disse que ia à casa de banho, então começa a correr para a liberdade, mas é apanhado, retiram-lhe a roupa deixando-o completamente nu. Depois atiram-lhe água de uma mangueira e três polícias dão-lhe porretada até se cansarem. O jovem saiu de lá todo amassado. O Francisco que entrou lá às dezassete horas só saiu da prisão às vinte e três, a pé até ao Cacuaco, porque tudo os que os polícias lhe tiraram não lhe devolveram nada, distribuíram entre eles. O Francisco tem mulher e filho, e agora completamente na miséria é mais uma família que vai passar fome, juntar-se às fileiras do exército nacional dos famintos. De salientar que também nesse espaço de tempo, vinte de Outubro de 2016, deram entrada na esquadra, quatro bandidos algemados e os polícias não lhes fizeram nada, disseram-lhes que depois iriam para a esquadra da Ilha onde seriam julgados.
Porra! Mas que merda é esta!? Olho para o relógio, são três horas e trinta minutos da manhã, o barulho é daquele de estremecer tudo, incluindo o de rebentar tímpanos, fazer subir a pressão arterial, matar. Este satanismo já vai para três meses. É esta actividade da banal barbárie que os satânicos impõem nas nossas vidas. O barulho da música parece o de bater tampas dos contentores do lixo, vem da improvisada discoteca satânica instalada nas traseiras do hotel Katyavala do general Ledi, na rua rei Katyavala em Luanda. Satã está muito contente porque os seus discípulos satanizam Luanda. É caso para dizer que quem está ligado ao poder não tem problemas, é da lei deles satanizar tudo e todos. Alcoolismo e satanismo são a feliz parceria que Satã apoia. Apesar da última legislação de que quem não deixasse ninguém em paz com festas satânicas que os fiscais do Governo da Província de Luanda lhes cairiam em cima. Mas, apesar das inúmeras queixas apresentadas à Polícia, não serve de nada porque quem é do poder pode acabar com as nossas vidas conforme lhe apetecer. O M não liga aos votos que perde e isso é muito preocupante, cheira a futuro colossal esturro. Claro que isto não durará para sempre porque quando uma tribo satânica pretende dizimar as outras, acaba por perecer como que por artes mágicas que é só aguardar. Neste estado satânico de Luanda já nem dormir se pode. E o dinheiro para essas festas de alcoolismo e satanismo, onde mais velhos acompanhados de mocinhas ninfetas vem de onde? Dos nossos bolsos, claro, com os impostos, taxas e a corrupção que nos caem em cima como moscas.
Se o Ocidente abandonou a África, com o que se passa com o deixa andar das guerras eleitorais, significa que está cansado, que a África é um caso sem solução.
No noticiário da rua circula que o M tem um sistema secreto de tirar fotografias durante o acto de voto. E quem nele não votar vão-lhe matar. Povo educado pela Igreja e igrejas fica assim.
Há muitos, muitos bairros em Luanda que não têm registo eleitoral, e nas províncias também. Sdiangane Mbimbi
De um bajulador de serviço na RNA, Rádio Nacional de Angola, justificando o apocalipse de Angola, “estamos a aprender democracia.”
De certeza absoluta que isto nada tem a ver com Angola, “satisfação e motivação no trabalho são a base de tudo.”
Adalberto Costa, da Unita, “ há três meses que os partidos políticos com assento parlamentar não recebem os seus subsídios.”
