terça-feira, 14 de agosto de 2012

AS CINCO MAGNÍFICAS (09) Contém cenas eventualmente chocantes



A noite agitava-se, cansava-se, estava quente. Ana pede-me a chave do carro. Regressa vestida com um maiô. Apresenta-me um calção para vestir:
- Vai ao carro e veste este calção para tomarmos um banho. No outro lado das pedras está bom. A profundidade é suficiente.
Avançámos até ficarmos cobertos de água pela cintura. Ana abraça-me e beija-me demoradamente. Retirou os seios e colocou-os à minha disposição. Um após outro suguei-os demoradamente. Já estava muito excitada, movia-se pelo meu corpo como uma serpente. Retirou o meu pénis. Masturbou-o durante momentos que me pareceram infindáveis. Parou de repente e sentenciou:
- Aqui não, vamos para casa. Os polícias têm ordens para quem encontrarem a fazer amor na Ilha para os prenderem.
Já em casa, Ana sai da casa de banho com uma minúscula toalha que não chega para lhe cobrir o corpo. Parece uma minissaia muito extravagante, provocante. Enquanto acaba de secar o resto do corpo, os seus braços balançam e os seios nus agitam-se convidativos, rejuvenescidos depois de massajados pela água fria. Retirou a toalha, limpou os sovacos e depois os seios. A vagina ficou descoberta. Não tinha um único cabelo. Sussurrou:
- Vai-te lavar.
Lavei-me rapidamente. Olhou para o meu pénis e comentou:
- És muito cabeludo, vou-te fazer a barba.
Voltou com uma lâmina e rapou todos os cabelos à volta do meu instrumento do prazer. Levou-me para a casa de banho, retirou com água os restos dos cabelos, pegou numa toalha e secou-o devidamente. A seguir iniciou uma série de beijos, e de vez em quando passava a língua pelo canal urinário. Senti uma leve saída de líquido, que ela depois me mostrou na sua língua. Já estava próximo da loucura. Ela diz-me em voz alta:
- Vou-te dar a sobremesa do nosso jantar! Agora é que eu vou apreciar o Farol do Ponto Final da Ilha!
Mergulhou a sua boca profundamente, e senti que estava tudo terminado. Calmamente engoliu tudo o que lhe enviei. Com a língua absorveu o que restava. Exclamou:
- Uau! O jantar foi delicioso, mas gostei mais da sobremesa.
Não era nenhuma amadora. Pelo contrário, era uma mulher muito experiente na arte do sexo. Vestiu-se e fez-me um desejo:
- Porque é que não me compras um carro? Olha, amanhã conto contigo para me ajudares a carregares umas coisas. Vou para o quarto que o meu pai me arranjou.
Antes de chegarmos na sua nova morada, advertiu-me que não desse confiança a ninguém, apenas que dissesse bom dia, boa tarde ou boa noite. Notei de imediato que o sustento das pessoas que estavam em casa, era tanta gente que alguns dormiam nas escadas, limitava-se à venda de cerveja e de refrigerantes. Ana, depois de arrumar as coisas que trouxemos, ordena-me:
- Tens que me dar dinheiro para comprar uma garrafa de gás, uma mangueira e um redutor, uma arca congeladora e um pequeno frigorífico.
Dormi ao seu lado, na sua nova cama. O colchão de molas era muito usado. Acho que o apanhou numa lixeira qualquer, porque não se conseguia dormir. O aço das molas feria a todo o momento o meu corpo. Não conseguia entender como ela era capaz de dormir profundamente. Como eram cerca de quinze pessoas que habitavam a casa, as nossas necessidades, como urinar ou defecar, tornavam-se um grande tormento. Para urinar, a Ana cortava o gargalo de uma garrafa grande de água mineral, e convidava-me a fazer o mesmo. Para defecar ficava a vigiar, e quando alguém desocupava a casa de banho, chamava-me rápido, e lá ia.
Enquanto satisfazia as minhas necessidades, notei que o local servia também de lavandaria. Alguidares de plástico uns em cima dos outros, cheios de roupas. Os locais livres serviam para pendurar biquínis e sutiãs depois de lavados. Parecia uma butique de roupa íntima. De manhã bem cedo, a Ana acordava e arrumava o quarto silenciosamente, evitando que eu acordasse. Lá fora, ouviam-se algumas vozes ruidosas. Ela afastava as cortinas da janela, abria-a e inclinava-se profundamente, mostrando os seios nus para gáudio dos assistentes, que comentavam:
