REPÚBLICA
DAS TORTURAS, DAS MILÍCIAS, DAS DEMOLIÇÕES E DAS FRAUDES ELEITORAIS
DIÁRIO
DA CIDADE DOS LEILÕES DE ESCRAVOS
Ano
2 A.A.A. Após o Apocalipse dos Angolanos.
Amigo
leitor, inicio com uma curiosidade: aqui na buala, no ano de 2016 o total de
horas sem energia eléctrica foi de 336 horas. O pior mês foi o de Janeiro com
61 horas e o melhor foi o de Maio (incrível) com… zero horas.
Oposição que se lamenta
não nos sustenta.
Angola a arder e os
Neros a ver.
Quem é que já ouviu um
discurso semelhante a este? “Possuímos hoje uma poderosa Wehrmacht, (forças
armadas) no coração de uma Alemanha poderosa, porque a Providência nos deu um
chefe de uma energia inquebrantável. Nesta hora solene, queremos assegurar ao nosso
Fuhrer que a Wehrmatch, na totalidade, executará sempre as suas directrizes com
tanto ardor como audácia. Partistes com a ordem de combater, voltastes com a
certeza de serdes vencedores!” (In Hermann Goering (1893-1946), comandante nazi
da Luftwaffe (força aérea) na Segunda Guerra Mundial. Grande Crónica da Segunda
Guerra Mundial, Selecções do Reader’s Digest)
E em 2017, as eleições
foram geralmente não livres, não transparentes e injustas. Por aqui facilmente
se vê quem foi o vencedor.
Continuamos presidiários
da tenebrosa escravidão fingindo que existe um país. De facto ainda não nos
libertámos da independência da escravidão. Servindo-se da palavra crise que os
corruptos inventaram para justificar o pesadelo económico cujo fardo está
impossível de suportar, o comité de especialidade dos empresários sem vocação,
não paga o subsídio de férias e o de Natal, alegando que não têm dinheiro. Mas
não é isso que se vê porque na sua vivência diária o luxo se mantém.
Há
mais de quarenta anos que os sitiadores obrigam os sitiados às mais depravadas
privações. Pelos vistos este será o último ano em que os sitiados devido à fome
se renderão sem condições. Sitiados, estamos a ser devorados pelas feras tal
como se fez com os cristãos nas arenas romanas.
Onde
o álcool comanda, a vida se desmanda. Entre o álcool e viver ou morrer há que
escolher. Claro que se escolhe a vida alcoólica. Que não, que é devido à crise
para afogar as mágoas, mas não tem como pois se antes da crise a liberdade
alcoólica já com muita força existia.
Amiga
do álcool não é tua amiga, não é tua namorada, nunca poderá ser tua esposa.
Amiga do álcool é tua inimiga.
Creio
que a questão não é, “ os assaltantes assaltam pessoas” mas sim, porque é que
eles assaltam pessoas.
Já
vai numa semana que aqui na zona se ouve o que no início pareciam disparos de
armas de fogo mas que depois se verificou ser fogo-de-artifício. Durante o dia
assustar as pessoas mantendo vivo o terror, e à noite em horas incorrectas,
pois já em período de dormir estas coisas não deveriam acontecer. Será que se
trata de uma fábrica de pirotecnia quase no centro da cidade de Luanda? Quando
se governa pelo terror tudo é possível de acontecer.
A
imposição do terror pela acusação de feitiçaria periga as vidas porque de
livre-arbítrio qualquer inquisidor acusa quem bem entender de feitiçaria
decretando-lhe morte imediata. Viver com tal terrorismo é mais um abismo que
engole Angola.
Não
é possível viver com pessoas que gostam de viver no sofrimento.
E
depois da destruição da economia resta ao exército de famintos como derradeira
sobrevivência, a venda do que for possível nas ruas. Mas de todo o lado surgem
feras humanas que intitulando-se de guardiãs da ordem pública, saqueiam e matam
indiscriminadamente e impunemente como entretenimento nazi do tiro ao alvo.
