segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sempre as mesmas cabeças a pensar, sempre os mesmos problemas sem solucionar





Como um rei que governa na incerteza
Convencido que a sua realeza é uma certeza
Até crianças não saem da prisão
Porque escreveram nas camisolas, QUERO PÃO!
Tantos anos de poder em vão
De perseguição, repressão, prisão
Tantos prelados, tantos amantes
Destes governantes
Os prelados: os governantes são Deus
É por isso que aumentam muito, os ateus
Prelados recebem petróleo como salário
Deus assim o quer, é salafrário
“E os meninos à volta da fogueira”
Esfomeados sem hino, sem pátria, sem bandeira
Sempre as mesmas cabeças a pensar
Sempre os mesmos problemas sem solucionar
E os anos vão passando
E eles nos iluminando
Eliminando
Estrangeiros do lucro fácil
Que nos fazem a vida difícil
Prosseguem nos jovens com a auscultação
E quem é que ausculta a corrupção?
O salário dos professores estrangeiros é superior
E o dos nossos professores sempre inferior
Tudo é composto de corrupção
Nesta Nação
O chinês parte, martela, serra
Já não há angolanos nesta terra
Os portugueses abandonam Portugal
Correm para Angola no frenesi colonial
E para sair deste tédio
O Governo fará de Luanda um prédio
Até paupérrimos chineses e portugueses
Assim que poisam em Angola são burgueses
Há prelados não ungidos pelo santo óleo
Porque recebem salários em barris de petróleo











quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O empresário luso-angolano (17)




- E o Jacinto?
- Porra! O gajo queria vender a boate, e ficar com o dinheiro. Disse-me que tinha o armazém cheio de comida, mas era mentira. Ficou com o dinheiro. Mandei-o embora.
- Vieira, o Chileno não apareceu mais.
- Vendeu o computador dele, e com o dinheiro, comprou um bilhete de passagem e voou para o Chile.
- E os cubanos?
- Esses são muito vivos. Queriam muito dinheiro, não aceitei.
- Vieira sabes que o Director parece que já foi…
- Já tem o dinheiro que queria, agora… só resto eu.
- Vi na documentação vultuosos pagamentos duvidosos.
- É para veres como somos parvos.  Aqui quem for honesto está fodido.
- O novo director quer a contabilidade em dia.
- Sem o Director… agora estamos fritos. Faz o que puderes.
- Vais vender a boate?
- Vou. Simulei que estava a reabilitá-la. Ao vendê-la fico com um bom lucro.  Compradores não faltam.
 Também vou vender as instalações de uma pequena empresa que fingi estar em funcionamento.  Também me vai dar um bom lucro.
- Isso é especulação imobiliária.
- Mas o que é que tu queres? Estavas à espera de quê?!
Vieira foi para a Namíbia. Antes disse-me que demoraria quinze dias. Para prosseguir o meu trabalho teria o apoio do Heitor. Que alguns clientes viriam porque estavam interessados nos nossos serviços. A alimentação ser-me-ia enviada regularmente, para que o meu trabalho fosse mais produtivo. Passou um mês. A alimentação era enviada irregularmente, isso ocasionava que almoçasse fora de horas, e algumas vezes faltava.
Aparecia um cliente e eu não sabia como fazer.  Simplesmente interrompia a refeição, o que não é nada saudável.

(Neste momento o mundo continua teimosamente, criminosamente nas mãos da grande conspiração dos especuladores mundiais. Nada há a fazer,
a não ser aguardar pela próxima catástrofe mundial.)

