“Toma-me
para ti
Aprisiona-me
Pois
jamais serei livre
Jamais
casto
Se
não me consumires.”
(John
Donne. 1571-1631)
Perante
um governo tão poderoso
As
crianças morrem indefesas
Enorme
pesado e muito luxuoso
Que
abala as suas frágeis defesas
Com
a China reforço da cooperação
Também
com Cuba e Coreia do Norte
Não
admira tanta lentidão
Da
população a sua má sorte
A
nossa vida é uma grande desilusão
Morremos,
enterrados sem chão
E
para termos alimento
Só
faltam os cartões de abastecimento
Já
temos comissões de moradores
Falam
de outros temores
De
muitos outros tremores
E
outros perseguidores
Pouco
lixo há para fazer
Pois
não há dinheiro para comer
Nestas
ruas de miséria infestadas
Pela
intensa fome condicionadas
Na
noite uma vela se acende
Sem
leite a criança chora
Vê-se
a miséria que ascende
Aos
rostos sombrios a mãe implora
Um
cão de corpo cadavérico ronda
Já
não há onde se esconda
No
corpo corroído de tanta pancadaria
De
noite e de dia
Nos
rostos da fome sem cor
Perdeu-se
o alvor
E
a sagrada esperança
Trouxe
para alguns a abastança
Já
ninguém acredita em promessas
Porque
está tudo às avessas
A
trama diariamente se descontrola
E
a nossa vida nela se atola
Dia-a-dia
as dificuldades aumentam
Nos
devoram, nos rebentam
As
sanguessugas nos arregimentam
E
os lobisomens nos afugentam
Imagem:
Setenta anos da Coreia Do Norte. ELPAIS
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