Os
efeitos da crise caem sempre em cima das inocentes crianças do modo mais
selvático, desumano, horrendo. Na Voz da América” no Uíje, criança é deitada em
água a ferver porque comeu a batata da tia.”
Confesso
que não sei como é que Angola sairá do impasse do caos económico e social. A oposição
é incapaz de fazer frente ao partido no poder que a todo o momento zomba da
democracia e muito claramente dos democratas, e da palhaçada política em que Angola
se atascou, com a oposição muito atrapalhada. Basta ver o caso de Isabel dos Santos,
nomeada para presidir por seu pai, o presidente da República de Angola, a quase
falida Sonangol, que numa palavra, tem Angola em seu poder. E se alguém da oposição
refilar, dá-se-lhe umas porretadas ou eliminação física e logo, logo se vai
calar. Veja-se também o caso dos presos políticos, onde a oposição pouco ou
nada fez, faz, apenas tirar dividendos políticos. Dá a impressão que a oposição
luta por interesses pessoais e partidários, o sofrimento da população que se
dane.
David
Mendes, o célebre advogado dos injustiçados e sedentos de justiça, e mais alguns
juristas, já lançou o anátema para a impugnação de Isabel dos Santos da Sonangol.
Claro, que no palácio presidencial, o PR e sua comitiva rirá mais uma vez,
creio que passa a maior parte do seu tempo a rir, pois fazer queixa nas
estruturas de justiça do PR é como crianças a brincarem num parque infantil.
Há
vários anos que Justino Pinto de Andrade, presidente do BD-Bloco Democrático, disse
que ia apresentar queixa contra as milícias que espancaram com barras de ferro,
Filomeno Vieira Lopes, o ex/secretário-geral do BD. Até agora a presidência do
BD nunca esclareceu como está o processo-crime, ao menos que promovesse uma conferência
de imprensa, como é da praxe, mas nem isso. Desde a altura em que o Filomeno
escapou milagrosamente das barras de ferro, até agora nada. E não devia ser
assim, creio que a presidência do BD terá que vir a público explicar o porquê
desse silêncio e também o do Vitória Pereira, outra vítima das barras de ferro.
É a
vida do muangolé: miséria, fome, doenças, morte, desemprego, exclusão e espoliação
de bens. E a miséria e a fome triunfarão. Angola não passa de mais um pobre
país africano a mendigar à comunidade internacional, já muito cansada de ver os
seus governos a abandonarem à sua sorte as suas populações ad infinitum.
Vitor
Rebelo. “Não têm Kuanzas? A um preço justo arranjo-lhe alguns milhões...”
A solução
da crise na visão de uma portuguesa: Maria De Jesus Silveira. “ E
esperando á meses!!!!!! Para pagar contas, mas com o FMI, isso vai acabar, preciso
calma, tudo tem tendência a terminar, mas que andam muitos a encher os bolsos, isso
ninguém tenham duvida, deveriam eram assaltar essas senhoras, mas todas ao
mesmo tempo.”
Francisco
Magalhães Coelho. “Quando a revolução chegar só espero que os portugueses
estejam fora.”
O que
mais me preocupa não é o lixo das ruas de Luanda. O que mais me preocupa é o
lixo humano. Eliminando-o, o lixo acabará de vez.
O general Higino
Carneiro, actual governador de Luanda, pela sua actuação nas taxas do lixo numa
cidade de famintos, mais parece o célebre xerife de Nothingam, que espoliava os
seus cidadãos alegando o não pagamento de impostos. Pois, como podem cidadãos
famintos pagarem impostos. Naquele tempo da Idade Média, havia o Robin dos
Bosques que roubava o dinheiro da colecta dos impostos do xerife e o devolvia
aos famintos camponeses. É isso que aqui nos falta, um Robin dos Bosques
angolano.
Mas que oposição é esta
quando disse que aceitou a fraude eleitoral para evitar problemas. Pois, mas os
problemas estão aqui com desmesurada força, no caos económico e social, na
morte e na fome. Pois, ao validar os resultados da fraude eleitoral, a oposição
fez Angola parar. Na realidade, esta oposição é a grande culpada da nossa desgraça.