Dificilmente conseguia desenvolver as minhas actividades, porque o transporte escasseava. Depois fiquei sem energia eléctrica. A Cidadela enviou uma circular a informar que, para o restabelecimento da energia teriam que ser pagos quatro mil dólares. O gerador passou a funcionar somente para a padaria. Quando esta terminava o trabalho, não havia luz. Quando decorriam jogos de futebol ou outros acontecimentos desportivos, não se conseguia trabalhar devido ao barulho que os adeptos faziam.
Quando saía e depois voltava era impedido de entrar, porque não tinha passe. A estação das chuvas chegou, e com ela as inundações. A corrente de água era tão intensa que fazia com que o acesso não fosse possível. Como se não bastasse ficámos sem comunicações. Resumi tudo isto a Heitor que me esclareceu:
- Os carros estão todos avariados. O gerador, o Vieira disse para o ligar só para a padaria. Os telefones foram desligados por falta de pagamento.
- Necessito de dinheiro para as despesas correntes. O Vieira não falou nada disso?
- Não, não me falou nada
- Mas, ele disse-me que teria um fundo de maneio. Como é que vou conseguir trabalhar?
- Não sei!
Vi que estava a perder tempo, mesmo assim insisti, repeti:
- Sabe que os telefones foram desligados por falta de pagamento?
- Sim, sei. O Vieira disse-me para não gastar nenhum dinheiro. Para aguardar até que ele chegue.
- Heitor, como sabe, até agora não consegui falar com ele. Trabalhar nestas condições não é possível. Diga-lhe que vou sair daqui. Vou voltar para o apartamento.
- Sim, ele também me disse que vai sair daqui.
- Sabe o que é que eu penso disto tudo?
- Não.
- Resume-se apenas a duas palavras vulgares. Sabotagem e irresponsabilidade.
Regressei ao apartamento. A despensa estava vazia. Liguei para Heitor que me tranquiliza:
- Já vou tratar disso.
A comida que me enviou, era apenas umas latas de salsichas, queijo e presunto. O pão ficou esquecido. Liguei-lhe:
- Heitor, obrigado pelo que me enviou… falta o pão.
- Não temos carro.
- Não se esqueça que estou sem dinheiro.
- Está bem, já lhe vou enviar alguma coisa.
- Está bem.
Depois enviou-me carne, mas não me enviou óleo para fritar. De bebidas parece-me que não tinha direito, a não ser água. A luz e o telefone foram-se por falta de pagamento. Também era difícil manter a luz, porque o cabo de alimentação estava muito sobrecarregado, devido a que existiam algumas pequenas empresas que tinham máquinas de fazer gelados, sumos, e o aumento constante de aparelhos de ar condicionado muito potentes, que faziam com que o cabo queimasse constantemente.
A empresa de electricidade já tinha dito que cada um devia contribuir com a necessária quantia para a sua reparação. Mas ninguém queria pagar. Além disso também não pagavam os consumos. Os cortes eram constantes. Manter os produtos congelados era muito arriscado. Não sabia como conseguiria trabalhar. Heitor entregou-me uma quantia irrisória que mal dava para sobreviver. Iria ficar sem telemóvel. Apenas lhe perguntei:
- Heitor quando é que o Vieira chega?
- Deve estar aí a chegar. Lá em baixo também não temos luz, nem telefones. O Vieira disse para não pagar nada, até que ele chegue.
- Como é que eu vou fazer? Não tenho dinheiro.
- É como já lhe disse, espere por ele.
Três meses depois Vieira chega. Todos esperamos pelo essencial, o dinheiro, que Heitor investe nas obras de dois apartamentos e um grande armazém, que depois Vieira revenderá. Assim que me vê dá-me uma novidade:
- A minha esposa veio comigo, depois vais conhecê-la.
- Quero ir para Portugal.
- Porquê
- Não estou a gostar nada disto, ou me pagas ou…
- Tem calma… já cheguei. Vou tratar disso tudo, fica calmo.
- A minha calma já foi mais que suficiente.
- Mas o que é que tu queres? Na Namíbia vão fazer a mesma coisa que o Zimbabué fez. A lei de terras, a reforma agrária. Vão entregar as fazendas aos negros. Os brancos estão a vender o que podem, estão a fugir. Esta gente gosta muito de morrer à fome. Ao menos que fizessem isso gradualmente. Que preparassem as pessoas para assumirem as suas responsabilidades, mas não. O que pretendem é o voto eleitoral. Ficar com o que era dos brancos, mas ninguém trabalha. Ficam a olhar, não sabem o que fazer. Depois de tudo ficar em ruínas, pedem aos brancos para lhes enviarem comida. É este o futuro da África.
- Acho que já estamos todos cansados dessa música. Se eles assim preferem, que assim seja. Mas apenas exijo que não faltes com os teus compromissos.
- Tudo bem, terás o teu dinheiro. Logo, vamos jantar na minha casa. Já informei a Ava.

CAPÍTULO V
AVA

- Ava, é o nosso contabilista - Anunciou Vieira.
- Boa noite dona Ava.
- Deixa-te disso, trata-me por Ava.
Estava com um vestido de noite, branco, transparente. Notavam-se claramente os contornos dos seios e o ventre saliente. O cabelo caía-lhe nas costas. Alta e magra parecia ter trinta e cinco anos. O corpo estava bem conservado. No fim da perna esquerda uma argola de marfim. Pensei que as mulheres gostam de exibir os seus dotes físicos. Estávamos a meio da refeição, Ava pergunta-me:
- Estás a gostar?




sábado, 21 de setembro de 2013

Era uma casa muito desgraçada






Era uma casa muito desgraçada
Nela se torturava por tudo e por nada
Tinha esquadrões da morte
Que perseguiam, prendiam à sorte
Que era uma casa com democracia
Mas a população dela fugia
Então quem é que lá morava?
Um monstro terrível que nos devorava
Era uma casa inundada de corrupção
De revolucionários, eles só Nação
De petróleo e de dólares abarrotada
Com ruas de população esfomeada
Com muitos estádios e campeonatos mundiais
Só empregava estrangeiros, não tinha nacionais
Só marginais
Era uma casa muito desgraçada
Não tinha democracia, não tinha nada
Tinha tudo de lúdico
Do roubo do erário público
Tinha muitos bajuladores
Que elogiavam os seus senhores
Que prendiam, torturavam, linchavam
Opositores
É uma casa invadida de malteses
Chineses e portugueses


