sábado, 9 de junho de 2012

BWALA PRESS. A Jibóia gatuna



E comprei um corruptómetro, não sei porquê mas está muito difícil, muita procura porque há montanhas de corruptos?, liguei-o e ele logo avariou, porque não está preparado para medir o volume de corrupção existente. O que mais me espantou foi no relatório da máquina ver o nome de Deus. Em Angola até Deus é corrupto?
As milícias da defesa popular são o garante da estabilidade e da integridade da democracia revolucionária e do Estado de direito.
Há governantes que com o passar do tempo tornam-se peritos em premiar as suas populações com doses maciças de miséria. E quanta mais miséria, mais imprescindíveis ficam, porque a glória divina coloca-os no pódio dos iluminados. Deuses na Terra disfarçados de humanos. Seres superiores, a raça eleita.
Não é todos os dias que se faz a história de um país perseguindo os seus cidadãos com as milícias armadas das barras de ferro para massacrar os indefesos cidadãos que se manifestam exigindo o mais elementar, água e luz. A história de um país faz-se todos os dias garantindo o mais elementar às suas populações, o emprego.
Parafraseando Luís de Camões, (1524-1580): arrasando deixarei por toda a parte/ com tanta milícia da barra de ferro a torturar-te.
O governante sábio, o que ama o seu povo, deixa rastos de riqueza e grande sabedoria. O governante ditador no seu reinado eterno, por onde passa deixa rastos de vermelhidão de barras de ferro. Eis as barras de ferro, o apogeu da nossa civilização, sem elas não sei o que seria de nós.
A trama está tão degradante que até a mais elementar operação aritmética se desconhece. Pois que os locutores da TPA não sabem contar. Então, na manifestação da UNITA de seis milhões de pessoas contaram apenas seis? Não saber somar é também uma mais-valia? E a propósito: não estaremos já super inflacionados de mais-valias?
Não saber escrever é um dever revolucionário.
Quantos rios de dinheiro o Poder factura com a venda da nossa escravatura? Uma mais-valia?
Há homens que qualquer mulher lhes serve. Há mulheres que qualquer homem também lhes serve.
Para cada ditadura a sua repressão, e para cada povo a sua revolução.
A jibóia gatuna
Num banco algures no Huambo, para os seguranças recaiam-lhes sempre as culpas sobre os constantes roubos de dinheiro. Sofridos com os dissabores que essas coisas lhes causavam, pois até na prisão espiavam o mal do qual não tinham culpa nenhuma, um segurança, farto, farto, de tanto sofrimento decidiu-se pela consulta à pessoa indicada. Um detective? Um polícia? Não, nada disso, um quimbandeiro. E depois da consulta, o segurança começa com a execução da receita. Afinal é uma jibóia que por artes mágicas penetra no banco e rouba dinheiro à vontade. O segurança coloca o feitiço à porta do banco, e quando a jibóia chega fica presa, enfeitiçada. Então, logo a seguir surge uma pastora da igreja protestante a reclamar que a jibóia era dela, e leva-a consigo. E o segurança estupefacto comenta: «oh! Já viram? Afinal a pastora tinha uma jibóia que roubava dinheiro do banco? Estamos mesmo muito mal, até pastoras de igrejas?!»
Neocolonialismo
O texto que segue é baseado no noticiário da Rádio Ecclesia do dia 29 de Maio. O trabalhador angolano de uma empresa indiana ali na sétima avenida do Cazenga, estava doente e necessitava de tratamento médico. Muito naturalmente recorreu à empresa onde prestava a sua colaboração. Mas, o apoio foi-lhe negado. Mas o trabalhador não desiste e pede um empréstimo de três mil kwanzas para comprar medicamentos, o que também lhe recusaram. Ele decide-se num derradeiro esforço, o de ficar sentado à porta da empresa, já não tinha mais forças, e ali a morte lhe decretou os seus préstimos finais. Ele faleceu abandonado como um escravo por um Poder que oferece de bandeja o seu povo à retrógrada escravidão. Já não existem angolanos, apenas escravos na luta pela libertação da espoliação. Enquanto se movimentam biliões de dólares no paraíso petrolífero, nem três mil kwanzas sobram para comprar medicamentos. Isto cheira a Síria.
Racismo empresarial
