terça-feira, 3 de outubro de 2017

HOLOMODOR, A MORTE PELA FOME



Parafraseando Winston Churchill (1874-1965): estou na varanda da minha casa, é quase uma hora da manhã, olho para o profundo da noite e vejo que depois das eleições de 23/08/17, caiu sobre Angola uma desastrada cortina de chumbo eleitoral.
Mas vai ficar tudo na mesma? Isto é, pior? Então sirvam-se que o banquete do demónio está servido.
Eis a fome que pela força das circunstâncias do desaire económico e social, também açoitará Angola com tremenda força.
 “Apenas alguns poucos conseguiram fugir para a liberdade. A inanição soviética de 1932/33 imposta aos ucranianos é conhecida agora como “morte por fome” ou holomodor. Essa fome foi um acto de genocídio soviético direcionado contra a nação ucraniana. O verdadeiro horror dessa política intencional foi revelado somente depois da desintegração da união soviética em 1991. Em 2003 a Rússia assinou uma declaração confirmando que o genocídio custou cerca de 7 a 10 milhões de vidas ucranianas inocentes. Hoje o genocídio é reconhecido como um dos grandes crimes contra a humanidade.” (Do filme Bitter Harveste 2017, Colheita Amarga.)
Perante o consenso popular os que perdem as eleições não sabem, não querem perder.
Mantenham-se calmos porque os resultados definitivos das eleições são muito fiáveis. Porque as eleições foram exemplarmente organizadas e apenas um partido ganha sempre por maioria absoluta ou qualificada. É como se fosse um partido sem oposição para desgraça da nação. Só que no tempo presente, e antes, os eleitores votaram nos partidos da oposição porque estão fartos de aturar os vexames perpetuados do partido da desgraça da situação. Honra e glória aos eleitores que votaram na oposição porque a ocasião não mais fará o ladrão.
O lugar dos padres é nas igrejas, fora delas são demasiado vulgares cantineiros eleitorais.
Quando um partido no poder faz da população um exército de famintos, quando chega a hora do voto, claro que não vão votar nele. Mas isto é tão demasiado elementar que até um reles cão vadio, desses abandonados que farejam os caixotes do lixo, entendem. Portanto é preferível falar com um cão do que falar com tal gente.
O que é necessário é manter o exército de escravos para que os seus amos e os seus grandes amigos, os pastores das igrejas demoníacas e dignitários de alguns países enriqueçam facilmente.
Vida do ser humano é vida de guerra. Uma coisa é certa e disso tenho plena certeza: depois das eleições de 23/08/17, Angola jamais será a mesma.
É mais um povo abandonado tal e qual como foi por deus anunciado. A corrupção faz ceder os pilares desta nação. E não há ninguém que lhe ponha cobro não. São tantas as desgraças que já não dá para as contar. As eleições já deixaram a porta, mas a porta de quem? Sem votação o partido da situação proclama-se vencedor, e o povo é outra vez o perdedor.
Mas, que diabo, porque é que a África negra não sai da Idade Média? E esforça-se muito para retroceder ainda mais até à Idade da Pedra. O continente da miséria, da fome. O continente dos exércitos famintos dos assaltos, o continente dos tiros. O continente dos políticos charlatães.
Pais burros, filhos burros.
As portas deste inferno estão escancaradas para o exército de famintos. As multidões deste exército, muito rápidas entram e muito rápidas saem.
Angola está como que perdida na selva amazónica à espera que um arqueológo a descubra. Mas mesmo a esvair-se na desgraça total e completa, os abutres não param, muito pelo contrário, devoram com os seus bicos blindados os despojos finais. Para ver o futuro de Angola, basta ver a campanha eleitoral do tempo de antena dos partidos políticos na televisão bolchevique onde um deles se afirma como o detentor da verdade absoluta., que sendo o partido do dinheiro acredita que tudo e todos lhes cairão e beijarão os pés. Também isto é o estalinismo holomodor.
Se todos os empresários viviam na acolhedora sombra do bananal do petróleo e assim se formavam, quer dizer, empresários formados na fraudulenta universidade do petróleo, não têm absolutamente nada de empresários, pois limitam-se ao comprar e vender como vulgares cantineiros. Claro que obedecendo aos sãos princípios da contabilidade desorganizada, é assim que se realiza o caos de Angola. Bom, Angola depois da independência nunca teve, não tem classe empresarial. Neste aspecto a única coisa que tem é o comité de especialidade dos empresários ávidos, que oram às receitas do petróleo para que lhes caiam grossas gotas. Empresário que vive dessas receitas não é empresário, é um parasita. Angola está definitivamente troglodita. Esta nação está ao serviço da corrupção.
Creio que isto não é uma democracia, é uma morgue eleitoral.
Então se há o receio dos partidos políticos da oposição fazerem manifestações porque, como dizem, o exército e a polícia estão ao serviço dos oligarcas que se aferram ao poder como rêmoras grudadas no corpo dos tubarões, porque não temerários não ousam enfrentar o belicoso poder, então não têm, nunca pensaram, nunca estudaram uma alternativa válida para manietar, enfrentar o “inimigo”. Então, assim a democracia não sobreviverá. Torna-se por isso necessário criar uma força de contenção que enfrente de uma vez por todas a destruição da nação que se aproxima a grande velocidade, qual ciclone. É preferível morrer de fome, que aí vem com mortal força, que morrer pela democracia? Então vamos ficar como antes. Aceitam-se os resultados eleitorais para que não haja mortes, como se a democracia assim o exigisse. Vamos ficar animais de caça abatidos ao gosto dos caçadores, dos senhores dos gatilhos. Oposição cheia de hesitações é ter na democracia fechados os seus portões. Não vale a pena esperar pelas forças do Além porque de lá não virá ninguém.
A democracia é o poder do povo, só que em Angola não existe povo.
Será patético ficarmos reféns do eterno poder e da titubeante, demasiado hesitante oposição que não consegue ir além da fraude, e assim continuaremos… cada vez piores, sem solução à vista. A não ser a fuga em embarcações rumo a um porto seguro na Europa. Esta também é uma das maravilhas de Angola. Vamos ficar outra vez reféns do poder e da oposição. Só que desta vez nem os ossos nos sobrarão. Assim sendo quem é que vai acreditar em Angola? Só os aventureiros, como sempre, como se estivessem no faroeste vivendo os gloriosos tempos das coboiadas da cidade do Texas.
“A porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira, disse ontem que os resultados já divulgados, que são provisórios, e que dão uma esmagadora vitória ao MPLA, não foram produzidos apenas a partir das acta-síntese, mas também de "um conjunto de outros elementos".
(O atiçar da fogueira para a manutenção da escravidão): “O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou hoje uma mensagem de felicitação pela eleição ao Presidente eleito, João Lourenço.”
Eleições: CASA-CE admite recurso a "actos de contestação de massas", UNITA remete posição para depois de reunião de hoje
Eleições: MPLA exorta angolanos a não aderirem a tentativas de distúrbios e instabilidade.” (Novo Jornal Online 26/08/17)
Aprendi de um português que, “se estás fora de Portugal num país estrangeiro e tens dificuldades financeiras para beberes uma cerveja, então sai, vem-te embora para Portugal.”

À primeira vista não parece, mas creio que facilmente se percebe que vivemos num potencial feudo de uma sucursal do estado islâmico.

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