segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O cavaleiro Mwangolé e Lady Marli na demanda do Santo Graal (08)


As coisas que mais adoro? Amar uma mulher - e como isso não é possível, porque elas não concordam com os meus preceitos, do entrega-te de alma e coração, com os meus dogmas, etc, bom, o que elas desejam é fazer amor, e do resto não querem saber, tão nem aí, e eu concordo, claro, quem discordar de uma mulher, parece-me, tem os dias de sexo contados – ver um bom filme, escutar música, de preferência medieval, e escrever. Isto, se o Regime assim o entender.
Porque é que em trinta e seis anos, os deuses que sabem julgar e condenar – a nossa vanguarda revolucionária é o único canino caminho a seguir, porque só ela sabe dirigir – nunca foram julgados e condenados?! Os corruptos estão sempre acima da Lei?!

Nunca te deixes arrastar na torrente das emoções, porque a tua mente explodirá em aflições, e ao teu redor cairão corações.

Não foi decretado, mas vale como lei. Tanto as madames, lordes e algumas tchavolas com algum estatuto social, são obrigadas a trabalharem de salto alto, e em algumas igrejas também. Assim, quando chegadas nas orlas das suas casas, descalçam-se, retiram os chinelos dos seus sacos, e respiram fundo pela tortura submetida.
Na verdade vos digo meus irmãos, que a África não passa de mais um vulgar paiol de armas e munições do governo comunista Tsin.

E os emboabas vêm para Jingola
trabalhar
e os tchavolas vão para Emboaba
passear
lá não há trabalho, é só
desempregar

Onde há muitos democratas de luxo, há pouca sabedoria, pouca democracia.
A tua vida é como o mar. Ora está calma, ora agitada. Mas tens que navegar, e o teu caminho encontrar.
E todos os dias são de revolução na tua mente. Acordas com essa mensagem mas não te dás conta disso.

Em Jingola existem apenas duas classes sociais, os Lordes e os Tchavolas. Os Lordes copiaram dos britânicos o seu título, vulgares imitadores de qualquer coisa. Um lorde descobriu um líquido escuro, que logo depois um outro lorde idiota usou-o como remédio, onde ajuramentava que curava todas as doenças, depois ainda outro lorde super idiota usou-o em motores de automóveis, inventando e desenvolvendo a poluição, a desgraça da humanidade.

O nosso rei há quase quarenta anos que nunca inaugurou uma biblioteca, por isso é cognominado: o homem que não inaugura bibliotecas. O homem é terrível, odeia literatura e ainda mais de quem a escreve.

Nas cadeias de Jingola, as crianças presas são obrigadas a manterem relações sexuais anais para conseguirem alimentação para não morrerem à fome.
Nós necessitamos de cemitérios para enterrarmos as multidões de andarilhos que fabricamos, e muito especialmente para nos livrarmos e também enterrarmos as nossas bibliotecas vivas. O mais importante é aniquilar o outro, o opositor, seja ele quem for, os habituais das forças ocultas que desvendam os nossos negócios. Sim, governar é negociar. E onde não há corrupção é impossível haver boa governação. Tudo se decompõe na corrupção. É que regressámos ao tempo dos eleitos de Deus. O governante máximo não pode governar sem a bênção Dele. O governante é uma extensão do braço de Deus no céu, e investido de plenos poderes nos povos terrenos, subjugados, obedientes e tementes ao iluminado governante pelo eterno poder divino.
A literatura é o maior inimigo da ditadura. Não é por acaso que qualquer que escreva bajulação, que enalteça os feitos do ditador, é de imediato acolhido e protegido no séquito real. Com cargo no poder garantido, membro da academia de letras real, nasce mais um poetastro. E multidões de poetas surgem, como grãos de pó.
Não é, não pode ser admissível que um déspota obrigue as populações à miséria extrema e permaneça eterno no poder. Esta é a verdade, a sujeição perante o silêncio da comunidade internacional, das ditaduras democráticas, essa triste coisa da democracia ocidental que finge que existimos, e das democracias africanas. Onde há petróleo há liberdade para negociar, mas ninguém pode manifestar a liberdade de se expressar.
E todos os meios de informação/desinformação têm que obedecer a uma só voz, outra que não alinhe, que não se ajoelhe mesmo com ofertas de malas cheias de dólares, são para liquidar/silenciar.
Aqui vive-se como num campo de batalha, em que todos vão perecendo e ninguém se preocupa com isso. São apenas vítimas da guerra constante, impagável.
E as ditaduras tornam-se interessantes porque os seus militantes afirmam que são os defensores insanáveis da democracia inexistente. E de tanta permanência no poder, instaura-se a inevitável idiotice e canalhice, que identificam o soberano do estado da coisificação. E o ditador mantêm-nos sempre na escravidão das suas perspectivas, sempre sem escrúpulos cumpridas. Palavra de ditador volta sempre atrás. Um país onde é impossível viver, até nos impõem poluição, para que não possamos respirar. E nunca existem empresas privadas, porque são sempre de âmbito pessoal. E esbanjam milhões de dólares em projectos de obras também de âmbito pessoal que nada significam para as populações. Quantos mais empreendimentos faraónicos, mais miséria as populações recebem em troca.
Regra geral o jingolano não assume compromisso, fruto do quase cinquentenário conjuntural, nem acredita em nada nem em ninguém. Por aqui se vê que é impossível a coexistência pacífica. Onde não há regras não há futuro. Basta ver o dia-a-dia pela sobrevivência das populações nas ruas. Vendem qualquer coisa, seja o que for para resistirem à opressão diária dos dignos representantes da lei.
É que os cérebros há muito que estão limitados, congestionados no tempo e no espaço, onde qualquer funcionário do palácio real tem direito a paralisar o trânsito habitualmente engarrafado, e pelo poder das suas sirenes avançam, e o povo: isto é deles!!! Bem-vindos ao reino onde só os membros da família real enriquecem.
O nosso destino está na pessoa amada. Antes disso, a nossa imaginação enche-se de fantasias, de maravilhas, e fantásticas portas abrem-se e mostram-nos os segredos das afinal outras dimensões que existem. Que o amor se liberte da prisão da nossa alma. Nele principia e acaba, se revela o segredo da vida. Vive e liberta a força do amor que em ti existe.

