quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

E as deusas do amor nos abandonaram






Durante milénios percorri o mar
E em milhares de ilhas vivi
Mas não soube nelas habitar
Muitas pirâmides de amor vivi

Isto é para todos os que morreram
E para os vivos que já faleceram
E àqueles que nos abandonaram
Porque no amanhecer viajaram

Mas nós a eles nos reuniremos
E brevemente juntos lá estaremos
Nos túmulos das ideias decepadas
Da impostura das vidas despojadas

Sentei-me no segredo da tua melodia
Há muito que não a resplandecia
Porque ela é a luz da minha abadia
E sem luz é a tua vela que me alumia

O preço do petróleo sempre a descer
E a revolta, o teu amor sempre a crescer
A rejuvenescer num hino, o amanhecer
Na recordação dos teus sonhos, nascer

Mais um campo de jasmins se estreia 
E a maré do nosso amor santuário é
O jasmim dos poetas canta a epopeia
O jasmim dos açores o inverno da fé

E no castelo dos petróleos algemada
Para aí voarei numa grande cavalgada
Na ponte levadiça com a minha espada
E à liberdade voltarás minha amada

E tudo os príncipes do petróleo secaram
E a proibição do amor nos decretaram
Para as ruas do horror iremos mendigar
Porque o petróleo já era não está a dar

E um ligeiro vento agita as ondas da baía
Nas rochas plantadas a vegetação acaricia
Indiferentes as palmeiras na sua calmaria
Mar, céu, nuvens, sol, vida sempre em dia

A democracia do Ocidente é preciosa
Mas para milhões é muito horrorosa
O Ocidente apoia as ditaduras comodistas
O Ocidente é uma fábrica de terroristas

São milhões da democracia abandonados
São milhões que odeiam os brancos
Que aterrorizam o Ocidente revoltados
Pelo atroz neocolonialismo dos seus bancos






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