sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

OS ESCRAVOS DAS CHAPAS DE ZINCO




Quantas crianças e angolanos/ serão hoje raptados/ Pelos fazendeiros pedófilos/ nos campos de trabalho forçados?
Em Angola se és machão/ e o pretendes provar/ há fazendeiros com crianças/ para abusares, violentares.
Nem os casebres merecemos/ porque não estamos alforriados/ Ó Senhor dos Escravos/ verás, não escaparás dos revoltados.

Proposta para o dicionário da banda: como a população angolana vive em chapas de zinco, obrigada a isso devido às deportações esclavagistas/estalinistas, propõe-se um novo léxico: escravos das chapas de zinco.
Acordei às duas da manhã com o barulho da chuva. Chovia intensamente, até fazia nevoeiro, dificultava a visão dos prédios. E veio-me à memória os milhares de escravos e escravas que depois de deportados do bairro do Mayombe, no Cacuaco, para um local ermo, que depois de chover ficará enlameado, terrivelmente impróprio para viver, apenas para morrer, um terreno para desterrados. E as crianças? Como sobreviverão? Quantos escravos hoje falecerão? Como é possível um Governo escravizar assim tão horrorosamente pessoas que são torturadas apenas porque são angolanos? È proibido nascer angolano? Angola é uma vasta plantação de milhares, muitos milhares de escravos angolanos, onde poucos nacionais são patrões e os estrangeiros capatazes.
Esses angolanos falsos apoiados por estrangeiros sentem-se extremamente felizes com a morte dos escravos angolanos. Não há nada que justifique tamanha barbárie, apenas o lucro fácil de escravocratas que já se implantaram como fazendeiros, como nos bons velhos tempos. Nada mudou, continua tudo na mesma, a aguardar pelos verdadeiros angolanos que libertem o povo angolano desta escravidão. E diziam eles, ainda dizem, que lutavam pela independência e pelo fim da escravidão em Angola.
Quando os escravos constroem casebres nas plantações do Senhor dos Escravos para dormirem, porque não têm direito a mais nada, escravos têm direitos?, e o Senhor dos Escravos lhes arrasa os casebres porque diz que isso é do Estado dele, a terra é dele e as vidas dos escravos também, e os escravos ousam uma mínima manifestação, o Senhor dos Escravos ordena aos seus capatazes que os açoitem até se cansarem, até os ensanguentarem, porque ofereceram resistência ao Senhor dos Escravos.
E os escravos insistem na revolta contra o Senhor dos Escravos, porque ele diverte-se a ver os seus capangas chicotearem-nos, enquanto os escravos tentam montar umas tendas ou umas chapas de zinco, coisas do sadismo do Senhor dos Escravos, mas mesmo assim os escravos insurgem-se contra o seu amo. E o Senhor dos Escravos ordenou que lhes matem as crianças, para que amansem e respeitem o seu Senhor.
Quando as sanguessugas estão no poder, o povo extingue-se porque até o sangue lhes sugam.
E Paulo Portas sairá de Angola muito renovado, porque o acordo do envelope da corrupção foi reforçado, e a escravidão um facto consumado.
E como o Minoritário despreza-nos, obriga-nos à miséria e escravidão, é evidente que temos o dever de nos manifestarmos, de nos revoltarmos para obtermos a nossa libertação.
Mas que país é este que além dos biliões de dólares das receitas petrolíferas que lhes caem directamente nas contas bancárias sigilosas, não satisfeitos ainda têm que raptar crianças e obrigá-las a trabalhos forçados e de pedofilia declarada? E as instituições têm a coragem, melhor, a cobardia, de funcionarem normalmente, de que vem aí a nova vida, que a nossa vida vai melhorar? Agora também é um Estado Pedófilo de facto e de jure?!
Eis um alerta da CASA-CE: Fundo Petrolífero & académico português Jorge Miranda: A CASA-CE alerta a opinião púbica nacional sobre o exercício maquiavélico em curso que apenas visa o branqueamento dos actos inconstitucionais praticados pelo Presidente da República como Titular do Poder Executivo. A CASA-CE lamenta que ainda existam angolanos com a mentalidade de subserviência voluntária de colonizado, que atribui carácter de verdade absoluta e peso de lei, aos pronunciamento dos antigos colonizadores.
