quinta-feira, 18 de setembro de 2014

03-07Set14. República das torturas, das milícias e das demolições




Diário da cidade dos leilões de escravos

03 de Setembro
O estado islâmico não precisa de cá chegar, há quarenta anos que ele já cá está. Somos os primeiros em califados.
Não são emissoras de rádio que temos, são narcóticos para nos adormecerem, os neurónios apodrecerem.
Onde o chinês está é só pó e fumo, como se fosse o fim do mundo, e barulho, muito barulho.
04 de Setembro
Orlando Castro: “ÁFRICA. O suicídio em Moçambique é assustador. É o número mais elevado do continente africano e é um dos mais elevados do mundo. Em Angola o suicídio tem vindo a aumentar brutalmente, afirma o psiquiatra português Ricardo Gusmão.”
05 de Setembro
Se as estradas não se arranjam teremos um pequeno país.
Acho piada mórbida quando falam – dramatizam - nas nossas rádios (?) sobre os outros países e pintam um quadro arrepiante com situações de alto risco, guerra, miséria, fome, ditaduras, falta de liberdade de informação, refugiados, terrorismo, instabilidade crescente, desemprego, economia em baixo, etc., dando a entender que Angola é um paraíso divino. Sim, de facto aqui vive-se muito bem… para alguns, para os outros milhões é o fabrico de terroristas em curso.
Para mim, rádio é a FM-Stereo da RNA, estou sempre lá. Entretanto, o melhor financiamento do terrorismo é a falta de informação, a desinformação, ocultar a verdade, ocultar o que se passa alimenta fantasmas que depois se transformam em desolações humanas.
06 de Setembro
É oficial. Depois das televisões seguem-se as rádios. Exceptuando a Rádio FM-Stereo da RNA que só transmite música, deixei de sintonizar as outras rádios. Que o Santo demónio nos proteja. Mas, ainda assim dou um louvor ao programa Vector da LAC onde se consegue aprender alguma coisa.
Nem tudo está mau. Há oito dias que a energia eléctrica não falhou nem um segundo. Obrigado ministro, João Baptista Borges.
A famosa democracia sem rádios, sem televisões, sem jornais, sem informação. Angola posiciona-se na confrontação, na permanente desestabilização. Tendo como suporte a Igreja corrupta, Angola torna-se um estado totalitário onde todas as maleitas que acontecem são atribuídas a Deus porque ninguém reza, ou se o faz, fá-lo com desleixe. É a Igreja do rumo da desgraça que nos aponta o fim do mundo, a pior solução encontrada para o túmulo de Angola e o seu moribundo povo. O petróleo é só para a elite e para estrangeiros que facilmente conseguem arranjar, emprego roubar.
A maratona da igreja universal do reino de deus: Até padres estrangeiros espoliam os nossos maravilhosos cânticos umbundus. O que resta de Angola, a Igreja e as igrejas destroem. Cantemos um hino de louvor ao demónio nosso senhor pela mediocridade e analfabetismo conseguidos. Onde as igrejas estão é só muita confusão e muita poluição religiosa, sonora e teológica. Parecem boates ao ar livre. Em Angola o que é destruidor é sempre bem-vindo. O terrorismo religioso implanta também o seu califado. Às 07.30 da manhã começa mais uma sessão do martírio adventista na rua Rei Katyavala em Luanda. Reiniciou – no sábado anterior também aconteceu maratona, e pelos vistos parece que teremos sessões de martírio todos os sábados – as suas actividades de boate com cânticos entoados por um qualquer padre espanhol com sonoridade musical muito medíocre, é que o homem padre não sabe cantar e depois em… espanhol. Igreja que faz barulho é igreja do demónio. Os padres estrangeiros desempregados também têm emprego garantido em Angola. Padres, a religião deste povo é a feitiçaria. A religião é a mãe do demónio da nossa desgraça, e evangelizar é escravizar, é obscurecer os nossos espíritos para que obrigados sejamos a lhes obedecer a mais um falso poder. A Igreja e as igrejas demonstram muito bem a sua ciência da decadência, e o Islão engole-as. Acabaram os cânticos em umbundu? Ouve-se também uma voz feminina em espanhol. O principal veículo da colonização e da neocolonização é a religião. Às 12.30 o inculto religioso terminou mas – pouca sorte – a barulheira retornou às 13.58 horas. Às 16.13 parecendo igreja alcoólica ou drogada, as paredes dos prédios tremem porque algum demónio colocou o som nos graves ou agudos no máximo, ou lá como lhe chamam. Às 18.00 horas o terramoto religioso terminou, escutando-se barulho de baixa intensidade. Às 18.44 são maravilhosos cânticos em umbundu muito inspiradores mas de curta duração.
