domingo, 29 de janeiro de 2012

De Kabinda ao Kunene! Uma só corrupção! Voltaire Ngola



Tchavola, Auschwitz de Angola
E vamos para as eleições
votar em massa JES-MPLA
aos 32 biliões

É um país muito desgraçado
tem muito, muito desempregado
o PIB cresce, cresce, emprego desce
sobe só para expatriados
o petróleo faz sorrir
faz viver o demónio
em cada barril de petróleo
e nas tachavolas os escravos
soçobram esfaimados

Têm agências de corrupção?
têm! têm tudo!
e agências funerárias?
têm! tem tudo!
e agências bancárias?
têm, muitas
e os símbolos da Nação
são a corrupção

As agências de corrupção
as agências funerárias
e as bancárias
combinam-se muito bem
uma corrompe-nos
as outras enterram-nos
no Além

E sabem o que é o PIB/PI?
Não?!
é o Produto Interno Bruto da Infantil
Prostituição
quando se referem ao PIB da Nação
só pode ser o da prostituição

Quando a panela começa a ferver
a água também começa a desaparecer
é muito salutar de manhã ao levantar
o ar empestado de gasóleo respirar
um futuro uma melhor nação
com geradores eléctricos no coração

Enquanto a mediocridade governar
as crianças nascerão
analfabetas evoluirão
são o futuro
da prostituição

Sem água, sem luz
sempre a faltar
ninguém pode reclamar
porque vai apanhar
é anti-patriota, arruaceiro
como porco no chiqueiro

Imagem: ... Estrangeiros da República de Portugal, Paulo Portas, foi a Angola.
paginaglobal.blogspot.com

sábado, 28 de janeiro de 2012

Quanto tempo sem ler você...


Como julgar a delícia de um bolo de chocolate, que em excesso faz mal (risos)
Não uso facebook, praticamente não entro.

Por falta e tempo, em primeiro plano, com certeza. Continuo trabalhando muito e nem reclamo. Grata por poder pagar as contas no final do mês. Feliz por conseguir driblar a escravidão em alguns minutos do dia e curtir os moleques. Na verdade, acho que gosto de trabalhar... não tanto quanto gosto de estar com os meus.

Nessas férias consegui andar de bicicleta com eles pelas ruas de terra do bairro. Voltei a brincar, sem contar os batimentos cardíacos e minutos que me renderiam menos "X" calorias (risos). Simplesmente brinquei, dei tantas voltas quando aguentei, tomamos chuva...

Meu pai dizia que esse mundo era "do avesso" pois enquanto pessoas comem e correm "perder calorias" para não engordar, milhares morrem de fome.
Acho que meu pai era bem louco, mas como toda loucura joga para nós, do jeito mais cru a verdade, sei que ele me deu ângulos diferentes para olhar o mundo. Tento às vezes buscar alguns desses ângulos para rever meus caminhos, e se a bússola está para o lado certo, brincar um pouco...

Acho que o facebook é uma necessidade coletiva de sentir participando, dando a sensação de participação. Mas sabe quanto dura o presente? Pelos estudos de neurociência apenas 3 segundos e já lançamos para a memória como "passado'. Estar realmente presente e saber aproveitar o presente é muito difícil... talvez o facebook dê a ideia de estar junto, agora, com todos... ilusão...
Mas ilusão ou não, é um "bolo de chocolate delicioso"... Tenho certeza, pois tenho vários conhecidos mega viciados.
Espero que não esteja em abstinência internética, rsrs

um grande abraço,
Patricia Martinelli
Imagem: Dia de chuva. Eu nunca pensei que iria viver longe de todos que amo, ...
projetosdeumlouco.blogspot.com

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

SONHO DE UMA NOITE TROPICAL (08)


1. Todos os participantes são escolhidos como você e eu.
2. O investimento é pequeno e acessível para todos os irmãos;
3. Será um novo meio de arrecadar dinheiro e realizar sonhos;
4. Você só precisa acreditar no programa que tem em mãos, pode ser a resposta de Deus, para as suas orações. Comprometa-se em devolver o que é de Deus, o dízimo (Malaquias 3.10; Coríntios 9.13), 10% de tudo o que receber, para a Igreja, a Casa do Tesouro, mas não se esqueça essa parte do dinheiro não é sua;
5. Pense bem, um país com 1901 milhões de habitantes, a maioria das pessoas lutando contra as dificuldades financeiras. Talvez devêssemos agradecer a Deus por estarmos sendo apresentados a esta oportunidade;
6. Talvez se você perder esta oportunidade nunca mais terá outra igual, caso você acredite, ou não precise participar deste programa não jogue fora nem critique, entregue a alguém que julga necessitar desta AJUDA MÚTUA ENTRE IRMÃOS EM CRISTO;
7. Enfim, pense bem: quando este programa de ajuda mútua me foi apresentado, eu tinha as mesmas dúvidas e incertezas que você porventura venha a ter. Mas com a fé que sempre tive em DEUS, por todas as transformações que aconteceram na minha vida, tenho certeza que elas irão ocorrer na sua também. BASTA VOCÊ ACREDITAR E AGIR! Segue abaixo a lista de seis pessoas a quem você depositará R$ 1,00 (um real) para cada uma, ou até mais, se você sentir no seu coração.
“E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia, em abundância ceifará” (2 Coríntios 9.6).
O primeiro passo é depositar R$ 1,00 (real) em cada conta das seis respectivas contas (listadas logo abaixo).
Entre agora neste programa. Em seguida, refaça a lista da seguinte forma:
APÓS O DEPÓSITO, tire o nome da 1ª pessoa da lista, prova que não é pirâmide e nem corrente (ela já fora agraciada pelo sucesso do programa). A pessoa da posição nº 2 (dois) passa para a posição 1 (um), a da 3 (três) passa para a posição 2 (dois), as demais também subirão uma posição cada, isto irá acontecer todas as vezes que alguém aderir ao programa, ela terá que refazer a lista colocando o nome dela na posição 6 (seis), eliminando a pessoa da 1ª posição, em seguida, já com o nome dela na posição 6 (seis), enviar no mínimo 250 (duzentos e cinquenta) cópias pelos correios, ou em mãos, ou a quem você achar que irá aderir ao programa.
Segue-se a lista de seis pessoas.
IMPORTANTÍSSIMO:
Não haja de forma desonesta, deposite a quantia de R$ 1,00 (um real) para cada pessoa da lista, Faça um compromisso com Deus e com você mesmo de não repassar este programa sem antes ter depositado os valores, totalizando R$ 6,00 (seis reais). Deus irá honrar você:
“E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós também” (Lucas 6.31).
Observação do irmão participante em 02/12/2005: Amado (a) irmão (ã) acredite no programa, creia nele, pois este é digno e honesto. Não tem como ter dúvidas é tudo muito simples, deposite a quantia, tire o nome da 1ª pessoa da lista e coloque o seu na 6ª posição. Deposite hoje mesmo e comece o trabalho, não perca tempo me enviando e-mail ou cartas para esclarecer dúvidas, Deus me deu essa direcção de enviar as cópias por cartas, talvez você tenha outra. Tenho a certeza de que Ele fará com que as pessoas se certifiquem da honestidade do programa e participem. Seja sábio, não tenha dúvidas.
“Porque a sabedoria serve de sombra (ou abrigo) como de sombra serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor” (Eclesiastes 7.12).

- Isso é uma grande ideia. Nunca mais nos faltará dinheiro para a bebida. E não é preciso trabalhar. – Disse, infestado de contentamento o Hepatite.
- Deus é grande. – Não duvidou o Filósofo.
O Presidente sempre pensativo afirmou:
- Pondo ponto final ao colonialismo e barrando decididamente o caminho ao neocolonialismo, o MPLA afirma, neste momento solene, o seu propósito firme de mudar radicalmente as actuais estruturas, definindo desde já que o objectivo da reconstrução económica será a satisfação das necessidades do Povo. No entanto, tendo em conta o facto de Angola ser um País em que a maioria da população é camponesa, o MPLA decide considerar a agricultura como a base, e a indústria como factor decisivo do nosso progresso. O Estado angolano terá assim a capacidade de resolver com justiça o grave problema das terras. É evidente que numa primeira fase a nossa economia se ressentirá com a falta de quadros. Para responder a esta carência será elaborado um plano expedito de formação de quadros nacionais, ao mesmo tempo que se apelará para a cooperação internacional nesse domínio. As nossas escolas, a todos os níveis, deverão sofrer uma remodelação radical para que possam de facto servir o Povo e a reconstrução económica. O imperialismo não desarma. Vencido o colonialismo, pretende agora impor-nos novo regime de exploração e opressão utilizando os seus lacaios internos, na vã tentativa de destruir as conquistas já alcançadas pelo Povo. Agostinho Neto.11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência.
- Que horas são? – Perguntou a Caribenha.
- São dois mil anos de guerra santa e vinte segundos. – Respondeu o Filósofo.
O Poeta tinha pouco mais de um metro de altura. Magro, com a cabeça pequena que parecia um brinquedo, disse:
- A guerra só serve para matar as pessoas. Não interessa quem morre, o importante é matar, seja quem for. Não sei como as pessoas sentem um enorme prazer em matar crianças, mulheres. Ficam felizes por verem tantos corpos espalhados pelo chão. E isso dá-lhes um sabor a vitória. Na verdade é uma grande derrota, e pensam que fizeram algo de útil. Destruir é o maior prazer que o ser humano sente. Quanto mais destrói, fica com a sensação de que é dono do mundo. Que tudo lhe pertence. O ser humano foi concebido para destruir. Ainda há quem pense em ir para a guerra e não morrer. E as pessoas quando morrem deixam de sorrir. Entretanto, por estranho que pareça, lembramo-nos sempre dos seus sorrisos quando estavam vivas. Isto pode significar que a vida é apenas um sorriso. De facto, a vida depende de um simples sorriso. E Deus disse: que as forças da natureza cumpram o que lhes ordenei. Que acabem para sempre os sedentos de dinheiro e os de vida fácil. E assim se está a fazer.
- Vade retro Satan! – Disse o Almirante.
- Pelas sete pragas que nos afligem. – Praguejou o Pragador.
- Vou votar… não vou votar. – Não sabe o Eleitor.
- Posso falar? – Perguntou o Branco.
- É pá, se não for para nos provocar. – Esclareceu o Vodka.
- Há coisas que pensamos estar preparados para enfrentar. Uma delas no princípio é sempre agradável. Começa bem e acaba sempre mal. É essa coisa da bebida. Um que bebe solitário é chamado de maluco. Quando dois, três ou mais bebem juntos, como se chamarão? Muito simples: um por todos e todos por nenhum. Entre uma mulher e a bebida prefiro a bebida, porque a mulher demora muito a destruir-nos e a bebida é de destruição rápida. E quando começam a ganhar mil ou mil e quinhentos dólares por mês, já não querem negra, preferem as mulatas.
- Vamos engolir mais essa provocação. – Desabafou o Vodka.
- Até que o estômago não aguente mais. – Apoiou o Almirante.
- Depois dizem que somos racistas. – Ameaçou o Hepatite.
O Branco fingiu que não ouviu e continuou:
- Regra geral todos os acidentes que acontecem devem-se à sociedade que está muito desorganizada. Muitas desgraças poderiam e deveriam ser evitadas se os fundamentos actuais fossem alterados. Mas isso não é possível devido ao culto do dinheiro. Quem não tem dinheiro não sobrevive. E quem tem dinheiro, quer mais, e para o obter destrói tudo, incluindo o ar que respiramos. Se não mudarmos urgentemente as regras não sobreviveremos. Alguns, sempre os mesmos, enriquecem sempre com as desgraças do semelhante. Que farão depois com o dinheiro que ganharam? Vão investir aonde? Pois se tudo está destruído? Resta-lhes a felicidade de olhar para a fortuna que amontoaram. E isso é a maior de todas as maldades.
O Almirante acrescentou:
- A história da humanidade é uma conjuração. É uma grande vigarice. Só narra os feitos dos gatunos. Vejam por exemplo o que Edison fez ao Tesla, e o que fizeram aos Templários. Desde o início que a humanidade foi entregue a uma quadrilha de bandidos bem organizados. E assim continua. A história da humanidade é a história de uma única quadrilha.
Imagem: Ivan Cabral - charges e cartuns: Direçãoalcoólica
ivancabral.com

