Felizes daqueles que quando crianças têm um avô que lhes guie, que lhes
ensine a caminhar, a ensaiarem os primeiros passos. Mais tarde se recordarão e confessarão
com orgulho que os seus êxitos, o serem afamados se deve aos ensinamentos, à
protecção e segurança do avô, porque os caminhos futuros serão mais seguros.
Deus não necessita de homens que o representem na Terra.
É que as empresas construtoras que colhem a corrupção dos dólares petrolíferos
trabalham de noite no fornecimento de betão. Ninguém consegue dormir. Dólares
do petróleo, grande confusão, construção em vão.
Pois… tudo isto terminará fatalmente em grande confusão. Porque já as
gentes rangem os dentes e esforçam os punhos. Eu não estou, ninguém está
disposto a aturar este neocolonialismo descarado. Claro que acabará, tem que
acabar no nivelamento das manifestações das multidões. Os povos dizem que
aguardam o momento oportuno para o ajuste de contas.
O problema dos estrangeiros é que aqui chegados, portam-se como se Jingola
fosse colónia. Dão-nos ordens, invadem-nos as casas e a privacidade. Tal como
no Iraque, Afeganistão, e tudo o mais onde há ocupação… tornam-se vulgares
assassinos que actuam impunemente, pois os poderes são marionetes que os cobrem,
que os protegem. É assim que nascem Iraques e se extinguem Zimbabués.
Os estrangeiros usados como agentes do Poder fomentam o ódio, o racismo, a
miséria, a fome, a opressão, a escravidão, o neocolonialismo. São inevitáveis
os conflitos, os tumultos e o ódio ao outra vez invasor… analfabeto.
Se não produz mais nada, somente petróleo e diamantes, e insistir numa corte
faustosa e de esbanjamento na desproporcional riqueza, é certeiro que o Poder Jingola…
faliu.
E o petróleo e os diamantes apagaram o regime petrolífero.
É que isto não é para todos, é só para alguns… sempre os mesmos.
Sonho de uma noite neocolonial.
Só sede, escuridão e ganha-pão não. Governantes do petróleo e diamantes
PCCA - Partido Comunista da China de Angola. Não sabemos se o Lorde vai vender Jingola
aos chineses a prestações ou a pronto pagamento. Ou no todo em parte.
E se nenhum dos monstruosos exploradores internacionais é preso, julgado e
condenado, é porque os governantes mundiais também fazem parte da mesma equipa.
Luz e água tá-se mal e não há ninguém para levar a tribunal.
Conseguiu-se um feito notável. Depois da luta de libertação, o colonialismo
piorou. É mais atroz, mais feroz. Há um gosto mórbido em determinar, enquadrar
miséria na população. E no antigamente havia um só colonialismo, agora são
demasiados, nem dá para contá-los.
Colónia dos apagões de Luanda, ai este tango, este tango
O Governo Revolucionário de Jingola continua nos revolucionários apagões.
Para que a noite fique mais escura, deu-nos um apagão, apagou-nos.
Constantemente surgem novas empresas, das novas fronteiras. Com o mercado
saturadíssimo, como conseguem vender, sobreviver? Brutos subprimes escondem.
São os mesmos a governar, nada mudará, tudo piorará.
Já se avista a realidade, estamos a viver uma nova época, um novo
renascimento.
Eis um país civilizado. Roncos aterradores de motos de dia, mas de noite são
horríveis. Farras, música muito alta, a mostrar que tudo desaba.
Aventureiros climáticos, das construções e desconstruções.
Porcos que não
acreditam que há uma força não humana que os
julga e condena. Assenhoreiam-se dos bens
terrenos, tudo
lhes pertence,
animado e inanimado.
A Natureza não
tem dono. A intempérie
que se verifica actualmente é o julgamento final dos destruidores da vida
mineral, vegetal
e animal.
A primeira coisa que as meninas aprendem é carregarem água nas cabeças.
Muito funji atrofia o cérebro. Fica pesado, sonolento. A vida pára. Depois
dizemos que fomos enfeitiçados.
O velho dizia para não mexerem nas terras, para as deixarem como estão,
porque quando as chuvas chegarem, tudo arrastarão.
Quando todos estiverem de acordo, é não confiar, algo desanda no ar como os
bodes tresmalhados.
Este reino transformou-se numa grande cadeia montanhosa de lixo humano que
não pára de crescer.
Em Jingola Jubila-se que tudo o que se constrói é uma proeza digna do ser
humano. É pura mentira. As construções são destruições. O ser humano não
constrói, destrói. Os prédios desabaram porque as mentes colapsaram.
Consigo ver o presente e antever o futuro.
Que estranho é o militar num partido político e só informar a mentira de que
tudo está bem. E há bispos que apoiam.
A jovem vem de corpo ao léu, escapou
do seu captor. Forçou as chapas de zinco que
quase engolem a rua,
numa mais histórica
interminável obra a cargo
de empresa não
idónea. A jovem está em pêlo. Uma senhora
compreensiva desenrasca-lhe uma saia. Os
seios continuam nus,
surpresos, cobiçados, outra vez no desespero. E a tia Teresa previne-se, ostenta aviso
num cartão postado nos
pacotes de bolachas:
POR FAVOR!
KILAPI NÃO!
Não há comida porque as
inundações petrolíferas subiram os preços.
Quem aqui chega não é para ficar,
para apoiar Jingola. O interesse
é transferir para fora todo o dinheiro possível. Para quando chegar o momento
indicado, bazar sem
um adeus.
Onde se nada em ouro, muito ouro sobre azul, organizam-se caravanas
garimpeiras.
As mulheres da limpeza
varrem as ruas. Arrastam o pó acumulado
das obras anárquicas, que sobe e se instala nas habitações, nos nossos
pulmões. Varredura de transferir
a poeirada lixenta da ditadura para outro pólo negativo. Tudo o que
os Lordes disfarçados de seres humanos fazem é em
vão.
Há coisas que
me surpreendem, me
embaralham, me deixam estupefacto. E
desacreditam-me nas minhas convicções. Bom…
quem não
conhece a África, nela não se intrometa.
Já aprendi a amar, a falar com as plantas,
com as árvores.
Quem aniquilar árvores que seja condenado a
plantá-las até ao fim
da sua vida.
Há povos com
intelecto só
para dançar
Nunca conseguirei entender porque
é que os Jingolas não
apreciam bicicletas.
É mediocridade quando não se abordam questões
com profundidade.
Quanto mais os políticos
falam, mais são
estudados e menos escutados. Muitas palavras muitos
devaneios. Os cérebros
dos ouvintes saltam para
outra plateia, abandonam os políticos de corpo
vertical e alma
horizontal.
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