Ano 2 A.A.A. Após o Apocalipse dos Angolanos.
Ano da diversão da economia com corrupção e sem
energia eléctrica. Ano em que a oposição ameaça sair à rua.
República das torturas, das milícias e das
demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos
X-Files: C. Estermann assegura que o chefe de Evale tinha poderes mágicos para atrair
a chuva . Mas
só os conseguia se sacrificava uma jovem mãe cujo filho era entregue a outra mulher . Juntamente com
a vítima , sacrificavam também uma vaca
negra , antes
do sacrifício , o leite
da mulher e o da vaca
eram aspergidos várias vezes por terra , como prenúncio
da chuva . A mulher
era assassinada com
um golpe
de lança e, com
o seu sangue ,
aspergiam as árvores da chuva . O seu cadáver ficava insepulto
e ninguém podia chorar
a sua morte nem guardar luto . (Cultura Tradicional Bantu. Pe. Raul Ruiz de
Asúa Altuna. Edições Paulinas)
O fumo dos geradores mata! E a destruição não
pára porque há quase três meses que nos aterrorizam com 447 horas de cortes no
fornecimento de energia eléctrica e ninguém sabe dizer quando é que isso vai
parar. Aqui ninguém sabe de nada e de ninguém. É a isto que se chama
patriotismo.
Quem trabalha e sabe trabalhar, aqui não tem
lugar, mandam-no passear. Onde só uma cabeça pensa, as outras se dispensa. É
tudo crescimento negativo, e contudo o PIB cresce, eh!eh!eh!
Têm problemas económicos? Financeiros? Quer
diversificar a economia? Quer apostar na elevação do PIB? Não se preocupe,
ligue o seu gerador e veja o salto que Angola dá na aposta do pleno desemprego.
A propaganda comunista diz que a fome aguça a
inteligência, é por isso que a África é o continente da fome e dos refugiados e
nada em cérebros inteligentes. E como não podia deixar de ser, Angola, claro,
segue-lhe o exemplo.
Agora é que isto vai ficar bom de mais, porque
vamos assistir à vanguarda das movimentações humanas das taxas do lixo
político.
Por incrível que pareça não se resolve
problemas, é o seu avolumar que prevalece. E onde não se resolve nada, tudo se
complica acabando na inevitável explosão, da qual já no seu início estamos,
ultrapassamos. Para já é como se estivéssemos confinados num campo de
concentração com preocupantes semelhanças nazis. Estamos, vivemos no país onde
se discursa muito mas ninguém resolve nada porque a política também é negócio.
Pouco já falta para que ninguém se entenda, pois de quem é abandonado nasce o
revoltado. O homem é um animal social, em Angola transformou-se num ser
irracional. A força das circunstâncias assim o formou. Este é o governo que não
se cansa de formar bandidos para as ruas onde os relatos dos assaltos são
assustadores. E sobre isso há um como que silêncio sepulcral.
Todos os caminhos desta eterna conjuntura
conduzem-nos para a miséria e fome. Sente-se que há intenso prazer em ver tanto
sofrimento fabricado pela fábrica da república das desgraças, como se ele nunca
tivesse existido, como se a vida terminasse. Por aqui nada é realizável, tudo é
condenável. Aqui só o negativo funciona, tudo destrona. A promoção da mediocridade
é a única verdade. Da corrupção desalmada não se espera mais nada., espera-se
grande trovoada.
O enredo do teatro eleitoral está montado de tal
forma que de antemão já se sabe quem é o partido vencedor da eleição. De certo
modo com vozes de comando categóricas insinuando que a vitória está no papo,
que é canja.
AVISO! Nós, há quarenta e dois anos mandatados,
avisamos que neste paraíso fiscal não queremos contabilidade.
Péssimo governar é entregar o navio da
governação aos escolhos e rezar para que nada lhe aconteça. Assim como os pais
e mães que actualmerte com a galopante miséria abandonam os filhos à sua sorte,
isto é, à morte.