“Dizia um ministro francês, a propósito dos levantamentos populares, que antes de se procurarem os chefes se procurassem as ideias que sugeriam esse movimento. A luta do constitucionalismo com o despotismo foi ferrenha e canibalesca; propagavam-se as ideias à cacetada, calavam-se os descontentamentos com a forca, e era normal o confisco dos bens dos que seguiam princípios opostos aos dos que usavam do poder. As ordens religiosas, absorvendo cada vez mais a riqueza territorial pelas doações do fanatismo, apoderavam-se das inteligências educando-as no sentido das doutrinas que mais convinham à sua associação egoísta. Reinava a mediocridade nos espíritos e a estupidez nas multidões. O povo, idólatra há dois dias, é hoje filósofo, daquela filosofia da ignorância e de corrupção, que vós e só vós lhe ensinastes. Se continuarmos a caminhar assim por esta estrada de perdição, o lio mais forte da sociedade, o sacerdócio, desaparecerá; o templo do Crucificado cairá em ruínas, mas a nação ficará esmagada debaixo delas. Ai dos que abominam a cruz, porque a cruz é eterna. E o professor de certa Academia célebre, que dava a razão de serem as viagens do Brasil mais demoradas de lá para cá, do que de cá para lá, do seguinte modo: – Meus senhores, forçosamente assim há-de acontecer, porque para lá desce-se; e para cá sobe-se. Quando nas altas regiões do poder se desmente por tal modo as regras mais triviais do bom governo; quando se tolera que os instrumentos da ordem pública se convertam impunemente em instrumentos de anarquia; quando assim estalam os laços da vida civil, ao homem honesto, mas inabilitado pela sua condição social para obstar a esses abusos extremos, só resta encerrar-se no santuário da vida privada e deplorar a ruína da república.” (In A Vida de Alexandre Herculano, de, Teófilo Braga. História do Romantismo em Portugal II)
A cliente mais velha e de longos anos de um minimercado conversa com a sua chefe, vê as prateleiras vazias e observa-lhe que isso se deve à crise. Mas a chefe argumenta que para eles, do M, não há crise porque eles têm dinheiro. Então termina com a pergunta, “qual crise?”
Pelo que se ouve daqui e dali, sugere que há fraude no registo eleitoral e que está generalizada em todas as províncias. Entretanto, a instabilidade política e social também alastra em todas as províncias. E mais entretanto, um militante do M afirma categoricamente que sob nenhuma circunstância o M deixará o poder.
E a oposição fala, fala… o M vai ganhar outra vez folgadamente as eleições e tudo vai ficar como dantes, isto é, muito, muito pior.
A seis dias do fim do mês de Outubro de 2016, já vamos aqui na buala com dez cortes de energia eléctrica. De salientar que esta área estava muito privilegiada mas pelos vistos deixou de o ser. Não se entende como a governação insiste em que a energia eléctrica à cidade de Luanda não teria mais problemas, excepto um ou outro corte de vez em quando, mas não é o caso. Lá vamos outra vez, sempre, para a desgraça, para a república das falências. Uma dúvida me assalta e que necessita de esclarecimento: Luanda caminha para a Idade Média ou para a Idade da Pedra? Pelos factos verificados do fingir que tudo funciona, é mais uma aposta governamental. Como disse André Mingas, “é nacional, eu gosto, é bom.” Quer dizer, só haverá contentamento quando tudo estiver destruído. Bem hajam!
Há duas Angolas, uma dos palácios e outra da Idade Média, do desemprego, da miséria, da fome, etc.


