quinta-feira, 22 de junho de 2017

PROFISSÃO: TRAPACEIRO E DEMOCRATA/OPOSITOR






República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos


Parafraseando o jornalista Orlando Castro: a lagosta ilumina os cérebros dos que nasceram no mar de petróleo. E a mandioca apaga os cérebros do exército dos sem direito a salários do outro exército de famintos. Esta mandioca é a revolta que nos sufoca.
Entretanto aguardo pela chuva de manifestações da Unita.
Se anda tudo a roubar então onde vamos parar? Levados na corrente do esgoto para o mar. Ou como na RDC acabar e na Lunda-Norte refugiar.
Os trapaceiros instituíram a terra do mal e riem-se mostrando o poder do desdém depois do dinheiro ensacado dizem como que impolutos, eis o adeus a Angola. Mas continuam na soberba que a luta pela democracia e justiça continua, que está nas suas mãos, que só eles têm esse poder. Na verdade já não se sabe quem é democrata porque a democracia está tão prostituída que está difícil saber onde reside a virtude. Sim, manos e manas, a democracia está uma vulgar prostituta. Com tal exército de trapaceiros pode Angola sobreviver? É muito claro que não. Por exemplo, a RDC está aí a rebolar no chão à procura da democracia e não a encontra. Viver sob escolhos de trapaceiros é ficar presos em nevoeiros, prisioneiros de atoleiros. Os trapaceiros são mais que o povo e por isso ele não se pode libertar.
É a cultura do enriquecer a roubar há muitos anos entranhada. Os trapaceiros têm a função lembretes nos seus telemóveis, mas mesmo assim – já nasceram sacanas – argumentam muito convictos que se esqueceram, que já não se lembram, ou o mais normal, pura e simplesmente não ligam, porque a função principal do trapaceiro é a irresponsabilidade. 
A questão é que há saturação, tanto com o partido da situação como os da oposição.
Nesta terra do mal, dizem que na África negra é geral, enquanto o génio vive da mendicidade, os trapaceiros vivem da vigarice e da sua falsa e medíocre democracia, e num ápice se fazem muito ricos.
Primeiro é limpar o lixo humano porque sem isso nada há a fazer. Parece que não, mas há muito deste lixo para varrer, é às montanhas e até ultrapassa o outro lixo, aquele que sai das nossas casas.
Neste inferno onde as chamas não param de arder porque há muito combustível humano para as manter, e a manutenção do mal mantem-nas constantemente em ebulição, e os maldosos com isso se regozijam. Gozam a vida da cultura exclusivamente só deles. Ó pobres diabos que caminhais para o suplício, porque quem as chamas ateia também se incendeia e nelas acabará, se queimará.
Há aí muitos, muitos muangolés muito precavidos, porque muito inteligentes quando engravidam a primeira mulher, logo depois engravidam a segunda, e em seguida a terceira, e finalmente a quarta, quinta, sexta mulher e por aí fora. Isto é como uma fábrica onde se fabrica miséria. Mais filhos para andarem por aí nas ruas a pedir qualquer coisa para comer, mas como as coisas estão e com o advento da grande tragédia, não sei não. Ah, eles é que sabem.
Mas que diabo de empresas são essas onde o muangolé tem muitas mulheres e assim esvai os recursos financeiros e outros desvarios nelas. Assim, o muangolé não está a gerir empresas, está a gerir mulheres. A trama fica dramática quando o muangolé ao viver intensamente no esbanjamento obriga os trabalhadores a ficarem sem salários como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. E a coisa complica-se muito mais quando se trata de democrata/opositor que lança toda a espécie de farpas ao poder vigente, “que o poder não paga aos trabalhadores mantendo-os no cativeiro da escravidão”, mas o democrata/opositor segue-lhe as pisadas e ainda dá risadas sarcásticas. Isto é a extrema podridão da grande tragédia desta nação.
