Olho para aqueles momentos
como se fossem os últimos, e ouço os suaves acordes viajados de um piano, como
se uma tarde muito tempestuosa me perseguisse. Parece que não sabemos, ou
fingimos, que tudo o que nos cerca também rejubila de tristeza, que pouco ou
nada já resta dos nossos sentimentos? Meu Deus! Como estamos tão confinados!
Porque na nossa juventude esperamos, e confiamos, sempre que alguém nos liberte
e outra vez nos escravize? Porque não nos libertamos? Porque confiar no amor é
fácil, difícil é dele nos libertarmos.
Como é salutar ouvir o
murmúrio do serpentear da água de um regato, doce, triste, como o deslizar dos
dedos nas teclas de um piano da Liberdade perdida, espoliada. É a sonoridade da
fortaleza da Liberdade e do amor que nos movem para a ternura dos anos
perdidos. Como é difícil e pesado acreditar em alguém, pois a hipocrisia é o
hino e a bandeira de tanta falsidade democrática. Há monstruosidades humanas
que sob o disfarce de campeões da democracia e dos direitos humanos, são a
negação do amor, e da espécie humana.
Tudo consome energia, a
Liberdade também, apenas aguarda pela nossa decisão, para que desperte do sono
artificial. Como se existissem bancos de amor, e neles nos fosse permitido
abrir uma conta bancária em nome do Amor.
Os
cidadãos são o que o Governo é.
Há
mais do que um desprezo total pela vida humana protagonizado por este Poder.
Evidentemente que os espera o mesmo fim, o julgamento pelos crimes doentiamente
cometidos, que são tantos, a começar pelo relato de Ermelinda Freitas do
Lubango, no Facebook, da agonia do gás tóxico dos geradores, ela teve que fugir
para não morrer intoxicada. Os dos milhares, milhões de deslocados de há uns
anos atrás que vivem nos retalhos das tendas, neste momento abandonados à chuva
dos Lordes. Até na mendicidade espoliados, pois os gatunos sempre em estado de
prontidão combativa, assaltam-nos. E os Tchavolas, no Lubango, na rua, porque os
imperialistas tsins pressionaram: ou fazem como nós queremos, ou não há
empréstimos. Os tsins querem o ferro, o caminho-de-ferro reabilitado, as
riquezas de Angola, às quais os Lordes cúmplices fecham os olhos quando as
bagagens bem inchadas zarpam nos portos e aeroportos.
E
não temos onde nos queixarmos, porque a lei é feita para proteger os Lordes das
tendas. Qualquer queixa apresentada não tem fundamento, porque os Lordes, os
senhores do petróleo extravasam, e ameaçam que não têm problemas porque se pode
matar quem quiser. Os milhões de dólares abafam qualquer acto de projecção
internacional.
E
tantas outras diatribes e mortes à espera de julgamento.
Á
selvajaria instalada não lhe basta facturar, também têm de matar.
Então,
governar é repressão, é repudiar, é afastar o outro, como nos bons velhos
tempos das SS nazis nos campos de concentração. Ainda não se deram conta, que
neste momento vivemos exactamente como os judeus nos campos de concentração da
Segunda Guerra Mundial?
Quando
é que se decidem a parar com a nossa matança?!
Vejamos
o solene ultimato de Hillary Clinton transcrito do angola24horas: «Washington -
A secretária de Estados dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse nesta
segunda-feira que a prisão do presidente em exercício da Costa do Marfim,
Laurent Gbagbo, envia um alerta para os ditadores de outros países de que eles
não podem ignorar os resultados de eleições livres e justas. E disse que haverá
consequências se eles se agarrarem ao poder. "Essa transição envia um
forte sinal aos ditadores e tiranos da região e no mundo: eles não devem
desconsiderar a voz do seu próprio povo nas eleições livres e justas e haverá
consequências para os que se agarrem ao poder".
E
o vento democrático ainda não nos libertou.
Isto
ainda acontece, permanece, porque aceitamos conviver, sem o demover, no lirismo
democrático. As aves voam, não porque têm asas, mas porque aprendem a voar. Aos
jornalistas ofereceram-lhes umas asas com graves deficiências de fabrico que
lhes obstaculizam a liberdade de voar. Já aprenderam o voo, mas há poderes que
os prendem no solo.
Esta
etapa jornalística revela-nos que a democracia (?) ainda é a ditadura do
proletariado, nesta ilha cercada pelas mandíbulas de tubarões por todos os
lados. É a democracia dos esquartejados das mandíbulas.
Em
Jingola, a corrupção é de tão baixo nível, selvagem, abjecta, que até há juízes
que praticam assédio sexual sobre miseráveis vítimas indefesas. E o mais grave,
o mais inquietante, é a condenação à prisão de todos os que denunciam estes
sobreviventes da ditadura proletária da injustiça.
A
História é o conflito permanente entre senhores e os seus escravos que lutam
pela sua libertação.
E
o Jornal do Povo Jingola, o nosso Diário do Povo, órgão oficial do
marxismo-leninismo jingola, agora com profundos laivos tsins, na lavagem das
imagens das manifestações, onde há milhares e milhares de manifestantes, que
estavam lá escassos quarenta manifestantes… não estava, não esteve lá ninguém.
