quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os escravos fustigados nas plantações




pelos canhões dos seus patrões

E os escravos fugiram das plantações
o senhor dos escravos ameaça-os
com os seus canhões
Prelados intimidam, dão sermão
os escravos libertos vão na manifestação

O escravo fugiu estuporado
desabou-lhe a ruína do eldorado
e a excomunhão do prelado
e pelos cães atiçado

Na fazenda do petróleo jaz
uma nação de um patrão incapaz
só se ouvem tiros, pás! pás!
e o chicote do capataz

As milícias matam os inocentes
festejam a morte, inconscientes
cumpriram o dever dos presidentes
e dos bajuladores subservientes

Até fazem intolerância ao Islão
e o cristianismo não?
mas professam a corrupção
a sua verdadeira religião

Nestes deuses não há manifestação
só existe uma palavra: repressão
nos artigos da (sem) constituição
e nela tudo se revolve a tiros de canhão

Tudo calmo, dizem os estrangeiros
nos seus negócios de merceeiros
vindos dos lugares de jornaleiros
aqui formam escolas de bandoleiros

Neste pelourinho não se pode protestar
é um acto de guerra a quem criticar
e nas leis criadas para escravizar
há sempre um povo pata crucificar

Eis mais uma latente primavera
dos enviados para a estratosfera
ainda sobreviventes na quimera
prisioneiros do final que os espera

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Os jacarés devoram tudo e não deixam nada






E nisto da luz vai e vem
a nossa miséria sempre também
agora, voa a corrupção
carrega prostitutas de avião


Se não temos luz, farsada
então não temos direito a nada
Jacarés continuam a devorar
a energia eléctrica a apagar
E quem a energia eléctrica
nos tirar
Isso, parece que não, também
é torturar
Vender geradores para quem os
pode comprar
Porque os miseráveis só
a zungar
Se o ordens superiores
deixar
É o barco desta prostituição
a afundar
Muito canceroso, não dá para
se curar
Jacarés traiçoeiros no olhar
para nos devorar

Sempre no pavor da manifestação
o Poder da corrupção
E até sacerdotes se mobilizam
na fé arcaica se imobilizam
Os escravos não podem manifestar-se
pois não, na fé devem chicotear-se
Angola é uma república para rapinar
e o povo na extrema miséria para dizimar
Vive na sua terra como refugiado
tudo, tudo, tudo está estrangeirado
Só nos resta o viver das lágrimas
nesta imensidão de vítimas
Olhamos para o longínquo futuro
da réstia que nos resta, o escuro

Quase quatro décadas de reinado
sempre no mesmo discurso atolado
De estádios de mundiais campeonatos
e de outros ludismos para iliteratos
De malas aviadas vai feliz a estrangeirada
para Angola foge em debandada
nesta terra só para eles abençoada
e a população perseguida, policiada
só tem direito a levar porrada
e mais nada, como uma manada
















quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Curtíssima história dos jacarés em Angola


A liberdade e a democracia não se promulgam por decretos.
Conquistam-se com suor e lágrimas.

E Angola foi cubanisada
E russianisada
Depois foi achinesada
Aportuguesada
Asiatisada
Estrangeirada
E por muitas igrejas
Adorada
Mas continua enfeitiçada
e prostituiu-se
prostituíram-na
na pauta aduaneira tem uma nova rubrica:
importações de meretrizes para diversões
em sexuais aviões
carne fresca para glutões
dos haréns dos petrolíferos sultões
de profundas vaginais perfurações
de cópulas dos dólares aos milhões
com cadastro na Interpol
com mandatos de prisões
este petróleo é dos patrões
não é das populações
que quando exige distribuições
apodrece nas prisões
quatro mil dólares de renda mensal
pagam os estrangeiros nesta orgia natural
para eles tudo, e nós sem um quintal
quando morrermos onde seremos enterrados?
Pois todos os terrenos nos foram espoliados

O calor a aumentar
E a luz a bazar
Para quê andar a projectar
Se sem luz vão falhar
Para quê tanta cooperação
Se continuamos na escuridão
Nunca a luz vamos ver
Enquanto eles estiverem no Poder
A cada um o seu gerador
Na república de um só senhor
Por aqui nesta nova vida incerta
Só a miséria é certa