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O cavaleiro Mwangolé e Lady Marli na demanda do Santo Graal (10)


E o reino Jingola viu-se cercado também pelos emboabas que protegidos pelos Lordes, decidiram-se pela invasão, melhor dito, pela espoliação dos empregos dos Tchavolas. O reino Jingola funciona mais ou menos como a China, o reino Tsin, que tem um governo e duas políticas. Jingola também assim é, tem duas políticas, várias polícias e dois povos. Tem um governo de e só para os Lordes e o resto, tudo o que seja miséria, é propriedade dos Tchavolas. Os emboabas instalaram-se em força com as suas bagagens, extravasando as suas margens. O reino Emboaba apenas existia de nome, o melhor seria chamar-lhe de reino dos desempregados. E de fúria incontida, cerca de cento e trinta mil emboabas optaram como estratégia de sobrevivência dizimar os empregos dos Tchavolas, assaltando de bandeja todos os lugares disponíveis. De tal modo que no único jornal diário dos Lordes, como já referenciado, Jornal do Povo Jingola, estampavam-se uma epidemia de anúncios a decretarem o abandono do trabalho, isto é, os emboabas provocavam o despedimento dos tchavolas, e cinicamente, colonialmente em surdina sussurravam por detrás da orelha, que os tchavolas não gostavam de trabalhar. E até na Rádio da Confiança Tchavola, quando em fóruns o locutor lhes perguntava qual a sua profissão, muitos tchavolas respondiam, desempregados, pois claro.
E na Rádio da Confiança Tchavola, um ouvinte desempregado narrou a sua leninista odisseia. Começou por afirmar que o seu braço armado da sobrevivência, o seu filho, técnico de informática, sofreu em três empresas as agruras do regresso da escravatura dos emboabas. Na primeira empresa, os chefes emboabas, daqueles analfabetos que chegam e são logo promovidos a chefes dos transportes, da limpeza, e outras coisas conjunturais, trataram-no com tanto desprezo e salada racista, quer dizer, fizeram-lhe a vida horrivelmente mais negra para que ele se visse obrigado a abandonar o trabalho. Assim o fez, e logo de seguida os emboabas chamaram um amigo que já estava na fila de espera.
Na segunda empresa dos emboabas, parece mentira mas é a verdade, pasme-se, assim o ouvinte elucidava o auditório, um engenheiro de informática emboaba não sabia o que era uma pendrive. E quando chegada a época natalícia, os emboabas canibalizaram-lhe o cabaz de Natal, deixando-lhe apenas méia dúzia de garrafas de vodka. O ambiente de trabalho era a fotocópia da empresa anterior, o desprezo e os insultos onde não existe dignidade humana. Claro que teve de fugir, isto é, foi parar nos anúncios dos abandonados do trabalho, e outro emboaba regressou do seu reino, espoliou-lhe o emprego e poucos meses depois mandou vir a família. Coisa tão vulgar como beber vinho tinto.
Na terceira empresa, o chefe máximo, outro emboaba, não falava, gritava-lhe como um possesso, um genuíno psicopata, mesmo assim o desgraçado do escravo ainda conseguiu aguentar duas semanas, mais um abandono de trabalho para o jornal dos anúncios.
E os tchavolas viram com espanto o inimaginável: um emboaba com um balde, uma vassoura e detergentes no seu serviço de limpeza. Os tchavolas passavam, olhavam-no e abanavam as cabeças, querendo significar que até os serviços de limpeza nos roubaram.
E também um ouvinte, técnico de contas, denunciou que também foi contemplado com a substituição em duas empresas por emboabas. E não há a quem recorrer porque os Lordes protectores têm as chaves das algemas da injustiça nas suas mãos. Pode-se jurar a pés juntos que Jingola está definitiva e irremediavelmente sujeita às leis da escravatura e do colonialismo, no embrião de uma revolta ferocíssima. Mas os Lordes quando alguém lhes fala nisso limitam-se a sorrir com o seu cinismo habitual de que em Jingola tal coisa não é possível. Na arena internacional sim, em Jingola jamais, porque os tchavolas há muito que estão domados, resignados.

Um agradável som desviou-me a atenção. Amigo leitor, a Lady Marli é uma exímia executante de alaúde, esse maravilhoso instrumento musical de origem árabe. Ela tem uma voz angelical, divinal, que posso assegurar nos transborda, nos enfeitiça o mais íntimo da nossa alma, e até o Universo se lhe rende perante o seu canto sonoro que vibra com as suas cordas vocais. E ela como eleita princesa universal da música alaudada toca e verseja:

Na procura do amor perdido
ando
nascer, e sem amor morrer
não é viver
Oh! como são duros
os espinhos do amor
lançados dos seus muros

E piscando um olho cúmplice para o seu Cavaleiro Mwangolé:

Para onde vai a pomba
o pombo também vai
a sua amada
persegue, ai!

Voar nos descaminhos
do amor é solidão
vida de donzela
é escravidão

E Marli descortina-se, despe o manto do secretismo do amor, o anseio dos que lutam pela sua perenidade e nele rejuvenescem, nele encontram a felicidade. Amar é saber olhar, é pintar no universo do amor o quadro da sociedade secreta do amor e revelá-lo:
- Olhamos em todas as direcções que nos é possível imaginar, na esperança distorcida do amor lá encontrar.
E Marli, presa nos caprichos dos paradigmas enigmáticos das descargas eléctricas que energizam as forças neuronais, que renascem as pirâmides do amor:
- Nos escolhos das falésias das nossas vidas, as pirâmides da água do mar batem-nos fortes, gostam do estrépito. É assim o poder do amor quando foge por entre as nossas mãos dolentes, já não impacientes.
continua
Imagem: paisagem habitual no reino Jingola depois de mais um ataque das forças dos Lordes.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A TRIBO DA ETERNA BANDEIRA