É certo que os partidos
políticos da oposição procuram por todos os meios convencer a população eleitora
a votar neles, e por isso dedicam grande parte do tempo a falarem das próximas eleições.
Pois bem, isto é, pois mal, os preços da comida, de tudo, não param de subir até
atingirem máximos insuportáveis, obrigando a que seja impossível a vida
sobreviver. Faltando cerca de catorze meses para as eleições, até lá quantos
eleitores sobreviverão? Quantos? Catorze meses de fome extrema, o que já
acontece, farão um imenso e tenebroso cortejo de cadáveres, e mortos não votam.
A não ser que a oposição consiga que eles votem. Portanto, o que há a fazer é o
primordial, lutar para que a população tenha direito a alimentação com preços
compatíveis, pois sem isso as eleições serão um grande fiasco. Os locais de
votação serão como cemitérios, com imensas filas de zumbis e esqueletos a aguardarem
a sua vez de votarem.
Será possível, é, que
nesta terra não há ninguém que saiba tomar decisões? E quando as tomam ficam em
ritmo tão lento, tão lento como se não fossem tomadas. Isto é que é o cerne da
crise.
No Diário Económico:
Valter Filipe, governador do Banco Nacional de Angola (BNA) acusa “grupos
empresariais estrangeiros e bancos de matriz portuguesa de práticas de
corrupção e de suspeitas de financiamento do terrorismo internacional”.
Só agora?! Porque há
muito tempo que tal acontece, conforme acordado com Portugal no tempo do PP,
Passos/Portas, em que o dinheiro saído de Angola seria lavado em Portugal e como
reciprocidade de vantagens os portugueses invadiriam Angola, saqueando – tipo, viquingues
modernos - os empregos, saqueando tudo. De qualquer modo, a trama pode sintetizar-se
assim: primeiro, o comunismo russo, segundo, o comunismo cubano, terceiro, o
comunismo chinês, quarto, a miséria e a fome dos angolanos sempre. E a
propósito, mais milagres do comunismo chinês: o detergente em pó que queima as
mãos. A escova de dentes que com apenas três utilizações desfaz-se. E muito, muito
mais vindo do falso milagre chinês.
E não é possível falar
de eleições a um povo faminto. Primeiro é necessário dar-lhe de comer, depois
ele saberá o que fazer, quem eleger.
E as
coisas não funcionam, já se atingiu o caos, um exemplo, é o dos fiscais e
polícias espoliarem descaradamente nas ruas os bens das cidadãs. Basta uma
desgraçada andar com uma banheira na cabeça, ou dos armazéns sair com caixas de
produtos alimentares que comprou, também é espoliada pelos fiscais ou policias.
A fome aperta e os fiscais para conseguirem dinheiro pegam nesses bens espoliados
e vão vendê-los nas praças.
O
problema é que se anda sempre ao contrário, quer dizer, começa-se sempre por
baixo, quando deveria começar-se por cima, como mandam as regras de uma boa
governação. Refiro-me à espoliação nas ruas na vã tentativa de arranjar
culpados para a crise, como é o caso das quinguilas e os corruptos estão como
peixe na água. E se estas coisas continuarem, claro que se vão agravar, Angola
vai parar, já parou.
E como
tudo está centralizado, controlado num politburo, não é necessária
contabilidade nacional, porque o politburo já tem tudo planeado, devidamente
orçamentado. Daí o não ser necessária a contabilidade, para quê?, pois se ela
está omnipresente. Há a contabilidade de fingir que é só para o FMI.
O
silêncio da nossa governação é muito conspirador.
“É mais
fácil subir para as costas do tigre, do que descer delas.” (Ditado mongol)
Onde
há constante violência, mortes e presos políticos, é claro que não há
democracia, há corrupção da democracia.
E o submarino Angola prossegue no seu rumo
escoltado pelos monstros das profundidades abissais.
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