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Os jovens auscultam o Governo




As damas pareciam a forte correnteza de um rio agitado pela enchente de chuvas intensas, e ele não lhes resistia - muito pelo contrário - prestativo, solidário se oferecia. Como contrapartida casas de chapas lhes oferecia. E elas amontoavam-se, amantizavam-se, e ele rejubilava, com e nelas se encantava. Sim, conquistar, macho nelas a marchar.
Não, não era ele que as procurava. Ganhava a vida honestamente. De manhã bem cedo de Viana lá vai, e chegado a Luanda, lá está a chefe à sua espera com a panela grande da sopa que todas as manhãs vende bem quentinha, apetitosa para os seus clientes habituais. Uma hora e meia depois já a panela vazou e ele volta a carregar com a cozinha ambulante. Lava-a, arruma-a e carrega-a para o terceiro andar do prédio da mana chefe. Depois apressa-se, mais clientes lhe esperam para carregar água, caixas de cerveja, de vinho, limpar as escadas dos prédios, fazer mais outros serviços, tudo o que lhe aparecer.
Depois de um monte de kumbu diário, pelas dezasseis horas apanha o táxi candongueiro e retorna para Viana. Lá lhe esperam as namoradas, e logo chegado perguntam-lhe muito animadas, muito libidinosas: «Querido, conseguiste, trazes dinheiro?» E ele todo inchado como se fosse o proprietário delas, responde muito feliz, como habitante do Valhala: «Sim, está aqui! Hoje vamos beber outra vez, minhas queridas, podem beber à vontade porque é a nossa felicidade!» E elas sempre dengosas meneiam as ancas, o corpo todo como serpentes e encostam-se-lhe, beijam-no, acariciam-lhe o sexo, e ele louco quase berra de prazer: «Vamos beber! Vamos beber! Até amanhecer!»
E elas assim que lhe acabavam com o dinheiro debandavam para outras paragens, melhor, para outro otário, pois nesta cidade é o que mais não falta. Era assim todas as noites, que o dinheiro lhe fugia como magia. Mas ele no trabalho nunca bebia. E lá voltava, no dia seguinte votava na patroa carregando o negócio da sopa de todas as manhãs que andava bem rápido. Depois até ia no São Paulo carregar garrafa de gás para uma cliente. A vizinhança costumava comentar uma coisa muito engraçada, a de uma criança de um ano de idade, que quando o via vibrava, gritava: «Bing! Bing!» E assim com o nome que o bebé inventou a bwala chamava-o, Bing para aqui, Bing para ali. O Bing tinha uma coisa que odiava, kilapi não aceitava, porque as damas que o esperavam no fim do dia garantiam, lhe bazavam se kitari ele não lhes oferecia.
Claro que muita boa gente costumava não lhe pagar os serviços, como o do serviço mensal da limpeza das escadas de dois prédios, que acabado o mês ele ia receber o salário e algumas vezes lhe diziam que não tinham dinheiro para lhe pagar. Então ele fazia greve e as escadas dos prédios amontoavam-se de lixo, até que os residentes se rendiam e lhe pagavam, pois está muito difícil encontrar alguém para o substituir. E manifestava-se na rua para quem o quisesse ouvir, que este ou aquele cliente não lhe pagava. Acontecia que reclamando de vez em quando o pagamento pelos serviços prestados, alguns clientes pagavam-lhe com uma brutal surra. E o Bing aparecia com a cara inchada e olhos cor violeta, a coxear, a implorar: «Preciso de dinheiro para comprar medicamentos.» Mas ninguém lhe ligava, a não ser a mana do negócio da sopa, que solícita se prestava a dar-lhe o dinheiro para se curar, pois sem ele o negócio não andava. Uma vez, o Bing lutou num fim-de-semana lá em Viana. Estava sobrecarregado, pelos vapores vinícolas embriagado, e na segunda-feira apresentou-se com uma ferida na cabeça, quase com dez centímetros de comprimento e cinco milímetros de largura, isto segundo diagnóstico da medicina popular da vizinhança. Ele exigiu aquela do vamos se associar no valor de dez mil kwanzas. Desta vez lixou-se porque nem a mana da sopa lhe ajudou, lhe abandonou. Mas mesmo assim safou-se e lá continuou na azáfama habitual.
Encheu-se de contentamento e esperança depois dos inúmeros artifícios que usou para conseguir dinheiro e comprar chapas, cimento e tijolos da rua. Antes, com alvíssaras do cabritismo conseguiu legalizar um terreno. Construiu o seu casebre e abancou.
Quinze dias depois uma delegação de fiscais marcam-lhe a casota. Abordou-os circunstancialmente adivinhando que obteria resposta.
- Quem lhes mandou fazer isto?
