Ano
1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Num dos zangos de Viana, parece que no zango 3, o menino de
catorze anos de idade vinha da escola, andava na oitava classe. Chegou a casa e
viu-a arrasada, casas arrasadas às centenas sem aviso prévio com toda a
desgraça de abusos inimagináveis dos que nos governam, foi a correr chamar a
mãe para a avisar do que se estava a passar. Mas pelo caminho encontrou
militares que disparavam a matar. Balas atingiram-no a matar e a sua mãe não
conseguiu avisar. Neste horrendo neocolonialismo do havemos de voltar, já não
há esperança é só a morte chorar. O que se passa com as demolições nos zangos é
a mensagem clara de que o poder marcial está nas mãos dos militares, – manu
militari - e como tal pretende-se enviar o terror, o óbito à oposição e à
inocente população tal como o general Augusto Pinochet fez no Chile em 1973,
quando derrubou através de um golpe militar o presidente eleito Salvador
Allende (1908-1973). Matar! Matar! Matar! É a lei militar. Um governo de
militares e para militares. E mais uma desgraçada que ficou com a casa
arrasada, gritava a sua dor “mas agora estamos a matar-nos uns aos outros, a
matar-nos entre nós angolanos” o que parece anunciar o trágico fim da raça.
Porra! Até parece que estou noutra dimensão do
tempo.
Pergunta: o que é que as igrejas têm a ver com
as eleições? Se as igrejas são de um partido único, partido de Deus, que lições
democráticas nos darão? As igrejas são da ditadura de Deus, portanto, não vamos
sair de uma ditadura e mergulhar na ditadura de Deus. Outra ditadura não.
Minimercado Pomobel na rua Rei Katyavala em
Luanda. Uma cabeça de alho pequena… 270 kwanzas. Reacção de uma cliente que não
comprou “isto é mesmo um apocalipse.”
A estratégia para a saída da crise nas empresas
de segurança: Um segurança disse que na empresa onde trabalha, a direcção pôs
em acção uma estratégia inédita para a saída da crise. Como as empresas estão
em falência – o que é que não está em falência neste país?, – decidiu-se que
todos os seguranças que forem encontrados sentados no serviço serão
imediatamente despedidos. Os controladores passaram então a montar cerrada
vigilância várias vezes ao dia e conseguiram enviar para o desemprego mais de
cem seguranças, isto só na empresa dele, restando apenas aqueles mais velhos que
foram poupados. Mas que admiráveis estratégias.
O governo para este descalabro não tem solução e
a oposição também não.
Quem se está a enriquecer com a crise são os
quimbandeiros. As casas deles estão sempre cheias. E o que está a dar são as
mulheres que lhes pedem para que façam um feitiço para conseguirem um homem
rico.
As igrejas da religião da destruição: Há por aí
uma ou mais igrejas que proíbem as esposas de fazerem relações sexuais com os
seus maridos porque é uma coisa suja. Creio que extinguindo as igrejas e
enviando-as para o inferno donde nunca deviam ter saído, muitos problemas ficam
resolvidos, um deles, a corrupção, pois sem ela as igrejas não sobrevivem. Na
corrupção as igrejas são como piranhas.
Então, num país onde uma das suas actividades
principais é roubar, é todos a roubar, outra coisa não se pode esperar. É o
pouco que falta para que navios e outros meios de transporte cheguem com comida
do PAM-Programa Alimentar Mundial, e as populações de mãos estendidas no
mendigar. Sem comandante, o navio Angola continua no rumo incerto da
governação. Está a ir contra os escolhos. E deste naufragar não se sabe quem se
vai salvar.
Manos e manas! Preparem-se que pouco falta para
que os lobos nos declarem guerra generalizada. Pelo incremento do cortejo de
mortes, creio que os lobos estão a reduzir a população, e nós sem oposição.
Eles não precisam de eleitores, pois as próximas eleições estão mais que no
papo.
“Naquela altura, Mihaela Webba, deputada pela
bancada parlamentar da UNITA e constitucionalista, usando a sua página no
Facebook, postou uma nota desencorajando os mentores e interessados em participarem
na manifestação, tendo inclusive destacado que os militantes do partido que
representa estavam orientados a não aparecerem no largo da Independência –
local marcado para os protestos.
Na ocasião escrevi um artigo intitulado “O
delírio da deputada Mihaela Webba”, publicado pelo Club-K, onde repudiava a
ideia segundo a qual os indivíduos apenas podiam exercer o direito de
manifestação, plasmado no artigo 47º da Constituição da República de Angola
(CRA), mediante autorização dos chefes dos partidos onde militam.” (In Sedrick
de Carvalho, preso político, no Folha 8)
O BFA-Banco de Fomento de Angola lidera a máfia
do comércio ilegal de dólares no Lobito. (Rádio Despertar)
A sangue frio: General Wala a caminho do TPI
?-Tribunal Penal Internacional.
Um coronel da PCU- posto de comando avançado, -
Angola parece dominada por uma república de postos avançados de guerra
permanente - como órgão sob tutela do PR de Angola, José Eduardo dos Santos,
disse que foi a UNITA que disparou a sangue frio um tiro na cabeça do jovem de
catorze anos, Rufino Marciano António, no zango 2 em Viana, arredores de
Luanda, que teve a infelicidade de nascer em Angola, como milhões de outros
angolanos aos quais lhes esperam o mesmo destino se continuarem presos nas
algemas das igrejas demoníacas e dos seus bélicos altares de sangue, porque as
igrejas lavam a imagem dos morticínios e da corrupção. Em mais uma carga de
forças militares que não sabem fazer mais nada além de arrasar casas, perante
uma crise de miséria e de fome institucionalizadas, e de destruir milhares de
famílias angolanas ao mais perfeito estilo estalinista, claro que ninguém
acredita na versão do coronel, que erroneamente continua nos métodos
ultrapassados dos defensores das conquistas revolucionárias do poder popular.
Manos e manas!, cuidemo-nos porque os lobos em Angola parece que tomaram o
poder através de um golpe de estado palaciano. É que já são demasiados crimes
de genocídio impunes. Além do crime de matar o povo à fome, este e os outros
genocídios sem dúvida alguma que os seus actores serão julgados por crimes
contra a humanidade.
“Vive-se em Angola um tempo perigoso. A larga
maioria da população enfrenta a cada dia a difícil tarefa da sobrevivência, ao
mesmo tempo que a cleptocracia reinante continua a exibir a sua riqueza roubada
nas páginas das revistas cor-de-rosa que ela mesma imprime, como quem produz
espelhos mágicos: “Espelho, espelho meu…” ( In José Eduardo Agualusa, na Rede
Angola, sobre o assassinato do jovem Rufino.)
"Nem no tempo da guerra se via isto,
queremos Justiça", desabafava Ana Maria, uma das moradoras do bairro
Walale, no Zango II, enquanto assistia às cerimónias fúnebres de Rufino
Marciano António. "Aqui não havia armas. E um menino de 14 anos com duas
armas era um Rambo", ironiza o avô, logo secundado pelo tio de Rufino, que
também critica a versão das FAA, que surgiu ao fim de cinco dias. (In Novo
Jornal)
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