Exceptuando-se a corrupção, nunca tão poucos entenderam de mais nada.
Conta-se que um mais velho, perguntado sobre o porque é que ninguém reage contra tantas situações escandalosas no domínio da moral público-política em Angola, ele terá sentenciado o seguinte:
− Meu filho, Angola está hoje como uma loja assaltada por um pistoleiro. A loja é única do bairro e o pistoleiro meteu tudo num grande embrulho, mas de forma tão desajeitada que à medida que vai arrastando o grande saco, alguns produtos vão caindo, para os quais todos se atiram para garantir um mínimo de subsistência para os próximos dias; em vez de arriscarem a levar um tiro do gatuno ao tentarem agarrá-lo. In Marcolino Moco
Na casa da eterna bandeira, permanecia inadiável discussão entre mãe e filho sobre quem é que deveria ter direito ao uso exclusivo de bandeira naquela casa. É que a mãe gostava de uma bandeira com uma estrela negra, e o filho, de outra com um galo que despertava um sol fervente. E claro que não se entendiam, muito pelo contrário, a mãe decidiu-se, como era da praxe, pelos rumos da nova vida de uma só bandeira, um só partido, um só povo, e também da outra bandeira das responsabilidades acrescidas, e de outras corrupções.
A mãe garantia que a experiencia de luta adquirida pelos patriotas do partido da única bandeira conduziriam o navio e do que restava da sua ferrugem naval, outra vez e sempre pelos mares da liberdade, da independência, rumo ao homem novo. E que para isso só um partido é mais do que suficiente para atingir o tal desiderato.
Mas o filho já cansado - e quem é que não o estava? - de escutar durante incontáveis anos sempre a mesma sinfonia com os mesmos executantes e também sempre com o mesmo maestro, onde qualquer um fica estarrecido e apela à manifestação, e até, como alguns, à desordem, e um ou outro à guerra, o filho, apresentava como num debate os seus argumentos: «Mãe, a minha bandeira do alvorecer vai ganhar as eleições, porque essa tua bandeira da estrela já lhe secou a luz, dela só restam alguns príncipes das trevas que nos consomem os anseios da liberdade. Ademais, essa bandeira actualmente é o símbolo da corrupção. Quando se olha para ela, vêm-nos à mente tudo o que é miséria, corrupção, arrasar de casebres, espoliação de terras, desemprego, falta de água, luz … escravos dela e dos seus amigos estrangeiros, etc., etc.» Mas a mãe, como os férreos seguidores de uma religião que obriga os seus fieis a oferecerem em holocausto as suas vidas, apertava-lhe como numa visão mística, numa profecia: «Meu filho, bandeira com um só coração não se pode dividir com mais nenhuma… já viste o que é quando um coração se parte em dois? É um grande sofrimento para a alma. Nós, no nosso querido, amado e idolatrado partido leninista da ainda oprimida classe operária, isso da classe camponesa ainda teremos de reencenar uma luta pela sua liberdade, porque as cooperativas parece que acabaram e os produtos hortícolas e os campos definitivamente murcharam, mas meu filho, aviso-te solenemente que não quero... tira-me daqui essa PORRA DE BANDEIRA DO GALO!!! OUVISTE???!!!
E o movimento dos citadinos, a gíria generalizada dos jornalistas dos nossos órgãos de informação sem excepção, fazia-se sentir multicolorido, também outra gíria dos nossos consagrados lentes das penas, arrastava-se pela rua da centralidade da tribo da casa da bandeira eterna. O horroroso barulho de chineses instalados nas traseiras dos edifícios arruinados, que sem problemas, agora Angola é deles e de todos os estrangeiros, que com uma máquina serram tubos de ferro, isto porque os mwangolés não são capazes de o fazer, garantem os nossos amigos do império asiático, e como chinês trabalha de dia e de noite, imaginem a poluição sonora e ambiental que se instalou em Angola. E os chineses, como mais um dos milhões de produtos importados, assentam arraiais, e transformam as traseiras das nossas residências em oficinas com o apoio incondicional das nossas estruturas das mais-valias. E via-se claramente um chinês a mijar com tão grande à vontade, para quem o quisesse apreciar, como um cartaz de publicidade pornográfica de baixo nível, que se juntava que festejava a restante imundície acumulada.
Ouvia-se também o estridente escape de alguns geradores também instalados nas traseiras do que antes era propriedade angolana e agora espoliada. O barulho e o fumo tóxico não têm problemas, vale como lei, porque os dirigentes sentados na eternidade dos seus cadeirões imperiais, há muito que não sabem, desconhecem por completo que afinal Angola tem povo. Mas a palavra de ordem é acabar com tudo o que ainda se chama de população, apenas os ratos, as baratas e as moscas lhes resistem, até ver. Angola não é dos angolanos, é da tribo de uma só bandeira.
E o lugar-comum da vozearia de quem já foi assaltado, o prato da manhã, da tarde, da noite, enfim, de todos os momentos, entrava-nos pelos ouvidos como se perseguidos pelo inferno. E os fortes sons de bater com tampas de panelas, ou algo similar, escutava-se, informando que a uma mamã já lhe raptaram o filho. E com ou sem polícias os motoqueiros rasgavam, ultrapassavam os instrumentos medidores de som com os seus loucos escapes drogados pelas mais violentas drogas conhecidas e desconhecidas. E como se não bastasse, ouvia-se mais um som de um motoqueiro especial, o batedor do trânsito da escolta presidencial assinalando que a maratona do cortejo presidencial se aproxima. O terror apodera-se de nós, porque não é imaginável que alguém ouse fazer um gesto qualquer, porque se arrisca a levar um tiro, enfim, coisas da democracia. Mas, os esclarecidos dirigentes da bandeira publicitavam, decerto por engano, na sua imprensa particular que: «Está tudo sob controlo.»
E perante a intransigência do seu filho e da sua bandeira, a mãe, extremada zeladora da sua única bandeira queixou-se nos seus amigos e amigas do seu coração, e muito rápido, quase à velocidade da luz, chegou um pelotão de execução, uma chusma que cumprindo desordens superiores, atiraram-se como piranhas sobre o traidor salafrário da causa do povo angolano. E tanto lhe batucaram, lhe amassaram que o aniquilaram e mais à sua bandeira. E dentro da maior impunidade que a caracteriza, a estrela da bandeira de um só partido sorriu por mais uma missão cumprida.
E logo de seguida, como que já de antecedência programado, noticiou-se de lés-a-lés nos órgãos que só falam a verdade:
Conselho da Revolução. Decreto 001/CR/12.
Convindo harmonizar, legislar, o uso de bandeiras e camisolas dos partidos políticos, este CR decreta e promulga o seguinte:
1 – Doravante, qualquer partido da oposição que deseje utilizar as suas bandeiras ou camisolas, terá que solicitar a este CR através de requerimento, acompanhado da quantia monetária de dois mil dólares que servirá como caução para despesas de expediente, porque este processo é longo e demorado. Pois que terá de subir até ao nosso chefe supremo da revolução. A coisa, a autorização demorará pelo menos um ano até à sua implementação. Mas não desesperem, porque as coisas revolucionárias são mesmo assim.
ÚNICO:
O único partido que está autorizado a utilizar camisolas e bandeiras, é o da nossa vanguarda eterna, aquele partido que conduz os destinos desta portentosa Nação até à vitória final e suas consequências.
Quem não cumprir este desiderato decretado será de imediato espancado até à morte, sem poder recorrer, como é óbvio, às instâncias policiais e judiciais.
Está isento de recurso ao Tribunal do Supremo Conselho da Revolução.
E logo um serviçal bajulador tratou de organizar em regimento militar a voz destemperada da sua informação nacionalizada.
E a evolução da nossa revolução dos 32 biliões segue o rumo imparável de mais outros 32 biliões. E contra 32 biliões ninguém luta. A nossa revolução não é corrupta, os revolucionários é que são corruptos.
Não se é revolucionário por vontade própria, mas por certidão de nascimento. E nas nossas fileiras os nossos militantes ao nascerem portam na pele a gravação das letras do nosso imortal partido. Os nossos também imortais líderes guiam-nos, mostram-nos o caminho do sucesso revolucionário dos nossos camaradas e amigos de luta da Coreia do Norte. Onde existir um revolucionário há revolução, e quem portar uma bandeira com cheiro a galo, vai apanhar até se finar.
E porque estamos enxameados de revolucionários, dispensamo-los definitivamente porque os corruptos ultrapassam-nos.
E apontaremos os nossos canhões para os militantes de outros partidos com bandeiras que serão canhoneadas, e os nossos homens dos canhões devidamente honrados com a medalha de herói nacional da pancadaria.
A nossa luta é dirigida contra todos aqueles que não comungam com os nossos ideais de liberdade e de democracia.
A nossa estratégia de combate é a seguinte: primeiro, aniquilar a bandeira do cantar de galo, o nosso inimigo principal. Segundo, na lista negra, o partido da banda desenhada, nome dado pelo partido da nossa estrela, depois… os outros… é muito fácil, basta um sopro das nossas forças que estão há muito preparadas no terreno.
Imagem: A informação está formando?! fonte: http://navedahistoria.blogspot.com
artigosdehistoria.blogspot.com

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Quando lia no ELMUNDO.ES sobre “os mistérios do Concordia, “o capitão estava bêbado?”


lembrei-me de uma situação quase idêntica que faz já uns largos anos li e que transcrevi noutros blogues meus, e que novamente não resisto à tentação de postar.

«Naufragando em álcool
Orgulho da Aberdeen White Star Line, o clipper Queen of Nations estava abarrotado de finas bebidas em sua viagem para a Austrália. Foi a sua desgraça

nautica.com.br

Até a terrível noite de tempestade em que seu capitão foi varrido do convés pelas vagas furiosas para nunca mais ser visto, o clipper Queen of Nations sempre teve um comando competente e cuidadoso. Construído em 1861, o barco era o maior orgulho da frota da Aberdeen White Star Line, empresa especializada em transporte marítimo. E esse orgulho tinha razão de ser: levando carga e passageiros entre Londres, na Inglaterra, e Sydney, na Austrália, durante 20 anos, o navio provocava grande admiração em todos os portos pelos quais passava, por sua velocidade, imponência e manutenção impecável. Tudo nele era de fato harmonioso e belo — dos guarda-mancebos de madeira polida ao casco sempre caprichosamente pintado de verde-aberdeen (um verde-musgo escuro, uma espécie de marca registrada dos navios da empresa), passando pelo mastro imaculadamente branco e pelos intrincados desenhos que decoravam suas laterais.

Mas quando o veterano comandante Donald desapareceu no mar naquela noite tempestuosa de 1879, os diretores da Aberdeen apressaram-se demais em arranjar um substituto para ele e nem sequer tomaram as mais elementares precauções, como examinar com cuidado o currículo daquele a quem iriam entregar o comando do barco. No afã de logo resolverem o problema, acabaram escolhendo um certo capitão Samuel Bache, um notório beberrão, como substituto do irrepreensível Donald. Tal decisão não poderia ter sido mais infeliz, como mostraria a derradeira viagem do Queen of Nations.

Em março de 1881, balançando elegantemente no píer do Porto de Londres, o clipper começava a ser preparado para mais uma travessia entre a Inglaterra e a Austrália, naquela que seria a primeira — e última — missão de Bache. Iniciando o carregamento do navio, a tripulação viu quando o novo comandante e seu imediato chegaram para o embarque. Os marinheiros ficaram atônitos com o estado de embriaguez em que se encontravam os dois oficiais, tão alcoolizados que até precisaram de ajuda para subir ao tombadilho. “Bem”, a marujada deve ter pensado, “nada como uma longa viagem no mar para curar qualquer bebedeira. Já, já, eles estarão tão sóbrios como um peixe.”

Ledo engano. Por uma suprema ironia do destino, os porões do Queen of Nations estavam abarrotados de caixas e mais caixas das mais sofisticadas bebidas — uísques envelhecidos, licores finíssimos, vinhos franceses e milhares de garrafas do mais legítimo rum caribenho — que seriam desembarcadas em Sydney. Tão logo o clipper deixou o porto, Bache e seu imediato não perderam tempo. Desceram ao porão e elegeram as bebidas que lhes serviriam de companhia durante o dia.

E assim foi na viagem inteira. Quando as garrafas esvaziavam, um ou outro descia para fazer uma visita à preciosa carga, voltando para a cabine com os braços sobrecarregados de garrafas dos mais variados formatos e tamanhos. Passavam as noites e os dias apenas bebendo e dormindo. Raramente apareciam no posto de comando ou mesmo no deck. Quando o faziam, estavam sempre cambaleantes, olhos engazeados e cabelos desgrenhados. Grunhiam uma ou outra ordem incompreensível e voltavam rapidamente à cabine e às garrafas.