Mas uma coisa é certa, não noticiada: os Lordes novos-ricos corruptos e o
comboio palaciano da gatunagem do nosso erário público, esses, não se fizeram
presentes, como habitualmente.
A
luta agora é entre corruptos e honestos… entre ditadores e democratas. Nesta
luta não há lugar para os nossos Gbagbos. Facilmente se adivinha quem será o
próximo ditador a descer do pódio das ditaduras.
Esta
governança é da matança. É o governo da exterminação nacional.
Estes
nossos políticos da quarentena permanente, de quase quarenta anos no poder,
perdem o tempo a nos aldrabar, sempre que tudo vai melhorar. Trabalhar?! Nunca
mais!
Maratonas,
o pior exemplo da destruição de uma nação.
Ó
vós que estrebuchais: quanta mais repressão, mais revolução.
Na
capital Jingola, o normal no anormal, o lícito no ilícito da ditadura bancária.
Porque tudo se compõe de ditaduras. Não existe uma, mas várias, qualquer
detentor do, ou ligado aos Lordes, é um ditador potencial. Imaginem as
toneladas de ditadores. Então, lá vem a mensagem corriqueira do genuíno
terrorismo bancário: «Não temos sistema»
Não
é por acaso que ele é ditador. E o dicionário permanece inalterável, excepto,
quando na hora do encostar à parede imploram: «Rendo-me, quero discutir as
condições.» Só que os tempos mudaram, estão sempre a mudar. Sem dúvida que as
condições climáticas fazem disto o melhor exemplo. Mas os ditadores nunca
mudam, permanecem como as ossadas abandonadas, que antes eram lutadores pela
democracia, e agora férreos lutadores pela ditadura. Não há forças que se lhes
oponham.
A
minha preocupação consiste no seguinte: o Regime incrementa a repressão
assustadoramente, estrebucha. Catapulta-nos o terror como modelo de se manter
eterno, porque já não é governo, não é país, é um consórcio empresarial. E como
cresce a oposição a essa família unipessoal que ameaça com os seus tentáculos
mortais, há que eliminar por todos os meios a quem a ela se opuser. Aqui nasce
uma questão: a oposição será obrigada a lançar-se na criação da luta
clandestina, outra vez, a sério, de libertação nacional, porque a Pátria está
seriamente ameaçada, danificada de alta traição. E em consonância nascerão
células, milícias de autodefesa. E então renascerá a célebre ordem para matar
tudo o que se mover, como na Argélia sob domínio do colonialismo francês, e não
conseguiram. A última palavra cabe sempre ao povo decidir, e quando ele decide
é como um maremoto. Não há forças que se lhe oponham.
O
cancro económico, social e eleitoral.
Em
Jingola, não é um partido que está no poder. É um cancro com metástases
avançadas, que se disseminam pelos nossos vasos sanguíneos e nos destroem as
células, nos matam.
Urge
atacar este cancro com todas as armas médicas ao nosso alcance. É necessário
que os pacientes se submetam a exames médicos, e se combatam com a farmacologia
da liberdade ainda inexistente.
Antes
que este cancro nos devore fatalmente, e todos pereçamos sem remissão. Não
podemos, não devemos permitir que nos exterminem. Este cancro é também muito
hábil, especialista comprovado na fraude das células e cédulas eleitorais. Pelo
que, os nossos organismos humanos devem permanecer de atalaia, vinte e quatro
sobre vinte e quatro horas.
Todo
o cuidado é pouco. Este cancro é muito perigoso porque já provou quanto baste,
a destruição executada por alguns países, deixando-os exangues.
É
que, é com os biliões de dólares surripiados do petróleo para usufruto pessoal,
que ordenam nas nossas vidas, não para vivermos, mas para sofrermos, para
morrermos.
E
há mais de trinta anos que erguem paredes e logo a seguir as derrubam. Donde
lhes vêm o dinheiro? Creio que não é difícil de responder. Vem dos canais
secretos petrolíferos da República da Sonangol.
Nos poços da morte
petrolífera
lá vai o povo Jingola votar
nos poços da morte do
petróleo
e dos seus cadáveres se
fabricam
os lubrificantes, o óleo
que lubrifica as correias
de transmissão
da fraude eleitoral,
corrupta contabilizada
nas urnas lá estarão as
milícias das barras
da catástrofe anunciada
O petróleo já não é do
povo
é de um estranho Poder
que tudo faz para nos
escravizar
morrer
este falsário e demoníaco
poder
foi o povo que o fez
erguer
do mesmo modo que também
o vai derrubar, remover,
bater
E
as árvores ainda estremecem na recordação da emoção dos momentos dos poemas dos
nosso beijos, que as reverdecem de desejos. É por isso que as árvores também
são ciumentas. Um beijo nunca é tardio, porque no amor não existe tempo. E de
uma das minhas vidas me lembro sempre, a de estares sempre presente, amando.
Um beijo nunca é tardio, porque no amor não existe tempo. E de uma das minhas vidas me lembro sempre, a de estares sempre presente, amando. Belissimos versos e mensagem querido, repletos de verdades infelizmente, como bem disse é um "
ResponderEliminarO cancro económico, social e eleitoral." Obrigada.Boa noite e ótima semana!