Por
aquele caminho
De
alegria escrava
Vai
um caminheiro
Com
sol nas espáduas.
Ganha
o seu sustento
De
plantar o milho.
Aquece-o
a chama
Dum
poder antigo.
Leva
o solitário
Sob
os pés marcado
Um
rasto de sangue
De
sangue lavado.
Levanta-se
o vento
Levanta-se
a mágoa
Soltam-se
as esporas
Duma
antiga chaga.
Mas
tudo no rosto
De
negro nascido
Indica
que o negro
É
um espectro vivo.
Quem
lhe dá guarida
Mostra-lhe
a pintura
Duma
cor que valha
Para
a sepultura.
Não
de mão beijada
Para
que não viva
Nele
toda a raiva
Dessa
dor antiga.
Falta
ao caminheiro
Dentro
da algibeira
Um
grão de semente
Doutra
sementeira.
O
sol vem primeiro
Grande
como um sino.
Pensa
o caminheiro
Que
já foi menino.
Ganha
o seu sustento
De
plantar o milho.
Aquece-o
a chama
Dum
poder antigo.
Falta
ao caminheiro
Dentro
da algibeira
Um
grão de semente
Doutra
sementeira.
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