A tripulação logo percebeu que só mesmo com muita sorte o Queen of Nations conseguiria chegar são e salvo ao seu destino. Era um barco sem comando, em que a tripulação — experiente, mas sem grandes conhecimentos de navegação — dava o melhor de si para conduzi-lo em segurança. Todos os esforços dos marujos foram insuficientes, porém, nas últimas horas do dia 31 de maio de 1881, quando, a alguns quilômetros ao sul de Sydney, o capitão Bache apareceu cambaleante no posto de comando. Mente enevoada pelos densos vapores etílicos, acabou confundindo uma fogueira ao longe, na linha da orla, com o brilho do farol existente na ponta sul da cidade australiana.

Então, equivocadamente ele deu ordem para que o navio virasse em direção da praia. Alguns minutos depois, lá estava o barco encalhado em um banco de areia próximo à costa de Corrimal Beach, em Wollongong.
Sem ter mais o que fazer, a tripulação começou a abandonar o barco antes que as ondas o invadissem. Foi quando o imediato irrompeu no deck curtindo a mais completa bebedeira e ameaçando a todos com uma pistola que empunhava na mão trêmula. Correndo tropegamente de um lado para o outro no tombadilho, o homem gritava que atiraria para matar no primeiro que deixasse o navio, pois não iria aceitar a deserção de nenhuma pessoa. Sem tomar conhecimento das ameaças, no entanto, a tripulação continuou a abandonar o barco com rapidez. O imediato disparou então sua pistola a esmo, sem atingir ninguém. E enquanto ele tentava recarregar a arma sem êxito, tão bêbado se encontrava, a operação desembarque continuou, com todos os marinheiros chegando salvos à praia.

Durante duas longas semanas, o casco do Queen of Nations ainda resistiu bravamente aos choques contínuos das ondas. Depois a persistência do mar venceu e, por fim, o casco rachou, deixando que a água invadisse os porões e carregasse para o mar a preciosa carga de centenas de caixas de uísques, licores, vinhos e rum.

Embora o encalhamento tenha ocorrido numa área remota e na época ainda despovoada, a notícia daquele tesouro alcoólico boiando a poucos metros da praia espalhou-se com rapidez e logo uma multidão vinda de várias milhas de distância apareceu para carregar as garrafas que podia. Era o início da mais longa e selvagem farra de que se tem notícia na Austrália. Segundo os jornais daquele tempo, “uma multidão acampou na praia e permaneceu várias semanas alcoolizada.”

Os acampados criaram um método bastante curioso para roubar a bebida recuperada a muito custo pelas equipes responsáveis pelo resgate da preciosa carga. Colocavam olheiros encarapitados no cimo das árvores mais altas para que de lá eles vigiassem o trabalho dos grupos de salvamento. Então, quando a carga recolhida no mar era colocada a salvo, na areia, os olheiros indicavam o local e a turba atacava com tudo. Até que os oficiais lutavam para conter os roubos, mas era uma tarefa tão inútil como a de tentar conter as ondas do mar. Ainda assim, os tribunais locais logo ficaram apinhados de gente acusada de furto e de perturbação da ordem. Para constrangimento de juízes e promotores, mesmo oficiais de justiça foram apanhados com garrafas nas mãos e levados presos.

Embora interrompidos por várias tempestades, os esforços de salvamento ainda continuaram por dois meses, até o Queen of Nations ficar destruído. Nesta ocasião, a multidão de acampados já estava longe, curtindo no aconchego de suas casas o produto interno líquido das garrafas roubadas, talvez sorrindo, entre um gole e outro, daquele velho ditado (inventado agora): em mar de bêbado, quem tem navio éI náufrago.
TABELA FICHA TÉCNICA
Ficha Técnica
Queen of Nations
Lançamento 25 de abril de 1861
Construção Aberdeen, Escócia
Fabricante Walter Hood
Proprietários George Thompson & Sons, Aberdeen White Star Line
Comprimento 190 pés (58 m)
Boca 32 pés (9,75 m)
Modelo Wooden clipper
Quando naufragou 31 de maio de 1881
Tripulação 28 pessoas»
Imagem: Getty Images navio Costa Concordia
exame.abril.com.br

O cavaleiro Mwangolé e Lady Marli na demanda do Santo Graal (09)


A contemplação é o seguro caminho do divino. Olhamos para a água do nosso lago e de repente é como se despertássemos de um sonho, como se prostrados no eterno adormecido. Dormimos porque sonhamos, ou sonhamos porque dormimos e ainda não despertamos?
Despertamos e procuramos o nosso olhar. Tentamos focar o que se passa à nossa volta, mas ainda ensonados verificamos a fragilidade da nossa alma. Por vezes, muitas vezes?, tememos dormir, porque esperam-nos pesadelos que nos obrigam a gritar. Mas, lá está o amor para nos despertar, aconchegar, para nos salvar.

Foi criado um guichet especial intitulado, Diálogo com os Jovens. Assim, nos pretendem convencer que decerto os problemas dos jovens à partida e à chegada estavam resolvidos. Quer dizer que o jovem com um qualquer problema dirige-se ao guichet, e pronto. Era uma vez um problema. Nada mais fácil do que isto não há. Os bons governantes vêem-se pelas suas decisões. E onde há escuridão, há sempre um governante iluminado que nos ilumina. Há homens que vivem na luz e os seus espíritos estão sempre iluminados. Há outros que preferem a escuridão e por isso os seus espíritos estão sempre nas trevas, entrevados.

E Jingola segue com imensas dificuldades tal e qual como um navio em alto-mar apenas dirigido pelo seu comandante, porque ele está convencido que o imediato e a tripulação servem apenas para atrapalhar a mareação da boa governação.
Decididamente os emboabas não têm juízo. Então, chegam a Jingola e andam por aí a pregar-nos como se deve dirigir um país, uma instituição, uma empresa, uma cantina, como se deve abrir e fechar uma torneira de água, enfim, como se deve dirigir tudo e mais alguma coisa. Como se fossem os mestres da sapiência universal, mas na realidade é apenas medieval. Uma dúvida me domina: se o reino Emboaba está no caos, quase volatilizado, então de que nos servem esses discursos demagógicos populistas de ocasião? Nós, em Jingola, temos um índice de analfabetismo muito para além das nuvens celestiais, para quê então mais emboabas analfabetos? Vamos ficar com uma inflação de analfabetismo?

Um exemplo prático de como danificar a energia eléctrica jingolana: vemos um prédio de cinco andares a funcionar normalmente. Um banco instala-se no rés-do-chão, põe em funcionamento, além dos equipamentos normais, dez ares-condicionados. Pronto, já está… o cabo de alimentação principal de abastecimento da rede eléctrica situado na rua, no seu passeio, não aguenta e queima. Mas isto é elementar, e só não vê quem não quer, pudera! Com tantos cegos por aí.
Pelo menos que reparem os escapes dos geradores e acabem com mais esse berreiro, para que a morte seja imperceptível, suave, inodora, silenciosa.
Energia eléctrica e água em Jingola? Só no palácio real, ou melhor, no reino do Palácio da Corte de Jingola.

Tinha um médico amigo, e de repente ele abandonou-me, já não respondia aos meus emails, às minhas chamadas e mensagens que lhe enviava pelo telemóvel. Adoeci e recorri aos seus serviços, rogava-lhe que necessitava da sua ajuda urgente. E dele nada, fiquei impressionado com a desumanidade do doutor. Decerto ele prescindiu do Juramento de Hipócrates, creio que será mais um vulgar mercenário da medicina. Mas mais tarde descobri que o médico era membro do comité de especialidade dos médicos do rei. Como tal tinha benesses, carro, casa e demais mordomias. E como eu era, e sou, um crítico da governação do rei, ele achou por bem abandonar-me para que os espiões do rei não o atirassem para a rua por conviver com elementos hostis à governação, assim uma espécie de agentes do imperialismo internacional. Jingola também tem médicos intolerantes que nos lembram algumas reminiscências do eterno colega doutor Mengel.

Dantes, os anticolonialistas lutaram contra o colonialismo, claro, e derrubaram-no. Afinal era uma farsa, porque de repente desmascararam-se, estavam, usavam a máscara dos neocolonialistas. Agora, os genuínos anticolonialistas lutam para derrubar os neocolonialistas, e estes exercem, respondem com feroz repressão. É claro, mais que evidente que os verdadeiros lutadores pela democracia e liberdade triunfarão.

ANÚNCIO
Precisa-se, muito urgente!
Milhões de cidadãos necessitam urgentemente de partido político para organizarem uma manifestação contra a falta sistemática de energia eléctrica e água. Oferecemos bom vencimento e demais regalias em vigor.

Para neocolonizar Jingola, necessita-se da fraude eleitoral patrocinada oficialmente pelos reinos Emboaba, Pão de Açúcar e Tsin. Esta constatação é fácil, basta só atentarmos nos seus discursos.
Pela análise da situação, sempre actual, será que nenhum Jingolano se dá conta do caminho que Jingola segue? Ainda não viram o destino cruel do futuro que se aproxima? É o salve-se quem puder? A visão apocalíptica do campo de concentração, chamado de acolhimento, dos refugiados tchavolanos não é suficiente?

E com os biliões de dólares do petróleo, nós, os Lordes, podemos mandar matar quem quisermos, porque com esse dinheiro compramos e silenciamos qualquer pessoa de qualquer órgão político, administrativo e informativo internacional.

Moro na rua dos Serviços Prisionais. O porquê deste nome? Porque os veículos prisionais não se cansam de passar. E com as suas sirenes admoestam os outros condutores. Quer dizer, eles, os dos serviços prisionais prenderam a rua.
Estes são os últimos dias do paraíso perdido do poder que nos enlouquece.
Uma resposta à dúvida mais frequente se impõe: para quando a nomeação do ministro da propaganda de Jingola?

Porque será que os balanços de qualquer governação são sempre positivos?
Tantas vezes se muda a tripulação do navio, mas ele continua no mesmo rumo incerto, porque o problema está no seu comandante.
Poluição sonora e ambiental é uma disciplina da cadeira de miséria.
Jingola, essa imensa Tchavola onde procuro o caminho da luz para me iluminar, e a água para me saciar.
Não são as crises do capitalismo que são cíclicas. São cíclicas, permanentes, isso sim, as crises dos acéfalos e dos seus eleitores que teimam na chama do poder.
O que caracteriza os tchavolas é o seu viver na miséria absoluta.

