domingo, 3 de junho de 2012

O Cavaleiro Mwangolé e Lady Marli na Demanda do Santo Graal (20)



Parece que foi há momentos, mas já sete anos se acumularam. O tempo mostra-se insensível perante a efémera aventura da vida. Os nossos pais esmeram-se para nos garantirem o melhor possível, mas o impossível dos homens maus persegue-nos, e a infelicidade que nos impõem é a nossa luta constante do ver nascer e o morrer dos dias.
Quando fazíamos longas viagens pelas estradas recordo a tua ânsia de mostrar-me o mundo desconhecido que cercava a minha juventude, e que eu me esforçava por fotografar para mais tarde me lembrar. Todos os momentos são perenes de vida, mas essas, digamos, abstracções, perdem-se porque vivemos aspirações momentâneas, que buscamos tranquilizar nos enredos do amor, e quando finalmente a porta da felicidade se nos abre, já estamos preparados para receber o prémio da morte, o Além que nos acena constantemente e que nós fingimos não ver, como se a morte não nos arrebatasse, como se nos convencêssemos que vamos viver muitos e muitos anos, na vã tentativa de que os outros à nossa volta embarcam para o paraíso funéreo, e nós não.  
Quantos e quantos gestos de ternura e encontros na alcova do amor recusados porque havia, há, um trabalho que não se pode adiar. Sim, para termos êxito temos que desprezar, adiar quem nos ama porque as câmaras de televisão e do cinema esperam-nos já quase ou de facto celebridades. O que é mais importante, o amor daqueles que nos rodeiam, a quem devemos amar sobre todas as coisas, ou o êxito efémero da nossa carreira empresarial, política, mundana? E depois, já celebridades, figuras públicas, regressamos à nostalgia do afinal perdemos o nosso precioso tempo a amar as coisas mundanas, quando o amor da nossa amada jaz abandonado, tudo em esforços perdidos. Recusar, desprezar o amor é aniquilar o nosso corpo, como o fumador que prefere destruir-se porque não tem ninguém a quem amar. Porque quem não ama o seu corpo não pode amar outrem, e se o faz postula as leis da hipocrisia. Se não te amares nunca poderás amar ninguém.

Nesta epopeia do silêncio da hipocrisia das igrejas, destacam-se os tsins: não estão aqui para ajudar o povo jingola. Estão sim, para apoiar uma elite religiosa que branqueia os dólares da sua congénere petrolífera que nos governa. Nada, nada vem em benefício das populações, porque dia após dia a miséria escancara as portas a belzebu. Jingola serve sim para resolver o problema do desemprego tsin. E como é aterrador, próprio de uma ditadura, afirmar que Tsin é a principal potência económica mundial, e que o seu socialismo científico triunfou, pagando salários de miséria aos seus trabalhadores.
Numa Igreja onde a pedofilia é uma obra-prima, e onde também o Banco do Vaticano é um profundo crente da corrupção, mas não há problemas, porque o Espírito Santo está vigilante e guia a Igreja. E um cónego e alguns padres decretaram-se ditadores dos campos petrolíferos. Também deles beneficiarão. O apoio incondicional que prestam à ditadura petrolífera, utilizar a religião para defesa dos seus interesses pessoais, é a edificação do Ruanda de Jingola. Este vírus das igrejas divide-nos, arrasta-nos para a morgue.
Quando há bem pouco tempo comprei uma toalha made in Tsin, e logo ao utilizá-la se desfez... amigo leitor, lembra-se da história do ferro de engomar da revolução soviética?
As ditaduras apoiam-se na realização dos tais tratados de amizade e cooperação eternos. Com tamanha invasão do internacionalismo tsin, já ninguém está descansado na sua casa.
Jingola é por vontade própria, o paraíso dos desempregados estrangeiros.
Parece que ninguém da oposição repara, ou finge que não sabe, aliás como tudo o mais, que existe um plano macabro de despedir massivamente os jingolas, para empregar estrangeiros. Estão nesta linha da frente os emboabas? Visitem-lhes as empresas e verão. O autor destas linhas já foi vítima de tais sevícias. Chegaram, e conseguiram desempregar-me. Nesta linha da frente do neocolonialismo, uma escada do novo Inferno se renova. O meu filho, além da humilhação de um falso engenheiro de informática português que não sabe o que é uma pen-drive, e mesmo assim apanhou-lhe o lugar… despediram-no. Este procedimento está tão vulgarizado, porque o governo emboaba abriu as portas, apoia a corrupção dos Lordes.
Vislumbra-se um horizonte de trevas aterradoras, porque as coisas em Jingola estão deveras complicadíssimas. E o grande chefe dos Lordes quando fala, é uma infindável colecção de mentiras, mais atiça o ódio e a fortíssima tempestade que se aproxima.
E nós presos neste campo da tortura de Jingola, mantemo-nos na dúvida constante: além da arrogância e das ameaças dos Lordes novos-ricos e das novas-ricas, Jingola está inchada de amantes. E nunca sabemos se hoje teremos água, energia eléctrica, ou se nos nacionalizarão o emprego. Das outras misérias não é necessário comentá-las. Um ambiente de oásis para potenciais investidores… que invistam na desornada neocolonização.
E os bancos, os principais mentores da nossa destruição moral e social, os arquitectos da nossa miséria total e completa onde não se exerce vigilância apertada sobre os movimentos bancários, porque os bancos dos Lordes lavam, levam muitos biliões de dólares. E os bancos da lavagem esperam-nos com os seus detergentes. Os preços do petróleo sobem, e os armazéns da fome atulham-se com cimento tsin e mercenários para que não haja lugar a manifestações.
O povo está muito chateado por causa da lei de Murphy, que sob o efeito borboleta do: quem se manifestar vai apanhar… então, roubam-nos tudo, e ainda nos ameaçam com porrada?
Já não se chama Jingola, mudou o nome para: República do Grupo Restrito da Sonanjingola. Assim tudo concentrado para que seja mais fácil roubar e espoliar.
A nossa rádio, TV, jornal, cónego e alguns padres Kin-Il-Sung, querem arrastar-nos para o matadouro.