Quando um país entra em crise económica e dela
não consegue sair é porque está muito mal gerido. Economia diversificar, é gerador
ligar. Sem energia eléctrica há bem-estar, vida salutar. Onde há muita
corrupção, há muita bajulação. Angola é só para quem procura o eldorado, isto
é, o moderno Santo Graal. Bom, isto não tem ponta por onde se lhe pegue. Sem
oposição não há nação. Já não há consideração por ninguém, creio que já não há
pessoas, só animais ferozes que se devoram entre si. Quem se mete com demónios
acaba no inferno. Quanto mais o tempo passa mais a miséria nos ultrapassa. Não
é possível corruptos jurarem que vão acabar com a corrupção.
Há muito que virou moda, tudo virou político,
profissionais políticos, a única preocupação é ser político. Mas, e a gestão do
país quem a faz? Sem gestão não se pode caminhar. Ah sim! Os políticos resolvem
tudo. Viva o caos… político.
É muito simples como isto: não existindo
contabilidade organizada, não há economia, há fantasia.
Como é, se as coisas estão a piorar e há quem
tenha o desplante de dizer que isto vai melhorar.
Contado exactamente como ouvi: a mana Mónica
conversa com a mana Luena e chama-lhe a atenção, “olha, Luena, uma langa
disse-me que o seu recém-nascido estava a chorar, o pai chegou e não queria
ouvir o choro. Retira-o do colo da mãe e atira-o no chão, o pobre anjinho
calou-se. Em seguida dá surra na mãe e vai-se deitar. O pobre coitadinho do
anjinho que parecia morto tinha os olhos muito vermelhos. Como que por milagre
salvou-se.”
E se os cortes de energia eléctrica continuam,
significa que a água da barragem de Lauca evaporou-se e há que fazer recarga. O
abismo próximo, outro mais próximo.
A violência para se passarem por superiores: Os
seres inferiores utilizam a violência da repressão para se considerarem
superiores. E quanto mais inferiores mais violentos são.
Muito cuidado com os pastores das igrejas que
conduzem as suas ovelhas para o precipício, porque o seu inferno está próximo.
Tomei conhecimento de três casos de muangolés
cassados com brancas que lhes fugiram porque eles bebem desalmadamente e depois
dão-lhes surra. Uma delas já foi, ou está quase a ir para Moçambique. A coitada
até era arrastada pelos cabelos. Outra, o filho é que correu com o pai de casa
porque ele com a bebida era só surra. Os pobres coitados andam por aí magros. A
triste verdade, na actualidade o pior problema do muangolé é que não se sabe
conter e bebe até desmaiar. Quer dizer, o muangolé está numa crise e adquiriu
outra, talvez bem pior.
E que a actualização do salário mínimo não dá
porque a economia não suporta. Pois, se em quarenta e dois anos Angola nunca
teve economia.
Um sindicalista do comité de especialidade dos
sindicatos disse que já existe estabilidade económica devido ao apoio às
pequenas e microempresas.
Quando as igrejas começam a ser assaltadas é o
sinal de que o grande incêndio começou.
Quarenta e dois anos da grande marcha para a
grande desgraça.
“Nenhum partido político da oposição tem acesso
a uma cópia do arquivo do processo eleitoral, mas o MPLA tem uma cópia.”
(Miahela Webba, jurista e deputada da bancada parlamentar da Unita.)
As manas estão a vender no mercado. O negócio de
uma anda bem, o da outra anda mal, ninguém lhe compra nada. A outra
pergunta-lhe porque é que o negócio anda bem e o seu anda mal. A que vende bem
disse-lhe para a acompanhar para lhe explicar o segredo. Foram até à casa de um
feiticeiro e vinda do nada surge uma forte luz. Depois um embondeiro abriu-se e
mostrou muita gente lá dentro. Eis outra de feitiçaria: um senhor vivia com uma
mulher mas não sabia que ela era feiticeira. Um dia ela levou-o a um local que
ela muito frequentava e uma luz muito forte apareceu. O senhor durante vários
dias ficou maluco. Depois já um tanto ou quanto recuperado fugiu, abandonou a
mulher, não a quis mais.
A mana Isa já sessentona, arrancou e foi para a
tuga, vai lá ficar seis meses. Quando lhe falam de Angola, ela responde que,
“eu não quero ouvir mais falar de Angola”.
Sem comentários:
Enviar um comentário