RCE - República dos Comités de
Especialidade, algures no Golfo da Guiné.
Outra grande depressão que aí vem, do grande
amigo sempre disposto a ajudar a RCE: “O regime Chinês intervêm em todas as
acções do Estado directa ou indirectamente, sabia-se desde há mais de dois anos
que as macro cidades eram uma ilusão do regime, cidades com capacidade para
dois ou três milhões ocupadas apenas por 10% da sua capacidade habitacional, as
suas exportações caindo em picado e as matérias-primas em baixa fizeram que a
sua borbulha imobiliária explodisse, a situação descontrolou-se e é muito
possível que persista apesar das medidas tomadas pelo seu Banco Central. Mas a
mim o pouco entender em matéria financeira me parecem insuficientes e avizinham
outro susto maior nas próximas semanas, se os mercados não mudarem a sua
estratégia de investimento e não o seguem no mercado Chinês, avizinha-se outro
período de recessão de tamanho gigantesco e de duração ilimitada, os governos
frágeis como o nosso correm um alto risco de que voltemos a entrar noutra crise
financeira se não analisarmos com prudência o capital Chinês com o qual nos
estamos sustentando graças às nossas exportações no mercado e que já acumulam
perdas de mais de 20%.Há muito perigo!” Traduzido do espanhol por Folha8. (José
Miguéns, in ELPAÍS, 26/08/2015)
“Poderia ser sobre o triunfo da
irracionalidade e o poder que está em tudo isto? Perdemos muito tempo tentando
organizar o mundo. Fabricamos relógios, calendários, tentamos prever o clima.
Mas que parte da nossa vida está realmente sob nosso controle?” (In filme The
Next Three Days. Os Três Próximos Dias. 2010.)
Aqui jaz Angola e os angolanos.
Os preços do petróleo baixaram, o
brent, o petróleo do PRVP- Partido Revolucionário da Vanguarda do Petróleo,
está a 42.69 e o WTI, o outro do Texas está a 38.24 dólares. Os preços da
comida sobem para sustento, alento dos corruptos. A miséria e a fome estão no
bom caminho da insustentabilidade do PRVP. E para a repressão as exíguas
receitas do petróleo que ainda restam aplicam-se nos guetos da população.
Como resposta para estancar a crise
do despotismo, nas prisões atrelam-se pobres jovens sem acusação, mas rotulados
de tentativa de golpe de estado e de tentativa de assassinar o Presidente da
República.
Não há noção da realidade, não há noção
de responsabilidade. Quando se partem casas e casebres com promessas
posteriores de indemnizações que nunca se cumprem, salta à vista que não há
noção de propriedade. Não há noção de nada. Esta nação desapareceu e ninguém
sabe onde se escondeu. O povo morre à fome. O povo não tem direitos, excepto os
da escravidão. Angola já é uma espécie de colónia chinesa. Os chineses trazem
com eles a solução final do extermínio da população e da oposição, pois só
assim conseguirão saquear Angola sem que ninguém os incomode. Apesar de isto já
não estar a dar para o petróleo, os portugueses insistem por todos os meios na
apanha de algumas migalhas aplaudindo com o silêncio cúmplice o despotismo e o nepotismo
com o seu familiar sorriso rasgado do incentivo da repressão da população. Angola
é outro fado dos fadistas portugueses. Pois é, isto já não está a dar. Até nem
já dá para saquear. Como é óptimo nesta nação, governar na podridão.
Festas, feitiçaria e bebedeira, são
as armas da colonização que por incrível que pareça estão como nunca muito
fortalecidas.
Que as suas almas descansem em paz!
Há quarenta anos a chama independentista e da
liberdade se apagou e nunca mais ninguém o fogo lhe ateou.
Já se prognostica que o preço do petróleo cairá
até aos trinta dólares e assim ficará por muito tempo. O Facebook já está com
muitos anúncios de portugueses a venderem os seus bens por motivos de saída
definitiva de Angola. A cidade de Luanda apresentará, ficará um vasto campo de
capim. Como por artes mágicas nas noites do capinzal avistam-se luzes ao longe.
É o palácio presidencial.
Mais sete horas sem energia eléctrica. Será que
por causa da crise – que já há quarenta anos nos vampiriza – apenas nos cofres
só tem ar, ficaremos definitivamente sem água e energia eléctrica?
