Tenho
dupla nacionalidade
Não
sabem com quem se metem
Sou
angolano com muita vaidade
E
português quando me acometem
Como
o ebola é a dupla nacionalidade
Porque
também surgiu repentinamente
Em
Angola sou angolano de qualidade
Na
tuga sou retrógrado sobejamente
Facilmente
consegui a dupla e tu não
No
avião para Luanda a embarcar
Quando
lá chegar serei valentão
Outra
vez os gentios vou desbravar
Dez
mil dólares na Angola querida
Isso
e mais alguma coisa garantido
Deixei
para lá a minha tuga preterida
Em
Luanda nasce mais um pervertido
O
amor da branca trocarei por escura
Não
sabem? Eu gosto muito delas
Entrego
o meu corpo à sua frescura
Venham
que vos espero suas cadelas
São
muito quentes entregam tudo
São
muito fáceis ao desejo da delícia
Vou
fodê-las todas sou um sortudo
Com
alguns dólares e muita malícia
Muitos
mulatos por lá vou deixar
Saibam
que detesto misturas de raças
À
sua sorte os vou abandonar
Sou
da raça superior das desgraças
Com
dez mil dólares é fácil conquistar
As
negras agora é que estão a dar
Preparem-se,
vou-lhes bem explorar
A
bunda delas vai arder, queimar
Com
uma negra vou fingir casar
É
mais fácil residente lá morar
Vou
fazer a minha vida e lá ficar
Sou
português hábil no ludibriar
A
nossa riqueza fácil almejamos
Na
nossa pobreza continuamos
E
também na espiritual estamos
De
novo os angolanos escravizamos
À
nossa Angola ao nosso lar voltamos
Nos
lordes do petróleo votamos
E
aos angolanos miséria deixamos
Rendidos
na nossa condição de amos
Imagem:
autor desconhecido
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