- Os manos!
Ordens dos manos imobiliários. – Pensou.
E vieram… e tudo lhe confiscaram. Apenas lhe deixaram a raiva da impotência, do desespero, do ser alimento dos países ricos. Ainda lhes gritou:
- Ainda não descortinámos que as promessas de ficar, habitar, confiscar as residências, os prédios dos colonos, não é isso que nos tira da miséria. Qualquer escravo acredita em qualquer pregador da liberdade das centenas, que depois serão milhares, das igrejas evangelizadoras, pois onde há maná, há religião.
Não desistiu, voltou a construir casebre noutro local mais pacífico, mais simpático. Senão… vou viver então aonde!? Conseguiu kilápi… nos bancos? Não! Na sua família, nos amigos não porque há muito que desapareceram, que deixaram de comunicar. A propósito: ele acredita que as pessoas já não sabem o que é isso, pois presentemente a comunicação é estabelecida nos inúmeros assaltos que nos assomam das janelas dos milhares de olhares, como se vivêssemos, protagonizássemos um filme de ficção científica. 
Estava bwé a curtir na choupana com a música muito barulhenta a incomodar os vizinhos quando aparece a corte marcial. Sem improviso arremedaram-lhe:
- Chegámos!
O camartelo apresentava-se tão gasto pelo uso, mostrando que nenhuma cabana lhe resistia. Ainda gritou para os direitos humanos da ONU, mas sem resultados porque quem é que acredita que eles lhe prestem atenção? Teimou, reforçou, avançou para a terceira maresia. Construiu outra vez e já lá residia. Com reforço de kilápi a palhota não estava vazia. Pressentiu ao longe os cascos de viaturas aproximarem-se, viu e ouviu eles novamente, os manos parte-casas. Nem lhes perguntou mais… também eles se anteciparam e recitaram o verbo.
- Chegámos… outra vez!
Soltou o verbo para o betão dos condomínios e torres sem arborização da economia informal, anti-ambiental. Economia do desenvolvimento sustentável das mulheres da rua, que agem por percepção extra-sensorial, transformam-se em leoas para lutarem, usarem o instinto de conservação, enquanto os leões à noite dormem. Elas tudo fazem para abastecerem as suas proles que as aguardam ansiosas nas suas tocas. Os especuladores imobiliários destroem povos, países, derrubam o planeta Terra, a civilização. Se não admirarem a Natureza, nunca se conhecerão. Há dois Deus: o da Natureza e o dos seres humanos. Deixou o seu lamento aos especuladores imobiliários:
- Tudo o que constroem, e não percebem, ou fingem não perceber que tudo o que estes seres humanos agora edificam, a Natureza arrasa.
E nós juventude já não sabemos, desconhecemos, queremos um Governo e não uma junta militar.
É isso mesmo: quando uma minoria vive principescamente com o maná das regalias inimagináveis, rodeada de milhões de desempregados, espoliados na sua terra que já não lhes pertence. Então os meus ilustres senhores – gente gira – protegem-se, vivem no terror de serem assaltados a qualquer momento. 
É impossível viver permanentemente na desonestidade e na hipocrisia.
As coisas estão muito fáceis de ver, ou não? O Governo português escancarou as suas portas à corrupção angolana, e em troca os portugueses invadem Angola, pisam terra, felizes no regresso triunfal na sua outra vez colónia, isto pelos vistos faz parte dos acordos gerais de cooperação.
O Governo chinês colocou à disposição de Angola – com a reverendíssima desculpa de que ninguém lhes queria emprestar dinheiro – fundos monetários sem fim, tendo como exigência a entrega total de Angola aos chineses. Nota-se claramente porque eles estão protegidos pela guarda presidencial. Além de que o Governo angolano obtêm apoio incondicional destes dois países na repressão violenta à oposição. E assim nos vamos afundando, porque até as zungueiras são consideradas opositoras. Senão, como é que se explica a feroz perseguição que lhes é movida? Quer dizer que Angola já é uma república sino-portuguesa. E claro que esta república constituiu-se tendo como alicerce principal a manutenção – carta-branca – da escravidão dos mwangolés. E isso dos campeonatos mundiais disto e daquilo - como agora o do hóquei em patins e afins, é também uma imposição da república sino-portuguesa – a construção de estádios para garantir o emprego dos parasitas dessa república e das suas empresas.
Auscultar, ouvir os jovens, mas não lhes prometer nada, é assim como uma espécie das negociações do conflito sírio.