terça-feira, 12 de junho de 2012

O Cavaleiro do Reino Petrolífero (17). Reino Jingola, algures no Golfo da Guiné



«É importante lembrar aqui que não se trata propriamente de pobreza, de escassez de recursos. O mundo produz atualmente 30 trilhões de dólares de bens e serviços por ano, o que significa, para 6 bilhões de habitantes, uma renda per capita da ordem de 5 mil dólares. Para uma família de quatro membros, isto significa 20 mil dólares por ano, 1.700 dólares por mês. Em outros termos, o que o planeta produz é amplamente suficiente para assegurar a todos uma vida digna e confortável. O nosso problema não é de crescimento econômico, é de distribuição, e da organização social correspondente. O lema de um recente congresso de economistas ilustrava bem esta questão: “Crescer por crescer, é o princípio de uma célula cancerosa”.»
In parcerias e alianças: o bom senso na gestão social
Ladislau Dowbor. http://www.dowbor.org/

- Está bem, podes comprar, também é só para ir a uma festa.
- Uma festa?! Vais com quem?!
- Sozinho.
- Hum! Não acredito. Com tantas mulheres que te perseguem.
- É a verdade.
- Lá vou!
La Padep entrou com facilidade no Palácio Castelo-forte. Seguiu os vasos de flores que a princesa lhe indicara na mensagem escrita. O último estava junto a uma porta. Bateu cinco vezes conforme indicado. Antes desta se abrir nota que alguém conhecido surge com passo apressado. É Epok que pára desconfiado como um SS. La Padep simula que está a arrumar a espada e avança em frente. Epok levanta os ombros à não te rales e segue o seu caminho. La Padep olha em todas as direcções. Ninguém à vista.
Novamente bate cinco vezes à porta. A beleza virgem da jovem princesa abre o coração da porta. La Padep entra com a velocidade de quem acaba de efectuar um acto pecaminoso. Apertam-se com força. Desejam que os corpos se derretam nos fluidos do amor. Ele aproveita e simula arrancar-lhe os mamilos. Ela lamenta-se:
- Não fundas as lâmpadas dos meus faróis.
Põe-lhe a mão no ventre húmido e escaldante, ela suplica-lhe: 
- Ai! Não estragues as pétalas da minha rosa.
Quando se ama verdadeiramente, o desejo sexual é incontrolável. Ele atira-a para a cama. Prepara-se para profanar a real virgindade. Ela não vai na conversa:
- Tira a banana do prato.
- Do prato? Da bandeja!
- Não fica bem uma jovem princesa grávida.
- Dizem que assim ficam muito bonitas.
- Não! Não! Dá cá o pepino.
Delicadamente com as mãos retira o vegetal das suas profundidades. Masturba-o carinhosamente. Ele geme.
- Ai! Kituta, Kitutinha!
- Que engraçado! És tu, a única pessoa que se lembra do meu nome.
Aumentou o ritmo do êmbolo humano. O motor acelerado ao máximo gemia descontrolado.
Na vigilância habitual, Pinturas ouve um som distante. Encosta o ouvido à porta. Sabe que as jovens gritam por qualquer coisa. Considera normal, mesmo assim previne Epok.
- Não sei o que se passa com a vizinha do lado.
- Qual vizinha?
- Essa aí…
- A princesa?
- Sim, essa mesma.
- Pinturas de macaca, fala de uma vez.
- Ela está a gemer, será que está com paludismo?
- Ou está a ver um filme pornográfico, ou a masturbar-se.
Ouve-se um gemido muito intenso. Daqueles cheios de prazer. O pepino de La Padep explodiu. Epok e Pinturas batem à porta da princesa. Apenas o silêncio responde. Epok com brutalidade atira-se contra a porta e esta salta.
- Princesa… está bem?
- Sim nobre Epok.
- Ouvimos um gemido.
- Estava a dormir. Acordei com um pesadelo.
Por mais que tentemos disfarçar, existe sempre um pormenor que nos escapa. As mulheres são nisso muito hábeis. Pinturas viu que a parte superior do micro-biquíni da princesa estava molhada, manchada. Como mulher já tinha passado por esses melindres. Voltou-se de frente para Epok, piscou-lhe um olho, depois piscou os dois para debaixo da cama. Epok tira a espada e mergulha-a na direcção indicada. La Padep faz o seu corpo rolar. Salta e põe-se de pé. Pega na sua espada. Apara o golpe fatal que Epok lhe assesta. A sua espada desfaz-se em pedaços. Sente-se arrependido por a ter comprado no mercado Roque Santeiro, quando no reino existem, ou existiam bons aços da F. Ramada. Está tudo como o poder… tudo falsificado. A guarda pretoriana chega. Epok ordena-lhes:
- Levem-no para a masmorra dos republicanos. Ela, (aponta na direcção da princesa), fica com dois guardas permanentes à porta.
Epok revoluteava com a cabeça para descobrir como é que os géneros desapareciam. Tantos controlos e nenhum funcionava. Esta gente para roubar tem uma inteligência fora de série. Também é verdade que mestres não lhes faltam. Os maus hábitos aprendem-se com os de cima, com os nossos superiores, com os nossos governantes. – Sentenciou o nobre Epok.

