“Um
ano difícil” um ano impossível
O
preço do petróleo está a baixar
E
a nossa miséria a aumentar
Os
lordes continuam a festejar
Nos
preços dos combustíveis, matar
É
muita festa e o estrangeiro avança
Neste
país dos 40 anos de bonança
Oh!
Quantos sonhos idealizados
Na
ditadura repressiva jamais realizados
Neste
paraíso a insegurança aumenta
Nos
constantes assaltos desta tormenta
Onde
se sente imenso a morte lenta
Nos
sobressaltos de gente nojenta
Natal,
os preços sobem sem explicação
Porque
só enriquece quem é ladrão
Os
chineses impõem-nos os seus lixos
Comida,
quase tudo e seus crucifixos
Tudo
o que é ilegal vale como lei
O
estrangeiro está sempre primeiro
O
nosso deus diz: Angola destruirei
Mais
um levante mais um braseiro
E
os poços do vosso petróleo bebereis
Das
vossas extravagâncias vos fartareis
E
tudo e as nossas vidas destruireis
Como
um bando de abutres ficareis
Crianças
educadas na violenta violência
Que
depois vivem dessa dependência
Nas
prisões abarrotadas de delinquência
No
fim do petróleo sem sobrevivência
Nas
mãos da ignorância e da superstição
Reside
a infâmia das armas da religião
Na
eternidade do poder desta mata
Qualquer
um nos ordena, nos mata
Avançamos
muito não para melhor
Recuamos
muito sempre para pior
Prometemos
muito não para melhorar
Nos
nossos relatórios tudo vai piorar
Luanda
a cidade da desolação
E
Angola destruída pela religião
Dos
padres do deus da corrupção
No
estertor do petróleo da maldição
Criança
diz: vou-te bater!
Nunca
diz: eu quero aprender!
Angola
está-se a desfazer
Porque
o petróleo não ensina a ler
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