domingo, 1 de abril de 2012

BWALA PRESS. E o cidadão iniciava o seu requerimento: Declaração. Para os devidos e ilegais efeitos…


A violência é o último refúgio do incompetente. Isaac Asimov (1920-1992).
É de lamentar que nesta democracia chinesa, brasileira e portuguesa não tenho mais lugar.
A corrupção desenfreada é uma manifestação pacífica ou violenta?
Sem dúvida que esta democracia é uma beleza, mas os democratas são horríveis.
E perguntaram a um alcoólico qual era o seu estado civil, e ele muito naturalmente respondeu: sempre bêbado!
E o cidadão iniciava o seu requerimento: Declaração. Para os devidos e ilegais efeitos…
Muitos democratas, pouca democracia.
E a jovem desesperada suspirava: eu quero dormir e não quero acordar mais.
O carro isento de roubos
Há poucos anos estava em casa de um amigo bebendo algumas cervejas na companhia de um comandante de uma esquadra de polícia. A certo momento a nossa conversa centrou-se no roubo de carros e seus acessórios. Informei que na minha rua todas as noites pelo menos um carro estacionado ficava sem piscas, sem os faróis, sem o rádio, e até sem os vidros pára-brisas. O comandante não se mostrou nada surpreendido e acrescentou que sabia muito bem os locais onde os roubos aconteciam. Então, decidi-me, desvendei-lhe que o meu carro era o único da rua que nunca foi assaltado, talvez por respeito para com o seu dono, sei lá. O comandante solicitou-me que lhe desse a matrícula do meu carro, assim fiz, convicto de que agora ficaria ainda mais protegido. No outro dia de manhã quando me dirigia para o trabalho, chego ao meu carro e noto que lhe faltavam todos os piscas da parte da frente e da parte traseira. A partir desta data, por mais que tentasse, o carro sofria roubos constantes, as lâmpadas dos piscas sumiam.
Dicionário Bwala Press: Petróleo
Óleo natural escuro que serve para enriquecimento ilícito de um punhado de pessoas, que espoliam milhões de outras, e que, como se não bastasse, ainda se arrogam no direito de que tudo lhes pertence.
A moto da acrobacia mortal da meia-noite
26 de Março, 00.30 horas. As nossas ruas mais parecem um circo de exibição de acrobacias, tipo poço da morte, onde um motociclista a grande velocidade circula pelas paredes de tubos e chapas de ferro num círculo sem cair. Os nossos jovens executam várias acrobacias tipo pilotos de provas, uma exibição muito arriscada porque até nem capacete ou qualquer outra protecção usam, dir-se-ia que circulam numa missão impossível, numa situação de suicídio. Pela meia-noite, tornou-se hábito ouvir o estrondo de uma moto em alta velocidade com escape livre a imitar um poderoso bólide, deixando atrás de si o terror nocturno do intencional não deixar ninguém dormir, tal é a barulheira do escape transformado em tiro de canhão, que por onde passa os alarmes dos carros estacionados disparam para gáudio do motociclista. E durante dias, meses, muitos meses o espectáculo prosseguia, nunca faltava, as noites esperavam-no. Alguém insistia que um dia isso acabaria porque não se pode brincar assim com a morte. 00.30 horas, ouve-se o ruído da moto que se aproxima ainda em velocidade  lenta. Pára, acelera, faz muitos pum! pum! pum! pam! pam! pam! E de repente acelera a alta velocidade, levanta a roda dianteira e aí vai na sua demonstração de acrobacia. Mas hoje mostra-nos uma novidade: vem com uma jovem agarrada a ele. Chega na zona da Pizaria Tropical, a da rua que dá acesso à da Embaixada de Portugal, e tarde demais apercebe-se de um carro, a rua já há vários dias que está mal iluminada, que faz pisca para entrar à sua direita. Bate-lhe violentamente, ouve-se por momentos o barulho de objectos partidos. Ele foi projectado contra uma árvore, ela voou, estatelou-se e ainda gemeu durante pouco tempo, mas infelizmente acabou por falecer, talvez por falta de socorro porque quem passava não manifestava nenhum interesse no seu transporte para uma unidade hospitalar mais próxima. Ele, apesar do trauma, crânio partido, e outras mazelas facilmente imagináveis, foi para o hospital onde veio a falecer algumas horas depois. Fazer da vida o acto de desafiar a morte é de facto um alto risco, um suicídio.
Mais sirenes
27de Março, 06.28 horas. Ouve-se a algazarra das sirenes que mais parece uma maratona, da primeira escolta do dia. Será que os componentes da escolta vão muito apressados, porque muito preocupados na implementação das novas centralidades? isto é, partir casas?
