sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A OPOSIÇÃO GANHOU AS ELEIÇÕES



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

As eleições em Angola estão como fazer compras numa cantina. Angola é de facto e de jure uma cantina eleitoral. Quer dizer, o eterno partido cantineiro vai à sua cantina e compra uma votação de maioria qualificada.
O que actualmente se passa em Angola com as eleições é um retrocesso a 1975.
“Temendo tanto as críticas científicas quanto as religiosas, Darwin (1809-1982) passou décadas desenvolvendo as suas teorias evolutivas quase sempre em segredo. (Wikipédia)”
Angola, o mergulho no inferno. Ó pobres coitados que engrossais o exército de irresponsáveis, como nos metem dó.
Atenção! Aqui faz-se justiça por mãos próprias. Depois do dia 23/08/17, Angola despede-se do clube das nações porque vai numa viagem sem regresso para o inferno do desconcerto das nações.
Bom, está mais que claro que água que a oposição venceu as eleições. Mas como a situação o exige aqui se renova a minha “profecia” da qual suplico ao meu deus que não a ponha em prática. Mas como, sinceramente desculpem-me, como as eleições na África negra são como… são atípicas, um atentado à tribo dos partidos no poder que dele não querem descer, e é muito claro que: E depois das eleições com uma vitória arrasadora dos partidos políticos da oposição, o Mpla proclama vitória por maioria qualificada, relativa ou simples, sempre de encomenda (a que reúne um número de votos superior àquele dos outros concorrentes, mas inferior à maioria absoluta). A oposição contraria e mostra provas concludentes, convincentes, sem lugar a dúvidas. Porém, o circo romano do tempo dos césares e dos augustos do Mpla desarma argumentando que a sua vitória é por demais evidente e que não oferece dúvidas. E mais esclarece que os resultados eleitorais da oposição são uma pura invenção, mais uma fraude, pois o Mpla nunca perdeu, nunca defraudou as expectativas do martirizado, sofredor povo angolano, nem jamais perderá um pleito eleitoral, pois a esmagadora maioria da população angolana confia e segue cegamente o Mpla desde e antes dos gloriosos tempos da independência. E mais adianta que a oposição tem que se habituar a contentar-se com as suas derrotas e com a sua vulgar e reles insignificância. E a oposição em bloco contesta e diz que vai levar o pleito para o Tribunal Constitucional. E assim fez. Entretanto o Mpla esfrega as mãos de contente, pois que tal tribunal parcial há muito que é um órgão partidário e foi instituído para sempre julgar a seu favor. A oposição (mais uma vez, muitas vezes) viu contrariados os seus desejos. Depois de infindáveis dias, uma eternidade, tecnicamente falando viu o seu pedido rejeitado, mais tecnicamente viu o seu pedido indeferido. Confesse-se que nada aconteceu de anormal pois tal veredicto já era de contar, normal. Vai daí, a oposição recorre à instância máxima da Lei, o TS, Tribunal Supremo. Muito confiante aguarda que se faça justiça, pois tudo está a seu favor. De facto está mais que provado e a nação inteira sabe que a oposição derrubou o célebre contendor Mpla, pois tudo e todos estavam já demasiado fartos (isto é favor, o correto é dizer-se demasiado fartíssimos) de o aturar. Mas, para quê espantar?, o TS declarou perenptoriamente da sua suprema justiça, a injustiça de que o Mpla é de facto e de jure o aclamado, o proclamado vencedor das eleições de 23 de Agosto. Logo de seguida e perante tão flagrante injustiça, a oposição ameaça sair às ruas numa grandiosa chuva de manifestações. O Mpla aconselha que não, pois a oposição tem que felicitar o vencedor e não fazer marchas tumultuosas. A oposição tem que aceitar, se contentar com a sua derrota. O Mpla faz sair um comunicado onde nele realça que se a oposição quer fazer confusão, então o seu devido lugar é na prisão. Mas a oposição não desarma, forte, poderosa, nunca desarmou, como a isso sempre nos habituou, que fará uma surpresa, que vai mesmo sair para as ruas, porque o poder sempre esteve, lá mora. O Mpla replica que não tolerará nenhuma agressão