Os caminhos do amor estão difíceis de encontrar, porque ele está mesmo ao nosso lado, a despertar. E quando encontrado dele não desejamos mais sair, fugir. O amor é a nossa divina contemplação. Porquê só o sabe, o coração? Nunca entenderei o porquê dos médicos não o receitarem, porque ele cura e previne todas as doenças. E na falta do contacto físico, resta-nos a esperança da contemplação da sua imagem, como o olhar persistente de uma foto, a pose recordada da nossa amada

O que é criado pelo ser humano, não pode ser divino. O ser humano não pode existir, viver no mundo ao mesmo tempo como pessoa e divino. Deus é uma invenção de alguns homens para dominarem os outros. Portanto, Deus não existe, porque é uma criação humana. E o homem não pode ser ao mesmo tempo também humano e divino. A bazófia que Deus está no céu humano, só pode e deve ser, o deus da hipocrisia. O cristianismo tem conduzido até agora a espécie humana para o suicídio universal.

Se Jingola não tem contabilidade organizada, significa que os discursos políticos e demais realizações da reinação são miragens num imenso deserto sem nenhum oásis. Porque, como disse Lord Kelvin, 1824-1907, o que se apresenta sem números não tem qualquer valor.

Quem há trinta e seis anos não conseguiu, não consegue organizar a energia eléctrica, a água, etc, etc, mas organizou a corrupção, é que vai organizar eleições? Serão sem sombra de dúvidas umas eleições muito concorridas, muito corrompidas.
O mais importante é reprimir de acordo com a pura selvajaria da democracia. Ao enveredarem pelos caminhos incertos da mediocracia, arrastam Jingola para o rumo da velha vida catastrófica, neste castelo do petróleo fortificado, em lágrimas derramado.
Ao instituírem Jingola um paraíso para tsins, emboabas e pães de açúcar, enquanto o povo jingolano sobrevive na penúria e nem sequer tem o mínimo direito de se expressar, ao contrário do que diz a CFJ – Constituição Fantasma de Jingola.

E o nosso reinado aprovou o projecto do edifício do museu da Tchavola, para que o nosso povo estude o desempenho do Executivo Real na melhoria da vida das nossas populações. O seu custo? Apenas quarenta e quatro milhões de euros. É sem dúvida uma mais-valia que melhorará, como sempre, as condições socioeconómicas da vida sofrível do nosso querido e neocolonizado povo.
Os anúncios de publicidade produzidos pelos emboabas nos pódios comerciais espalhados pelos locais estratégicos de Jingola, lavam a imagem degradante de quem jamais deveria ocupar o lugar da governação. Mas eles lá estão, apoiados pela suja e despótica governação da internacionalização.
Porquê? Porque as terras que restam dos tchavolas são-lhes surripiadas sistematicamente pelos Lordes e seus amigos estrangeiros. Aos tchavolas obrigam-nos a refugiarem-se nas matas como no tempo da guerra. E os Lordes e seus correligionários sempre com prazer mórbido oferecem-lhes latas de sardinha como indemnização.

As chamas dos desejos acorrentados invadem as nossas almas e os nossos corações sedentos, nunca saciados de amor.
A vida parou, abandonou-nos e o amor também. Para quê tecer considerações supérfluas, se o amor perdido jamais volta, jamais se reencontra.
Por todo o lado se vê o desespero daquilo em que acreditámos durante as aspirações das nossas vidas. Até no amor que não nos deixou nenhum resquício.
continua
Imagem: Ismael Mateus

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Bater no ferro quente (04)


Algures no Facebook. «Os músicos deram a sua opinião e o Nagrelha foi um dos que se pronunciou. Eu também, já dei a minha opinião, que foi a seguinte: Deviam queimar o tal jornal, com o seu dono. Muita falta de respeito.»

De repente dei-me comigo a reviver um ou outro episódio dos livros da Colecção Argonauta, que li quando jovem e que agora me parecem... estão tão reais. Afinal eu não lia ficção, ou antecipação científica, lia, estudava a realidade. E também da Máquina do Tempo de H.G.Wells, num futuro muito distante, mas na verdade muito próximo, muito presente, onde os canibais dominavam e comiam os seus semelhantes, não muito diferente do que hoje se passa, porque estamos a ser governados por piranhas.
Porque é que não existe nenhum Conselho Nacional da Corrupção Social, que se pronuncie sobre, julgue, o insulto a todos nós cidadãos, da fotomontagem dos 32 biliões de dólares e de tantos outros biliões?
A manter-se o estilo de liderança ortodoxa caracterizado por uma só voz e de que mais ninguém pode criticar frontalmente o nosso grande Estadista, o MPLA não conseguirá sustentar-se e partir-se-á em pedaços, isto é, em facções. É o destino de quem está muito tempo no poder e não dá ouvidos a ninguém, excepto aos ineptos bajuladores.

Onde o governo e o seu governar ultrapassam qualquer catástrofe natural.
E as hordas instruídas, dominadas pelo Poder perseguiam o jornalista William Tonet, tal como o fizeram com Jesus Cristo, e que arrastado, arrestado, levado como de presente aos seus juízes terrenos, invariavelmente o condenavam pronunciando as palavras milenares, sempre mais que actuais: «Não o conheço.» «É este o tal Cristo?» «É este o homem dos milagres?» «É este o Salvador da nossa Pátria?» «É este o que ousa desafiar o poder do nosso deus do petróleo?» «É este o que encetou a cruzada contra os corruptos?» E colocado este nosso Jesus Cristo na arena perante feras humanas esfaimadas, de ódio inundadas, saiu o veredicto final sob a promessa de alguns barris de petróleo: «Crucifiquem-no! Crucifiquem-no!» E o juiz mandatado pelo deus absoluto de tudo o que é e não é petróleo, lia-lhe já as exéquias como ainda vivo, mas já como se de cadáver se tratasse: «Nas nossas sinergias devemos ser intransigentes com os nossos inimigos.»
Há os que se vendem por uma gota de petróleo, alguns vendem-se por um barril, e outros, a maioria, por muitos barris de petróleo.
Efectivamente, já se ultrapassaram todas as escalas da decência humana. E como não há reacção, deixa andar, eles andam à vontade e as tchavolas proliferam, as tendas, os zangos, a espoliação de terras, o arrasar de casas, só eles é que têm direito a casa própria, à sua habitação. E mais: têm direito a roubarem 32 biliões de dólares, e não há nenhuma comissão instituída para tratar destas selvajarias. E o mwangolé teme construir a sua casa, apetrechá-la, caprichá-la, porque a selvajaria a vai destruir. Na realidade isto está muito, muito, muito, muito, péssimo.
E debaixo da capa dos falsos democratas se esconde a ditadura. É necessário unirmos esforços, criar uma frente ampla, ou dentro de pouco tempo, presumo, obrigar-nos-ão a uma injecção, sob pretexto de uma qualquer epidemia, ou pandemia, para que fiquemos bobocas. Também, pouco falta, né?!
Os métodos de governação seguidos por JES-MPLA, na Coreia do Norte teriam êxito assegurado. Mas, aqui na banda, não dá, não vale a pena. É que nem com o nosso santo milagreiro, o cónego leninista, Demónio Marciano, na vã tentativa de ressuscitar as fogueiras da santa Inquisição salvam JES-MPLA do descalabro, muito pelo contrário. Quanto mais a invocação do santo nome de Deus em vão, mais depressa para o Inferno irão, não, não é o Irão do mano Mahmoud Ahmadinejad, é o Deus das nossas fogueiras do queimar de quem não se gosta, de quem é acusado de feiticeiro.

CNCS – Conselho Nacional da Corrupção Social. Comunicado
Na sua última sessão extraordinária, o CNCS debruçou-se sobre a actuação dos distintos actores da nossa economia e decidiu louvar os agentes que mais se destacaram na corrupção.
Uma nota muito positiva a destacar é o empenho manifestado no desvio dos trinta e dois biliões de dólares. Foi o melhor desempenho da nossa economia até ao momento verificado. Uma obra-prima da nossa engenharia, pelo que consideramos uma grandiosa mais-valia para o nosso PIB da corrupção.
Detractores ao nosso trabalho não faltam, como um pseudo-jornal, um pasquim, que mais não passa de um mero e inútil panfletário, amigo, seguidor do terrorismo nacional e internacional, um tal BOLHA 88. A esse informamos, esclarecemos que na nossa próxima deliberação escolheremos e decidiremos qual será a melhor fogueira para o incinerar. Nós somos dos saudosos tempos do Fahrenheit 454, quando se queimava tudo o que fosse literatura, nós avançámos, incluímos os seus autores nas chamas.

O CNCS – porta-se exactamente como um banco onde temos as nossas contas bancárias, e ele, o banco, recusa-nos o acesso e também não nos faculta extractos.
Porque é que não existe nenhum Conselho Nacional da Corrupção Social, que se pronuncie sobre, julgue, o insulto a todos nós cidadãos, da fotomontagem dos 32 biliões de dólares e de tantos outros biliões?
Advertência: não se intrometam na nossa vida, na nossa corrupção, vereis do que somos capazes. É que ainda não viram nada. Os acontecimentos dos últimos dias são apenas uma pequeníssima amostra. Os nossos laboratórios fabricam poderosas armas para que o TERROR triunfe. Ao inimigo garantimos um palmo das nossas prisões.
Imagine, amigo leitor, se os nazis ganhassem a guerra, dos vencidos se escreveria e se veriam muitos filmes sobre os malfeitores, neste caso os aliados. É que não adianta insistir no refrão: «Dos ditadores não reza a História.» Se a UNITA ganhasse, hoje o MPLA estaria na condição de humilhado, ultrajado e sofredor da intolerância política? A génese humana nunca se altera, pelo contrário, parece, perece até à exaustão, isto é, o suicídio final. E se o Diabo ganhasse a guerra, onde estaria Deus? Mas há sempre alguns que resistem.

