quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

E nestes tempos modernos ainda vivemos na Idade Média





República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

24 de Dezembro
Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma. Joseph Pulitzer (1847-1911)
A Europa vive de fronteiras para dentro, não actua de fronteiras para fora, actua local, não actua global. A política da Europa é apenas para ela, esquecendo-se de que para além dela há um mundo vasto, devastador. A Europa abandonou a África à aventura chinesa, mas continua sub-repticiamente a explorar as suas riquezas com o apoio de ditadores africanos sob a capa de democratas que organizam eleições livres, justas, democráticas, fraudulentas, escudadas nos abraços e apertos de mãos da democracia ocidental. Onde há petróleo tem que haver eleições transparentes e democráticas sob o patrocínio europeu para a implantação de mais um ditador africano. Mas aconteceu o inesperado: O Islão avança imparável, e não é com mil, depois mais mil, e depois mais mil, e assim sempre sucessivamente tipo Vietname, do envio de forças francesas que no início tem êxito – como sempre – e depois começam a tombar ingloriamente sob a reorganização das forças islamistas. E desesperada a França pede o apoio da União Europeia, mas parece que a guerra em África apenas à França diz respeito. Em Angola a Europa apenas se preocupa também com o seu petróleo e com outras actividades de pouca monta. Apoia o jardim zoológico do povo angolano e por isso mesmo o Islão avança. Os portugueses em Angola fazem a política do curto-prazo, mais concretamente do curto-circuito, mas sempre com o pensamento estúpido de que regressam em força à sua colónia. É claro que se desenham no horizonte ciclones devastadores, porque Angola jamais será a coroa do império colonial. Mas como os portugueses continuam com as vistas curtas, acabarão na sua cegueira desmedida por serem engolidos pela avalanche contundente que lhes cairá em cima. A política chinesa em África é a de sacar o mais rápido possível tudo o que estiver ao seu alcance, pois sabe que brevemente os africanos correrão com eles.
Europa! O Islão avança, a Europa está perdida pois na África um salmo islamista será cantado. As fronteiras da Europa estão mais inseguras do que nunca. A política da Europa é demasiado estúpida para controlar a África que perdeu, abandonou. Entretanto, na Síria, a Europa diz com preocupação que será outro Afeganistão. E assim a Europa continuará, muitos mais “afeganistões” edificará. O corrupto Cristianismo das seitas em África foi-se por água abaixo, e enquanto a Europa continuar a apoiar as ditaduras democráticas africanas, o Islão sairá vitorioso. A EUROPA ESTÁ EM PERIGO!   
António Setas. Facebook.  Ao ver a miséria angolana com tanto dinheiro a circular, vindo das receitas de petróleo, de diamantes e não só, lembro-me de Haiti, nas Caraíbas, a primeira nação negra, que data creio eu do final do século XIX. Situada numa zona comparável a um paraíso terrestre (tirando os furacões outonais e outros), passados mais de cem anos esses negros pouco mais fizeram do que se roubarem uns aos outros, pior, um punhado a roubar um povo inteiro! Será maldição que pesa sobre a negritude? Peço ajuda.
25 de Dezembro
Como os jovens festejaram o Natal aqui na rua das Sirenes. Organizaram-se num bando aí de vinte delinquentes – isso do chamar-lhes jovens está ultrapassado – deixou de existir, são delinquentes veteranos – que pelas nove horas da manhã, mais uma violenta, do dia 24, reinauguraram o nascimento do menino Jesus com um mar de bebida. Continuaram a sua viagem alucinante até ao reino da loucura. À meia-noite colocaram duas brutais e tremendamente possantes, duas colunas no passeio da rua. Já completamente loucos – já nasceram assim – ligaram o volume do som o mais infernal possível, até rebentar. As músicas são indecentes, daquelas de bater com tampas de panelas. Às cinco da manhã faz-lhes companhia mais um carro atestado de jovens embriagados com mais barulheira infernal, musical, em estilo de competição. Pouco depois arrancam à velocidade alcoólica na procura do cemitério mais próximo. Às nove horas da manhã o suicídio colectivo dos jovens delinquentes do clube dos naufragados em álcool continua, já nos derradeiros momentos da morte que se aproxima, pois juntaram uísque à ementa do alambique. A Polícia parece que aprova esta flagrante alteração da ordem pública. Só persegue mulheres, manifestantes e opositores políticos? Luanda é um projecto inviável.
Esta cidade tresanda a álcool. Citando Descartes, 1596-1650: Penso no álcool, logo existo.
