E comprei um corruptómetro, não sei porquê mas está muito difícil, muita
procura porque há montanhas de corruptos?, liguei-o e ele logo avariou, porque
não está preparado para medir o volume de corrupção existente. O que mais me espantou
foi no relatório da máquina ver o nome de Deus. Em Angola até Deus é corrupto?
As milícias da defesa popular são o garante da estabilidade e da integridade
da democracia revolucionária e do Estado de direito.
Há governantes que com o passar do tempo tornam-se peritos em premiar as
suas populações com doses maciças de miséria. E quanta mais miséria, mais
imprescindíveis ficam, porque a glória divina coloca-os no pódio dos
iluminados. Deuses na Terra disfarçados de humanos. Seres superiores, a raça eleita.
Não é todos os dias que se faz a história de um país perseguindo os seus
cidadãos com as milícias armadas das barras de ferro para massacrar os
indefesos cidadãos que se manifestam exigindo o mais elementar, água e luz. A
história de um país faz-se todos os dias garantindo o mais elementar às suas
populações, o emprego.
Parafraseando Luís de Camões, (1524-1580): arrasando deixarei por toda a
parte/ com tanta milícia da barra de ferro a torturar-te.
O governante sábio, o que ama o seu povo, deixa rastos de riqueza e grande
sabedoria. O governante ditador no seu reinado eterno, por onde passa deixa
rastos de vermelhidão de barras de ferro. Eis as barras de ferro, o apogeu da
nossa civilização, sem elas não sei o que seria de nós.
A trama está tão degradante que até a mais elementar operação aritmética se
desconhece. Pois que os locutores da TPA não sabem contar. Então, na
manifestação da UNITA de seis milhões de pessoas contaram apenas seis? Não
saber somar é também uma mais-valia? E a propósito: não estaremos já super
inflacionados de mais-valias?
Não saber escrever é um dever revolucionário.
Quantos rios de dinheiro o Poder factura com a venda da nossa escravatura?
Uma mais-valia?
Há homens que qualquer mulher lhes serve. Há mulheres que qualquer homem
também lhes serve.
Para cada ditadura a sua repressão, e para cada povo a sua revolução.
A jibóia gatuna
Num banco algures no Huambo, para os seguranças recaiam-lhes sempre as
culpas sobre os constantes roubos de dinheiro. Sofridos com os dissabores que essas
coisas lhes causavam, pois até na prisão espiavam o mal do qual não tinham
culpa nenhuma, um segurança, farto, farto, de tanto sofrimento decidiu-se pela
consulta à pessoa indicada. Um detective? Um polícia? Não, nada disso, um
quimbandeiro. E depois da consulta, o segurança começa com a execução da
receita. Afinal é uma jibóia que por artes mágicas penetra no banco e rouba
dinheiro à vontade. O segurança coloca o feitiço à porta do banco, e quando a
jibóia chega fica presa, enfeitiçada. Então, logo a seguir surge uma pastora da
igreja protestante a reclamar que a jibóia era dela, e leva-a consigo. E o
segurança estupefacto comenta: «oh! Já viram? Afinal a pastora tinha uma jibóia
que roubava dinheiro do banco? Estamos mesmo muito mal, até pastoras de igrejas?!»
Neocolonialismo
O texto que segue é baseado no noticiário da Rádio Ecclesia do dia 29 de
Maio. O trabalhador angolano de uma empresa indiana ali na sétima avenida do
Cazenga, estava doente e necessitava de tratamento médico. Muito naturalmente recorreu
à empresa onde prestava a sua colaboração. Mas, o apoio foi-lhe negado. Mas o trabalhador
não desiste e pede um empréstimo de três mil kwanzas para comprar medicamentos,
o que também lhe recusaram. Ele decide-se num derradeiro esforço, o de ficar sentado
à porta da empresa, já não tinha mais forças, e ali a morte lhe decretou os
seus préstimos finais. Ele faleceu abandonado como um escravo por um Poder que
oferece de bandeja o seu povo à retrógrada escravidão. Já não existem
angolanos, apenas escravos na luta pela libertação da espoliação. Enquanto se movimentam
biliões de dólares no paraíso petrolífero, nem três mil kwanzas sobram para
comprar medicamentos. Isto cheira a Síria.
