Imagem: Os quinze jovens acusados de tentativa de
golpe de estado em Angola. Quando os salteadores do erário público matam o povo
à fome, inventam golpes de estado. O fim está próximo.
Extracto do filme de 1968, com o título
original, Dark of the Sun, versão portuguesa, Os Mercenários, também conhecido
por, O Último Comboio do Katanga. Com Rod Taylor, Yvette Mimieux e Jim Brown
nos principais papéis. Pode-se dizer que o filme ilustra a actual situação de
Angola e da África em geral. O filme inicia com um cartaz no aeroporto da
capital: Republique Democratique du Congo: um funcionário dos serviços de
estrangeiros europeu olha para um passaporte também europeu e pergunta: “É a
sua família?” “Não... os Simbas… todos mortos pelos Simbas.” “Pode passar,
senhor. Próximo!” “Atenção… atenção… fiquem onde estão. Fiquem longe… da
passagem e do portão. Serão avisados quando os aviões estiverem prontos. Fiquem
onde estão. Não fiquem na passagem. Repito, não fiquem junto ao portão.
Atenção! Fiquem onde estão!” “Capitão Hansen, soldado da Força de Paz das
Nações Unidas. Vou ficar com suas armas.” “Capitão Curry, Força Especial do
Congo. Não vai ficar não. Este aqui é o sargento Ruffo.” “Nenhum mercenário
passa aqui com armas. Eu tenho minhas ordens. Estas são minhas ordens do
Presidente Ubi em pessoa. Bem, capitão, não vai querer um tiroteio num lugar
como este? Cheio de civis.” “ E desde quando assassinos estrangeiros como você,
se preocupam com civis?” “Você mesmo, capitão está longe de casa. Agora leia as
ordens e abra caminho. Bem quietinho.” “Deixe-os passar.” “Quero lhe apresentar
o sr. Delage representante das minas belgas.” “A sua mina está pronta lá? Uma
mina de cobalto?” “De diamantes, mas o mais importante são as pessoas.” “Quanto
em diamantes?” “50 milhões de dólares em diamantes.” “ Meu caro, capitão… os
mercenários são uma espécie de… homens de negócios como eu.”
Anúncio do governo de Angola: compre fome, à
venda em qualquer lugar, a todos acessível.
Frases célebres do cavaleiro Luaty:
Porque é que Angola é o único país do mundo que
não tem fundo de desemprego? A resposta é muito simples: em Angola não há
desempregados.
Angola atravessa uma situação extremamente
grave, porque o comité de especialidade da morte persegue os seus cidadãos e
nenhum lhe escapa.
Miséria é também ter muitas mulheres e muitos
filhos. E por isso mesmo já se escutam alguns terríficos episódios, porque
quando a fome é insustentável a primeira coisa que se costuma fazer é despachar
as crianças para o inferno, porque ele está sempre ávido dessas coisas das
ditaduras da fome. Mas brevemente se tomará conhecimento de coisas cada vez
piores, como canibalismo?, veremos.
É noite, um casal pega no seu filho de poucos
meses de idade, leva-o para uma estrada, lá o abandona. Um carro vem passa-lhe
por cima. Parece que o condutor nem se apercebeu do que aconteceu. Ou
apercebeu-se mas preferiu manter-se em fuga como se nada tivesse acontecido.
Uma mãe veste uma fralda no seu filho de tenra
idade que já consegue caminhar. Deixa-o ir por aí até que a criança entra num
estabelecimento. A mãe foge satisfeita pelo dever cumprido.
Creio que Batista Borges é o único ministro que
funciona, que mostra trabalho, que gosta de trabalhar. Da energia eléctrica
neste mês de Novembro já a acabar, foi muito bom, apenas com dois cortes de
curta duração. Da água pode-se dizer que também não houve problemas.
