terça-feira, 22 de outubro de 2013

República das torturas e das milícias. O Povo não é petróleo





20 de Setembro a 01 de Outubro de 2013. Diário da cidade dos leilões de escravos
20 de Setembro
Para lembrar!
“A fuligem, derivada do escape de veículos movidos a diesel, (e geradores) fogo de madeira e estações de carvão eléctricas, não traz danos apenas para o meio ambiente. Um novo estudo da Universidade de Lund, na Suécia, revela que mais da metade de toda a fuligem que é inalada fica presa em nossos pulmões.
Entretanto, a manifestação das sirenes continua.
Apenas o que de Angola interessa aos estrangeiros e ao Governo sombra é a produção de petróleo. Por exemplo, Angola produziu até Junho de 2013, 160,1 milhões de barris de petróleo. Angola é petróleo, e por isso mesmo já não se ouve falar em povo angolano.
As sirenes dos carros da Polícia continuam a berrar a plenos circuitos eléctricos. Luanda continua em guerra pelo segundo dia consecutivo?
23.25 horas. O senhor abre a porta do seu carro e ao mesmo tempo um jovem desgovernado, frustrado, grita afugentando a noite: «Gatuno! Gatuno! Gatuno!» Os seguranças próximos acercam-se do local muito rápidos, prontos para uma noitada com sessão de pancadaria e tortura – o cinema do nosso dia-a-dia - mas o senhor explica e prova que o carro é dele e remata: «Este gajo está liambado!»
21 de Setembro
Pois é! Acabo de receber a informação de que chineses também já fazem assaltos à mão armada. Significa que as máfias mundiais têm o caminho aberto para se instalarem em Angola e dela fazerem o trampolim para a África.
22 de Setembro
E no desnorte a que chegámos – prender para torturar - veremos as “milícias pro-governamentais” a torturarem a família do PR? É que conforme relatos das agências internacionais, familiares do presidente do Quénia faleceram no atentado terrorista do supermercado Westgate.
23 de Setembro
O tuga, mais um da população portuguesa que esvazia Portugal até ao último homem e mulher, que em peso neocoloniza Angola, conseguiu um emprego - e quem não o consegue? Os mwangolés, pois claro, na condição de escravos que fazem de moços de recados dos estrangeiros e que estes aos lhes roubarem, cercearem a possibilidade de emprego ainda se atrevem a dizer que em Angola há muitos empregos para portugueses, incluindo a zunga – o tal que dá direito a casa com empregada, carro, segurança, tudo e mais alguma coisa incluindo prostitutas – e ainda dizem em tom de desprezo que as jovens angolanas são todas putas, se vendem facilmente, pois se os tugas e as tugas lhes roubam os empregos, mas quando é que esta coisa passa a julgamento como insulto ao povo angolano e consequente expulsão? Nunca, jamais enquanto existir semelhante condição, exclusão total e completa do mwangolé. O tuga, os tugas, andam aterrorizados com a insegurança de Luanda, e quem não o anda?, então o tuga, depois de sair com a prostituta - quase todas as noites é uma - da casa dele passou a exigir ao segurança que quando ele entrasse no prédio o acompanhasse até ao segundo andar e que aguardasse até ele entrar e lhe fizesse sinal para descer. Mas o segurança não lhe acatou a ordem porque o prédio está controlado e ele vê quem entra e sai. Ora como ninguém desconhecido entrou, o segurança sentiu-se tranquilo e não o acompanhou. Então o tuga fez queixa dele e o pobre do segurança – como todos os escravos mwangolés, pois o tempo da escravidão retornou, se neocolonizou em força – foi ruado, despedido ou transferido para outra área. Afinal, soube-se depois que o tuga tem medo dos vizinhos. Se todos os tugas forem como este, claro que o são sem dúvida alguma pois se Portugal está como está a culpa não é do Governo mas quem nele votou, os tugas. Agora com as cabeças cheias de reminiscências coloniais tecem mais cinzas da destruição do outro Portugal, que é Angola. Estão num mar de problemas, noutra tragédia trágico-marítima, e outra vez despojados.
24 de Setembro
As manas kinguilas badalam que os chineses lhes estão a comprar bwereré de dólares.
Manos e manas! Agora quando oiço as sirenes penso: Quem foi desta vez que confiscaram e vão torturar?
Afinal o direito de cidadania é este Estado confiscar o cidadão?
Sempre com os mesmos discursos jamais iremos lá, ou será uma grotesca falta de imaginação? “A nossa juventude tem que saber esperar porque os problemas não se podem resolver rapidamente. O nosso país viveu cerca de trinta anos de guerra.”