- Agora estás bem. Já arranjaste um branco. Dá-nos dinheiro para bebermos alguma coisa.
Ana estava convicta que eu ainda dormia – mas não – escutei tudo perfeitamente. Soergui-me e lancei-lhe um olhar reprovador. Ela reagiu atrapalhada:
- Já acordaste? Estava a cumprimentar os meus amigos.
- Estranho modo de cumprimentar com os seios nus.
Ela não se mostrou desconcertada, pelo contrário:
- Consegui arranjar trabalho na Educação. Colocaram-me no ensino de adultos. O vencimento é uma miséria, mas é melhor que nada. Quando sairmos leva-me até lá. No fim do dia fico à tua espera para carregar o resto das coisas.
Entrámos abraçados. Fomos recebidos por uma das suas inúmeras madrastas. Esta exclama com uma grande alegria:
- Até que enfim! Chegou o nosso bosse. Hoje não vamos passar fome. Senta-te aí pá. Dá o dinheiro para comprar pão e frango.
Sem cerimónias vasculha-me os bolsos. Encontra o que procura. Retira uma quantia e envia uma das filhas comprar o que antes dissera. Quando a filha chega, retira o frango do embrulho, junta-lhe o pão e todos comem avidamente. Parecia que há muitos dias não comiam, porque devoravam a comida com extrema rapidez. Ana cochicha no meu ouvido:
- Esta madrasta é assim. Gosta muito de explorar as pessoas. Mandou as filhas para a prostituição. De manhã, quando elas regressam, tem que apresentar o dinheiro que ganharam, de contrário não há comida para ninguém.
Entra o pai da Ana. Ela apresenta-mo. Depois de me saudar faz-me um pedido:
- É pá. Tenho aí uma dama que acabo de conquistar. Empresta-me o teu carro aí por duas horas, para tomar conta do assunto.
- Desculpe mas não é possível. Tenho compromissos aos quais não posso faltar. Quando estiver livre, decerto satisfarei os seus desejos.
No fim-de-semana Ana está agitada, quer ir a Porto Quipiri comer cacussos assados. Recomendo prudência:
- Tão longe, se temos isso aqui tão ao pé de nós?
- Sabes, adoro viajar, ir a festas, jantar nos melhores restaurantes. Adoro perder-me na noite. Não imaginas o quanto é delicioso mergulhar na noite. Mais uma vez te peço, porque não me levas para Inglaterra? Tira-me desta vida. O meu sonho é viver na Europa. Ter um marido branco para amar, uma casa bonita com piscina, e receber os meus amigos e amigas. Será que isso é pedir muito?
- No fundo, é isso que todos desejamos. Mas para o conseguir é necessário muito trabalho e muito sacrifício.
Satisfiz-lhe os seus desejos. A estrada era cheia de armadilhas. Muito estreita e com falhas nas bermas muito perigosas. Um descuido e seria o fim. O pior era quando surgia um camião em alta velocidade. O espaço era muito reduzido para manobras. Se coincidisse com uma falha da berma o acidente era inevitável. Voltar ao escurecer era pura loucura. Alguns condutores que retornavam desse local, vinham com uma mão no volante e outra na garrafa. A iluminação era inexistente.
Depois de narrar tudo isto à Ana ela entendeu e aceitou. Acabámos os cacussos assados, perguntou-me se podia comprar o que parecia ser um papagaio. Concordei mas não entendi. Acho que a pobre ave não sobreviveria muito tempo. O meu receio verificou-se poucos dias depois, a pobre ave acabou por sucumbir.
Ela descobriu na cidade um local onde serviam cabrité. Um prato tradicional gerido por senegaleses. As condições higiénicas deixavam muito a desejar. O empregado convidava o cliente a escolher a parte do cabrito que queria. Era cortado em pequenas fatias, assado e entregue ao cliente num pedaço de papel, que dava a impressão eram restos de embalagens aproveitadas para o efeito. O jindungo e o sal vinham acondicionados num outro pedaço de papel.

Sem comentários:

Enviar um comentário