quinta-feira, 28 de agosto de 2014

DUPLA NACIONALIDADE





Tenho dupla nacionalidade
Não sabem com quem se metem
Sou angolano com muita vaidade
E português quando me acometem

Como o ebola é a dupla nacionalidade
Porque também surgiu repentinamente
Em Angola sou angolano de qualidade
Na tuga sou retrógrado sobejamente

Facilmente consegui a dupla e tu não
No avião para Luanda a embarcar
Quando lá chegar serei valentão
Outra vez os gentios vou desbravar

Dez mil dólares na Angola querida
Isso e mais alguma coisa garantido
Deixei para lá a minha tuga preterida
Em Luanda nasce mais um pervertido

O amor da branca trocarei por escura
Não sabem? Eu gosto muito delas
Entrego o meu corpo à sua frescura
Venham que vos espero suas cadelas

São muito quentes entregam tudo
São muito fáceis ao desejo da delícia
Vou fodê-las todas sou um sortudo
Com alguns dólares e muita malícia

Muitos mulatos por lá vou deixar
Saibam que detesto misturas de raças
À sua sorte os vou abandonar
Sou da raça superior das desgraças

Com dez mil dólares é fácil conquistar
As negras agora é que estão a dar
Preparem-se, vou-lhes bem explorar
A bunda delas vai arder, queimar

Com uma negra vou fingir casar
É mais fácil residente lá morar
Vou fazer a minha vida e lá ficar
Sou português hábil no ludibriar

A nossa riqueza fácil almejamos
Na nossa pobreza continuamos
E também na espiritual estamos
De novo os angolanos escravizamos

À nossa Angola ao nosso lar voltamos
Nos lordes do petróleo votamos
E aos angolanos miséria deixamos
Rendidos na nossa condição de amos

Imagem: autor desconhecido









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