Alguém viu por aí o “Programa de Combate à Fome e à Pobreza?
Este é o Governo do “estamos preocupados.”
Qual é a diferença existente entre a feitiçaria e os prelados corruptos? É que embora parecendo que não, os prelados corruptos também são feiticeiros, promotores da feitiçaria.
“A nossa vida é colorida.” Apenas com duas cores, vermelha e preta?
25 de Setembro
Enquanto o poder do petróleo se mantiver nunca teremos jornalismo, literatura, poesia, ou qualquer outra manifestação do intelecto, porque onde o petróleo governa só as mentes dos intelectos banhadas à nascença no rio do petróleo, mentes viscosas, poluídas, cancerosas que se iluminam pela luz do petróleo inundadas de cadáveres que ousam dizer não aos biliões de dólares dos jornalistas, dos escritores e poetas que escrevem toldados, tombados porque só respiram vapores do petróleo.
E essas mentes iletradas porque enlouquecidas pelo petróleo reprimem violentamente a juventude.
E só assassinando me manterei, governando.
26 de Setembro
Luanda está uma frigideira à espera que sejamos fritos?
27 de Setembro
Hoje o camarada presidente de todos os angolanos e mais os outros nossos que foram eleitos por Deus ordenaram-nos que rezássemos para mais um apagão das 10.49 até às 22.52 horas. O único que foi eleito por todos os angolanos foi ao bairro do Cazenga complicar os problemas e nós ficámos sem energia eléctrica.
E disseram-lhes: vocês têm poços de petróleo, assim estão muitíssimo aptos para governarem. E eles convencidíssimos assim fizeram. E há mais de uma trintena de anos que lá continuam, e juram que de lá jamais sairão porque são imprescindíveis, e porque quem é eleito por Deuss – para quê colocar em dúvida o empenhamento das palavras dos nossos prelados que são tudo menos abençoados por Deus – é-o até à eternidade.
28 de Setembro
Última dica mwangolé: «Casar para quê, as mulheres agora são três quinhentos!»
Agostinho Enes: Infelismente a frase "vai pro teu pais "esta se a ler cada vez mais por aqui.:-(este grupo esta a ficar "doente"
Ulisses Pereira: esses que dizem essas palavras sao ignorantes se tds regessassemos ao nosso pais eram eles os primeiros a pedirem para voltarmos morriam de fome. In Portugueses em Angola. Facebook
Hoje ficámos sem água.
29 de Setembro
Continuamos sem água. Tiram-nos tudo, é, uma revolução é mesmo assim.
30 de Setembro
Estão por todo o lado, até já fazem cartões-de-visita, roubando o trabalho a muitos jovens que alguns até conheço, em breve tudo será deles. Aos jovens só lhes restam os assaltos. É no que dá o lucro fácil, fomentar a instabilidade social de tal ordem que depois terão que fugir a sete pés. Aqui no prédio só falta um andar, os outros já estão em posse deles. Entram e saem lançando olhares de desprezo para os autóctones. Esta gente não tem futuro, isto está incontrolável. Entretanto os mwangolés espreitam a oportunidade do ajuste de contas, a que ninguém liga, convencidos que esta gente é burra, atrasada, ignorante e fácil de dominar com uma garrafa de álcool. Os tugas escolheram o local errado na hora errada. E chamar à miséria xenofobia, é o mesmo que dizer que o petróleo só alimenta estrangeiros.
01 de Outubro
Luanda. Apelo urgente:
“Jovem taxista de 29 anos, operado a primeira vez no Hospital Josina Machel aos intestinos, encontra-se gravemente em sua residência, com os intestinos de fora, e esse hospital, outrora denominado Maria Pia, não se responsabiliza, e não quer voltar a operar. O jovem carece de atendimento urgente. De sua graça,
Ângelo José André, 29 anos, tem duas filhas, vive no Bairro Golf junto ao Avô Kumbi, e ficou nesta situação depois de ter sido baleado num assalto, onde lhe roubaram a sua viatura em que fazia serviço de táxi. “ In Ana Margoso. Facebook
Mais uma vez, já não sei quantas vezes, um milhão ou mais, a energia eléctrica acabou às 09.19, será que volta? Regressou às 09.50 e às 10.04 lá se foi. Às 13.21 cinicamente reacendeu-se.
O uso dos geradores em qualquer local, alguns muito potentes e anarquicamente instalados, produzem barulho insuportável e lançam fumo, de tal ordem que parece que estamos na Síria sob um ataque químico. De um regime anárquico espera-se anarquia. Vivemos sob a sua tutela já debaixo de violência generalizada, incontrolada.

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