Sirenes para a praia?
Ouvi, Domingo, 25 de Março, 15.12 horas, o estridente barulho de sirenes de mais uma escolta. Rápido, corro para a varanda e ainda consigo ver um jipe daqueles dos mais luxuosos em alta velocidade, e em último lugar uma carrinha de caixa aberta com apetrechos de praia. Ah, agora também há dirigentes e irresponsáveis que vão para a praia de escolta?
Na Casa do Futebol Clube do Porto
Luanda. A recusa à entrada de mwangolés na Casa do Futebol Clube do Porto, já se tornou bastante notória, corriqueira. Um mwangolé quando pretendia entrar para assistir ao jogo do Futebol Clube do Porto, viu-se também renegado, recusado, e com a agravante da chamada do célebre epíteto, NEGRO!!!. Perante tão odiento tratamento, o mwangolé pegou numa garrafa e atirou-a brutalmente contra o português que não ficou nada bem, claro.
Farmácia  Mecofarma da Sagrada Família
«Foi em Fevereiro de 1997 que a Mecofarma de Angola iniciou a sua actividade laboral visando um serviço de qualidade e de dedicação ao povo angolano.» In, site da Mecofarma Angola
Luanda, 21 de Março, cerca das 17.00 horas
Há já vários dias que dois portugueses insistiam no despedimento sumário dos mwangolés que trabalhavam na Farmácia Mecofarma da Sagrada Família, alegando nova gerência, pretexto para empregarem os seus patrícios, quem é que não sabe disso? Conseguiram o despedimento sumário, também não lhes é nada difícil, dados os acordos de “corrupção” existentes entre Portugal e Angola. Mas uma mwangolé resiste-lhes heroicamente, não aceita o despedimento sumário, ilegal, tipo demolição da sua casa, ou não me partam a minha casa, ou vais para as tendas ou para a Tchavola. E os dois portugueses assediam-na: «Sai daqui, estás despedida!» E ela, com a dignidade que ainda resta aos mwangolés vítimas do neocolonialismo, riposta da sua escravatura: «Não saio daqui, isso que me querem fazer é ilegal.» E os dois portugueses lá iam, desanimados por uma simples galdéria negra lhes resistir, a eles, senhores vindos do reino da miséria e aqui investidos de poderes senhoriais, ditatoriais à moda da actual conjuntura em exercício. No outro dia, talvez aconselhados, mal, decidiram-se a acabar com o heroísmo da nossa mwangolé. Chegaram e: «Sais ou não sais?!.» «Já disse que não saio, esse despedimento é ilegal.» Então, o incrível aconteceu, ou melhor, o normal aconteceu, isto agora virou país neocolonialista, foram-se a ela, à escrava da pátria espoliada, e surra para cima dela. Ela consegue refugiar-se na casa de banho com câmaras de vigia instaladas, mas os dois portugueses não a largam, redobram de brutalidade e mais surra, surra. Mas, a nossa heroína consegue fugir-lhes. Chega à rua e grita por socorro. Claro que todo o mundo pára pelo insólito acontecimento. A sua imagem não deixa dúvidas, com escoriações bem visíveis num braço, roupa rasgada, tipo barras de ferro. Os mwangolés vão-se juntando, e assim que tomam conhecimento do sucedido, avançam na procura dos portugueses e começam a desancar-lhes forte e feio. Já os mwangolés se movimentam para tumultuar a farmácia e lincharem os portugueses, mas a mwangolé já tinha accionado a chamada à Polícia. Esta chegou e carregou os dois portugueses que, notava-se bem, tinham os narizes partidos e a sangrarem. Escaparam à justa.
Reforma fiscal.
Em que os ricos paguem mais impostos.
Os bancos pagam apenas dez por cento de impostos, restantes tributados é, trinta e cinco por cento. Os bancos estão isentos de impostos, o Estado subsidia-os.
Os nossos ricos não pagam impostos, só os que trabalham por conta de outrem.
0,94 por cento do OGE para combate à pobreza. 40 por cento do mesmo orçamento para investimentos púbicos em Luanda.
In economista Carlos Rosado de Carvalho, docente universitário da Universidade Católica. Análise ao Orçamento Geral do Estado. Rádio Ecclesia
Comentários:
É por isso que temos uma invasão de bancos da nomenclatura?
Claro, é por isso que eles não querem contabilidade.
Isto não é combater a pobreza, é solidificar a miséria.
Uma obra improvisada é uma coisa boa. Cidadão embarcado na propaganda da RNA – Rádio Nacional de Angola, 13 de Março, noticiário central das treze horas.
Em Angola há poucos jornalistas, os outros são funcionários. Alexandre Neto Solombe, jornalista correspondente da VOA.

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