Capítulo XIII
O Martírio de La Padep

- Pinturas!
- Fala lá pá!
- Traz-me esse opositor republicano comedor e violador dos bens reais.
Ela está com uma saia tão minúscula como Epok nunca viu no reino. Para chatear não tem nada a cobrir-lhe as partes íntimas, o que se nota facilmente. Pergunta-lhe:
- É a última moda saída da parabólica do Brasil?
- É, pior que isto não há.
- A moda do pronto a foder.
- Vocês perderam a tesão, são todos panilas.
- Porra! Não quero apanhar Sida!
- Agora já entendes. É por isso que andamos quase nuas seu parvo! Estão sempre com medo, é por isso que já não sabem foder!
- Traz-me então o comedor dos bens reais!
- Comedor dos bens reais?!
- Ó macaca, o que anda a comer a princesa!
- Quem me dera ser comida por ele.
- Sua suja, és muito porca!
- Por acaso até não! A minha rata é desinfectada a todo o momento com os perfumes mais caros do mundo.
- Quando o rei chegar vou pô-las vestidas dos pés à cabeça.
- Vais arranjar problemas. Felizmente o rei tem um dom. É o único que sabe apreciar mulheres.
O cavaleiro La Padep sente o julgamento do juízo final quando Epok lhe diz à toa:
- Caramba, vocês são piores que a Revolução Francesa.
- Não entendo, aqui nunca houve revolução…
- Pois fica sabendo que além dos nossos bens, também querem o que de mais íntimo temos.
- Não estou a perceber.
- Não te faças de parvo… violaste a suprema intimidade da princesa.
- Também hei-de violar a tua.
- O quê? Qual?
- O teu real rabo.
- Filho da puta… guardas!!! Levem-no!
Conduziram La Padep para a poterna por cima do fosso das piranhas. Suspenderam-no por uma corda amarrada aos tornozelos de cabeça para baixo, a cerca de um metro do nível da água. As piranhas sempre esfomeadas saltavam tentando trincar um pedaço da sua carne. Algumas conseguiram apanhar-lhe um pouco de cabelo, graças aos esforços que fazia para ludibriar as suas poderosas mandíbulas. As forças enfraqueciam. A noite chegou. Com Epok na dianteira, os convidados cansados de assistir ao fim de menos um republicano, recolheram-se para os seus aposentos reais. A vida de La Padep não chegaria a ver o sol da manhã do dia seguinte.
Aí por volta das quatro horas da madrugada, vários vultos rasgam a escuridão da noite. Movem-se como panteras negras, imperceptíveis aos olhares e ouvidos humanos. São os jovens do condado do Sambizanga onde há sempre zanga, que não resistiram aos apelos das mensagens que lhes tinham sido entregues. Vieram em socorro do seu líder. O local da vala antes aberta ainda era visível. Trabalharam a cem à hora. A água acabou em minutos. Colocaram tábuas de madeira que traziam, no fosso seco. Assim como uma escada que também transportaram. Poisaram-na em cima das tábuas, subiram-na e com uma faca cortaram a corda que prendia La Padep. O nosso herói estava salvo. Um pouco de sangue escorria-lhe da cabeça, devido a uma piranha muito atrevida. Teve forças para agradecer.

1 comentário:

  1. Protestos em Moscovo

    Compareceram milhares nas ruas de Moscovo
    para protestarem contra as vigarices do Putin.
    Ainda assim,
    o Zé Que Manda
    em Luanda
    e os seus digerentes e generais
    pediram-lhe ajuda
    para manipular os resultados eleitorais
    com o fim
    de obterem uma vitória como a do Putin.

    António Kaquarta
    http://miradourodoplanalto.com

    ResponderEliminar