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

SEITAS SATÂNICAS



República das torturas, das milícias e das demolições

Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

Angola só tem reservas líquidas para 183 dias de importação.

E eis-nos governados de Cabinda ao Cunene pelo Estado das seitas satânicas.
Há governos que actuam como se fossem seitas satânicas.
Escondidos nas igrejas sob o disfarce de sacerdotes, eis os satânicos que exercem as suas actividades em nome de Deus, a CEAST, Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, chama-lhes igrejas satânicas.
Sinto-me como um judeu num campo de concentração de Satã. Também me sinto satanizado pela invasão das igrejas satânicas.
O satanismo comanda a nossa vida.
De um transeunte ao telemóvel, “mas como é que ele vai despedir quarenta e sete trabalhadores sem indemnização? Ele não pode despedir assim!” Claro que não porque isso é satanismo.
Espero que perguntar não ofenda, o que parece que por aqui ainda é um risco, como de repente ser arrastado pela areia movediça da intolerância, mas, porque só a Unita faz réplica do discurso sobre o estado da nação e os outros partidos não o fazem porque não têm “capacidade” para tal?
No zango 4 em Viana, arredores de Luanda, e creio que nos outros também, há inundações constantes porque há moradores que deixam as torneiras abertas e quando a água chega inunda tudo. No início os funcionários da EPAL acreditavam que isso fosse da chuva, mas depois de desconfiarem que não, investigaram e descobriram a causa. Quando o vizinho perguntou ao outro o porquê das torneiras abertas vinte e quatro sob vinte e quatro horas nas calmas ele respondeu que, “ eu pago a água que consumo.” Como alguém disse, “eles gostam assim.” São muitos a destruir Angola e muito poucos que a constroem. Eles gostam assim.
A grande desgraça de Angola chama-se petróleo, e a sua inseparável amiga chama-se corrupção.
As poderosas vias do desenvolvimento de Angola são o alcoolismo e a feitiçaria, que têm como assessora a corrupção.
Ler é sobreviver.
Durante quase a última semana da crise sem água, um português pediu a um segurança para lhe comprar água mineral. Como ele estava a lavar um carro, encheu algumas garrafas de água do balde, entregou-as ao português que lhe pagou e pouco depois exclamou, “um gajo tem que ficar esperto, tem que saber abrir o olho!”
“Os pobres farão a guerra dos ricos.”
Há os presos políticos e há os presos da política da fome.
África, o continente das farras.
Conversa de bancários: “ o défice, ano após ano mantêm-se negativo, depois aguarda-se pela desvalorização e está o problema resolvido.”. 
Um jovem foi apanhado em flagrante a roubar um vulgar frasco de vinagre no minimercado Pomobel. Chamaram os polícias que rápidos apareceram. Carregaram o jovem para a esquadra mas pouco tempo depois reapareceram. Obrigaram o jovem a sentar-se em frente do estabelecimento, algemaram-no, depois obrigaram-no a ajoelhar-se, pontapearam-no várias vezes, e em seguida fotografaram-no e reconduziram-no à esquadra.
