sexta-feira, 28 de março de 2014

Os gestores de qualquer coisa (2)






Em poucos dias enriquecem sem labutar
E os gestores andam sempre a chorar
Gestores do tudo para Angola a exportar
Com palmadinhas nas costas a nos abraçar
E já nos estão a governar
Vêm com a miséria de embalar
Gestores formados na escola do burlar
Que nada mais têm para nos ensinar
Estão em todos os cantos a negociar
Mas que grande confusão que isto vai dar
Gestores na invasão silenciosa a se espalhar
Está tudo nas mãos deles a se colar
E a nós atiram-nos para os zangos, zangar
Na nossa terra já não temos lugar
Há que unir forças para lutar
E as terras perdidas reconquistar
Não podemos perder tempo a orar
Porque o inimigo está a avançar
Subir nos mastros da governação é libertar
E apenas o que nos resta é o acampar
As crianças estão sempre a chorar
Porque não temos nada para lhes dar
As mamãs estão sempre a apanhar
Não podem vender, é só lhes surrar
Não nos deixemos mais escravizar

E na miséria tudo está conforme
Sob o insustentável peso da fome
E finalmente felizes no oásis da alegria
Rendidos aos encantos da hipocrisia

Esta terra está perdida
De petróleo consumida
A que lhe chamam vida
Nas teias da corrupção urdida
Onde toda a gente é despedida
Aos estrangeiros dá-lhes guarida

E onde nesta santa hipocrisia
Se espalha, se canta a sabedoria
A imprensa está demente, doentia
É o Governo que promove a rebeldia












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