Embora não sendo da área desse ministro, aqui na
célebre - célebre porque antes era rua das escoltas - rua das Sirenes nunca até
ao momento existiram amontoados de lixo. A recolha sempre se faz regularmente.
O importante não é o que hoje vou comer. O mais
importante é o que amanhã comerei. E como este governo nunca pensa no dia de
amanhã…
O mais horrível disto é ver, ter a absoluta
certeza de não ter futuro. Então é o lutar para daqui debandar.
Devidamente especializado pelo CAOS, corruptos
angolanos organizados em sociedades, entrou já na sua fase derradeira o
projecto, vamos matar todos à fome.
Quando olho para o céu de Luanda vejo outro céu.
Depender do petróleo é como a Igreja que depende
de Deus.
A fome é a nona maravilha de Angola.
Com cinismo, hipocrisia e corrupção não se constrói
nenhuma nação. Este é o meio mais eficaz de a destruir. Por isso não vale a
pena perder tempo.
O projecto, a quinta de Angola, está numa
situação extremamente grave, porque por todo o lado a morte embosca os
cidadãos.
Creio que uma das coisas mais anedóticas da vida
é a juventude convencida de que nunca será idosa.
Um povo que se deixa matar à fome, e que ainda
agradece a Deus por isso, deve-se ao criminoso trabalho da Igreja e das
igrejas. Um facto milenarmente bem visível.
O julgamento dos presos políticos deixa-nos a
mensagem de que a África ainda está muito longe da civilização. A África ainda
não se libertou dos homens das cavernas.
Enquanto a brincadeira do julgamento dos presos
políticos prossegue, - ah!, este país é um circo – a fome avança. Perder tempo
com farsas políticas é preciso, esforços para combater a fome não é preciso.
Actualmente não há nenhuma garantia de sobrevivência
do povo angolano.
Em Angola o colonialismo está intacto porque
Salazar continua no poder. O outro Salazar dizia: para cada braço a sua enxada
e para cada boca o seu pão. E este Salazar – o nosso, actual – para cada braço
a sua prisão e para cada boca a sua fome.
Angola era um país tão rico, agora é um país tão
pobre, tão cheio de miséria.
Povo que não lê é povo escravo.
Entretanto o CAOS já tratava de arranjar
culpados para a sua fome que facilmente como previsto pelos serviços secretos
de sua majestade o Grande Inquisidor, incendiava os corpos esqueléticos, sem
esperança. O CAOS ordenou a prisão da população sob a acusação de actos
preparatórios de golpe de estado contra um país que não existe. Voltavam-se,
entregavam-se a Deus na vã esperança que Ele ressuscitasse Jesus Cristo e o
enviasse para esta Angola e da ditadura os salvasse. Mas qual quê, não aparecia
deus nenhum – jamais aparecerá, e só o fará nas cabeças das miseráveis almas
que foram educadas, no analfabetismo ultrajadas - porque simplesmente ele não
existe. Faz parte da quadrilha religiosa, dos sacerdotes organizados na
sociedade criminosa, e como tal muito perigosa, porque onde eles moram não há
para ninguém salvação, só maldição, perdição.
Empresas acomodadas nos lucros do petróleo não
são empresas, e quem disso vive não é empresário. São equipas de larápios
porque não produzem nada, apenas importam. Na realidade, são quinteiros que confundem
petróleo com agricultura. E assim prevalecendo, Angola não tem solução, não tem
salvação. E sem oposição não há alteração.
Não é possível viver num mundo onde democracias
apoiam ditaduras. É a inesgotável fonte de terroristas a nascer, dela a beber.
Se diariamente os preços sobem, e devido ao
desemprego generalizado, o poder de compra está muito afastado, o que resta das
empresas vai falir, e os empregados serão a fingir, porque o corrupto governo
está a ruir. E como a oposição não se faz sentir, para quê esperar o porvir.
Outra colonização, a chinesa, prossegue dentro
de momentos.
Da actual conjuntura o seu fim está próximo.
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