Muito obrigado senhor dos angolanos
Pela miséria destes infindáveis anos
As empresas morrem com tanto apagão
Porque ainda vigoram as leis da revolução
Lá continua a desgraça
E não há ninguém que a desfaça
É a imposição da vigarice
Nunca mais acaba a macaquice
No petróleo a luz nunca falta lá
Não se consegue trabalhar com este Mpla
Era e é o petróleo do Mpla partido do trabalho
Da vanguarda do grande paspalho
Neste milénio de combate à pobreza
Onde os ricos aumentam a sua riqueza
Luanda a capital mundial dos apagões
Em desenvolvimento, garantem os aldrabões
Sem luz a miséria é garantida
Neste projecto novo, desprezível, sem vida
Dizem os prelados: é a vontade de Deus!
Neste mundo de ateus







segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Em Angola prende-se toda a gente, corruptos? Não! Eles são a lei




República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos
21 de Outubro
Angola é um acampamento de índios sob constantes ataques dos caras-pálidas.
22 de Outubro
Outra vez mais um apagão das 16.06 às 16.52 horas.
23 de Outubro
Foi dito no programa, Elas e o Mundo, da LAC-Luanda Antena Comercial, que na segunda e terça-feira no Namibe não há peixe, porque depois de beberem muito no fim-de-semana, os homens da faina marítima estão de ressaca. Foi também dito que algures alguém afirmou que não havia sal porque Angola não tem matéria-prima. O mais alarmante foi a denúncia da escravidão infantil no Lubango e o seu comércio de órgãos, e que por este andar ficaríamos como Moçambique.
Mas que grande merda que isto está. Com a invasão chinesa e portuguesa, ninguém deles denúncia estas coisas? Dos chineses nada há a esperar, Angola é para eles outra república popular de escravos, onde gozam total impunidade e pretendem impor-nos um estilo de vida medieval. Dos portugueses que estão em todo o lado – tal como os chineses – é espantoso – ou não será, claro, porque o que conta é apenas a procura do lucro fácil antes que surja outra vez mais uma revolução. Assim como as coisas estão – cada vez mais horríveis, insustentáveis - não vejo como Angola será o futuro para tão vasto exército de escravocratas. A conivência e o oportunismo são demasiado evidentes, até porque os portugueses têm no Facebook, o seu, Portugueses em Angola, do qual segue um texto muito elucidativo: “Gabriel Costa, Acabaram de eliminar, sem qualquer explicação um post que coloquei há minutos sobre a questão Angola-Portugal. É uma opinião que pelos vistos deve ter ofendido algum dos Srs administradores. Se é para ser assim, passem bem.”
Também em, Elas e o Mundo, foi dito que um administrador de uma área do Uíje lamentou-se que não tem verbas para a manutenção do cemitério que está ao abandono. Logo de seguida ele diz que vai resolver esse problema com a contratação de uma empresa para efectuar os trabalhos da manutenção do cemitério.
Cerca das 12.30 horas na Rua das Sirenes. A Polícia está numa operação stop, manda parar as motas e carros, vê a documentação e revista os seus interiores.
Mais um apagão, das 16.19 às 17.04 horas.
24 de Outubro
E o que se pretende é fazer de Angola outra África, outro Darfur, como bem demonstrado por Moçambique, ao qual Angola lhe segue os passos. E ainda dizem – os tais analistas super inteligentes que os opositores não têm apoios como antes tinham – santo Deus, mas eles não são mais os opositores de ontem, eles são partidos políticos de hoje com larga maioria da população a seu favor, como acontece em Angola. Ao se tentar eliminá-los apenas para que as riquezas adormeçam nos leitos dos eleitos, isso é guerra civil, porque ao tentar destruir a Renamo ou a Unita, é lutar contra a maioria da população que os apoiam. Angola e Moçambique perdem-se, os seus governos desaparecem, devoram-se noutra guerra. É que qualquer um ao serviço de um general continua com ordem para nos espoliar, nos reduzir à condição de sem pátria, nos ameaçar, de que, nós vamos te matar. Paz?! Como é isso possível se até agora continuamos em guerra? Quem está no Poder não respeita ninguém, não respeita leis, apenas uma coisa respeita: a lei da força, da violência. Angola é África. Ai de quem ousar enfrentar, criticar os chefes que nos governam, pois os seus dias serão curtos. Dormir em paz? Estamos proibidos. Circular na rua a partir das vinte e três horas ou menos? É assaltado. Nós vivemos em estado de sítio não declarado. Quando um general constrói um prédio e ameaça os vizinhos dos outros prédios de que: «Vocês têm os dias contados!» Quer dizer: ele vai mandá-los para a rua, vai-lhes fazer, faz-lhes, a vida num inferno sob a protecção do mais alto magistrado da Nação? E por isso mesmo, Moçambique e Angola são fábricas do incentivo ao banditismo, do terrorismo.