Racismo empresarial
Tenho conhecimento de muitos casos de racismo praticados por estrangeiros
com a conivência do Poder, que aliás o incentiva. A coisa já transborda porque
hoje na Rádio Ecclesia, 28 de Maio, vários cidadãos angolanos entraram em greve
numa empresa, não consegui ouvir qual, porque o patrão, branco, pratica o racismo
de tal modo como se ainda não saíssemos do colonialismo, o que aliás é um
facto. E o Regime enviou polícia anti-motim contra os grevistas, e o patrão a
ameaçar a todo o momento que: «VOU DESPEDI-LOS TODOS!!!» Creio que a continuar
assim, e vai sim senhor, a coisa vai rebentar de tal modo que não sabemos bem o
que pode acontecer? É que estas coisas costumam acabar muito, muito mal?
Neocolonialismo total e
completo
O trabalho dignifica o estrangeiro e desemprega os angolanos. E o neocolonialismo
fortalece-se nos braços abertos dos seus agentes internos. Na empresa de
informática já antes aqui citada a coisa complica-se. Uma empresa de
informática angolana dos novos-ricos que mandaram vir um português, decerto
amigo?, com a função de controlar (?). Pois, e passados dois meses e alguns
dias, portanto a caminho dos três meses, os angolanos não recebem porque
retornaram à saudosa condição de colonizados com a santa bênção de todos os
santos. Antes do tuga os vencimentos estavam em dia, agora o tuga ameaça que
vai despedir os mwangolés, como todos os seus patrícios abusam para mandarem
vir o rebanho que aguarda no país do Império a vinda para a terra da promissão.
As caldeiras deste navio a vapor não suportam mais a pressão que sobe, sobe,
bum!!!
E os chineses cortam,
serram
E os chineses cortam ferros, martelam em chapas, desempregam os mwangolés,
e trabalham dia e noite, nunca dormem (?), pelos vistos são os únicos que
trabalham, então, os outros povos são preguiçosos? As regras são as das
enxovias. E os chineses contribuem para o desenvolvimento económico e social de
Angola, e também para o PIB que cresce desmesuradamente. Angola é o único país
do mundo com quase toda a população desempregada que faz altear o PIB. Oxalá
que todos os países do mundo aprendam com Angola como se domina um PIB, uma
mais-valia.
E o neocolonialismo
exacerba-se.
Emprego está muito, muito difícil. O Poder prefere-o para os estrangeiros
em troca do apoio incondicional dos lucros petrolíferos. Ocupam tudo o que é
empresa, até carregam lixo. Ainda, portugueses fazem o regresso ao
esclavagismo. O mwangolé chega um pouco depois das oito horas e descontam-lhe.
Mas, obrigam-no a trabalhar fora de horas e não recebe. Trabalho escravo do
Poder neocolonizado que nos traiu, nos vendeu. Para quando a libertação desta
escravidão?
E perguntem aos corruptos que passam notícias do sangue dos massacrados, e
os corruptos nada lhes dizem, as barras de ferro também não, e o petróleo
também nada lhes diz porque é unipessoal e das companhias petrolíferas. Não é
assim, Manuel Alegre?!
Mas que mundo este, queremos mas não nos deixam viver, mas temos por
enquanto?, a grande arma do sonho, o invento mais poderoso que o ser humano
inventou.
É que a Natureza por natureza não se deixa corromper. É que não se pode impor
uma nação a um povo como se fosse um jogo de futebol.
Será que os ratos e ratazanas também vão votar? É que são tantos, uma
invasão. E os prejuízos que fazem, pois danificam tudo o que os seus dentes
suportam, e as epidemias que nos provocam. Isto não é motivo para preocupação?
Será porque já gozamos do estatuto de ratos?
A grande questão que mexe com o Politburo, é que ele ainda está em 1975 e
de lá não quer sair. E nós estamos em 2012, queremos outro rumo, sair das
algemas do passado leninista e abraçar o nosso futuro.
Cada povo merece a corrupção e os corruptos que tem?
A melhor de todos os tempos cá na República? Que o transporte marítimo de
passageiros descongestionará o trânsito na cidade de Luanda. Cheira a mais um
cambalacho, não é? O trânsito só se descongestionará quando a actual governação
definitivamente nos deixar, nos desafogar.
E o mano JP, o saltador? Só aqui para nós: desconfio que ele quer chegar
até ao sofá presidencial. Então, há pouco tempo bombardeava, assediava com
aríetes o partido que dizia ele, sem coração, agora apegou-se-lhe de tal modo
que até diz que afinal tem coração.
Para não dizerem que só fala mal do Governo, aí vai: na minha bwala, há já
vários anos que a recolha do lixo é exemplar. Oxalá fosse assim em toda a
Luanda e Angola.
Imagem:
A cruel seca mata os animais e pessoas impiedosamente;
unificante.blogspot.com
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