O crepitar da ditadura é o exaltar do espatifar das palavras dos caquécticos das mediocracias, quanto mais tempo no poder mais a democracia se consolida, no escangalhar das teclas do piano da democracia. Como é tão pirotécnico o lavrar das chamas esqueléticas dos ditadores a darem-nos lições de democracia. As ditaduras estão muito doentias, de podridão tal que os seus excrementos soam em todas as latitudes. Ditadores, o vosso fim chegou, e o nosso futuro alterou, finalmente libertou.

O Poder há muito que boicota todos os acessos à cultura, quase quarenta anos de obscurantismo. Por incrível que pareça, as igrejas surgem como suas aliadas, afinal as ditaduras apoiam-se e complementam-se. Afinal, a ditadura celeste em nada difere desta terrena. Quanto mais tempo nas trevas, mais tempo no poder. Havendo acesso ao conhecimento, o nível da oposição sobe, estabiliza-se, restabelece-se e o poder soçobra. Ainda me recordo no tempo anterior, que é da família deste, estava eu numa unidade militar com um livro vulgar, o Capital do Marx, e o comandante apreendeu-mo, porque era considerado literatura subversiva. Não é por acaso que o regime mantém os preços dos livros muito elevados, só acessíveis à camada que absorve todos os rendimentos petrolíferos, mas que promovem o analfabetismo, porque também o são, analfabetos. Por exemplo: se o jingola tivesse acesso às principais obras dos mestres da literatura universal, a oposição ficaria imensamente perene para vencer as batalhas da democracia. É que nem uma biblioteca em condições nos oferecem, apenas as “bibliotecas” das inúmeras amantes que recheiam na abastança mundana. E por isso mesmo a nossa ditadura insiste no ensino miserável, que na prática não existe. Sendo apenas para alguns convidados, os tais pagos para nos garantirem que a ditadura LORDES-SONANJINGOLA é o paraíso africano. Sem acesso ao conhecimento as ditaduras vão-se mantendo, e por isso também mesmo, neste momento o seu fim tem os dias do apanhar contabilizados.
Resta ao jingola e tchavolas a cultura jornalística do SS Jornal do Povo Jingola, seus colegas, e as parabólicas.
O poder foge-lhes, o pânico persegue-os.

Um poder produtor de miséria que:
Nestes poços petrolíferos
nos lodaçais plantados
jorram promessas de novas vidas
gemem milhões de espoliados


Até atingir o seu clímax, o amor vence, salta muitos obstáculos. E tu? Quantos muros da vergonha e da incompreensão moveste até te apaixonares pelo teu amor?
A cumplicidade das portas fechadas, dos locais: «aqui estamos mais à vontade, ninguém nos chateia», na disposição dos objectos, no constante cabeças no ar. É esta a poção da sintomatologia do amor.
Quando as portas do amor se fecham, fica complicado reabri-las. É como um cofre valioso que apenas raras pessoas conhecem o segredo da sua fechadura. E o amor é como um cofre, muito segredoso que só se abre com a paixão do segredo dos amorosos.

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