interna e externa e invoca que um governo devidamente constituído tem o supremo direito de se defender, a si e às populações que democraticamente o elegeram. As coisas sobem de tom pois outra coisa não seria de esperar. O Mpla convoca todos os seus instrumentos de defesa e segurança e envia-os para prenderem os insurrectos e preferencialmente eliminá-los para sempre sob o escudo da acusação de células terroristas devidamente implantadas e organizadas. Mas a oposição não se deixa intimidar, porque batalhadora como nunca, pois contra qualquer injustiça sempre lutou. Começam os tumultos com barricadas nas ruas, com muitas nuvens de fumo provenientes de pneus e outras tralhas a arder. São milhões de manifestantes que não aceitam, dizem, mais o jugo do comunismo. O Mpla decide-se pela sua vitória certa, final, ordenando a todas as forças de ar, mar e terra que disparem a esmo, sem dó nem compaixão contra tudo que se mova. Sente-se no ar a pólvora e o cheiro acre dos corpos queimados pela fornalha de tão colossal metralha. Os nossos santos Bispos declaram que Angola optou pela solução da RDC, nada mais tendo a declarar ou reclamar. Como sabido, de lei, a diplomacia internacional é a arte da hipocrisia internacional. A comunidade internacional volta, faz o seu papel, diz que as eleições foram livres, justas e transparentes, quer dizer, atirou com uma montanha de achas para a fogueira de Angola, retira-se, abandona Angola e embarca nos aviões rumo ao idílio do dever cumprido, das janelas do avião olha de soslaio, finge tomar conta da situação. Mostrando-se impotente deixa andar, sim é o deixa-andar, deixa-disso universal, excepto um não perenptório quando lhe interessa, quando os seus poderes e interesses geoestratégicos estão directamente ameaçados, retira-se sub-repticiamente e é o nascimento de mais um estado africano que cai, que se entrega à barbárie, à mais elementar crueldade onde as crianças ficam, são aos milhões, biliões?, aguardando pelos comunicados do… sem UNICEF.
“A pobreza e a miséria formam o artista.” (Dostoiévski (1821-1881)
Na Natureza nada é feito ao acaso.
Angola, onde em cada esquina um maldoso nos espera. Por isso mesmo, Angola é também a república das esquinas da maldade. E quando não houver mais nada para roubar, vão fazer o quê?
De alguém na RNA-Rádio Nacional de Angola, que apanhei de fugida, 21/08/17, “Angola é muito rica e as suas potencialidades não estão a ser aproveitadas.”
O Bernardo, lavador de carros, um tarefeiro, disse que o seu amigo residente em Luanda, mandaram-lhe votar em Benguela. Quantos e quantos mais não estão na mesmice situação?
No noticiário da hora do almoço da TPA-Televisão Pública de Angola do dia 21/.08/17, no rodapé só se viu propaganda do Mpla. Dos outros partidos nada, é como se não existissem.
Quem não lê ou não gosta de ler, facilmente é dominado. Basta ver o exemplo de Angola, é muito elucidativo não é?
Onde há intensa miséria e fome as epidemias não faltam, e há quem lhes chame deficiências do meio ambiente.
Depender do outro é manter-se na escravidão.
Partido político e mais quem estiver ultrapassado fica na prateleira bem armazenado, definitivamente chumbado.
É necessário ter muito cuidado porque infelizmente este povo está refém do vírus da selvajaria em todos os domínios. O objectivo para atingir o caminho certo da selvajaria é o deficiente, inexistente ensino, a irresponsabilidade que conduz à selvajaria. E quem está, adquiriu a selvajaria extingue-se.
 “Neste momento de crise financeira e económica exige-se decoro e comprometimento com o povo cuja maioria vive em condições-sub-humanas … mas também os outros Partidos Políticos que podem ser Governo, a estas matérias dizem nada … com excepção dos 500 USD de salário mínimo nacional prometidos pela UNITA e que, do meu ponto de vista, e já o escrevi, não tem nenhuma viabilidade económica”. (Alves da Rocha, In Expansão, 12/08/17)

PR aprova crédito adicional de 43,7 milhões USD  para Casa de Segurança e Polícia Nacional (Novo Jornal Online 08/08/17)

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