07 de Setembro
Depois de elogiar os oito dias sem um segundo de falha no abastecimento de energia eléctrica, eis que nos caiu um corte de oito horas, o mesmo é dizer que a venda de geradores é prioritária e mesmo com os biliões de dólares gastos não serve de nada. É só conversa fiada. Tiram-nos a energia eléctrica, a água, o emprego, tiram-nos tudo para entregarem de bandeja nos estrangeiros, e já não sabemos o que nos cabe neste poço de petróleo. Nada! Só temos direito aos assaltos e à morte.
Banco millennium Angola, o banco do forno crematório nazi. O banco do gerador da morte. A engenharia criminosa dos portugueses que tudo fazem para nos exterminarem por todos os meios para que consigam empregos. É correr e fechar portas e janelas porque vem aí terríveis toneladas de fumo do gerador da morte horrível. As crianças bebés condenaram-nas a morrerem cancerosas dos pulmões. Este banco da morte e quem governa assim ordenou. Sem matar não se pode facturar. Luanda é a fábrica da morte onde estes tugas para facturarem têm que nos matar, em todos os apartamentos nos gasearem. Há terrorismo bancário porque a corrupção escancara-lhe as portas. Neocolonialismo sangrento apoiado pelos sectores mais retrógrados do Poder. Em Luanda o crime compensa, é por isso que há muitos criminosos à solta. É na rua rei Katyavala em frente à Angop que este banco mata. É a vitória ou morte! O mais importante é a facturação e para isto o que conta, o que é válido é destruir as nossas vidas por todos os meios possíveis. Porque se institucionalizou que nós somos merdas para abater. Luanda é a moderna baixa de Kassanji onde se massacram populações com extrema facilidade. Os crimes da colonização terminaram em 11 de Novembro de 1975. Pouco depois continuaram sob o disfarce da liberdade e da democracia, preparando-nos para outro 11 de Novembro que sob o símbolo do terror contra quem se manifestar, diferente pensar ou criticar. Quem oprime desalmadamente impondo a fome, a miséria da escravidão das crianças por parte de chineses e dos espoliados dos empregos pelos portugueses – o regresso a galope do colonialismo português que vivendo desempregado em Portugal, aqui aterrado logo misteriosamente enriquece furiosamente, gabando-se de que em Angola vive-se muito bem e os mwangolés vivem muito mal, pobres mas muito felizes. Que vem transmitir conhecimentos porque em Luanda não há nenhum angolano que saiba trabalhar – claro, sem empregos ninguém sabe trabalhar – numa visão colonialista da sociedade. São os construtores do terrorismo, da revolta outra vez sempre latente. E por isso mesmo o ciclone humano da fome deixará Luanda em escombros. Vão gozando com o repasto do petróleo, cavando as sepulturas que esperam impacientes. Estamos, vivemos escravizados, mas desta farsa independentista nos ergueremos, nos libertaremos. Exigimos os empregos que nos espoliaram e que continuam como os abutres a devorar o que resta dos ossos dos nossos corpos. No ar sente-se o intenso cheiro do descontentamento geral que reina neste califado, tão torturado, ignobilmente desempregado. A batalha da liberdade acena-nos vitoriosa, já os portões do terror se encerram e um novo capítulo da riqueza da meia dúzia dos ovos acabará. A corrupção espera-a o cangalheiro que já lhe tira as medidas para a depositar no féretro merecido. É a vitória ou morte.
Importar é fácil, exportar só petróleo é muito fácil.
Este ano está difícil. O cacimbo não quer sair, acabar, a humidade mantêm-se elevada, na varanda ronda sempre à noite os oitenta, já chegou aos oitenta e quatro por cento. Por certo é o fim da picada, inicia-se outra era bem gelada.
Ditadura democrática, igreja democrática e jornalismo religioso não! Civilização dos padres não! Assim ficamos num jornalismo à Ruanda.
Hoje de manhã ouvi na Rádio Ecclesia o jornalista Reginaldo Silva afirmar que a energia eléctrica alternativa por turbinas a gás consome setenta milhões de dólares por mês.

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