E à fome não adianta fechar-lhe a porta porque
ela entra sempre de qualquer maneira, sorrateira.
Só se ouve dizer: ele foi assaltado, ela foi
assaltada.
No Uíje, o governador Paulo Pombolo, orientou
que os críticos do governo ficam proibidos de estudar para obtenção do diploma
de fim de curso, conforme noticiado pela Rádio Despertar.
A vizinha ouviu na Rádio Despertar que
empresários de Benguela usam formol que serve para a conservação de cadáveres
que o utilizam no peixe para a sua conservação, e que já chegou a Luanda.
Correu para a sua amiga vizinha e contou-lhe. A vizinha sua amiga muito
compenetrada disse-lhe para ter muito cuidado com o que se diz na Rádio
Despertar, porque essa rádio só fala mentiras. Essa rádio é da Unita e só serve
para agitar a população. E que quem escutar essa rádio arrisca-se depois a
ficar sem a vida como aconteceu com um seu familiar que ouvia a Vorgan por
altura da independência. A vizinha respondeu-lhe que essa notícia não é da
Unita, é do Inadec-Instituto Nacional de Defesa do Consumidor do PVRP. Mas
mesmo assim a vizinha amiga insistiu que isso são invenções da Unita.
Trabalhadores mwangolés e um chinês estão na
reparação de um passeio. Um mwangolé está a passar com uma máquina por cima dos
pequenos mosaicos feitos de cimento e areia. Visto ao longe parece que os está
a alisar. A máquina deixa de reparar, desliga-se sozinha. O chinês demora um
bocado a ressuscitar a máquina que volta a arrancar. O mwangolé retorna o
trabalho… e nada. O chinês vai outra vez na máquina e depois de outro bocado ela
volta a trabalhar. Isto aconteceu mais algumas vezes, até que ao ir-se abaixo
saiu uma labareda a indicar que se ia incendiar. O mwangolé largou a máquina e
fugiu para distância segura. O chinês riu-se e lá voltou outra vez para a
máquina, ela decidiu que era a última vez e não quis mais trabalhar. E o chinês
carregou-a não se sabe para onde. Era bem visível que a máquina parecia do
tempo da segunda guerra mundial. Pelo aspecto dava a impressão de ter sido
recuperada de alguma lixeira ou de um armazém de ferro-velho.
Uma jovem angolana residente na França veio a
Luanda tratar do bilhete de identidade porque lá a embaixada de Angola
disse-lhe que não tratava disso. Ela andou alguns dias no vai-e-vem, desembolsou-lhes
quinhentos dólares, conseguiu e lá foi para a França, feliz por se ver livre do
pesadelo do petróleo.
Confidenciaram-me que a RCE chegou a tal ponto,
que nem nas esposas e nos filhos se pode confiar.
Receio que esta gente perdeu por completo a
noção da realidade, é cada cena. Muitas esposas, o que conseguem vender para
dar de comer aos seus filhos, os maridos roubam-lhes o dinheiro para sustento
das suas bebedeiras na companhia das suas namoradas.
O Rei do Petróleo ganhou o hábito de muito
raramente falar à sua nação. E quando o faz nós ficamos sempre surpresos, não
de modo agradável mas muito desagradável porque de antemão sabemos que os seus
discursos em nada alterarão o seu longevo consulado. A sua habilidade consiste
no truque de ludibriar-nos para ganhar mais tempo no poder. As suas promessas
sucedem-se e nenhuma se cumpre. Outros colegas espalhados pela África tudo fazem
para o imitar, o que faz lembrar uma espécie de democracia, a teocracia africana,
o continente das ditaduras.
Da cadeia de comando exercida por militares, os
soberanos têm sempre às suas ordens uma vasta guarda presidencial, que com as
estruturas de apoio consomem os recursos dos países, as receitas são sugadas
pelos mais diversos órgãos militares e paramilitares. Numa palavra: o esforço
financeiro é canalizado para a repressão da população e por tudo e por nada na
prisão de inventados presos políticos. Nestes regimes o intelectual sofre
quotidianamente a perseguição e acaba na prisão – com sorte - sem se saber
porquê.
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