quarta-feira, 1 de junho de 2016

REPÚBLICA DOS ASSALTOS DE LUANDA

A vida em Angola

Não é a mega operação policial
Que acaba com o marginal
Na Luanda capital
De modo emocional

E os portugueses na aventura do pão
Em vão
Nada semearão
Nada colherão

Que no muangolé nada bate certo
Sempre no rumo incerto
E assim caminha decerto
Ainda o seu espírito não foi aberto

República das reuniões, sempre reunidos
República dos falidos
Na avalanche monetária engolidos
Em mil pedaços partidos

Lá vai o submarino Angola no mar
Lá vai ele a se afundar
Lá vai ele a se abismar
Para a superfície não mais regressar

Conseguir arranjar dinheiro para comer
É a luta que não se consegue vencer
Mas os corruptos nada têm a perder
Angola é deles, os outros vão morrer

E os reis mandam executar
As rainhas quando são de desagradar
Entra outro, quando sai um colonizador
Angola é a desgraça do nosso senhor

A oposição
É uma desilusão
E nesta república dos assaltos
Da fome sempre aos sobressaltos

Quando a miséria me chama
Vejo a sua chama
Sem dólares, sem euros nos bancos
Dos brancos

Situação muito complicada
Cinco mil kwanzas não dão para nada
O submarino Angola mergulha fundo
No abismo mais profundo

Aqui ninguém se demite
Porque a lei não o permite
E por isso mesmo tudo se admite
Na grande explosão de dinamite








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