República
das torturas, das milícias e das demolições
Diário
da cidade dos leilões de escravos
Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Angola
só tem reservas líquidas para 183 dias de importação.
E eis-nos governados de Cabinda ao Cunene pelo
Estado das seitas satânicas.
Há governos que actuam como se fossem seitas
satânicas.
Escondidos nas igrejas sob o disfarce de
sacerdotes, eis os satânicos que exercem as suas actividades em nome de Deus, a
CEAST, Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, chama-lhes igrejas
satânicas.
Sinto-me como um judeu num campo de concentração
de Satã. Também me sinto satanizado pela invasão das igrejas satânicas.
O satanismo comanda a nossa vida.
De um transeunte ao telemóvel, “mas como é que
ele vai despedir quarenta e sete trabalhadores sem indemnização? Ele não pode
despedir assim!” Claro que não porque isso é satanismo.
Espero que perguntar não ofenda, o que parece
que por aqui ainda é um risco, como de repente ser arrastado pela areia
movediça da intolerância, mas, porque só a Unita faz réplica do discurso sobre
o estado da nação e os outros partidos não o fazem porque não têm “capacidade”
para tal?
No zango 4 em Viana, arredores de Luanda, e
creio que nos outros também, há inundações constantes porque há moradores que
deixam as torneiras abertas e quando a água chega inunda tudo. No início os
funcionários da EPAL acreditavam que isso fosse da chuva, mas depois de
desconfiarem que não, investigaram e descobriram a causa. Quando o vizinho
perguntou ao outro o porquê das torneiras abertas vinte e quatro sob vinte e
quatro horas nas calmas ele respondeu que, “ eu pago a água que consumo.” Como
alguém disse, “eles gostam assim.” São muitos a destruir Angola e muito poucos
que a constroem. Eles gostam assim.
A grande desgraça de Angola chama-se petróleo, e
a sua inseparável amiga chama-se corrupção.
As poderosas vias do desenvolvimento de Angola
são o alcoolismo e a feitiçaria, que têm como assessora a corrupção.
Ler é sobreviver.
Durante quase a última semana da crise sem água,
um português pediu a um segurança para lhe comprar água mineral. Como ele
estava a lavar um carro, encheu algumas garrafas de água do balde, entregou-as
ao português que lhe pagou e pouco depois exclamou, “um gajo tem que ficar esperto,
tem que saber abrir o olho!”
“Os pobres farão a guerra dos ricos.”
Há os presos políticos e há os presos da
política da fome.
África, o continente das farras.
Conversa de bancários: “ o défice, ano após ano
mantêm-se negativo, depois aguarda-se pela desvalorização e está o problema
resolvido.”.
Um jovem foi apanhado em flagrante a roubar um
vulgar frasco de vinagre no minimercado Pomobel. Chamaram os polícias que
rápidos apareceram. Carregaram o jovem para a esquadra mas pouco tempo depois
reapareceram. Obrigaram o jovem a sentar-se em frente do estabelecimento,
algemaram-no, depois obrigaram-no a ajoelhar-se, pontapearam-no várias vezes, e
em seguida fotografaram-no e reconduziram-no à esquadra.
Um vizinho a falar ao telefone: “e à hora
que saí, da zona da embaixada portuguesa até à rua da Liga Africana, eram cerca
de vinte horas, vi as ruas desertas, só se avistam seguranças. Num cruzamento
um jovem cruza comigo, paro para não chocar com ele, convidei-o a passar e ele
respondeu-me com um obrigado. Ele estava a sondar-me para ver se eu tinha
alguma coisa que lhe interessasse. Num restaurante vi apenas uma pessoa. Na
entrada de um café apenas quatro jovens que viam televisão. Um vizinho disse-me
que estão muitos estabelecimentos a fechar, que só aqui na área da Liga
Africana já são nove. É arriscar a vida. Luanda vive sob a imposição do
recolher obrigatório não declarado. E isto é horrível porque vivemos
permanentemente em pânico. Se vivemos em democracia? Claro que não, isso, como
o socialismo, ainda é uma intenção.”
Hoje entrei em profunda amargura porque o meu
pequeno rádio de pilhas, o meu fiel companheiro de há vinte e cinco anos deixou
de funcionar, isto é, o som como que borbulhava. Agora é que estou bem lixado,
vou ficar sem ouvir os noticiários da Rádio Despertar, sem mais nada para me
informar. Desmontei-o, vi as peças com uma lupa e conclui que aparentemente
estava tudo bem. Desapertei o parafuso do botão do potenciómetro, atirei-lhe
com um cheirinho do penetrol da Sonangol, recoloquei o botão no lugar, esperei
algum tempo, experimentei, estava tudo ok, mas não, voltou ao passado. Então,
desliguei e liguei várias vezes o botão do som para que o penetrol limpasse a
sujeira e a humidade… e resultou, voltei a ter rádio.
A maior desgraça de Angola foi mentir aos
angolanos que seriam independentes. Já lá vão quarenta e um anos e a
independência continua um satânico pesadelo.
A desinformação é como o álcool, embebeda as
mentes. E por isso mesmo não surpreende nada que Angola seja uma nação alcoólica.
Miséria e fome são o que resta deste latifúndio.
Há angolanos que de angolanos não têm nada,
muito longe disso. Fingem que o são para espoliarem os verdadeiros angolanos.
Sdiangane Mbimbi denunciou que em muitos bairros
de Luanda não há registo eleitoral.
Não é o povo angolano que é burro, os políticos
é que são burros.
Até ao dia 03 de Outubro de 2016, o banco
Millennium-Atlântico, esteve mais de vinte e quatro horas sem sistema. Será que
serve de desculpa porque não têm dinheiro? É o que dizem por aí.
Creio que já não existem pessoas porque não
respondem às mensagens que lhes enviamos por todos os meios de comunicação.
Está tudo muito cinzento, vê-se muito nevoeiro.
Numa vontade corrupta não há vontade política.
Angola não tem cérebros, só tem políticos e um
exército de doutores e de bajuladores.
Agora é a epidemia da dengue, e depois qual
epidemia se seguirá? A de que Angola fixou sem sistema?
Entre comadres: “O nosso presidente José Eduardo
dos Santos é muito bom, gosta muito de nós. Havia praí um movimento com uma
potente bomba para nos matar, quer dizer, ninguém ia escapar, e ele conseguiu
salvar-nos. Ele é mesmo bom, não é?”
E creio que há por aí muita boa gente que está
na política apenas para passatempo.
Com um exército de desempregados cujas fileiras
não param de aumentar, para conseguir dinheiro só por artes mágicas, o dinheiro
não chega para sustentar os preços da comida que não param de subir, como é
possível pagar mais impostos e taxas que todos os dias se inventam. Uma coisa é
certa, sem produção interna é fingir que há diversificação da economia. Angola
vai para a bancarrota, ai vai, vai!
E Deus votou em nós do M, elegeu-nos para mais
um mandato. E quem Deus faz vencer é invencível, não há forças políticas que o
domem, que o derrubem porque quem Deus faz governar é eterno.
Uma das minhas vizinhas tinha um minimercado que
também funcionava como mini bar. Não aguentou, faliu porque conforme disse,
como se não bastasse estar às moscas devido à crise, os empregados roubavam-lhe
os produtos e, coitada, fechou as portas. É mais um estabelecimento comercial
que se perde, é mais miséria acumulada e demais gente desempregada.
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