O supermercado Pomobel exerce a sua actividade em Luanda na Rua Rei Katiavala, em frente à delegação provincial de Luanda do Ministério da Juventude e Desportos, muito próximo da rua da Liga Africana. A partir de ontem o proprietário do supermercado tomou a decisão de colocar o seu contentor do lixo a cem metros do supermercado em frente de um prédio. Quer dizer: o supermercado, toda a lixeira que produz lança-a para a frente do prédio, como se o lixo fosse autoria dos seus moradores. Estes já apresentaram os seus protestos, mas em vão, para quê? Pois se isto é tudo deles. Com tal Poder assim exercido, Luanda já não é mais cidade porque é pertença dos pistoleiros do Texas, do Faroeste, onde a brutalidade é que comanda e a gangue do petróleo desmanda. Pergunto: como serão os próximos dias no Faroeste de Luanda?
25 de Outubro
Luanda. 02.00 horas da manhã. Um amigo telefona-me e diz-me que na obra do general ledi, traseiras da Pomobel, Zé Pirão, todos os dias e noites serram ferros e outras selvajarias, não deixando ninguém dormir. Está horrível viver nesta cidade porque está em poder de gangues, de ratos do esgoto. Quem governa (?) perdeu toda a credibilidade. Não nos podemos queixar a ninguém porque eles são a lei e a ordem. Têm ordens para nos silenciarem e não lhes acontece nada. Outro Moçambique emerge.
Um Estado totalmente dominado pela corrupção, não é um Estado mais que falhado?
Um exército pode ser muito poderoso, mas um só general – o azar é que é mais do que um – arruína-o.
26 de Outubro
Bom-dia bajuladores, lavadores de dinheiro e passageiros de aviões pornográficos.
A África é uma gigantesca jangada à deriva no imenso árido, abandonado mar africano, de espoliados, de escravos no rumo da liberdade de Lampeduza.
27 de Outubro
E como não podia deixar de ser, as coisas seguem a teoria da evolução natural, sempre tudo mais complicado até que chega o momento em que tudo se torna insustentável, porque contra um exército de ratos ninguém o consegue vencer. Caminhando nessa senda, agora a moda em Luanda é nas praças roubarem as compras. Apenas um elementar exemplo: um sênê – senegalês – foi a uma praça para abastecer a sua cantina. Um bando de miúdos de rua cercou-o e conseguiram nas calmas roubar-lhe mil e quinhentos dólares. Logo deu pela falta dos dólares e foi em perseguição dos miúdos, mas não conseguiu, desistiu, fez marcha atrás antes que ficasse sem vida. Para nós isto não está bom, será que está bom para estrangeiros? Duvido muito. Portanto, insistindo: agora a moda é quem vai à praça fica sem as compras, o cerco da fome aperta.
28 de Outubro
O líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição), Isaías Samakuva, anunciou hoje depois de votar que o seu partido vai impugnar as eleições angolanas devido às "muitas irregularidades" do processo eleitoral. In Expresso, sexta-feira, 31 de Agosto de 2012
Almirante "Miau" da CASA-CE: "Nem mortos iríamos aceitar essas eleições" VOA 12.09.2012
A UNITA anunciou ontem, a realização de uma manifestação geral, a 25 de Agosto, para protestar contra o que reputa serem graves violações da Lei Orgânica sobre as Eleições gerais por parte da Comissão Nacional Eleitoral. Maka Angola - 17 de Agosto, 2012
Os responsáveis de algumas formações políticas concorrentes às eleições gerais de 31 de Agosto mostraram-se contra qualquer tipo de manifestação que podem manchar o processo eleitoral. O director de campanha da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, “Miau” disse que Angola está a dar um exemplo de afirmação da democracia, com o processo eleitoral a caminhar com êxito.
André Mendes de Carvalho disse também que o seu partido não apoia a realização de manifestações como forma de soluções de eventuais inquietações ligadas ao processo eleitoral. RNA 24-08-2012