04 de Março de 2016
Hoje de manhã foi chá de casca de banana. A meio
da manhã pão com alho. Ao almoço arroz com quatro rodelas de chouriço.
Banco do garrafão, um banco para todos os
angolanos: Luiz Vaz: Deve-se a algo chamado corrupção! Porque é incrível como
mesmo tendo USD na conta, dizem que levam cerca de 1 mês (sim 1 mês) a
transferir USD do BAI para o BFA. Entretanto andam a brincar com o meu e o
vosso dinheiro.
Assim falou Isaac dos Anjos, governador
de Benguela: “Que o actual discurso sobre o investimento na agricultura, é
força da actual crise financeira. Mas quando havia dinheiro, importou-se
tapioca, picles, palitos de dentes e outros, “É UMA VERGONHA. Porquê que o
milho que comemos tem que ser importado da Argentina e do Brasil, com a Zâmbia
e o Zimbabué disponíveis, podendo ser utilizado o CFB (Caminho-de-Ferro de
Benguela) para importação. Este mar pode enriquecer muita gente. Não se entende
porquê que só algumas pessoas benzidas por Deus é que podem pescar.”
05 de Março
“Quando
aconselhado pelo irmão a deixar a presidência, José Eduardo dos Santos terá
respondido: “se eu deixar de mandar, vocês estão todos mal”. E não será apenas
a família; há um enorme grupo de multimilionários em Angola, com a maior parte
do dinheiro já fora do país, que, no caso do desaparecimento de José Eduardo,
vão ter que criar manobras de diversão bastante arriscadas, a mais simples das
quais consiste em criar bodes expiatórios e apontá-los às multidões famintas.
Aí estarão, de novo, os brancos, com particular destaque para os portugueses.”
In África Monitor
06
de Março
As
coisas são tão caras que não se pode comprar nada porque o dinheiro desaparece
rápido. Até quem não tem problemas com dinheiro se queixa que ele lhe voa.
Nito
Alves, um dos muitos jovens presos políticos na República das Jaulas de Angola:
“De forma arrogante, foi estas palavras que saíram da boca dos homens dos
serviços de investigação criminal que vieram aqui na comarca (prisão de Viana)
para me obrigar a assinar um documento que legitima a nova acusação que estão a
elaborar contra mim, me fizeram ameaças chegando ao ponto de dizer que vou
apodrecer na prisão enquanto continuar a perturbar a ordem e a tranquilidade
pública.”
Hoje
foi arroz com arroz.
Mensagem
de um amigo: “Há muita morte no bairro em que vivo, Golfe 2, zona do 28 de
Agosto, Luanda. Fome, doença e tudo mais. Nunca vi coisa igual.”
A
situação da fome cada vez se complica mais. Não se fala de outra coisa. Também
se fala muito dos horrores dos hospitais como se fossem morgues dos filmes de
terror.
O
mês da fome das mulheres angolanas desempregadas, mas mesmo que tentem vender
qualquer coisa são sistematicamente espoliadas em nome dos maus costumes dos
corruptos que dizem que isso é atentado contra a saúde pública, dos seus filhos
e maridos também desempregados pela ideologia norte-coreana, das suas famílias
completamente destruídas, arrasadas, abandonadas ao morticínio dos preços tão
subitamente adulterados da comida, de tudo, sendo impossível viver nesta
pocilga humana onde nem os porcos conseguem sobreviver devido às investidas dos
vampiros governamentais que insistem em contratarem asiáticos e portugueses
para nos saquearem, nos chuparem o sangue dos nossos ossos porque de manada já não
nos resta nada. Porque o sangue fresco já há muito o carregaram, dos nossos
corpos sugaram, e a fome só nos deixa ossos mas mesmo assim a nomenclatura
insiste na contratação de vampiros estrangeiros. Uma das condições principais
da fome é o seu preço sempre a subir desordenado devido à máfia governamental e
dos seus tentáculos asiáticos e portugueses, da incondicional estratégia da
luta a favor da crise. Eis mais um diabólico dia da mulher angolana partidária,
com a sua fome solidária. Viva a fome da mulher angolana!
Há
muito que considero que a mulher angolana é a mais bonita do mundo, mas pela
determinação na sua destruição, custa-me imaginar o que dela restará. Talvez
que alguém lhe faça uma escultura de Afrodite, e de Mona Lisa uma pintura.
E
com o marasmo dos partidos políticos da oposição, a mulher angolana está-lhes gratíssima,
revoltadíssima pela gloriosa escravidão. E se não se encontrarem alternativas
políticas urgentes, a mulher angolana e as suas famílias nem rastejar conseguirão,
nesta fome, sem chão, sem nação.
09
de Março
O
que parece ser a exterminação silenciosa da população: Dr Maurilio Luiele: “Nos
hospitais de Luanda morrem mais de cento e cinquenta doentes diariamente. Há
caos, falta de sensibilidade dos responsáveis da saúde.”
Provérbio
Hindu: “As línguas dos bajuladores são mais macias do que seda na nossa
presença, mas são como punhais na nossa ausência.”
Ao
instaurar um processo-crime pela não comparência em tribunal no julgamento dos
presos políticos, referente à formação de um governo de brincadeira publicado no
Facebook, contra Marcolino Moco, Justino Pinto de Andrade, Makuta Nkondo,
Filomeno Viera Lopes, Abílio Kamalata Numa, Alexandra Simeão, William Tonet,
José Patrocínio, Sdiangani Mbimbi, etc, é de ver que o que se pretende é eliminar
as cabeças pensantes da oposição, numa palavra, acabar com a oposição e instaurar
novamente o partido único, anunciando a visível desgraça que tomará conta de Angola,
pois uma coisa destas trará funestas consequências, o desenlace final de quem
procura solucionar os problemas de uma nação pela violência física e política,
e não move um dedo para lutar contra a corrupção.
10
de Março
A
alma sente-se fugir do corpo perante a incerteza do dia de amanhã, do não saber
o que se vai conseguir comer.
Oh!
Como é muito salutar e revigorante alguém de um momento para o outro aparecer
como milionário sem fazer absolutamente nada, e da sua habitação transformada
em palácio, rir de extrema felicidade ao observar nas redondezas a população
miserável e faminta. Isto sim, isto é que é viver.
Comunicado
da CEAST - Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé: “Nos últimos tempos, a
pobreza das nossas populações tem-se agravado de maneira preocupante. A instabilidade
económica parece que está a paralisar paulatinamente os agentes económicos,
impossibilitando-lhes a renovação de mercadorias, por falta de poder aquisitivo
(divisas). Aqui e acolá, tanto no sector público como no privado, registam-se
atrasos de salários e subida vertiginosa de preços de bens elementares.”
Vinte
e duas horas sem energia eléctrica. É esta a estratégia para a saída da crise.
É claro que de vez em quando convém fazer alguns cortes de energia eléctrica
para que as empresas partidárias que vendem geradores consigam vender alguns.
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