Hoje entrei em profunda amargura porque o meu pequeno rádio de pilhas, o meu fiel companheiro de há vinte e cinco anos deixou de funcionar, isto é, o som como que borbulhava. Agora é que estou bem lixado, vou ficar sem ouvir os noticiários da Rádio Despertar, sem mais nada para me informar. Desmontei-o, vi as peças com uma lupa e conclui que aparentemente estava tudo bem. Desapertei o parafuso do botão do potenciómetro, atirei-lhe com um cheirinho do penetrol da Sonangol, recoloquei o botão no lugar, esperei algum tempo, experimentei, estava tudo ok, mas não, voltou ao passado. Então, desliguei e liguei várias vezes o botão do som para que o penetrol limpasse a sujeira e a humidade… e resultou, voltei a ter rádio.
A maior desgraça de Angola foi mentir aos angolanos que seriam independentes. Já lá vão quarenta e um anos e a independência continua um satânico pesadelo. 
A desinformação é como o álcool, embebeda as mentes. E por isso mesmo não surpreende nada que Angola seja uma nação alcoólica.
Miséria e fome são o que resta deste latifúndio.
Há angolanos que de angolanos não têm nada, muito longe disso. Fingem que o são para espoliarem os verdadeiros angolanos.
Sdiangane Mbimbi denunciou que em muitos bairros de Luanda não há registo eleitoral.
Não é o povo angolano que é burro, os políticos é que são burros.
Até ao dia 03 de Outubro de 2016, o banco Millennium-Atlântico, esteve mais de vinte e quatro horas sem sistema. Será que serve de desculpa porque não têm dinheiro? É o que dizem por aí.
Creio que já não existem pessoas porque não respondem às mensagens que lhes enviamos por todos os meios de comunicação.
Está tudo muito cinzento, vê-se muito nevoeiro.
Numa vontade corrupta não há vontade política.
Angola não tem cérebros, só tem políticos e um exército de doutores e de bajuladores.
Agora é a epidemia da dengue, e depois qual epidemia se seguirá? A de que Angola fixou sem sistema?
Entre comadres: “O nosso presidente José Eduardo dos Santos é muito bom, gosta muito de nós. Havia praí um movimento com uma potente bomba para nos matar, quer dizer, ninguém ia escapar, e ele conseguiu salvar-nos. Ele é mesmo bom, não é?”
E creio que há por aí muita boa gente que está na política apenas para passatempo.
Com um exército de desempregados cujas fileiras não param de aumentar, para conseguir dinheiro só por artes mágicas, o dinheiro não chega para sustentar os preços da comida que não param de subir, como é possível pagar mais impostos e taxas que todos os dias se inventam. Uma coisa é certa, sem produção interna é fingir que há diversificação da economia. Angola vai para a bancarrota, ai vai, vai!
E Deus votou em nós do M, elegeu-nos para mais um mandato. E quem Deus faz vencer é invencível, não há forças políticas que o domem, que o derrubem porque quem Deus faz governar é eterno.
Uma das minhas vizinhas tinha um minimercado que também funcionava como mini bar. Não aguentou, faliu porque conforme disse, como se não bastasse estar às moscas devido à crise, os empregados roubavam-lhe os produtos e, coitada, fechou as portas. É mais um estabelecimento comercial que se perde, é mais miséria acumulada e demais gente desempregada.


