quarta-feira, 12 de outubro de 2016

SER OU NÃO SER EIS A CORRUPÇÃO



A corrupção
É a heroína da nação
É dinheiro para a corrupção inundar
E nós sempre a mendigar
O teatro da fome nos vai apoiar
A morte nos vai libertar
Com o amor acabaram
Os nossos corações confiscaram
Eles nunca amaram
A corrupção conquistaram
Agora registo eleitoral
Depois batalha campal
Amiúde as sirenes passam
A liberdade que devassam
Nada de novo neste amanhecer
Também não ao entardecer
Outra vez o desespero do anoitecer
E já é oficial
África no campeonato mundial
Continente da fraude eleitoral
E da lei marcial
E depois o cheiro acre
Dos eleitores, o massacre
Para o lixo e a sua podridão
Com taxas se castiga a população
Para o lixo acabar é fácil a solução
Basta taxar o lixo da corrupção
Ver a TPA televisão
Faz mal ao coração
Porque a TPA não é televisão
É um caixão
O horrível chumbo do ser
Em quem vou votar
Se na oposição não posso confiar
Quantos mais opositores conheço
Mais desfaleço
Os homens nascem iguais
A corrupção fá-los desiguais
Quando a cabeça só pensa em roubar
Não há nação que se possa salvar
Aqui não se pensa só se obedece
Casas arrasadas, o negócio que floresce
Mais desgraças vão vir
Já não temos forças para sorrir
Se o exército da corrupção não acabar
Do seu massacre ninguém vai escapar
Democracia com generais no poder
É a lei marcial manter
Até o poder se derreter
De um momento para o outro se perder
Os regimes ferozmente corruptos
Despedem-se tragicamente, mal
Porque nas entranhas, dissolutos

Um réquiem angolano será a moral

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