Tenho conhecimento de muitos casos de racismo praticados por estrangeiros com a conivência do Poder, que aliás o incentiva. A coisa já transborda porque hoje na Rádio Ecclesia, 28 de Maio, vários cidadãos angolanos entraram em greve numa empresa, não consegui ouvir qual, porque o patrão, branco, pratica o racismo de tal modo como se ainda não saíssemos do colonialismo, o que aliás é um facto. E o Regime enviou polícia anti-motim contra os grevistas, e o patrão a ameaçar a todo o momento que: «VOU DESPEDI-LOS TODOS!!!» Creio que a continuar assim, e vai sim senhor, a coisa vai rebentar de tal modo que não sabemos bem o que pode acontecer? É que estas coisas costumam acabar muito, muito mal?
Neocolonialismo total e completo
O trabalho dignifica o estrangeiro e desemprega os angolanos. E o neocolonialismo fortalece-se nos braços abertos dos seus agentes internos. Na empresa de informática já antes aqui citada a coisa complica-se. Uma empresa de informática angolana dos novos-ricos que mandaram vir um português, decerto amigo?, com a função de controlar (?). Pois, e passados dois meses e alguns dias, portanto a caminho dos três meses, os angolanos não recebem porque retornaram à saudosa condição de colonizados com a santa bênção de todos os santos. Antes do tuga os vencimentos estavam em dia, agora o tuga ameaça que vai despedir os mwangolés, como todos os seus patrícios abusam para mandarem vir o rebanho que aguarda no país do Império a vinda para a terra da promissão. As caldeiras deste navio a vapor não suportam mais a pressão que sobe, sobe, bum!!!
E os chineses cortam, serram
E os chineses cortam ferros, martelam em chapas, desempregam os mwangolés, e trabalham dia e noite, nunca dormem (?), pelos vistos são os únicos que trabalham, então, os outros povos são preguiçosos? As regras são as das enxovias. E os chineses contribuem para o desenvolvimento económico e social de Angola, e também para o PIB que cresce desmesuradamente. Angola é o único país do mundo com quase toda a população desempregada que faz altear o PIB. Oxalá que todos os países do mundo aprendam com Angola como se domina um PIB, uma mais-valia.
E o neocolonialismo exacerba-se.
Emprego está muito, muito difícil. O Poder prefere-o para os estrangeiros em troca do apoio incondicional dos lucros petrolíferos. Ocupam tudo o que é empresa, até carregam lixo. Ainda, portugueses fazem o regresso ao esclavagismo. O mwangolé chega um pouco depois das oito horas e descontam-lhe. Mas, obrigam-no a trabalhar fora de horas e não recebe. Trabalho escravo do Poder neocolonizado que nos traiu, nos vendeu. Para quando a libertação desta escravidão?
E perguntem aos corruptos que passam notícias do sangue dos massacrados, e os corruptos nada lhes dizem, as barras de ferro também não, e o petróleo também nada lhes diz porque é unipessoal e das companhias petrolíferas. Não é assim, Manuel Alegre?!
Mas que mundo este, queremos mas não nos deixam viver, mas temos por enquanto?, a grande arma do sonho, o invento mais poderoso que o ser humano inventou.
É que a Natureza por natureza não se deixa corromper. É que não se pode impor uma nação a um povo como se fosse um jogo de futebol.
Será que os ratos e ratazanas também vão votar? É que são tantos, uma invasão. E os prejuízos que fazem, pois danificam tudo o que os seus dentes suportam, e as epidemias que nos provocam. Isto não é motivo para preocupação? Será porque já gozamos do estatuto de ratos?
A grande questão que mexe com o Politburo, é que ele ainda está em 1975 e de lá não quer sair. E nós estamos em 2012, queremos outro rumo, sair das algemas do passado leninista e abraçar o nosso futuro.
Cada povo merece a corrupção e os corruptos que tem?
A melhor de todos os tempos cá na República? Que o transporte marítimo de passageiros descongestionará o trânsito na cidade de Luanda. Cheira a mais um cambalacho, não é? O trânsito só se descongestionará quando a actual governação definitivamente nos deixar, nos desafogar.
E o mano JP, o saltador? Só aqui para nós: desconfio que ele quer chegar até ao sofá presidencial. Então, há pouco tempo bombardeava, assediava com aríetes o partido que dizia ele, sem coração, agora apegou-se-lhe de tal modo que até diz que afinal tem coração.
Para não dizerem que só fala mal do Governo, aí vai: na minha bwala, há já vários anos que a recolha do lixo é exemplar. Oxalá fosse assim em toda a Luanda e Angola.
Imagem: A cruel seca mata os animais e pessoas impiedosamente;
unificante.blogspot.com






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