terça-feira, 31 de maio de 2016

Carta de um amigo de verdade. Carlos Alberto, Dezembro de 1979



Carta encontrada algures “abandonada”. Carlos Alberto, estejas vivo ou morto, o meu abraço, da Tereza, da Dora e do Sérgio, na eternidade jamais te deixará. Meu grande amigo que nunca mais te vi, e que pelos vistos jamais te verei. Mas tens o teu lugar garantido na morada do meu coração. A Tereza, a Dora e o Sérgio também têm moradas permanentes para ti nos seus corações.

Algés, (arredores de Lisboa, Portugal) 20 de Dezembro de 1979
Amigo Gonçalves:
Vai fazer ano e meio que não recebo notícias tuas, ou melhor desde que deixei Angola que não sei nada de ti. Soube há coisa de dois, três meses que já não estás na Contáfrica, que tinhas regressado à NCR. Soube isto por intermédio do G. Marques.
Se não me engano em Abril escrevi-te para a Contáfrica. Não sei se te entregaram a carta. Esta vai registada.
Estou ansioso para saber notícias tuas, da Tereza e dos meninos; notícias da NCR; etc. Praticamente mais nada soube de Angola, desde que daí saí. Recebi apenas notícias do Morais do Departamento Técnico.
Eu encontro-me bem fixe, tanto física como espiritualmente.
Queria-te enviar umas coisas (livros), mas primeiro quero receber notícias tuas.
Estou a escrever esta carta nos meus serviços. Trabalho em Algés, na REDEVENDAS, SARL, é uma empresa que fabrica refeições congeladas.
Se quiseres alguma coisa para os teus Pais, manda dizer.
Não me recordando de mais, termino. Desejo-te um Natal Feliz e um ANO NOVO cheio de REALIZAÇÕES, bem como à Tereza e aos meninos
Recebe um abraço bem fixe do amigo que não esquece os amigos.
Carlos Alberto.
P.S. Anexo uma “LEI DO TRABALHO.” (de Alan Kardec (1804-1869).

Kardecismo. doutrina reencarnacionista formulada por Allan Kardec (pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail, escritor francês, 1804-1869), que pretende explicar, segundo uma perspectiva cristã, o movimento cíclico pelo qual um espírito retorna à existência material após a morte do antigo corpo em que habitava, o período intermediário em que se mantém desencarnado, e a evolução ou regressão de caráter moral e intelectual que experimenta na continuidade deste processo.
In Dicionário Houaiss







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