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A DIVERSIFICAÇÃO DO CAOS ECONÓMICO



República das torturas, das milícias e das demolições

Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

Angola só tem reservas líquidas para 182 dias de importação.

Se ninguém tem ideias ninguém se entende.
Onde há muita cobardia a opressão faz razia.
Há governantes que são hábeis criadores de abismos, e neles se extasiam quando para lá atiram as populações.
E aquele idoso a pensar que quando deu a sua juventude em defesa da pátria, trabalhou imenso, sábados, domingos e feriados, estudou imenso para se formar bem profissionalmente, dedicou-se inteiramente à sua profissão com zelo e muita dedicação, e agora chegado na velhice é abandonado por aqueles que juraram que a miséria e a fome nunca mais, que a liberdade e a democracia seriam efectivas e exemplares. Isto dá para lançar uma espécie de maldição: que todo o mal que fizeram, as vossas vidas muito pior acabem. Que nunca tenham paz, ámen!
fonte da Sonangol, adiantando que, depois de ter aberto uma linha de crédito de 15 mil milhões de dólares, o CDB-China Development Bank recusou-se a proporcionar um novo empréstimo. O semanário português diz ainda que o mesmo tinha acontecido com bancos norte-americanos.
Na má política o que é necessário é apresentar falsas promessas para depender de falsas ilusões para criar falsas expectativas. O que interessa é apoiar para saquear.
Dizem os amigos da nomenclatura angolana, muito em especial o português Paulo Portas que, “os problemas de Angola competem aos angolanos resolver.” Claro que aprendeu com os chineses, só pode. E eu acrescento que, “ o saque de Angola não compete aos angolanos resolver.”
Finalmente já consegui decifrar a frase do Apocalipse bíblico, de que o fim está próximo. Na realidade significa que o fim de Angola está muito próximo.
E o executivo mesmo em período eleitoral continua com a sua façanha de demolir casas e outras demolições como as económicas e financeiras, criando feroz descontentamento nas populações. Mas o executivo está muito tranquilo porque sabe de antemão, quem não sabe?, que as eleições estão antecipadamente ganhas pela folgada margem dos quase cem por cento de votos. Viva o M! Viva!
Há pois, são sempre os mesmos a falar da mesma coisa.
Digam-me como é possível num país totalmente dominado pela corrupção ter eleições livres e justas. E não há ninguém que explique isso aos “pitosgas pataratas” da oposição?
E a tal propalada crise devido à baixa do preço do petróleo, isso não é verdade porque a crise deve-se à corrupção. Existindo corrupção existirá sempre crise.
Como é possível um país ter apenas um herói nacional. Em Angola é possível.
Nos mercados, os fiscais partem as bancadas de venda das mulheres, porque ávidos de dinheiro, sitiados pela fome ela aperta o cerco sem dó nem piedade, é a vingança contra quem não lhes pode dar dinheiro, devido à crise que há quarenta anos persiste, e ninguém sabe quando e como acabará. É a vida de festas, mulheres, álcool, querer ser chefe, feitiçaria e corrupção. Perante tal cenário o angolano isola-se cada vez mais do investimento estrangeiro, deita-se nas mãos do dinheiro chinês que não tem problema nenhum, quer também carregar o espólio colonial muito rápido antes que venha a tal revolução da libertação. E o angolano irremediavelmente só prepara-se para a morte, a única garantia de vida que lhe resta.
Com rádios, televisões e jornais de falsas propagandas não admira que a população seja analfabeta. Mas é assim mesmo que se pretende, quanto mais burros melhor, para governação pior. Parece que não, mas ainda se vive sob a bandeira ideológica do comunismo, porque o partido faz o que quer, não dá cavaco a ninguém. O povo não existe, e quem o tenta despertar é-lhe dada ordem para o caçar.
Na realidade estamos sob o chumbo de três poderes: um partido dos homens que não largam o poder, o poder da Igreja e das igrejas e o poder dos estrangeiros, e isto é escravidão a mais.
Creio que parece uma loucura total e completa, não faz sentido, é totalmente incompreensível, sem produção interna, nem um botão se produz, agora é a recarga do telefone de 900, passou para 1.250.00 kwanzas. Aumentar os preços de tudo com taxas disto e daquilo. Sem produção interna é impossível, só dá para uma minoria, sempre a mesma. Os despedimentos continuam porque as empresas estão na falência. Quem ainda consegue trabalhar para receber o seu salário é um problema. E quando o salário chega já não dá para pagar as dívidas. Depois deste caos económico vem a ruína de algo que se chamava Angola.
No cemitério o morto foi enterrado, e os acompanhantes da sua última morada saíam dando a última despedida. Restaram apenas dois senhores e uma senhora que não arredava pé. Intrigados os dois senhores perguntaram porque ela não saía, porque não se ia embora, ao que ela respondeu que, “ estou aqui à espera que vão todos embora para eu apanhar ossos do cadáver, moê-los e juntá-los na minha fuba para que ande, se venda bem.
Convém também lembrar que a mandioca amarga, a kaluenda, pode levar à morte.
Onde há muitos sacerdotes, há muita miséria espiritual, moral e social, e sobretudo muita fome, porque os sacerdotes a isso incentivam porque é o melhor caminho que lhes permite sobreviver. Melhor dizendo, sem essa miséria que eles fabricam não sobrevivem. E pregando o nome de Deus aos carneiros, qualquer patife disfarçado de sacerdote enche o seu estômago e o da sua casa.
A melhor aposta da independência de Angola foi o apostar na miséria humana. Mantêm-se a indiferença pelas banalidades das carnificinas que depois da guerra do Vietname, a extinção dos africanos, etc., não, não há indiferença, há é uma abismal falta de liderança. Os cérebros das pessoas não funcionam, estão comandados, hipnotizados por controlo remoto.
Diversificar a economia é diversificar o saque de Angola. Corrupção e saque comandam Angola.
Economista Alves da Rocha no Lubango: “ não há diversificação da economia.”