A vida em Angola é um terror, receio que ainda o amigo leitor não saiba, nunca saberá o que é viver realmente. Vem para aqui, e saboreia o terror de qualquer barulho suspeito e pensares que já te vieram prender e levar para as masmorras incertas deste campo de TERROR. Por aqui a realidade ultrapassa a ficção. Então desconheces o TERROR que os presos políticos vivem neste momento nas prisões? Francamente, mas que petulância.
Olhamos lá para o cume do Palácio e só vemos corruptos, mas cá em baixo, há homens que não aceitam os tachos do subir mais alto no clube dos corruptos. Estes são os imprescindíveis e a vitória os glorificará, os perpetuará.
E assim vivemos escravos dos célebres históricos e férreos ditadores que só abandonam o poder depois de mais um memorável rasto de sangue.
O que é que habitualmente fazemos quando lidamos com pessoas anormais?
E quem quiser enriquecer rapidamente basta fundar uma igreja. O dinheiro cair-lhe-á do Céu.
As prisões fizeram-se para os corruptos e não para os mosqueteiros da democracia. Enquanto existir um corrupto à solta jamais seremos livres.

República de Angola & Odebrecht, Sarl. Voltaire Ngola


Era um Regime muito confuso
se era uma ditadura, ninguém sabia
também não era uma democracia
porque muita gente fingia
Não era ditadura nem democracia
então o que seria?
era uma fraude, isso, toda a gente
já sabia

E o Senhor das Trevas disse:
faça-se escuridão
e houve um grande apagão
que por Luanda se adensou
e por Angola se espalhou
e o Senhor das Trevas
se contentou

O serviço na fraude eleitoral?
e o dos descarados 32 biliões?
não, ainda não chegam
para tantos ladrões
Vamos roubar mais
bem pregados aqui
mexe-te, a corrupção
precisa de ti

Que Deus abençoe
os nossos corruptos
que seria de Angola
sem eles, tão astutos
E das centralidades
das tendas da Tchavola
penitenciem-se corruptos
da venda a retalhos de Angola
porque depois não conseguirão
para onde vão, na prisão

Havemos de voltar
e água podre acarretar
quanto mais tempo no poder
mais desgraças vamos ter

E tem cubano em Benguela
e na mwangolé surrar, surrar
ela levou 23 pontos na cabeça
e quantos mais vai apanhar?
E o cubano vangloria-se
que muitos negros já matou
e que a polícia não lhe faz nada
afinal, Angola ele herdou?

E as manas para conseguirem
trabalhar
o pénis do patrão estrangeiro
têm que chupar

Têm um hino, uma bandeira
e um rei há muito residente
que nos mente
têm petróleo de sangue, diamantes
e muitas amantes
Têm campos de concentração
onde não se joga à bola
têm um muro de lamentação
na Tchavola
Imagem: escola no Lubango, Angola. João Sttatmiller

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

SONHO DE UMA NOITE TROPICAL (07) Segui as instruções enviando inicialmente 250 cópias pelo correio e o dinheiro começou a chegar!


Após lê-la várias vezes para ter absoluta certeza de que estava lendo correctamente, não pude acreditar no que meus olhos viam. Diante de mim estava uma FANTÁSTICA MÁQUINA DE FAZER DINHEIRO, não para me esbanjar nele, mas para eu quitar as minhas dívidas e poder prover as necessidades materiais de minha família e o mais importante, dizimar e ofertar a Deus, conforme Ele merece.
Eu poderia investir quanto eu quisesse para começar, sem me endividar mais ainda. Após o papel e caneta e fazer os cálculos, conclui que teria no mínimo meu dinheiro de volta. Por que não? Pior do que eu estava não poderia ficar. Segui as instruções enviando inicialmente 250 cópias pelo correio e o dinheiro começou a chegar! Vagarosamente no início. Mas, após três semanas eu estava recebendo bem mais do que eu imaginava. Após três meses o dinheiro parou de chegar. Fiz um levantamento com os extractos bancários e, realmente, totalizava em R$ 598.494,00 (quinhentos e noventa e oito mil quatrocentos e noventa e quatro reais).
Abaixo você verá os cálculos desta grande realidade que mudou a minha vida.
Paguei minhas dívidas. Comprei um carro e uma bela casa. Logo a seguir mandei mais mil cartas. Em três meses recebi R$ 2.649.180,00 (dois milhões seiscentos e quarenta e nove mil cento e oitenta reais. (Com parte deste dinheiro consegui implantar uma escolinha para crianças carentes e também comprar um sítio, onde realizamos festividades e convenções.
Por favor, leia atentamente este programa, ele poderá mudar a sua vida PARA SEMPRE!!! (Não dependemos da sorte como nas lotarias ou raspadinhas). Lembre-se disso: Ele não funcionará se não colocarmos em prática.
Esta é a GRANDE OPORTUNIDADE de sua vida. Com pouquíssimo custo, você e sua família poderão desfrutar de um futuro próspero, financeiramente. SIGA EXACTAMENTE O PROGRAMA e você estará no caminho de sua independência.
Se você está com problemas financeiros, esta é a sua hora. A crise e o desemprego estão aí e você certamente é afectado. Não deixe esta oportunidade única e honesta passar. Junte-se a nós! Siga as instruções abaixo e que Jeová, o deus de Abraão, de Isaque e de Israel (que foram abundantemente prósperos), o Criador Supremo do Universo LHE ABENÇOE!!!
COMO FUNCIONA ESTE PROGRAMA?
1. Para participar é muito fácil, o 1º passo é você ter R$ 6,00 (seis reais) e enviar a seis pessoas, ou seja: você depositará R$ 1,00 (um real) para cada uma das seis pessoas, cujos nomes e contas correntes ou poupanças, se encontram no final desta carta;
2. Você irá mandar o dinheiro da seguinte forma: na lista que segue anexa com os nomes de cada uma das seis pessoas, acompanhada do nome do banco, da agência, da conta corrente ou conta poupança de qualquer rede bancária, e depositar a quantia para as pessoas que estão na lista: o valor simbólico de R$ 1,00 (um real) para cada conta.
3. Após depositar R$ 1,00 (um real) para cada uma das seis pessoas, digitar a nova lista de seis pessoas participantes, só que nessa nova lista você deverá tirar o nome da pessoa que está na primeira posição, coloque seu nome e sua conta corrente ou conta poupança na sexta posição para que você também participe do programa (é de extrema importância respeitar essa sequência para que dê tudo certo) e usufruir deste negócio abençoado por Deus. Esta lista tem que ser feita sem conter erros para que todos possam ganhar. Não mude a posição dos nomes, não tente colocar o seu nome em lugar diferente, pois não funcionará, haja vista que seu nome tem que percorrer da sexta posição até à primeira para que você receba tudo o que o programa oferece. Se você não agir com honestidade e de acordo com as instruções, perderá seu dinheiro, seu tempo, seu trabalho e a chance de ganhar R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) ou mais.
4. Com a nova lista pronta, com seu nome incluso, junte à carta e mande 250 (duzentos) e cinquenta cópias, ou mais se desejar. Este trabalho pode ser feito em gráficas, no computador ou tirar xérox, você pode também enviar por e-mail para seus amigos cristãos, por que só cristãos? Porque são pessoas que você sabe que são honestas e que irão repassar o programa de forma correcta, e esse dinheiro é para que também você possa contribuir com a Obra de Deus. “Porque nós somos cooperadores de Deus: vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus” (1 Coríntios 3.9). O infiel não dá suas primícias a favor da Obra Dele. Todas as cópias precisam ser bem feitas e legíveis, pois as pessoas que receberão a carta vão fazer cópias também e quanto mais cópias você enviar melhor será o resultado.
5. Pegue 250 (duzentos e cinquenta) nomes e endereços, ou mais, podem ser de amigos, parentes, vizinhos, de qualquer cidade ou estado, ou numa mala directa, ou divulgadores de e-mail específicos (www.divulgamail.vze.com).
6. Com as cartas prontas, é só colocar no envelope, endereçar, colar ou selar com um selo simples. Enviar via correio, ou enviar por e-mail, ou ainda, entregar em mãos em eventos gospel, congressos, saída de cultos. Dentro de noventa dias você receberá garantido R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), desde que as cópias superem a 250 (duzentos e cinquenta). OBS: você poderia receber o dinheiro via ECT (correios) mas não é seguro, pois haverá muito contacto manual e é demorado, até chegar a suas mãos. Sem contar com o trabalho que terá com volume de dinheiro, de ir até ao banco fazer o depósito diariamente de variadas quantias. Enquanto que as pessoas que aderirem a este programa, farão somente SEIS DEPÓSITOS de R$ 1,00 (um real) em cada conta que será creditado automaticamente em sua conta bancária e nas outras cinco contas constantes na carta. Faça seu depósito pelo AUTO-ATENDIMENTO evitando filas e tumulto, com mais segurança e rapidez, para seu conforto. E mais, você dará a essas pessoas a mesma oportunidade que você está tendo nesse momento, pense bem nisso! Tenha certeza, o sucesso deste programa é garantido desde que seguido correctamente. Só depende de você. Este programa não é pirâmide não é cédulas e nem corrente, muito menos marketing pessoal.
Muitas pessoas ao receberem não entenderão o programa, mas é apenas uma ajuda mútua entre os irmãos cristãos, R$ 1,00 (um real) semeado na vida de seis irmãos, irá se multiplicar, pois o povo de Deus é um povo próspero, e tem que ajudar um ao outro. Não desista se algumas pessoas não aceitarem. O sucesso depende de você. Façamos os cálculos e vejamos o quanto você, outras pessoas e eu poderão semear R$ 6,00 (seis reais), as despesas das cópias, dos envelopes e dos selos simples postais com 250 (duzentos e cinquenta) cópias, serão ressarcidas. SIGA O RACIOCÍNIO. Digamos que você tenha, por exemplo, 3% de retorno das cartas recebidas, o que é uma estimativa bastante conservadora. Nas minhas duas tentativas eu tive bem mais de 3% de retorno:
1. Quando são enviadas 250 cartas, 3% de retorno das cartas recebidas tem resultado certo e garantido;
2. Essas 6 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 52 pessoas depositam para você R$ 1,00 cada;
3. Essas 52 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 390 pessoas depositam para você R$ 1,00 cada;
4. Essas 390 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 2.925 pessoas depositam R$ 1,00 cada;
5. Essas 2.925 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 21.937 pessoas depositam para você R$ 1,00 cada;
6. Essas 21.937 pessoas enviam 250 cartas cada uma e 164.527 pessoas depositam para você R$ 1,00 cada.
7. Neste ponto o seu nome sairá da lista, mas você recebeu somado, R$ 189.838,00 (cento e oitenta e nove mil oitocentos e trinta e oito reais). Isto funciona sempre, mas depende de quantas cartas você envia. No exemplo acima, você enviou 250 cartas, mas se enviar 500 e apenas 3% der retorno, você receberá R$ 379.676,00 (trezentos e setenta e nove mil seiscentos e setenta e seis reais)!!!
QUERO LHE DAR DEZ RAZÕES PARA VOCÊ PARTICIPAR DESTE FABULOSO E ABENÇAODO PROGRAMA DE AJUDA MÚTUA ENTRE IRMÃOS.
1. Este programa não é uma lotaria ou espécie de jogo, é uma ajuda mútua entre irmãos em Cristo.
2. É um programa honesto, que não existe chefe ou director, todos os participantes são responsáveis pelo sucesso do sistema.
Perante Deus, é justificável, pois não estamos prejudicando, não estamos enganando, nem ludibriando, nem usurpando a ninguém, nem é câmbio negro, pois estamos utilizando gráficas, e até órgãos como bancos e a ECT (correios) e tudo é feito de forma explícita, nada às escuras, pois esta obra é boa, por isso, veio para a luz para que seja aprovada pelos irmãos cristãos. E todos os impostos inclusos nas transacções habilitam o programa. E é claro, é uma forma dos irmãos se ajudarem. “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras” (Hebreus. 10.24).
Imagem: Grande calor! (6). Cerca de 40° lá fora!!! Nestas alturas o espírito tende a ...
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Isto é uma guerra


