«Há muitas maneiras de matar um homem. Uma delas é não
deixá-lo dormir. Estou convencida de que não morre por cansaço, mas porque não
pode sonhar.» Eugenia Rico in elmundo.es/
O governo encalhou-se e encalhou-nos. Escolhe sempre
um porto muito porco, inseguro, e nele continua emporcalhado. Na espera
receosa, brumosa, que outra liderança o desencalhe, o asseie e não mais nos
enxovalhe. E a nobreza acastelada sorri, observa, desdenha dos imensos currais
de porcos e monumentais prostíbulos.
Está mais que claro que um governo que governa
totalmente destoado, prossegue na senda do convite a estrangeiros sem
escrúpulos, aventureiros macabros que nas calmas acabam por dominar tudo e
todos. Claro que as consequências posteriores adivinham-se desastrosas. Vê-se
disso por todo o lado noutros teatros mas, o Politburo não tem capacidade de
enxergar, a solução final é inevitável, lamentável.
«Os 600 autocarros importados da China. As informações
disponíveis dizem que salvo raríssimas excepções, esses 600 autocarros estão a
sofrer avarias, principalmente ao nível da embraiagem e da caixa de
velocidades, sobretudo quando elas são manuais, como acontece a uma percentagem
significativa desses veículos.» in Semanário Angolense
É um poder que jaz, não faz porque abrupto se
complica, aterroriza a vida das populações. Só existe uma explicação para tão
grande desastre governamental. A estrutura da hélice dupla do ADN indetermina,
corrompe as características genéticas dos indivíduos que nos governam... por
todo o mundo.
Ela, a zungueira, saiu de manhã bem cedo. Reuniu todo
o dinheiro e carregou-o. E lá foi para a compra habitual, matinal, das bananas
para revenda pelos passeios desventrados, empoeirados, emporcalhados, lixados.
Os meliantes esperavam-na e: «Estás colocada!». Lá se foi o dinheiro ganho
honestamente, doze mil kwanzas, porque o dinheiro que se ganha teimosamente,
horrendamente na desonestidade, esse ninguém rouba. É impossível viver assim.
E as milícias de autodefesa esperam, serão criadas,
como é norma. A África negra das milícias, porque os governos (?) oprimem,
extinguem as populações. Então nascem as milícias para sobreviverem, lutarem
contra a anarquia governamental. É a anarquia contra a anarquia. E lá vão para
a extinção anunciada.
Como disse Mário Vargas LLosa em elmundo.es/ «Muitas
minas estão agora nas mãos desses bandos, milícias ou do próprio Exército do
Congo». Paz, ordem, legalidade, instituições, liberdade. Nada disso existe nem
existirá no Congo por bom tempo. As guerras que o sacodem, deixaram de serem
ideológicas (se alguma vez o foram) e só se explicam por rivalidades étnicas e
cobiça do poder de chefes e chefitos regionais ou a avidez dos países vizinhos
(Ruanda, Uganda, Angola, Burundi, Zâmbia) para se apoderarem de um pedaço do
pastel mineiro congolês. Mas nem sequer os grupos étnicos constituem formações
sólidas, muitos se dividiram e subdividiram em facções, boa parte das quais não
são mais que bandos armados de foras-da-lei que matam e sequestram para
roubarem».
E tão habituados no poder de tantos crimes realizados.
E os tribunais silenciados sentenciam inocentes condenados.
«O problema reside, sim, na qualidade dos docentes,
que é muito discutível até aqui em Luanda. Para ter uma ideia do que se passa,
digo-lhe apenas que sei de docentes que se ajoelham diante de estudantes,
pedindo-lhes para não denunciarem a sua incompetência… Há-os, sim. E olhe que,
hoje, alguns desses docentes sem o mínimo de competência dirigem departamentos
e alguns outros já dirigiram até faculdades…» * E exigimos o preço do barril de
petróleo a 70 dólares senão… emigramos para a Somália e vamos pirateá-los.
Quem promete a liberdade e depois no poder a retira, a
enxovalha, é apenas um bando de canalhas. De seguida cria-se uma força militar,
genuínas milícias, privatizada para protecção do eterno poder. A população
espera-a a efémera liberdade do desemprego, da miséria e finalmente a morte
pela fome.
Presumia-se, certificava-se que o mundo ficaria
democratizado. Mas que vejo? Está tão despedaçado, tão tiranizado, tão
triunfado. Então onde está, para onde foi a democracia? Paira por aí, algures
violenta, virulenta. Por incrível que pareça as tiranias reforçam-se no fosso
fétido, nos amantes das democracias bancárias do primeiro mundo. E Luanda banalizou-se...
em mais um país (!) das inúteis conferências.
Agora tenho este pesadelo de viver rodeado de tantos
criminosos. Da maneira que as coisas estão e andam, Luanda está apenas apta
para criminosos e assassinos. É fácil de imaginar o que sucederá nos dias
vindouros.
Fazem obras (?), destroem os passeios. Lavagem de
carros na via pública, numa ode às águas que destroem o recentemente mal
construído. Barulho de música o mais violento possível dia e noite. Baldes de
águas imundas lançadas a esmo das varandas dos prédios. Incríveis invasões de
mosquitos que nos perseguem dia e noite para chuparem o sangue que nos resta.
Geradores eléctricos que fumegam, nos assassinam lentamente e barulham dia e
noite. Motas com escapes livres que imitam tiros, dia e noite. Conseguir
descansar, dormir o suficiente é milagre. Vivemos num vasto curral de
concentração de porcos. Não há lei, cada um dita a sua, particulariza-a. A lei
da feitiçaria domina. Luanda não é um país, é uma cidade-falhada.