quarta-feira, 19 de outubro de 2016

CEGOS, SURDOS E MUDOS





República das torturas, das milícias e das demolições

Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

Angola só tem reservas líquidas para 184 dias de importação.

«Não há decadência quando as ideias se agitam; mas quando em um grande império a sociedade, que se sente oprimida e doente, não concebe alguma grande e nobre esperança, quando em vez de avançar para o futuro ela não invoca senão as lembranças e imagens do passado, é então que a decadência é verdadeira; pouco importa o tempo que uma sociedade leva a cair; desmorona-se com uma ruína incessante.» Guizot, (1787-1874), François Pierre Guillaume Guizot, historiador e político francês. Segundo a Vikipédia “ não apreciava o dinheiro e morreu pobre”
É aterrador como a TPA- Televisão Pública de Angola e similares de desinformação, tratam o PR José Eduardo dos Santos, como se fosse Lenine, Hitler, ou da dinastia Kin da Coreia da Norte e todas as sinistras personagens da História. Demonstrando um total desconhecimento da História, entram no clube dos instrumentos desafinados da informação. Junto com a equipa das igrejas que mais não são do que vulgaríssimas tascas, tugúrios do mais reles que há, inculcando a incultura do apunhalar a população sem lideres políticos. Angola prepara-se, vai para o fatal desmoronamento à mercê dos escorpiões que a consomem. Estamos pois perante um dos maiores fracassos da História. É fantástico como ainda se continua a culpar os portugueses, afirmando que abandonaram Angola e que a deixaram sem quadros, quando na verdade na altura nas rádios em línguas nacionais se noticiava que deviam correr com os portugueses. Foi o maior erro de todos os tempos. Claro que ficaram sem quadros, pois se correram com eles. Não queriam ver em Angola nenhum resquício ocidental. Era um povo que caminhava muito contente para o suicídio, e conseguiu-o… total e completo. Angola R.I.P., paz à sua alma. Angola até conseguiu um novo rio que se chama, rio dos cadáveres. Angola aposta no não quer ser nação. Que fazer de um país que não tem jornalismo nem oposição política, onde tudo é de fingir?, nada, absolutamente nada!
Os clientes do Banco de Poupança e Crédito (BPC) estão há mais de uma semana sem conseguirem levantar os seus salários em algumas agências da cidade de Luanda por falta de dinheiro, situação que demonstra a grave crise de liquidez que o maior banco estatal angolano atravessa actualmente. Esta situação assume contornos mais sérios porque o BPC é o banco onde, preferencialmente, o Estado faz as transferências dos salários de largos milhares de funcionários públicos. Numa ronda feita hoje pelo Novo Jornal Online nas agências 4 de Fevereiro, no Cazenga, Lara, no Zé Pirão, na Ingombota e 10 de Dezembro, na Mutamba, foi possível constatar a ausência total de movimento e os clientes que entravam, voltavam a sair depois de informados de que os cofres estavam vazios. De acordo com uma fonte oficial do BPC, são poucas as agências que actualmente têm dinheiro nos balcões.
Ler é o caminho certo para abrir as portas da liberdade e da democracia.
A política do muangolé é, o outro que se lixe. Tudo o que se fala com o muangolé, ele não liga, ou melhor liga, mas logo em seguida diz que se esqueceu, assim não dá. Desconfio que é do funji de mandioca. E também tem uma certa propensão para a irresponsabilidade. Os muangolés são todos políticos e é muito raro ouvir algum a falar de algum livro que leu. O muangolé não lê, alguns, mas isso é uma gota no rio kwanza, e assim não é possível Angola sobreviver. Por exemplo, a onda de criminalidade praticada pelos jovens não é da inteira responsabilidade da Polícia, deve-se ao colapso económico e social que formou quatro partidos políticos sem assento parlamentar: o alcoolismo, a feitiçaria, o igrejário e o da prostituição, aqui até já há mercados de prostituição no Lubango, conforme noticiado pelo Novo Jornal.
Da intolerância em geral
Mas, a intolerância política não vem só do Mpla, porque opinei no Facebook sobre a UNITA, a CASA-CE, o BD e uma ou outra personalidade e contemplaram-me na lista negra da intolerância política, porque nunca mais voltaram, e isto será oportunamente resolvido. Pois fiquem sabendo que Angola está enxameada de intolerância política e de outras intolerâncias, e pouco falta para se consagrar como mais um estado islâmico. O que sugere que as forças políticas disputam o jogo do todos contra todos. Creio que num sectarismo deprimente o que interessa é o poder a todo o custo, nem que para isso tenha que se deixar o caminho pejado de cadáveres. Mas é necessário notar que há por aí um ou outro Hitler que aspira à perseguição impiedosa do poder. Portanto, Angola ainda não conseguiu sair dos cuidados intensivos. Pode ser que um dia Angola tenha líderes, por enquanto não os tem. Angola não necessita de dirigentes, necessita de deuses e isso é o que não falta.
Pelas contas do Expansão a partir dos dados da instituição financeira internacional divulgados este mês, (Outubro 2016) Angola terminou o ano passado com uma dívida pública bruta de 66,1 mil milhões USD equivalente a 64,2%, uma revisão em alta face à Primavera. Em Abril, o FMI apontava para uma dívida pública bruta de apenas 64,2 mil milhões USD equivalente a 62,3%. (Carlos Rosado de Carvalho no semanário Expansão.)
Caso a multinacional norte-americana recorra a esse direito, a Sonangol poderá entrar em default junto de outros parceiros internacionais, nomeadamente bancos, por ter contraído empréstimos que viriam a ser saldados com petróleo bruto, desencadeando assim um brutal efeito dominó de incumprimentos. Esta redução no acesso aos direitos petrolíferos por parte da Sonangol, além das relações mutuárias, poderá afectar relações económicas, designadamente com a China, que, como se sabe, vê os seus empréstimos pagos em petróleo. (Makaangola: se a Sonangol não pagar US $300 Milhões à Chevron.) Default: Termo de origem francesa que significa a declaração de insolvência do devedor decretada pelos credores quando as dívidas não são pagas nos prazos estabelecidos. In Novíssimo Dicionário de Economia. Paulo Sandroni