E só se ouve falar de eleições e mais eleições enquanto o país se afoga na grande tragédia. Como se as eleições fossem a varinha mágica, o condão do tudo se resolve num ápice. Por favor não mintam às pessoas que após as eleições - a oposição vai vencê-las - e em seguida vem o paraíso, quando na verdade sair deste inferno demorará muitos anos, ou uma eternidade porque já sabemos muito bem como é que as coisas funcionam em África. Ainda mais com a certidão de óbito da comunidade internacional em apostar nas aventuras dos democratas/opositores.
Não havendo vocação empresarial, qualquer um alimentando-se do petróleo é genial, e insistindo nesse desaire deixa de haver tecido empresarial, fica como retalhos, resíduos nem sequer aproveitáveis, que nem dão para reciclar.
Mas que raio de eleições são estas se a fome grassa e dizima os eleitores. Então os democratas/opositores não fazem campanhas de recolha de alimentos para alimentar os eleitores de modos que eles vivam para poderem votar. É preciso ver que a população vive na condição de refugiada.
Os democratas/opositores vivem apenas para projecção pessoal, para darem nas vistas, tipo, eu sou o melhor desta bagunçada, os outros são lixo. Tais democratas/opositores não estão interessados no bem-estar das populações, o que eles querem é apanhar alguns espaços numa rádio e ditarem balelas de justiça, liberdade, democracia e outras coisas de bocós. Portanto, extremo cuidado com o democrata/opositor porque é como el-rei nosso senhor.
Uma das táticas do democrata/opositor onde é professo e confesso, consiste em atiçar a plateia para actos revolucionários e quando alguns ficam presos políticos, o democrata/opositor finge que os defende, esquece-os, abandona-os, engaveta-os no esquecimento, não levantando um dedo para os apoiar, muito menos para os libertar. Claro que também há o comité de especialidade do democrata/opositor.
E sobretudo não olvidem o que se passa na Lunda-Norte com a invasão da grande tragédia dos refugiados que na RDC já lhe chamam conflito tribal em larga escala, porque também para lá caminhamos para outra RDC. E o democrata/opositor nem a isso se refere, como se fosse coisa de somenos importância, está-lhe no sangue. O democrata/opositor preocupa-se em alcandorar-se no poder e outra ditadura fazer, acontecer. Apoiar outro Hitler, não!
Há também, como não podia deixar de ser, aqueles ou aquelas que estando fora de Angola, dão fortes sinais de oposição. Mas aqui chegados e poisados sobre os petrodólares, demitem-se das suas funções remetendo-se ao silêncio porque passam a militar no partido do paraíso do dinheiro e nele se fazem acérrimos militantes eternos… do dinheiro. Angola está no continente do garimpo e cada garimpeiro chama a si o seu dinheiro.
Noticiário da grande tragédia: “em Luanda "há empresas, sobretudo chinesas, que vão buscar adolescentes às províncias de Benguela, Cunene e Huíla", que depois acabam "quase aprisionados". "Aquilo é um trabalho de escravo", reforçou o responsável, com base num inquérito realizado pela CGSILA no ano passado. Segundo esse levantamento, as crianças são "acantonadas", sem condições de alojamento e com refeições "muito precárias", para além de terem de trabalhar como se fossem adultos. "Nós denunciamos isso, mas infelizmente as nossas autoridades não colocam um travão nisso", lamenta Francisco Jacinto. (Novo Jornal Online 16/06/17)
"Jovens angolanos tornaram-se vítimas de tráfico humano, com a maioria a ser explorada como vendedores ambulantes ilegais em grandes cidades [da Namíbia] como a capital Windhoek", escreve a publicação, acrescentando que muitos estão detidos, à espera da deportação. "Há denúncias da população de namibianos a traficar jovens angolanos para exploração em serviços domésticos, prostituição e outras actividades.” (Novo Jornal Online 19/06/17)
16/06/17, supermercado Nosso Super Express, na rua da Liga Africana, com as prateleiras vazias.
Segundo a Rádio Despertar, no hospital municipal do Cacuaco, arredores a Norte de Luanda, aos doentes e seus familiares pedem-lhes para trazerem velas e lanternas.



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