E os painéis gigantescos espalhados pelas ruas publicitam e enaltecem o júbilo democrático:
Aviso! Quem se manifestar vai apanhar!
Aviso! As manifestações estão suspensas indefinidamente!
Aviso! Só se aceitam manifestações do nosso movimento espontâneo!
Aviso! Só são consideradas válidas, as manifestações dos nossos comités de especialidade!
Aviso! A validade das manifestações tem que levar o visto do nosso comité superior da defesa da revolução.
Imagem: Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.Ambos existem;
meme.yahoo.com

continua

3 comentários:

  1. Não concordo contigo não Julius Consules Gil Gonçalves, eu por exemplo, procuro o amor, a entrega de alma, encontro de almas gêmeas, me parece que são os homens que buscam somente o prazer sexual. Tanto em homens, quanto nas mulheres Julius, há excessões.Basta que essas almas se encontrem no mesmo tempo e lugar! Triste e melancólico retrato querido de uma sociedade podre e corrompida.Me dói imaginar essas situações..só de imaginar...lágrimas rolam por minha face, como podem sujeitar as crianças a essas maldades! Não aceito nem mesmo com adultos! Concordo contigo que existe muita beleza em um dia de chuva.Se pudesse eu não perderia uma.Tomaria banhos dela sempre pois são bençãos de Deus sobre os homens.Obrigada querido por partilhar comigo..te adoro ...bj

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  2. Julios, lendo aqui confesso q amei seu texto, é bem profundo; e vc usou parte de seus sentimentos pessoais e parte da realidade mundial. vc colocou frase q carregare comigo, como esta: "Nunca te deixes arrastar na torrente das emoções, porque a tua mente explodirá em aflições, e ao teu redor cairão corações." e esta:"A tua vida é como o mar. Ora está calma, ora agitada. Mas tens que navegar, e o teu caminho encontrar.

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  3. Prezado Irmão, Companheiro Revolucionário luz pela Democracia africana e a da Nossa Democracia, Senhor Julius consules Gil
    Muito obrigado pelo teu trabalho digno de filho da Nossa Pátria!- "As grandes obras de Deus, o Nosso Pai realizam-se em silencio". Quando olhemos o Solo brilhando, não podemos desistir vamos sempre a frente a busca da Nossa Liberdade e Paz para sempre ! Em fim, Somos Democratas e precisamos de transparência e mas estratégia para avançarmos ! Vale a pena arriscar de que ficar com medo ! Em Angola, a Nossa Angola, e Nossa Terra ! a cultura de medo já foi enterrada há muito tempo por isso, as Nossas Manifestações Pacificas não podem parar " José Eduardo dos Santos" não tem nenhum poder a travar a historia de Angola

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