Enquanto a Europa já navega num bote salva-vidas, os restantes países do mundo parece marimbarem-se, como se o incêndio financeiro não os afectasse.
Entretanto, continua a imposição da invenção dos impostos sobre impostos à população que definha abandonada aos abutres financeiros.
Só às populações se exigem sacrifícios, mas ao contrário, os banqueiros, os poderosos, os ricos e muito ricos, recusam-se ao pagamento de tudo que lhes cheire a impostos.
Isto é uma guerra!

domingo, 15 de janeiro de 2012

A fonte da eterna beleza do amor




E da fonte escorria a beleza do eterno amor. E os jasmims-dos-poetas lhe rodeavam mas nunca a alvoroçavam. No ar sentia-se - ou ouvia-se? – o perfume jasmináceo que insistia, confundia, a memória colectiva dos nossos sentidos do amor. E uma borboleta-azul de voo indeciso, ora subia, ora descia, parecendo que ia poisar, mas não, só desejava voar. E por algum tempo os raios solares perfuravam os interstícios verdes e projectavam, revelavam a magia dos seus focos luminosos. E o sussurro monótono da água que escorria, não… se movia, atraía-nos as profundezas neuronais. Era o Universo da beleza da realeza da profundeza do amor. Por vezes no cenário parecia ouvirem-se vozes de crianças, o que fazia com que o nosso espírito se despistasse, porque queríamos regressar à realidade mas não conseguíamos. Um casal de beija-flores aproxima-se a trinar como que a anunciar, eis que estamos a chegar. Um pequeno bagre deslizava num ponto mais fundo e analisava, experimentava as ofertas culinárias que estavam ao seu alcance.

E o céu escureceu, a natureza enobreceu, e o dia de tão escuro como que pereceu. Alguns pingos de água caídos nos nossos rostos obrigavam-nos a recordar, para o alto do céu olhar. Despertar-nos, que afinal por cima de nós existe algo, e que só nos lembramos disso quando a chuva beija os nossos corpos. E o acampamento dos jasmins-dos-poetas sentindo-se açoitado pelas vagas ventosas que recrudesciam teimosas, agitavam-se tenebrosas. Os pobres troncos suportavam as ramagens que nos movimentos ondulados frenéticos lembravam um navio em alto-mar boxeado pelas montanhas marítimas. E a ventania redobrou de força, já se ouviam os assobios da sua orquestração. A chuva subiu e o seu tom emitiu, como no Whole Lotta Love, dos Led Zeppelin.

E o amor esconde-se no segredo do silêncio dos lábios de uma mulher. Ela é o Universo e a sua reencarnação. Nada mais valioso existe à superfície terrena, logo, planetária, do que a profundeza do terno sorriso de uma mulher. E quando ela está presente tudo se desvanece. Ela é o presente de aniversário permanente da espécie humana.
Há quem lhe alugue por algum tempo o seu amor, mas ela quando nisso apercebida depressa lhe move uma acção de despejo do seu coração.
E a tragédia do puro amor em muito suplanta a do Titanic.
Há sempre alguém muito, muito famoso, mas que soçobra na solidão, porque lhe é impossível viver sem amor no coração.
Quando o olhar de uma mulher irradia a perenidade da fortaleza da sua intimidade, tudo ao seu redor se extasia, se alumia, porque está muito para além da mística do amor.
Quando contemplamos uma flor, deixamo-nos prender pelo seu ar cândido, atraente. É assim que funciona o amor.
Não deixemos o amor entregue à sua sorte
Dizem que existe algures uma cidade perdida do amor, e que todos os apaixonados sentem-se atraídos misteriosamente por ela. E vocês? Não desejam desvendar o mistério dessa cidade?

Amar é esperar serenamente que o mar finalmente se decida enviar Ulisses para a sua deusa do amor, Penélope.
E desejo que doravante todas as mulheres do mundo se chamem Penélope. E todos os homens, Ulisses.
Ela, a mulher, é, será, e para todo o sempre permanecerá, a fonte da eterna beleza do amor, onde os sedentos de amor nela se banharão, se apaixonarão, e o amor jamais trairão.



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O cavaleiro Mwangolé e Lady Marli na demanda do Santo Graal (08)


As coisas que mais adoro? Amar uma mulher - e como isso não é possível, porque elas não concordam com os meus preceitos, do entrega-te de alma e coração, com os meus dogmas, etc, bom, o que elas desejam é fazer amor, e do resto não querem saber, tão nem aí, e eu concordo, claro, quem discordar de uma mulher, parece-me, tem os dias de sexo contados – ver um bom filme, escutar música, de preferência medieval, e escrever. Isto, se o Regime assim o entender.
Porque é que em trinta e seis anos, os deuses que sabem julgar e condenar – a nossa vanguarda revolucionária é o único canino caminho a seguir, porque só ela sabe dirigir – nunca foram julgados e condenados?! Os corruptos estão sempre acima da Lei?!

Nunca te deixes arrastar na torrente das emoções, porque a tua mente explodirá em aflições, e ao teu redor cairão corações.

Não foi decretado, mas vale como lei. Tanto as madames, lordes e algumas tchavolas com algum estatuto social, são obrigadas a trabalharem de salto alto, e em algumas igrejas também. Assim, quando chegadas nas orlas das suas casas, descalçam-se, retiram os chinelos dos seus sacos, e respiram fundo pela tortura submetida.
Na verdade vos digo meus irmãos, que a África não passa de mais um vulgar paiol de armas e munições do governo comunista Tsin.

E os emboabas vêm para Jingola
trabalhar
e os tchavolas vão para Emboaba
passear
lá não há trabalho, é só
desempregar

Onde há muitos democratas de luxo, há pouca sabedoria, pouca democracia.
A tua vida é como o mar. Ora está calma, ora agitada. Mas tens que navegar, e o teu caminho encontrar.
E todos os dias são de revolução na tua mente. Acordas com essa mensagem mas não te dás conta disso.

Em Jingola existem apenas duas classes sociais, os Lordes e os Tchavolas. Os Lordes copiaram dos britânicos o seu título, vulgares imitadores de qualquer coisa. Um lorde descobriu um líquido escuro, que logo depois um outro lorde idiota usou-o como remédio, onde ajuramentava que curava todas as doenças, depois ainda outro lorde super idiota usou-o em motores de automóveis, inventando e desenvolvendo a poluição, a desgraça da humanidade.

O nosso rei há quase quarenta anos que nunca inaugurou uma biblioteca, por isso é cognominado: o homem que não inaugura bibliotecas. O homem é terrível, odeia literatura e ainda mais de quem a escreve.

Nas cadeias de Jingola, as crianças presas são obrigadas a manterem relações sexuais anais para conseguirem alimentação para não morrerem à fome.
Nós necessitamos de cemitérios para enterrarmos as multidões de andarilhos que fabricamos, e muito especialmente para nos livrarmos e também enterrarmos as nossas bibliotecas vivas. O mais importante é aniquilar o outro, o opositor, seja ele quem for, os habituais das forças ocultas que desvendam os nossos negócios. Sim, governar é negociar. E onde não há corrupção é impossível haver boa governação. Tudo se decompõe na corrupção. É que regressámos ao tempo dos eleitos de Deus. O governante máximo não pode governar sem a bênção Dele. O governante é uma extensão do braço de Deus no céu, e investido de plenos poderes nos povos terrenos, subjugados, obedientes e tementes ao iluminado governante pelo eterno poder divino.
A literatura é o maior inimigo da ditadura. Não é por acaso que qualquer que escreva bajulação, que enalteça os feitos do ditador, é de imediato acolhido e protegido no séquito real. Com cargo no poder garantido, membro da academia de letras real, nasce mais um poetastro. E multidões de poetas surgem, como grãos de pó.
Não é, não pode ser admissível que um déspota obrigue as populações à miséria extrema e permaneça eterno no poder. Esta é a verdade, a sujeição perante o silêncio da comunidade internacional, das ditaduras democráticas, essa triste coisa da democracia ocidental que finge que existimos, e das democracias africanas. Onde há petróleo há liberdade para negociar, mas ninguém pode manifestar a liberdade de se expressar.
E todos os meios de informação/desinformação têm que obedecer a uma só voz, outra que não alinhe, que não se ajoelhe mesmo com ofertas de malas cheias de dólares, são para liquidar/silenciar.
Aqui vive-se como num campo de batalha, em que todos vão perecendo e ninguém se preocupa com isso. São apenas vítimas da guerra constante, impagável.
E as ditaduras tornam-se interessantes porque os seus militantes afirmam que são os defensores insanáveis da democracia inexistente. E de tanta permanência no poder, instaura-se a inevitável idiotice e canalhice, que identificam o soberano do estado da coisificação. E o ditador mantêm-nos sempre na escravidão das suas perspectivas, sempre sem escrúpulos cumpridas. Palavra de ditador volta sempre atrás. Um país onde é impossível viver, até nos impõem poluição, para que não possamos respirar. E nunca existem empresas privadas, porque são sempre de âmbito pessoal. E esbanjam milhões de dólares em projectos de obras também de âmbito pessoal que nada significam para as populações. Quantos mais empreendimentos faraónicos, mais miséria as populações recebem em troca.
Regra geral o jingolano não assume compromisso, fruto do quase cinquentenário conjuntural, nem acredita em nada nem em ninguém. Por aqui se vê que é impossível a coexistência pacífica. Onde não há regras não há futuro. Basta ver o dia-a-dia pela sobrevivência das populações nas ruas. Vendem qualquer coisa, seja o que for para resistirem à opressão diária dos dignos representantes da lei.
É que os cérebros há muito que estão limitados, congestionados no tempo e no espaço, onde qualquer funcionário do palácio real tem direito a paralisar o trânsito habitualmente engarrafado, e pelo poder das suas sirenes avançam, e o povo: isto é deles!!! Bem-vindos ao reino onde só os membros da família real enriquecem.
O nosso destino está na pessoa amada. Antes disso, a nossa imaginação enche-se de fantasias, de maravilhas, e fantásticas portas abrem-se e mostram-nos os segredos das afinal outras dimensões que existem. Que o amor se liberte da prisão da nossa alma. Nele principia e acaba, se revela o segredo da vida. Vive e liberta a força do amor que em ti existe.