Não foi um pleito eleitoral/ foi uma batalha desigual/ as milícias farão da oposição/ o seu funeral.
Era um país muito engraçado/ Fingia que fazia eleições/ Sempre o mesmo partido ganhava-as/ As igrejas universais apoiavam com sermões
Porque é que não se acrescenta mais um artigo à Declaração Universal dos Direitos do Homem, com a seguinte redacção?: Se a escravidão foi abolida (?) porque não se faz o mesmo com a corrupção? Existe alguma diferença?
É que nós somos a garantia dos empregos e dos negócios dos nossos irmãos chineses, brasileiros e portugueses.
E todos os dias contemplo as ruínas do que já se chamou Luanda. E que alguns teimam em chamar-lhe cidade. Em que chineses ainda vasculham nos seus retalhos, algo do seu lixo precioso, como sucatas e outros ferros-velhos.
É preciso clarificar as coisas: a fraude eleitoral é patrocinada pelos amigos de longa data, os do costume, para que o sistema da corrupção permaneça em Angola, e também para que a religião da maiuia da escravidão se arraste eternamente. A religião dos candongueiros atrai guerra, destruição, morte e miséria.
MINORTÁRIO I, cognominado o Desabador: No reino do MINORITÁRIO I, tudo o que se constrói desaba, e o que não está prestes a desabar apresenta fissuras, o que significa que desabará. Este é o reino das fissuras, dos desabamentos e das cidades-fantasmas. É notável este reino fissurado por todo o lado. Porque será?
Bom, creio que a minha dúvida se dissipou. Perante o normal funcionamento das instituições do Estado e da Assembleia Nacional, significa que não existiu fraude eleitoral. Não tendo a oposição nada mais a exigir ou a reclamar.
E parece que outra coligação de partidos políticos surge no horizonte: a coligação da RÁDIO, porque basta falar na rádio, e pronto, está tudo resolvido. A desgraça de alguns seres humanos, é o quando chegados ao poder, convencerem-se da inutilidade do seu apego, arregimentando alguns religiosos do poder eterno conforme os desígnios de Deus. E que é necessário manter-se no poder, porque Deus assim o exige. E assim entrado nos reinos dos céus, exercem sobre as populações as mais terríficas tropelias. E ao desabar, e no estrebuchar, cair em desgraça, fruto da revolta popular, lamenta-se que Deus o abandonou, quando afinal ditadura é a destruição do ser humano.
É incrível como um pequeno grupo de pessoas domina a banca mundial, e que antes, sob a protecção dos regimes democráticos, arrasaram a economia mundial, e depois na maior das calmas, impõem a miséria à escala planetária, e ninguém parece importar-se com isso, todos submissos como adormecidos sob o efeito de drogas calmantes.
Jean Paul Sartre (1905 – 1980), foi um intelectual que falava e escrevia muito. Mas que apoiava e promovia manifestações de massas nas ruas. Em contrate, a nossa oposição fala muito, escreve quase nada, e pronto, mais nada. É uma oposição de convento.
Não vale a pena perder tempo com partidos políticos. É fugir deles, nós é que devemos reverter esta podre situação, e votar na pureza de antemão.
A maioria das pessoas tem alma, e algumas não. Esta minoria que oprime a maioria, é a classe dos grandes mestres de Angola. E onde existir uma ditadura, as noites são mais frias que gelo. E o Minoritário há quase quarenta ditaduras que conduz os destinos do povo angolano. Só que, quem conduz os destinos do Minoritário, é um patriarcado e muitos amigos (?).
Os vampiros nacionais e internacionais andam muito agitados na promoção de uma campanha para sugarem o sangue que resta do povo angolano.
Os direitos são iguais para todos… chineses, brasileiros e portugueses. O nosso sistema de justiça funciona assim: uma lei para angolanos, outra para chineses, outra para brasileiros, outra para portugueses e outra para outros estrangeiros.

(Inicialmente publicado no semanário angolano FOLHA 8)
Foto: Ana Margoso. Escravos deportados do bairro Mayombe, Cacuaco, arredores do reino de Luanda.

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