12.34 horas na República dos Alcoólicos Angolanos. Os jovens delinquentes do melhor amigo do homem – o álcool - são muito corajosos, não desistem da sua aventura alcoólica. Pobres diabos que vão sucumbir em nome de que ideal? Do alcoólico, pois claro. Há vinte e sete horas que esta cambada de inúteis frustrados luta contra a força esmagadora, invencível do álcool. Se é uma batalha perdida porque insistem? Porque é isso mesmo! São defensores de batalhas perdidas. O álcool é o senhor e nunca me abandonará!
Beber até morrer! Se não acabarem com a propensão para o alcoolismo, a propensão acabará convosco.
Comissário-chefe Paulo Gaspar de Almeida, segundo comandante-geral da Polícia Nacional, na Rádio Ecclesia. Temos provas de que as orientações eram de um grupo chegar ao Palácio do Governo Provincial, outro grupo saía do Baleizão para chegar ao Palácio Presidencial”. As provas recolhidas sustentam a tese de que o objectivo da última manifestação era “o assalto ao poder”. Para tomar o Poder não são necessárias manifestações. O Poder está tão corrompido que a qualquer momento a corrupção – e muito especialmente a psicose - o assaltará.
26 de Dezembro
08.44 horas. Luanda está de férias. Não há movimento de carros nas ruas. Que óptima medida para acabar com a poluição e o desorganizado trânsito infernal.
Quantos tugas voaram para Portugal em gozo de férias – Natal e ano-novo – e abandonaram, deixaram os trabalhadores mwangolés sem salários?
Nesta quadra festiva fomos mais uma vez abençoados com cortes de energia eléctrica, das 12.34 até às 13.43. Três horas depois novo corte das 16.22 até às 17.20 horas.
E depois das sábias declarações do segundo comandante-geral da Polícia Nacional Comissário-chefe Paulo Gaspar de Almeida, na Rádio Ecclesia, que a oposição ao efectuar uma manifestação pretendia assaltar o Poder, um golpe de estado, que se seguirá a este douto pronunciamento? A seguir virá a ilegalização da oposição, a prisão dos seus chefes e logo a seguir a acusação de terroristas, tudo conforme os ensinamentos à lá Egipto?
27 de Dezembro
09.49 horas. E como que por magia, o trânsito que antes fluía desapareceu. A cidade está de férias colectivas, não há automóveis, porque o nosso glorioso Governo sempre atento às nossas necessidades de saúde - há quarenta anos que tem um plano de saúde para executar mas nunca o conseguiu, nem nunca o conseguirá, pois outros valores mais altos de corrupção se alavancam – odeia poluição. E como tal proibiu o trânsito automóvel na capital. O nosso Governo é extremamente ecológico. Luanda está paralisada, totalmente dependente de estrangeiros. Luanda está devidamente neocolonizada por neocomunistas. Não é uma cidade, é uma colónia.
Quando a alma é pequena, é porque um povo é de tamanha pequenez, tacanhez, que não tem possibilidade de projectar o futuro, e vai de abalada para outros países procurar o sem rumo tão inseguro. E a ciganada lá chegada trata de encher o saco, pois a árvore das patacas está cheia, gorda. Os bancos estão à sua disposição, à sua mercê, para transferirem as riquezas que não lhes pertencem. Não deixam nada, piores que vampiros. São os novos militantes do comunismo renovado, que cantam hinos de louvor ao poder da corrupção que apoiam, enquanto à sua volta fingem não ver a surra que diariamente as mamãs apanham porque nem direito têm de vender – mercados? Quais mercados? Pois se este é o país onde apenas o nada funciona – não obtém os ganhos da independência porque a terra já não lhes pertence. E os tugas avançam, cumprem a lei da especulação imobiliária, são os tugas que estão também por trás do parte casas, pois num país fortemente infestado de corrupção, só lucra quem é comilão. Sobre a miséria vigente, dos tugas apenas o atroz silêncio sobre o esmagador canhão que dispara sob a população.
Há uns dias que um meu familiar se sentava de olhar sombrio, se ausentava para o vazio. Taciturno, remetia-se no silêncio do matadouro da vida. Era demais, pensei, e decidi-me abordá-lo, embora de antemão já soubesse o porquê de tal calamidade. «Hoje é 27 de Dezembro e ainda não te pagaram?» «Não!» «E não sabes quando te vão pagar?» «Não, não sei, os tugas foram de férias, só regressam lá para o dia 9 de Janeiro e até lá não sei quando me pagarão.» Senti-me de imediato revoltadíssimo. Então os tugas transferiram o dinheiro dos trabalhadores angolanos para as contas deles em Portugal, para lá passarem as festas de Natal e ano-novo com as suas famílias, amigos e outras merdas, e deixaram os angolanos sem dinheiro, ao abandono da indigência? Mas estes porcos brancos portugueses pensam que estão aonde? Na Angola do antigamente? Colonos imundos, boçais, não sabem que o colonialismo originou uma revolta e com o vosso neocolonialismo tudo será bem pior. Infelizmente não têm noção do terreno que pisam. Não me chamem mais de chauvinista, pocilga de racistas! A revolta é necessária e urgente. Não, não é necessário verter sangue. Há várias maneiras de fazer uma revolução. ESTOU PRONTO!


Sem comentários:

Enviar um comentário