E os painéis gigantescos espalhados pelas ruas publicitam e enaltecem o júbilo democrático:
Aviso! Quem se manifestar vai apanhar!
Aviso! As manifestações estão suspensas indefinidamente!
Aviso! Só se aceitam manifestações do nosso movimento espontâneo!
Aviso! Só são consideradas válidas, as manifestações dos nossos comités de especialidade!
Aviso! A validade das manifestações tem que levar o visto do nosso comité superior da defesa da revolução.
Imagem: Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.Ambos existem;
meme.yahoo.com

continua

SONHO DE UMA NOITE TROPICAL (06)


A
Marina Paiva

- É pá! A Treze Anos está quase nua. – Observou com apetite o Vodka.
- O tecido já não chega para cobrir as pernas nuas e os seios das jovens. Mostrar a imensa nudez é o emprego que lhes resta. – Criticou o Almirante.
- Como uma sombra de tecido à volta do corpo. – Disse o Poeta.
Agora ouvem-se sirenes de motos da polícia de trânsito. – Alguém diz com sarcasmo:
- Deve ser algum embaixador.
- Hum... a esta hora deve ser o chefe numa visita privada. – Pensou o Vodka.
O Pragador acha que não:
- Quando o homem sai, não dá. Porra! Um gajo arrisca-se a levar um tiro nos cornos. Os seguranças não querem saber se é general, deputado, ou seja lá quem for. Já tomei uma decisão. Nos dias feriados ou outros iguais não saio, porque não quero morrer em vão.
O Presidente insiste nas suas citações:
- Em Dezembro de 1956, no manifesto da sua fundação, o MPLA vincava já a sua determinação de luta por todos os meios para a independência completa de Angola afirmando – o colonialismo não cairá sem luta. A luta que ainda travamos contra os lacaios do imperialismo que nesta ocasião se não nomeiam para não denegrir este momento singular da nossa história, integra-se no objectivo de expulsar os invasores estrangeiros que pretendem a neocolonização da nossa terra. Constitui deste modo preocupação fundamental do novo Estado libertar totalmente o nosso País e todo o nosso Povo da opressão estrangeira. In Agostinho Neto.11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência.
- Acho que deve ser o tal empresário que foi procurar mais uns lucros. – Desconfiou o Vodka.
Uma garrafa de uísque já estava no cemitério. O Almirante abriu outra e dissertou:
- Primeiro o lucro, depois as pessoas. Mas o lucro está sempre em primeiro lugar, e as pessoas sempre no último. De tal modo que não há esperança para ninguém. A fome já não tem nome. As grandes empresas globalizadas substituíram Hitler. E como o mundo lhes pertence, quem poderá lutar contra elas? Aqui estão as verdadeiras origens do fanatismo terrorista. A democracia é muito bonita na Europa e nos EUA. Mas é horrível no resto do mundo. Impor a democracia ocidental na África Negra é um tremendo erro, dizem. Deviam impor, isso sim, a cultura dos quiabos, do jindungo, da mandioca, do amendoim, da castanha de caju, da jimboa, da farinha de milho, da banana assada, da casa de capim, enfim, da cultura da tanga e do arco e flecha. Isso é que é a verdadeira democracia da África Negra.
- Isso é uma grande batalha. – Achou o Vodka.
O Almirante aproveitou para dar uma lição de história:
- As batalhas, como a de Estalinegrado só acontecem uma vez na história. Jamais se repetirão. A não ser que exista alguém que confiante no seu poderio, ignore a história. Mas os factos históricos jamais se repetem, podem apenas ser coincidentes. Nunca se esqueçam de Estalinegrado.
- Não esquecer que se morria a lutar pelo marxismo-leninismo. – Não se esqueceu o Branco.
E o Almirante prossegue:
- E nós precisamos de heróis verdadeiros, não de heróis pré-fabricados ou descartáveis. Uma nação sem heróis não pode existir. Temos muitos heróis das maratonas alcoólicas. Temos que acabar com isso e criarmos monumentos aos nossos heróis. Aos verdadeiros intelectuais que inspirem a juventude a seguirem-lhes o exemplo. O tempo do herói a dar tiros já não tem nenhum significado. Isso pertence ao passado. Agora temos que pensar no futuro o mais rápido possível. Notem que estamos a entregar o país, ainda não é nação, aos estrangeiros. Temos que ter muito cuidado para que não criemos uma outra Somália.
O Presidente olha para o embondeiro.
- Os órgãos do Estado da República Popular de Angola guiar-se-ão pelas directrizes superiores do MPLA mantendo-se assegurada a primazia das estruturas do Movimento sobre as do Estado. Angola é um País subdesenvolvido. Devemos ter profunda consciência do significado deste facto. Os índices tradicionalmente usados para definir o subdesenvolvimento são plenamente confirmados em Angola. Eles dão a imagem da profunda miséria do Povo angolano. In Agostinho Neto.11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência.
- Não sei quem é que vai conseguir conduzir o carro até a casa. O álcool não vai deixar. – Foi a preocupação do Branco.
- Quando bebo acho a condução óptima. Sinto-me mais seguro porque a estrada alarga-se. – Disse o experiente Hepatite.
- Eternamente bêbados. – Não duvidou o Vodka.
- O 4 de Fevereiro libertou-nos do colonialismo. Savimbi libertou-nos do comunismo. Agora falta alguém que nos liberte da fome. – Disse o Almirante.

- Onde moras? – Quis saber o Hepatite.
- Num campo de concentração aqui próximo.
- Procura por aí a ver se encontras algum nazi.
- Estamos em baixo. Precisamos de mais uma guerra para arranjar uns dinheiros. Comprar umas coisas para casa, não tenho mobília. Sou apenas um ser humano, ao qual não é permitido viver. Vivo com a fome. – Lamentou-se o Vodka.
- Se os governos governam mal e deixam morrer à fome o seu povo, então não servem para nada. – Criticou o Filósofo.
- Bom, mais um dia que está a findar. – Disse o Vodka.
Sim, e mais uma tragédia vai iniciar. – Previu o Filósofo.
- Sabem porque é que a Igreja era e é inimiga de Voltaire? – Perguntou o Almirante
- Não pagava os dízimos. – Respondeu o Filósofo.
- Oiçam isto:
Prezado irmão Almirante. Que a Graça e a Paz do nosso Senhor Jesus seja contigo.
Recebi por e-mail a carta abaixo, e, como estava necessitando captar recursos para terminar a construção de nosso templo e também precisava saldar algumas dívidas pessoais, ao receber a correspondência e depois de orar a analisar bem o conteúdo, prestando atenção nos detalhes, resolvi participar do programa cuja carta me fora enviada. Para minha surpresa e para a glória de Deus, 3 meses depois já tenho o suficiente para terminar a construção do nosso templo e para a honra e glória de Deus as minhas dívidas foram quitadas.
Percebi então que este programa poderia ser uma bênção na vida de muitos outros servos de Deus, inclusive a você, e por isso resolvi mandar este e-mail para alguns irmãos em Cristo.
O texto a seguir me foi enviado pelo pastor A.N., da Igreja Batista em Caxias do sul.
Leia-o na íntegra, e se você se sentir tocado por Deus a participar, com certeza serás grandemente abençoado (a).
Segue abaixo.
Quer ser financeiramente abençoado (a)? Então abra o seu coração, caso contrário não dará resultado, agora abra, leia e releia esta carta que irá mudar totalmente a sua vida! Programa de ajuda mútua entre irmãos em cristo realizada em todo o território nacional. quer ser financeiramente abençoado (a)? então leia com atençao.
amado (a) irmão (ã).
Esta oportunidade é algo que quase deixei escapar por entre os dedos. Afortunadamente algum tempo depois, orei e dei um tempo para eu pensar e estudar este programa. Meu nome é A.N. eu sou advogado, hoje aposentado e Pastor da igreja Batista de Caxias do Sul – RS. No ano passado tive problemas financeiros. Eu endividei minha família e meus amigos. Meus cartões de crédito acumularam uma dívida de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais). Que eu tinha usado para levar avante um empreendimento para sustentar a minha família de cinco pessoas. Já não suportava as intermináveis reuniões para tentar resolver os problemas. Sendo cristão, sinceramente, eu acreditava que era errado ficar devendo como eu estava. Foi então que comecei a orar fervorosamente pedindo ajuda a Deus. Porém, não me deixei abater por esta situação.
Esta carta, com certeza, irá mudar financeiramente a sua vida, basta acreditar. Pois este programa de Ajuda Mútua Entre Irmãos, não é picaretagem nem golpe, é uma maneira dos Irmãos em Jesus se ajudarem, de forma simples, óbvia, totalmente segura e honesta.
Em Dezembro de 1996 recebi este programa pelo correio. Não mandei ou pedi por isso, simplesmente alguém pegou meu nome na lista telefónica ou de alguma mala directa.
AGRADEÇO A DEUS POR ISSO!!!
Imagem: A LUZ DO DIA E DA NOITE: March 2007
luzdodiaedanoite.blogspot.com