Este país é obra de carrascos.
E lá no céu, os anjos fizeram manifestação
contra Deus, porque Ele há muito que abandonou Angola, abandonou o mundo,
deixando tudo ao deus-dará.
Angola,
onde qualquer pega numa bíblia abre-a ao acaso e logo é chamado de pregador,
mais um enviado de Deus, mais um demónio para destruir Angola.
Onde
reina o analfabetismo é muito fácil reinar, é demasiado fácil matar. Fazer ver
a um analfabeto que a sua postura está errada, é como dizer a um fanático que
quem nos governa não foi eleito por Deus.
Não
havendo dólares, não há importações, pois tudo vem de fora, e não havendo
importações não há kwanzas.
Angola
parece ser o maior produtor mundial de bandidos. Angola tem tudo pela negativa
e nada pela positiva.
Além
de devorarem o subsídio de Natal, e também o subsídio de férias, estas empresas
que assim procedem cumprem o estatuto das empresas do comité de especialidade
da corrupção, e empresas cujo ramo de actividade é a corrupção nada lhes
acontece. Não basta só condenar, é preciso se manifestar.
E
como esta cidade dos leilões de escravos está infestada de geradores, quantos
mais prédios arderão, como aconteceu com o prédio da Ecil na Marginal de
Luanda? Quantas mais residências sucumbirão de presente às chamas? Quantas mais
pessoas morrerão? E se também os ministérios começarem a arder? Ainda não é
chegada a hora de checar as instalações eléctricas? Pois, no caos instalado a
desgraça alastra rapidamente, como se Luanda fosse devorada pelas chamas de
geradores. Até parece que estamos governados por piromaníacos. Com a utilização
desordenada de geradores, sem normas de segurança de instalações eléctricas,
cada um faz de electricista improvisado, poluição sonora e ambiental, gastos de
combustível não programados que conduzem à ultra miséria, Luanda vai
desaparecendo. A miséria e a fome não mandam, comandam. Parafraseando José
Afonso: a miséria e a fome é quem mais ordenam dentro de ti ó cidade.
É
necessários que nos libertemos da actual política sem política dos partidos
políticos da oposição, porque isso não nos leva a lado nenhum. Política
titubeante que reforça o partido no poder, e que facilmente se vê vai ganhar as
eleições. Na verdade não há oposição, há submissão.
Todos
os apoiantes da corrupção, quando a justiça chegar, ela lhes será implacável,
das grades não escaparão, os honestos libertadores virão.
Se
tudo é controlado pelo Estado, então não há liberdade, e a democracia anda
muito afastada, há muito renegada.
E
um decreto-lei sobre o acto de pensar será publicado.
Eles
nos palácios e nos castelos fortificados, e nós às feras que eles criaram
lançados.
Amigo
leitor, preciso que alguém me explique como é possível viver normalmente com um
exército de famintos. É o inferno, afinal o inferno existe sim senhor. E Luanda
é a capital do inferno de Angola.
E
com a aprovação da Lei de Imprensa, a cortina de ferro renasce e cai sobre
Angola.
Quando
tenho coragem de assistir a um noticiário da Tpa, fico a pensar como é possível
gozar com as pessoas, utilizando a desinformação como nos tempos mais ortodoxos
do comunismo.
Em
Angola as portas da corrupção nunca se fecham, estão sempre com sistema,
funcionam 24/24 horas, porque há uma grande azáfama e os corruptos nunca se
cansam, e a corrupção também não. Entretanto reforçam-se as medidas contra a
honestidade. Mas levianamente os corruptos defendem-se que a corrupção existe
em todo o mundo, à escala planetária. A corrupção tem muitos caminhos, a
miséria e a fome têm apenas um. Os maldosos têm o extermínio que merecem. Desgraçada
Angola e África negra onde até a merda de uma sarjeta também é poder. Pergunta
a um corrupto como é que ele conseguiu o dinheiro, ele fica como um padre
quando se lhe fala de Voltaire (1694-1778).
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