Tudo começa a findar sob domínio estrangeiro, o que
trará graves consequências para a corda bamba dos desempregados. Muitos
estrangeiros opinam sobre Luanda a torto e a direito. E são motivo de chacota
porque não entendem nada dela, e claro de África. Só falta colocar no poder um
presidente estrangeiro. O que pelo mover dos tentáculos de momento, não
surpreenderá.
«Onde os últimos anos trouxeram consigo uma clara
promoção da incompetência. Para ser reitor, vice-reitor ou decano não bastará
ter um doutoramento, até porque se sabe que existem doutoramentos cujas teses
nunca foram depositadas na biblioteca da universidade, como manda a regra
académica. Porquê? Porque foram teses cabuladas ou foram teses escritas por
outras pessoas que não os autores cujos nomes aparecem na capa.» *
Empregos só para estrangeiros. Eles chegam, fazem a
reestruturação (?) da empresa, despedem os luandenses e mandam vir familiares,
amigos e conterrâneos. Isto está uma grande trampa daquelas. Está tudo
descontrolado, eclipsado. Agora então com a moda em vigor de não pagarem,
atrasarem os vencimentos… é do sistema político sem sistema bancário.
Fundamentalmente a questão é a seguinte: escusam-se na
desculpa prévia, famosa do: ninguém quer aturar negros. Servem para fazerem
recados, trabalhos de limpeza e similares, ou venderem qualquer coisa nas ruas.
Porque durante quase meio século, a formação que beneficiaram foi o
analfabetismo. E continua-se a formar analfabetos.
«Universidades privadas cada vez mais desorganizadas.
Parecem estar mais viradas para o lucro do que para a didáctica. É opinião
comum que as universidades privadas em Angola são uma autêntica pouca-vergonha,
verdadeiros centros de anarquia do ponto organizacional, falta-lhes de tudo um
pouco, desde laboratórios, salas de informática, até um simples bebedouro e
ainda se arrogam ao direito de se chamarem universidades?» In Semanário Angolense
O mais inebriante disto tudo é o caos da energia
eléctrica. Mas, os estrangeiros – sempre monumentalmente pagos – afirmam
categoricamente que Luanda é o único país (Luanda é um país e a sua capital é
Angola) do mundo que cresce, se desenvolve. A única economia do mundo que salta
para além do planetário. Só pode ser uma economia de ler nas estrelas. E tudo
não passa de barbarismo, chinesice.
Nas traseiras de cada prédio esconde-se um crime.
Entraram na OPEP para ostentarem a vaidade da
presidência rotativa. E foi mais um erro grave acometido. O petróleo jamais
será o que antes foi. As coisas mudam, as modas também.
Que futuro tem Luanda, onde toda a gente rouba e se roubam?!
A estrutura marxista-leninista-estalinista oleada,
funcional, terrifica-nos. Estávamos convencidos que o pesadelo terminou. Mas
não… os dráculas continuam a chafurdar no nosso sangue. Inventaram outro
passatempo: Para fazer qualquer coisa é preciso uma conferência nacional ou
internacional. Sempre as mesmas conferências, com os mesmos conferencistas. Na
resolução sempre dos mesmos problemas sem solução. Fiscais do poder popular da
Luanda que assoma, clama pela Somália africana q.b.
«Na obra, “Viragem” de Castro Soromenho, num diálogo
que se desenrola entre uma neta e a sua avó, vindas de Portugal na era
colonial, a neta disse à avó: «A África seria melhor se não tivesse tantas
enfermidades, analfabetismo e outras malícias.» A avó respondeu: A África é
África, por causa desta perversidade, se não tivesse tudo isso não seria África
minha neta…» In Domingos da Cruz no Folha 8
Tudo é um absurdo, um sem sentido. Governantes
idiotizam-se no poder, solenemente paramentados pela superstição e embuste da
religião. E doses cavalares de estádios de futebol. É isto o desenvolvimento
social e económico nacional e mundial.
Democracia é o monumental roubo mais bem organizado de
todos os tempos à escala global. Democracia é o sistema político inventado por
políticos, banqueiros, corruptos e especuladores. A democracia moderna não
passa de uma bizarra ditadura. Na realidade o que existe é uma subtil
associação de criminosos devidamente legalizados perante a lei. Os partidos
políticos não passam de associações de malfeitores porque no poder nos matam à
fome, enquanto vão enriquecendo facilmente devido aos milhões de desempregados
que desempregam. Perante tal, quem ainda ousa falar de democracia? O que
compete aos trabalhadores é tomarem o poder e acabarem com a corja de
políticos, banqueiros, corruptos e especuladores. Isto sim é que é democracia!
Os bancos têm que ser nacionalizados, ficarem em poder do Estado, nunca jamais
nas mãos de privados porque subvertem o poder, promovem o caos na economia
mundial. São como confrarias do mal.
Democracia é concentrar toda a riqueza ilícita no
poder de meia dúzia de paspalhões. Sim! Porque eles dizem-se que quem é rico é
inteligente. Pura mentira! O rico roubou, espoliou. Não é assim que se explicam
os exércitos moribundos de esfomeados? São ricos porque as leis protegem-nos
para nos roubarem e reforçam-nas (as leis) com forças policiais e militares.
Matam-nos, aterrorizam-nos com a fome, ao mesmo tempo que nos lançam cães
polícias, cavalos, polícia de choque, grupos especiais de assalto. Toda a
parafernália militar jamais vista. Democracias de porcos, de imbecis e
canalhas.
* In Paulo de Carvalho, sociólogo, em entrevista ao
Semanário O PAÍS
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