E escolheste a morada eterna para nela
residires, e de lá jamais saíres. Como se fosse o fim do mundo onde se chega e
nunca mais se parte.
Há uma partida e uma despedida.
Nesse descanso eterno repousa a tua
recordação.
Anseio muito pelos conselhos que me
davas porque as feras humanas perseguem-me e a justiça está invisível para me
defender, e não sei como me proteger.
A vida é como uma ilha cercada de
perigosos tubarões por todos os lados.
Durante muitos anos quando estavas vivo
não consegui abraçar-te porque a família que constituí e o sistema político
vigente consumiram-me, destruíram-me os recursos e a alma. Na miséria que me
deixaram, obrigaram, ainda luto para dela me libertar. Mas quem vive com o
analfabetismo os escravocratas surgem de todo o mundo e a tremenda luta para
sair do precipício da miséria torna-se difícil, porque a miséria é o império do
edifício da corrupção. Nunca se espoliou com tamanha facilidade e impunidade.
Pai, onde estiveres recebe o meu abraço
Oh! Como são abundantes as saudades do
teu regaço
Desejo fugir, voar deste espaço
E regressar para o aconchego da família,
para o seu laço
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